Valores Humanos e CrençasLer o artigo relacionado:Programas, matérias e dilemas morais na Educação Física. Show
Os valores humanos são valores e princípios baseados nos conceitos morais e éticos que definem a forma de relacionamento entre as pessoas e, por consequência, o relacionamento e o funcionamento de uma sociedade. Desta forma, estes valores podem ser considerados como a base dos relacionamentos humanos e sociais, funcionando como um conjunto de normas que pautam as interações humanas e as decisões. Entre os valores humanos mais importantes estão:
Também são valores importante para a boa convivência a noção de:
As nossas crenças são sobretudo subconscientese normalmente resultam de uma vida de programação constituindo-se como uma poderosa influencia no comportamento. É com base nas nossas crenças que formamos as nossas atitudes acerca do mundo e de nós próprios, e a partir destas desenvolvemos comportamentos. Assim, as nossas crenças são os alicerces da nossa personalidade e definem-nos através do sentimento que nutrimos relativamente a nós próprios, de utilidade ou inutilidade, competência ou incompetência, com poder ou impotente, confiante ou duvidoso, pertencendo ou não pertencendo, autossuficiente ou dependente, flexível ou julgamental, tratado justamente ou vitimando-se, amado ou odiado. As nossas crenças, sejam positivas ou negativas, têm mais alcance e impacto em todas as áreas da nossa vida. As crenças afetam os nossos estados de humor, as nossas relações, a nossa performance profissional, a nossa auto estima, e mesmo a nossa saúde física. A crença coletiva que “a vida é dura e tem que ser encarada como uma luta pela sobrevivência do mais forte” justifica a opção dos modelos desportivos e competitivoscomo fundamento curricular. De facto, o modelo competitivo programa-nos para acreditarmos que devemos aceitar uma organização hierárquica e que os mais dotados fisicamente devem ter acesso a privilégios (classificações, prémios, bolsas, estatuto, oportunidades). Diz-nos que podemos fintar os outros e usar a desinformação para conseguirmos o sucesso na vida e que este depende da derrota dos outros ou da sua falta de sucesso. Também nos faz acreditar que existe escassez de oportunidades, canalizando todos para o mesmo tipo de objetivos. Condiciona-nos a acreditar que só algumas configurações genéticas (somatótipos / beleza), têm acesso ao sucesso, condicionando outros ao sucesso relativo ou insucesso segundo os estereótipos culturais. Currículo Oculto – valores que perpetuam um modelo social baseado na oposição e no conflito.
Jurjo Torres Santomé (1995), “O currículo oculto” refere que “os projetos curriculares, os conteúdos do ensino, os materiais didáticos, os modelos organizacionais das escolas, as condutas dos alunos e dos professores, etc, não são algo que possamos contemplar como questões técnicas e neutrais, à margem das ideologias e do que acontece em outras dimensões da sociedade, tais como a economia, a cultura e a política. Pelo contrário, grande parte das decisões que se tomam no âmbito educativo, e dos comportamentos que aí se geram, é condicionada ou afetada por acontecimentos e peculiaridades dessas outras esferas da sociedade e atinge todo o seu significado sob uma perspetiva de análise que tenha em conta essa intercomunicação. O mito mais importante em que se baseia a planificação e o funcionamento do sistema educativo nos países capitalistas é o da neutralidade e da objetividade do sistema educativo e, por conseguinte, da escolarização”. Impor uma definição de mundo: Como afirma Jurjo Santomé (página 94), “as divisões de classes e grupos sociais, e as configurações ideológicas e materiais sobre as quais elas se apoiam, são transmitidas e reproduzidas através da violência simbólica. Esta Violência Simbólica manifesta-se quando o poder detido por uma classe social é utilizado para impor uma definição do mundo, para definir significados e apresenta-los como legítimos, dissimulando o poder que essa classe tem para o fazer e escondendo, além disso, que essa interpretação da realidade coincide com os seus próprios interesses de classe. Domesticação do dominado: O desporto mimetiza a divisão dos indivíduos em classes sociais como se isso fosse algo “normal” mas na verdade é uma “normose”.Assim, esta violência simbólica reforça com o seu próprio poder as relações de poder nas quais ela se apoia, e contribui dessa forma, para a domesticação do dominado. A cultura encontra-se, portanto, dominada pelos interesses de classe. Esta violência simbólicavai exercer-se diretamente através da ação pedagógica. De facto, P. Bourdieu e J. C. Passeron declaram de forma explícita que toda a ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição, por um poder arbitrário, de uma arbitrariedade cultural”. A ideologia do desporto competitivo funciona exatamente como um instrumento de doutrinação cultural perpetuando este modelo de valores que enfatiza a divisão dos indivíduos por classes sociais e concomitantemente, por classes de valores atribuídos através de uma avaliação normalizada na escola. Igualdade de oportunidades é diferente de equidade de oportunidades.Interessa a esta classe dominante, aqueles que se superiorizam numa relação competitiva, que os perdedores se domestiquem e aceitem a sua inferioridade perante os primeiros. As classes dominantes definem elas próprias as regras do jogo de forma a perpetuarem a sua vantagem sobre os restantes! E obviamente que lhes convém que os “perdedores” (“domesticação dos dominados”) se resignem ao modelo competitivo “desleal”. As classes dominantes criam regras que perpetuam esta profunda desigualdade social a qual mantém os dominados num estado de constante tensão inerente ao modo de sobrevivência. Trata-se de uma estratégia do dividir para reinar!