Qual o medicamento para reduzir o tamanho da próstata?

O que é Próstata Aumentada?

A Hiperplasia Benigna da Próstata, que é relacionada ao aumento da próstata, é uma alteração que ocorre em praticamente todos os homens à medida que envelhecem. Em linhas gerais, este crescimento leva a compressão da uretra e pode gerar sintomas relacionados à ao ato de urinar  e outras alterações que podem afetar o funcionamento normal da bexiga e até dos rins.

É importante a compreensão de que a hiperplasia de próstata não é um câncer de próstata, assim como não colabora para o surgimento de um. Também é interessante saber que o tamanho da próstata não é diretamente proporcional aos sintomas de hiperplasia, e reforçar que o volume da glândula também não tem relação com risco de neoplasia (câncer) de próstata.

Causas da Próstata Aumentada

A Hiperplasia Prostática ocorre quando a glândula prostática, silenciosa e gradativamente, cresce e obstrui parcial ou totalmente a uretra. A Hiperplasia Prostática é a doença mais comum da próstata. Quando tratada inicialmente, não apresenta riscos ao paciente. Porém, em estados mais avançados, pode ocasionar retenção ou incontinência urinária e, até mesmo, insuficiência renal.

Pesquisas mostram que algumas condições podem ampliar as chances de surgimento da Hiperplasia Prostática. Os fatores genéticos são os mais importantes. Diabetes, tabagismo e obesidade também colaboram para o surgimento do quadro. Por isso, um dos melhores meios para a prevenção é a manutenção de uma vida saudável, com uma alimentação balanceada e sem o hábito do fumo. Além disso, é essencial a consulta com o urologista a partir dos 40 anos de idade ou sempre que surgir algum sintoma.

Em casos de suspeitas, o paciente deve comparecer ao urologista para a realização de testes. Geralmente, o diagnóstico é realizado pelo histórico clínico. O exame de PSA no sangue e o exame de toque fazem parte do diagnóstico e alguns casos podem requerer outros exames como o estudo urodinâmico e ultrassom via abdominal.

Quais os sintomas de Próstata Aumentada?

Os sintomas da Próstata Aumentada costumam ser:

• fluxo urinário fraco
• retenção urinária
• dificuldade para urinar
• interrupção do fluxo da urina quando previamente iniciado
• urgência para urinar
• maior frequência das idas ao banheiro
• noctúria (aumento de frequência de urinar durante à noite)
• sangramento na urina (hematúria)
• esvaziamento incompleto da bexiga, entre outros. 

Ao longo do tempo, o aumento da glândula prostática pode ser agravado gradualmente. Se você apresenta suspeitas ou algum dos sintomas citados acima, busque auxílio médico. O urologista, responsável pelo tratamento da Hiperplasia Prostática, realizará a avaliação e exames que forem necessários para o diagnóstico e posterior tratamento.

Tratamentos para Próstata Aumentada (Hiperplasia Prostática Benigna)

Os tratamentos existentes para o quadro podem variar, consistindo na observação atenta aos sintomas, mudanças no estilo de vida, medicamentos e, até mesmo, procedimentos cirúrgicos. O método de tratamento para a hiperplasia prostática benigna varia de acordo com a intensidade dos sintomas apresentados e do quanto eles afetam o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes, o tamanho da próstata e a condição de saúde de cada paciente.

Mudança de hábitos

Alguns comportamentos e hábitos podem ser prejudiciais para a função urinária. Para melhorar os sintomas evitar complicações as seguintes medidas podem ser recomendadas:

• Evitar alimentos irritativos para a bexiga e diuréticos como cafeína e álcool
• Reduzir o consumo de água à noite para evitar acordar muitas vezes para urinar
• Urinar em 2 tempos: após terminar a micção, aguardar um pouco e tentar novamente. Não é recomendado fazer força para tentar esvaziar a bexiga
• Realizar exercícios da musculatura pélvica ou fisioterapia: pode ser útil para pacientes com sintomas de urgência

Medicamentos para a HPB

Existem principalmente dois tipos de medicamentos:

• Alfa-bloqueadores (doxazosina, tansulosina, entre outros): são medicamentos que provocam relaxamento da musculatura da próstata e bexiga, assim facilitando o fluxo de urina e o esvaziamento da bexiga. Agem imediatamente desde os primeiros dias de uso.
• Inibidores da 5-alfa-redutase (finasterida, dutasterida, entre outros): atuam bloqueando enzimas chamadas 5α-redutase, responsáveis pela conversão de testosterona em 5α-di-hidrotestosterona (DHT), o principal hormônio responsável pela hiperplasia do tecido prostático.