… por isso interessa uma sociedade dividida por “clubes”, “partidos”, “organizações” que coexistam em permanente confronto/conflito/competição a qual por sua vez enche os cofres da classe dominante. Dividir para reinar:Tal como afirma Wilkinson & Pickett, The Spirit Level (2009): “Portugal é dos países que apresentam maiores desigualdades sociais as quais estão muito correlacionadas com problemas de saúde e problemas sociais. As desigualdades sociais constituem um divisor social poderoso afetando a nossa capacidade para identificar e empatizar com outras pessoas. Quanto maiores são as desigualdades sociais tanto maior é a falta de confiança entre as pessoas”. Os três macacos imprudentes:
São responsáveis por muitos danos na sociedade, especialmente na vida organizacional e política. Num ambiente organizacional, a compreensão do sistema de filtragem do cérebro explica a dificuldade em mudar as crenças sabotadoras. Normalmente não aceitamos informações que perturbam a nossa visão do mundo e a forma como essas crenças são responsáveis pelo insucesso ou impossibilidade de ir mais longe. Em vez de aceitar as novas informações que facilitam melhorias, é mais fácil “castigar”, “ostracisar” ou “criticar negativamente” aqueles que apresentam ideias divergentes ou expõem as incoerências das crenças instituídas. Este fenómeno acontece a todos os níveis e em todas as instituições/organizações onde é mais fácil repudiar ou desvalorizar as evidências factuais, quando estas não estão em consonância com as crenças, ideologias, teorias e formas de compreender a realidade e os respetivos fenómenos. As afirmações que contradizem a visão de mundo, são profundamente ameaçadoras relativamente ao sentido de propósito das pessoas, facto esse que explica a resistência, a negação de ideias novas e muitas vezes a crítica depreciativa, procurando desacreditar o mensageiro. Análise SWOTAnálise SWOT, das forças e fraquezas, oportunidades e ameaças relativas aos dois sistemas de crenças que podem suportar a Educação Física Escolar. Qual o melhor modelo de formação de valores para a Educação Física? Sistema de Crenças 1: Dominação
Sistema de Crenças 2: Parceria
Vinculação dos objetivos e conteúdos da EF relativamente ao modelo desportivo competitivo. Heresia!Cartoons usados: autoria de Luís AfonsoO Paradigma Competitivo colocou-nos numa situação crítica à Escala Planetária:Roda da Destruição de Pierre Weil. “A Mudança de Sentido e o Sentido da Mudança”
Comparação Simplista:
Oxitocina → Confiança e ValoresValores são o conjunto de características de uma determinada pessoa ou
organização, que determinam a forma como estas se comportam e interagem. A palavra valor pode significar:
Assim, podemos afirmar que os valores humanos são valores morais que afetam a conduta das pessoas. Estes valores morais podem também ser considerados valores sociais e éticos, e constituem um conjunto de regras estabelecidas para uma convivência saudável dentro de uma sociedade. Alguns autores afirmam que nos dias de hoje a maior crise que o ser humano pode enfrentar (e que estamos a enfrentar) é uma crise de valores que afeta a humanidade a qual vive de forma mais egoísta, cruel e violenta. Bons Exemplos:
A confiança permeia quase todos os aspetos das nossas vidas diárias, desde as relações inter-pessoais estando na base do desenvolvimento com sucesso das economias (Zak e Knack, 2001). A confiança ocorre quando uma pessoa permite ao outro tomar decisões que afetam o seu bem-estar. A oxitocina está envolvida na confiança entre seres humanos. Uma educação positiva (democrática), cria ambientes de aprendizagem que estimulam a produção da oxitocina e os alunos aprendem com entusiasmo. Paul Zak enumera alguns dos fatores que inibem os mecanismos de libertação da oxitocina. Este sistema precisa de bastante afeto para que se desenvolva adequadamente:
Quando no sentimos realizados produzimos mais oxitocina e esta molécula está associada à confiança nos outros. A correta aprendizagem social e emocional (ASE) facilita a libertação da oxitocina. Os bons valores alicerçam-se na nossa capacidade de confiar em nós e nos outros e a oxitocina é um elemento chave.
Um sistema moral alicerçado em bons valores constrói-se quando os alunos possuem autonomia para “estabelecer contratos sociais” ou implementar ambientes de aprendizagem que respeitam os “princípios universais de consciência”. Isto quer dizer que os alunos participam ativa, responsável e cooperativamente na determinação das regras de organização social considerando as suas opiniões pessoais, prevalecendo a reflexão sobre os princípios universais de justiça, equidade, igualdade de direitos e de respeito pela dignidade.
Os alunos possuem “controlo” sobre o palneamento, organização e gestão do espaço social onde vivem prevalecendo um modelo de organização social de “parceria” entre pares em vez de “dominação” pelos adultos.
A possibilidade de criar os jogos na aula de EF permite que os alunos construam ambientes de interação social de forma consciente (Metodologia de Trabalho por
Projetos), manipulando as variáveis de organização social (Mecânica, Dinâmica, Estética) experimentando os dois modelos (Crença 1 e Crença 2) através dos diferentes jogos:
Controlo Externo → ValoresPeter Gray afirma que o “declínio da brincadeira está relacionado com a subida de psicopatologias nas crianças e adolescentes”. Não considero a reação de recusa ou de rejeição das aulas de EF uma psicopatologia, mas antes uma escolha consciente relacionada com o facto de se sentirem sobrecarregados e sobretudo com a falta de espaço para poderem decidir o tipo de atividades e jogos que preferem fazer. As crianças foram desenhadas, pela seleção natural, para brincar. Sempre que as crianças têm liberdade para brincar, elas fazem-no. A extraordinária propensão humana para brincar na infância, e o seu valor, manifesta-se mais claramente nas culturas de caça-recolação. O facto das crianças, nestas culturas, brincarem e explorarem livremente desde manhã até ao fim do dia, todos os dias, permite-lhes adquirir as competências e atitudes necessárias para se tornarem adultos bem-sucedidos. Atualmente as oportunidades para as crianças brincarem no exterior com outras crianças, de forma livre e espontânea, tem declinado continuamente. Neste mesmo período, tem-se verificado um aumento dos índices de ansiedade, depressão, sentimentos de desamparo e narcisismo, nas crianças e adolescentes.
Os investigadores sabem que a ansiedade e depressão está fortemente correlacionada com o sentido pessoal de controlo ou falta de controlonas nossa vidas. Aqueles que acreditam ou sentem que possuem maior controlo sobre o seu próprio destino (autonomia), possuem menor probabilidade para manifestar ansiedade ou depressão do que aqueles que se sentem vítimas das circunstâncias que ultrapassam o seu controlo (falta de autonomia = heteronomia). Julian Rotter no finais dos anos 50 desenvolveu um questionário com uma escala para avaliar o que designou por “Escala Interna-Externa do Foco de Controlo” (Internal-External Locus of Control Scale).
Foi feita uma análise dos resultados dos estudos que usaram esta escala em grupos de estudantes desde 1960 até 2002 e descobriram que neste intervalo de tempo, as médias mudaram dramaticamente do sentimento de Controlo Interno para o Controlo Externo no limite da escala. A mudança foi tão significativa que a média dos jovens, em 2002, declarava uma grande falta de controlo pessoal. Da análise dos estudos em crianças dos 9 aos 14 anos, entre 1971 e 1998, descobriram que o aumento do controlo externo foi ainda maior na escolaridade elementar do que nos estudantes do 3º ciclo e/ou secundário (usando a nossa terminologia). Simultaneamente a este aumento do controlo externo pelos adultos tem-se verificado um aumento da depressão e ansiedade o que permite estabelecer uma relação entre ambas.
Os investigadores têm verificado consistentemente que, quando as crianças, adolescentes e adultos experimentam sentimentos de desamparo associados a um controlo externo, dá-se uma maior predisposição à ansiedade e
depressão. Quando as pessoas sentem que o controlo sobre o seu destino ultrapassa a sua vontade pessoal, tornam-se ansiosas. Pensam que algo de terrível pode acontecer e que não podem fazer nada em relação a isso. Quando a ansiedade e o sentimento de desamparo se torna muito grande, as pessoas ficam deprimidas.Já sabemos que a ansiedade causada pelo stresse reduz os níveis de oxitocina que por sua vez aumenta a falta de confiança em si e nos outros. A falta de confiança apoia-se
sobretudo em emoções de rejeição e evicção que por sua vez condicionam o tipo de valores assumidos. Elas sentem: “não vale a pena tentar; estou condenado”. Os investigadores também demonstraram que aqueles que sentem que o foco do controlo é externo (Ex: numa aula de EF onde o professor controla tudo na aula, recorrendo a um método tradicional, magistral, frontal, expositivo, discursivo, basicamente assente na transmissão do saber do professor para os alunos), têm menor propensão para assumir responsabilidades pela sua própria saúde, pelo seu próprio futuro e pela comunidade onde se inserem do que aqueles que sentem que o foco de controlo é interno (Estilos de ensino democráticos e autónomos). Currículo oculto e fatores determinantes no tipo de valores implícitos:
Um modelo de ensino que exacerba o foco no controlo externo cria, nas crianças, fortes emoções de ansiedade, medo e desamparo. As crianças assumem dois tipos de resposta, ou se retiram, afastando-se (depressão), ou criam mecanismos de defesa para fazer face às “agressões externas” (passividade agressiva ou agressividade). As crianças que aceitam o modelo desportivo competitivo desenvolvem as capacidades condicionais, coordenativas, técnicas e táticas que compensam esta sensação de desamparo e lhes dá uma sensação de confiança através da mestria do jogo. Criamos um sistema de crenças disfuncional, para depois criarmos um modelo cultural alicerçado numa sociedade competitiva (luta do mais forte), para podermos sobreviver no contexto social adverso e disfuncional. Os valores transmitidos pela escola estão reféns do tipo de modelo de gestão educativa:Roberto Carneiro (2001), no seu livro “Fundamentos da Educação e da Aprendizagem” refere que “a escola em Portugal tem sido considerada um terminal burocrático do Estado. (…) será preciso resgatar a escola das garras burocráticas do Estado. E isso faz-se restituindo a escola às suas comunidades locais de pertença (…). Desmonopolizar a educação é condição da sua desmassificação (…). A escola deve ter total liberdade para criar e levar por diante o modelo educativo que a comunidade quiser, sujeitando-se a uma avaliação anual, realizada pelo Estado, que ditará as medidas a tomar para corrigir o rumo quando necessário. O modelo que eu advogo é um modelo de desmassificação e desmonopolização da gestão; de descentralização com regulação, controlo e avaliação; e de diferenciação com noção de serviço público. E parece-lhe que a comunidade quer aceitar essa responsabilidade? O modelo que eu veria mais adequado é o modelo derrogatório, comunidade a comunidade: se uma determinada comunidade quer, tem condições, e apresenta um plano válido para concretizar essa vontade, deve ser-lhe entregue a escola, derrogando um conjunto de decretos e despachos que a submetam à disciplina única do Estado. Vamos dar-lhe, por exemplo, três anos para funcionar e, passado esse período, vamos avaliar o que foi feito. Funcionou bem? Ao fim de três anos ampliamos a derrogação. Vamos dando autonomia progressiva, em geometria variável, no limite, escola a escola, de acordo com a apetência, a maturidade, a vontade, o desenvolvimento de cada comunidade. A escola pode ser não apenas um objeto de pedagogia cívica, mas um sujeito da criação de civismo e de capital social à sua volta. Que outro tema poderá mobilizar mais os pais e as comunidades do que a sua escola? Não me lembro de nenhum. A escola representa, de facto, para as comunidades, e em particular, para os pais, o centro de esperança e um fulcro de criação de futuro” (Roberto Carneiro, 2001). Consequências do Locus no Controlo Externo:
Obviamente que não é nas aulas de Educação Física ou no Desporto Escolar que as crianças ficam expostas ao treino excessivo. Porém, um grupo cada vez maior de alunos, além de realizar as aulas de EF, praticam assiduamente desporto nos clubes desportivos e o somatório da carga semanal de treino torna-se preocupante em fases sensíveis de desenvolvimento. Muitos alunos chegam a ter treinos bi-diários de natação, levantando-se bastante cedo para treinar antes de irem para as aulas. Ou seja, além da carga de treino, perguntamo-nos se estão a repousar o suficiente e a alimentar-se adequadamente? Minimizar a AmeaçaO estudo desenvolvido por Eric Billet e Eric Debardieux mostra que a prática do desporto implica uma contradição fundamental.
Embora a prática de atividades desportivas aconteça na observância de certas regras, ela é palco de atos repetidos de bullying (assédio moral), com consequências dolorosas e duradouras para as vítimas. Também consideram as circunstâncias nas quais a prática do desporto se afasta do princípio da não violência podendo ser descrito como uma prática anti-ética. Este estudo foi realizado com crianças da escola secundária em Brittany, França também envolveu os pais. Foram aplicados 686 questionários que exploravam a ideia ou conceito do contexto coletivo do desporto que envolve um tipo de violência por assédio moralo qual conduz a um processo de exclusão de algumas crianças, pelos seus pares. O objetivo das entrevistas foi determinar e caracterizar esta violência perpetrada contra as crianças que manifestam pouca mestria das habilidades desportivas, pelas crianças mais hábeis. Segundo os autores, acontecem vários episódios de assédio moralpelos seus pares, durante o processo de exclusão. Os autores também exploraram a violência institucional que conduz à exclusão das crianças (desportos coletivos), que promove uma antipatia pela prática do desporto naqueles que se sentem excluídos. A análise das entrevistas sobre as alterações nos gostos culturais (escolhas) destas crianças em idade escolar, indica que a competição, seja organizada ou informal, é a principal causa de assédio moral no contexto do desporto. Finalmente o autor investiga a violência contra-si-próprios que surge a partir das situações desportivas. A falta de habilidade na prática do desporto sentida pelas vítimas deste assédio moral, acabam por ser aceite e interiorizada como uma inevitabilidade irreversível. Estas crianças acabam por alterar os seus gostos culturais, investindo noutras áreas culturais para procurarem contextos onde se sintam integradas e competentes.