Assim, causam uma redução desta hiperplasia, podendo reduzir o volume/tamanho da próstata em aproximadamente 50%. Os efeitos podem começar a partir de 2 semanas, mas são melhores com períodos mais longos, ao redor de 6 meses de tratamento. Estes medicamentos melhoram sintomas, reduzem risco de retenção urinária e de necessidade de procedimentos cirúrgicos.

Fitoterápicos: algumas substâncias como o Saw palmetto, o Pygeum africanum e o Hypoxis rooperi, são usados para o tratamento da hiperplasia benigna da próstata (HPB). No entanto, os melhores estudos científicos com estes medicamentos naturais não demonstraram benefícios claros na redução dos sintomas de HPB ou não confirmaram sua segurança a longo prazo.

Por este motivo, as principais sociedades médicas não indicam medicamentos fitoterápicos para tratar a hiperplasia prostática.

Como qualquer droga medicinal, estes medicamentos podem apresentar efeitos adversos e seu uso deve ser sempre indicado e acompanhado por um médico.

Procedimentos cirúrgicos para Hiperplasia Prostática Benigna:

Estudos indicam que apenas 30% dos casos necessitam de intervenção cirúrgica para tratamento da hiperplasia prostática benigna. Os tratamentos invasivos são indicados quando o paciente tem sintomas persistentes após o tratamento medicamentoso, ou se apresenta alguma complicação como infecção urinária, pedras na bexiga, sangramento ou impossibilidade de urinar. A partir daí  o médico decide juntamente com o paciente qual a técnica mais indicada, baseando-se principalmente no tamanho da próstata e características de saúde do paciente:

• Procedimentos Transuretrais (raspagem pela uretra):

Ressecção transuretral endoscópica  da próstata (RTU de próstata ou “Raspagem”): é a técnica mais tradicional e ainda amplamente utilizada pela sua efetividade e segurança. O urologista usa um aparelho com uma câmera e um instrumento que fragmenta a próstata pelo canal, abrindo um caminho mais amplo para a passagem da urina. 

Pode ser realizada com de energia monopolar ou preferencialmente com a bipolar, a qual permite o uso de soro fisiológico para irrigação da bexiga durante o procedimento e melhor controle do sangramento e menos complicações.

Ablação ou Vaporização da próstata: estes procedimentos destroem o tecido prostático com algum tipo de energia:

• Foto vaporização com laser greenlight
• Vaporização com plasma (Plasma Button)

Ressecção em bloco com laser holmium (Holep): pelo canal da uretra, utiliza-se uma câmera e um tipo de laser potente para remover toda a parte interna da glândula que atrapalha o fluxo urinário. Apresenta risco de sangramento pequeno e excelentes resultados na melhora do fluxo urinário.

• Procedimentos via abdominal:

A cirurgia para remover a parte central da próstata (prostatectomia simples ou adenomectomia) pode ser recomendada para homens saudáveis e com próstata muito grande (mais de 100g).

• Prostatectomia simples aberta: através de um corte acima do púbis, tipo de uma cesariana, retira-se o adenoma (parte central da próstata).

• Prostatectomia simples robótica: retira-se o adenoma da próstata de forma menos invasiva, por laparoscopia assistida pelo sistema robótico Da Vinci. Esta técnica com cortes menores permite menos sangramento, menor tempo de uso de sonda e recuperação mais rápida.

• Outros procedimentos: 

Embolização Prostática: é um procedimento novo que também é utilizado em casos de HPB. Sendo um procedimento que ainda requer confirmação de sua eficácia e segurança em estudos científicos, foi aprovado para tratamento de pacientes com HPB somente em alguns centros de referência onde os pacientes devem ser acompanhados para avaliar ainda os resultados do tratamento.

É realizado como um cateterismo, através da punção da artéria femoral, na região da virilha e por meio de um microcateter e sob orientação de um aparelho de raio X, são injetadas microesferas na circulação arterial da próstata capazes de reduzir a sua circulação e possibilitar o encolhimento da próstata. 

Após a embolização, é esperado que ocorra redução do tamanho prostático e melhora dos sintomas. Tem a vantagem de ser realizado sob anestesia local, portanto pode ser aplicado em pacientes com mais comorbidades que tenham risco alto para serem submetidos a outras técnicas cirúrgicas.

Aquablation, Rezum: são técnicas que usam vapor de água para destruir o tecido prostático, atualmente não disponíveis no Brasil.

Urolift: são grampos colocados na próstata para ampliar a uretra nesta região, também não disponível atualmente no Brasil.

Existem diversas opções de tratamento da próstata aumentada. Quando existe a indicação de procedimentos cirúrgicos da hiperplasia prostática benigna, deve-se sempre selecionar a melhor técnica de acordo com as características de cada paciente.

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