Rejeição por comparação social: Em 75% dos casos, os pais ou as próprias crianças revelavam esta experiência traumática do desporto. Beatriz (idade 12) era desajeitada, Christophe (13 anos) tinha excesso de peso e David (14 anos) era franzino. Observando estas dificuldades aparentemente inevitáveis no contexto da natureza competitiva do desporto, todas estas crianças se sentiam desvalorizadas e a sua inferioridade era olhada como irreversível. Modelo SCARF e Aprendizagem Social e Emocional O conhecimento dos 5 domínios do Modelo SCARF permite aos professores de educação física mais facilmente lembrar, reconhecer e potencialmente modificar estas variáveis, redesenhando as interações pedagógicas para minimizar a ameaça e incentivar a colaboração. Uma dessas estratégias passa por desenvolver de forma intencional a ASE (Aprendizagem Social e Emocional) através da dinâmica das interações sociais próprias dos jogos cooperativos e do Team-Building. A aprendizagem destas Competências Nucleares permite desenvolver um bom perfil moral. Modelo SCARFde David Rock (Status, Certainty, Autonomy, Relatedness, Fairness): O estudo das neurociências sociais, tem fornecido algumas conclusões sobre as funções biológicas como o cérebro assume uma resposta de aproximação ou afastamento nas relações sociais. Aborda tópicos como: teoria da mente, o eu, mindfullness, regulação emocional, atitudes, estereótipos, empatia, persuasão, moralidade, compaixão, engano, confiança, perseguir objetivos. A partir desta diversidade, surgiram dois temas:
O modelo SCARF, sumariza estes dois temas segundo fatores comuns que podem ativar as respostas de recompensa (aproximação) e/ou ameaça (afastamento). Pode ser aplicado em ambientes educativos (educação física) e envolve 5 domínios:
Sociedade de Dominação vs ParceriaSistema de Crenças 1: Sociedade de Dominação:Oposição → o elemento estranho.O fenómeno desportivo competitivo está tão enraizado na nossa sociedade que criticá-lo se torna numa heresiaporque se assume como um Fenómeno Social Total (Mauss foi o inventor do termo) tal como afirma Georges Gurvitch (1968) em “A vocação atual da sociologia Vol I”. Obviamente que os jogos desportivos competitivos desencadeiam, por inerência às dinâmicas associadas ao seu princípio organizador fundamental (a oposição e o conflito de interesses), um maior número de respostas defensivas às ameaças percebidas relativamente ao estatuto, à segurança/certeza, autonomia, pertença/filiação e à justiça/equidade. Embora a “oposição” seja um elemento estranho e fonte das disfuncionalidades do desporto e da sociedade, está programado no inconsciente coletivo como algo necessário, importante e indispensável ao progresso de uma sociedade o que é uma distorção a meu ver. Diferentes dinâmicas de grupo e emoções associadas.O Desporto competitivo, embora solicite a cooperação no seio da equipa (interesse, confiança, colaboração, entreajuda) desencadeia um maior número de respostas defensivas inerentes às ameaças percebidas relativas ao estatuto, à segurança/certeza, autonomia, pertença/filiação e à justiça/equidade. O ambiente de oposição evoca emoções que não são amigas da oxitocina.O modelo desportivo competitivo introduz o elemento da “oposição” recorrendo à desinformação como estratégia que garante induzir o adversário em erro. (Wikipedia) Desinformação é a utilização das técnicas de comunicação e informação para induzir em erro ou dar uma falsa imagem da realidade, mediante a supressão ou ocultação de informações, minimização da sua importância ou modificação do seu sentido. Tem como objetivo influenciar os adversários de forma a proteger os interesses da equipa Comunicação → Confiança e Valores:Comunicação:
Colegas de Equipa:
Adversário:
Como Enganar no FutebolO Desporto é uma escola de virtudes?
VoleibolSendo o desporto competitivo uma atividade corporal que herdou as suas bases na guerra, também ela se socorre de processos próximos ou
análogos à encriptação de mensagens dentro de uma equipa, informação essa que pretende manter em segredo, relativamente ao adversário, uma determinada ação tática. Posso utilizar como exemplo os sinais usados no jogo de voleibol de praia em que um jogador comunica com o outro a sua intenção, através de sinais ocultados pelo seu corpo. Desta forma, podem combinar jogadas sem que o adversário tenha conhecimento, procurando no elemento surpresa, uma vantagem tática. Jogo das Tocas → Valores
Uma análise do jogo segundo a dimensão dos valores implícitos permite-nos questionar a sua validade pedagógica quando o nosso objetivo é a “Educação para a paz”. Quais são então os valores implícitos neste jogo?
Tipos de reações emocionais das crianças no decorrer do jogo e no final do mesmo.
Do ponto de vista tático o jogo propõe um conjunto de situações que solicitam exatamente aquilo que um jogo competitivo deve propor. Porém, se a nossa preocupação como educadores, é educar para a paz, estamos a utilizar a metodologia errada, porque os perdedores ou ficam insatisfeitos ou ressentidos e querem a desforra:
Como afirma Richard Wilkinson, “as desigualdades sociais
constituem um divisor social poderoso afetando a nossa capacidade para identificar e empatizar com outras pessoas. Quanto maiores são as desigualdades sociais tanto maior é a falta de confiança entre as pessoas”. Teorias e fatores da motivação condicionais – motivação extrínseca:Sabe-se que as recompensas externas não funcionam ou até são prejudiciais, sendo esta uma das descobertas mais sólidas das ciências sociais e também uma das mais ignoradas (Dan Pink, Drive: the surprising truth about what motivates us). A abordagem mecanicista da recompensa (cenoura – classificações) e da punição (pau – repreensões, admoestações, exclusão, etc), além de não funcionar, até prejudica. Ou seja, os incentivos (classificações, certificados, reconhecimento, rankings), são concebidos para aguçar o pensamento e acelerar a criatividade ou conduzir o aluno a investir na aula. Quando se manipulam os incentivos (classificação) para que os alunos façam a coisa certa, criam-se alunos que são viciadas nos incentivos.
O que é alarmante nisto é que os psicólogos sabem isto há 30 anos. Os psicólogos conhecem as consequências negativas de incentivar . Se recompensarmos as crianças por realizarem exercício físicos ou jogarem, elas deixam de se preocupar com o que fazem (prazer, satisfação, oportunidade) e preocupar-se-ão apenas com quanto fazem (resultado do que fazem, performance, nota). Transmite-se um valor, o exercício físico na aula de EF só tem valor quando há cenoura e quando não há, não tem valor!… Origem das sociedades competitivas.Todas as atividades humanas podem ser relacionadas na sua origem com os instintos básicos. Esta é uma afirmação ambiciosa afirma Alex S. Key (2008) num artigo online na “Psychology Today”. Muitos aspetos da nossa vida diária podem ser explicados em primeiro lugar para justificar uma tal afirmação, incluindo a nossa atração pelo desporto. É relativamente fácil ver uma ligação entre uma atividade e o instinto básico. Num livro intitulado War Before Civilization, o professor Lawrence Keely destrói a falsa crença sobre o facto da vida primitiva ser pacífica comparando-a com a atual. E no livro descreve vários casos de descobertas arqueológicas de valas comuns que continham os restos mortais de centenas de mulheres, homens e crianças que foram mortas de forma violenta. Estas valas foram encontradas tanto na América pré-colombiana como na europa em locais como a Bélgica, Alemanha e também noutras partes do mundo. Afirma que fazia parte do estilo de vida de todas as sociedades primitivas participar nos chamados incursões, batidas ou raides (invadir outras aldeias ou tribos e matar os competidores). Este comportamento também acontece entre membros de outras espécies como os macacos e chimpanzés. O ato de executar raides noutras aldeias/tribos serve para garantir a sobrevivência quando se compete por espaço (território) e comida.
Augusto Franco num artigo publicado na “Escola de redes” intitulado “sociedade de dominação e sociedades de parceria” coloca a seguinte questão: “se o ser humano tem uma tendência básica para cooperar, porque surgiram, no seio das coletividades humanas, formas hierarquico-verticais de relacionamento e modos violentos e coercivos de regulação dos conflitos inerentes à institucionalização dessas formas, que coíbem a cooperação e induzem à competição?” Segundo Maturana, foi a cultura patriarcal que, destruiu as bases colaborativas da cultura matristica¹.
Nalgum momento do final do quinto milénio que entramos num dos ramos de uma bifurcação que nos conduziu a este tipo de civilização em que vivemos, patriarcal, guerreira e dominadora: a civilização dos predadores eco-sociais. Quem assistiu ao filme “2001, Uma Odisseia no espaço” achou o filme excelente mas quase ninguém prestou atenção ao fato de que a história contada no filme, se baseia numa visão problemática e perversa. O macaco transforma-se em homem quando mata outro ser da sua espécie, usando um osso (arma) transformado em ferramenta para matar dando início ao “progresso”(?). A história do filme 2001 apenas reflete a ideia de que todas as importantes descobertas tecnológicas primitivas foram feitas pelo caçador e pelo guerreiro, ao buscarem uma maneira mais eficaz de matança. Assim, teria sido a ferramenta utilizada para matar que nos tornou humanos. A maioria das pessoas é levada a acreditar nesta ideia porque ela tem uma aparência de verdade científica. Porém a ciência não nos obriga a acreditar que a violência seja inerente ou constitutiva da natureza humana e nem que a civilização se tenha desenvolvido a partir da arma ou do ato de matar.Mas é possível pensar que a ordem social baseada na morte provocada pelas armas e na destruição desencadeada pela guerra seja apenas um tipo de ordem social. Alguns investigadores imaginam que este tipo de ordem não existia, por exemplo, na cultura Vinca, que florescia nos Balcãs há 7 mil anos atrás. Alguns investigadores imaginam que antes da nossa civilização patriarcal, guerreira e dominadoraexistia um outro tipo de sociedade. Uma sociedade na qual os seres humanos viviam em regime social de parceria, em relativa harmonia entre si e com a natureza. Para uma parte de tais investigadores foi a cultura patriarcal de algumas hordas seminómadas de guerreiros (indo-europeus) que destruiu uma cultura uniforme e pacífica que se estendia por toda a Europa Antiga, durante 20.000 anos, do paleolítico ao neolítico. Este povo teria invadido, dominado e imposto a sua estrutura social hierárquica e autoritária (a governada por poderosos sacerdotes guerreiros, legitimada por deuses masculinos da guerra e das montanhas, voltada para o desenvolvimento de tecnologias de destruição) às aldeias agrícolas neolíticas que viviam em parceria e cultuavam a deusa-mãe Terra. Supõe-se que o poder conduzido pelos invasores patriarcais era de um tipo muito diferente daquele que existia nas sociedades agrícolas de parceria. O poder dos primeiros era um poder de dominar e destruir, enquanto que o poder nas aldeias neolíticas era uma capacidade de sustentar e alimentar a vida. O poder dos invasores era baseado na arma, eles cultuavam a arma. As armas eram sagradas, representavam as funções e os poderes de deus e eram adoradas como representações do próprio deus. O guerreiro e a sua arma eram instrumentos divinos. A oposição foi um elemento estranho imposto sobre a maioria das culturas pacíficas e colaborativas existentes que se espalhou como um vírus. O Desporto surgiu como uma forma de civilizar a oposição que não deixou, mesmo assim, de ser um elemento estranho.Ninguém sabe ao certo o que teria acontecido para que surgisse um povo com tais características. Ninguém sabe ao certo porque os povos primitivos de caçadores e criadores de animais foram transformados em invasores “profissionais” que desenvolveram uma ideologia sacerdotal-militar. Ninguém sabe ao certo nem onde, nem quando, nem como surgiram esses predadores que saíram pelo mundo fora matando, mutilando aldeias pacíficas, escravizando povos, deixando um rasto de destruição social e ambiental por onde passavam. Embora a nossa sociedade tenha evoluído para uma sociedade mais civilizada e, através do desporto, tentado sublimar esta agressividade latente, temos de resgatar os valores das sociedades cooperativas anterioresa esta digressão ou distorção moral que a humanidade sofreu às mãos destas hordas de guerreiros sacerdotes, sejam eles quem forem. Este modelo conduziu-nos a uma profunda destruição da Mãe Terra. A Hipótese do precedente Sumeriano:A hipótese da bifurcação (momento em que surgiram estas Hordas de Seminómadas Guerreiros), segundo Joseph Campbell (1959) surgiu nas Cidades-Templos-estados como Eridu, Nippur, Uruk, Kish, Acad, lagash, Ur, larsa e babilónia. Refere que foi neste período em que apareceu a misteriosa raça de sumérios pela primeira vez em cena, para se estabelecer nos terrenos das planícies tórridas do delta do Tigre e do Eufrates, que se tornariam em breve as cidades reais. Surge naquela região lodosa da Suméria toda a síndrome cultural que a partir de então constituiu a unidade germinal de todas as “civilizações avançadas” do mundo. Deu-se a criação factual e claramente consciente da mente e ciência de uma nova ordem da humanidade que jamais havia surgido na história da espécie humana (Joseph Campbell, 1959 “As máscaras de Deus: Mitologia primitiva”). A chamada “revolução urbana” ocorrida na antiga Suméria foi, na verdade, um processo de aprisionamento da vida social pelos muros materiais e espirituais do templo-palácio. Os ritmos da vida social e pessoal neolítica foram radicalmente alterados, substituindo-se os elementos naturais que participavam da existência humana por outros elementos, “sintéticos”, produzidos em laboratório. Um desses principais elementos sintéticos ou artefatos eram as armas. A pedra fundamental da cidade era a arma sagrada (SHU.HA.DA.KU), quer dizer, a arma de uso restrito, que só os superiores podiam manejar. Os registos Sumérios contêm nomes de armas horríveis:
Suméria – diz-se ser o berço da civilização?!…Qual o motivo de tantas armas terríveis? Segundo os textos encontrados, “para destruir as cidades más(?), limpá-las da oposição contra o Altíssimo” ou para “subjugar cidades más em terras estrangeiras”. A expressão “limpá-las da oposição” diz tudo. A oposição ou a não aceitação do jugo dos superiores, é o mal, a sujeira que deve ser limpa porque pode contaminar o que é puro, que precisa ser mantido separado para não ser contaminado. Neste caso, a violação, a destruição e a morte executadas por intermédio da arma justificam-se eticamente. Estão respaldadas pela moralidade estabelecida pelos superiores. As crónicas da corte de AN (posteriormente denominado Anu pelos acádios | Anu ⇔ Anunnaki), o ser supremo, o chefe da dinastia dos DIN.GIR que teria ordenado a colonização do sul da mesopotâmia, estão repletas de intrigas, atentados, golpes de estado e usurpações características de qualquer monarquia antiga. Não eram seres virtuosos esses “deuses” guerreiros, envolvidos constantemente em disputas terríveis por sucessão e supremacia, preocupados acima de tudo com a pureza genética das suas linhagens. Teríamos sido criados, e depois colonizados (rigorosamente falando em termos históricos: civilizados) por seres com uma estrutura moral deplorável, mas possuidores de uma alta tecnologia que lhes garantia, inclusive, a imortalidade. Ou, no mínimo, incomensurável longevidade. Os “deuses” sumérios (que logo foram meio que “copiados” por todas, ou quase todas as civilizações antigas!) não são seres espiritualizados, no sentido que hoje atribuímos a este conceito. Pelo contrário, parecem até ser materialistas. Os “deuses” sumérios são hierarcas, às vezes brutais, genocidas, carnívoros, que ocultam o seu conhecimento para acumular poder e para exercer e ampliar o seu domínio sobre os seus pares e sobre os humanos.
É espantoso que todos os deuses de todas as civilizações antigas se pareçam tanto. Os mais antigos textos encontrados – dos Acádios, Egípcios e dos indo-europeus; e depois dos Assírios, Babilónios, dos Cretenses e Gregos (origem dos Jogos Olímpicos) – contam histórias muito parecidas de deuses, que confirmam relatos Sumérios anteriores. Do vale do Indo ao Mediterrâneo oriental, das margens setentrionais do mar Cáspio ao Golfo Pérsico, das terras banhadas pelo Nilo ao vale Mesopotâmico, entre o Tigre e o Eufrates, e a leste do Tigre, e a oeste do Eufrates, as teogoniassão extremamente semelhantes. Amoritas, Cananitas, Hurritas, Hititas e Arianos, todos dizem que existiam deuses na Terra. Antes dos homens. os homens teriam sido criados para servir os deuses. Em alguns casos como trabalhadores mesmo. Operários amestrados de quem os deuses exigiam trabalho, submissão às regras e oferendas sacrificiais.
Colapso de uma Cultura Doente:
Tribo de Cavaleiros YamnayaO mais violento grupo de pessoas que alguma vez viveu.Uma tribo de indivíduos que viveu no neolítico há mais de 4.000 anos atrás está sendo caracterizada como a sociedade mais violenta e agressiva que já existiu. Um crescente número de provas tem vindo a convencer os arqueólogos de que a sociedade Yamnaya massacrou implacavelmente as sociedades opostas (Oposição/Competição), varrendo a Europa implacavelmente, destruindo civilizações inteiras e deixando um rasto de destruição. Evidências de DNA de vários cemitérios pré-históricos revelaram hordas desses guerreiros altos, musculosos e violentos que atacavam outras sociedades a cavalo matando os homens e fecundando as mulheres de forma a gerar a sua própria descendência genética garantindo, dentro de algumas gerações, a completa erradicação (assimilação) dos vestígios da presença das sociedades anteriores. Fonte da imagem: LINKYamnaya, ancestrais com pele clara e olhos castanhos:Investigadores no campo da Genealogia Genética descobriram esta população europeia fantasma. Este grupo de pessoas era designado por ANE, Ancient Northern Europeans, sendo uma população desconhecida do norte que se misturou com as populações europeias, os caçadores-recoletores e os agricultores do Médio oriente. A descoberta resultou do estudo da sequenciação do genoma de alguns espécimens, incluindo do Altai. Recentemente vários artigos científicos foram publicados como resultado destes esforços de sequenciação de outras 200 espécimens antigas. Os cientistas concluíram que esta população fantasma corresponde aos Yamnaya que iniciaram uma migração em massa em várias direções incluindo a Europa à cerca de 5.000 anos. Alguns cientistas acreditam que a cultura Yamnaya foi responsável pela introdução da PIE, Proto-Indo-European-language (Linguagem Proto-Indo-Europeia).
O Antigo Genoma HUmano sugere mais de 3 populações antigas originárias dos atuais Europeus:
O Ideal Olímpico é uma filosofia que procura civilizar esta tendência destrutiva e bélica introduzida de forma bárbara sobre os povos europeus anteriores. Porém, o Ideal Olímpico apoia-se no modelo de “Oposição-Competição” perpetuando este sistema de crenças marciais. Metáforas BélicasHistoricamente existe uma estreita relação entre a prática do futebol e a guerra. Os primeiros registos de um desporto jogado com bola, extremamente violento (muitas vezes, a cabeça decepada de um inimigo substituía a bola), em que se utilizavam os pés para impulsioná-la, remontam à China, onde se constatou em 2600 a.C., a prática de um jogo chamado “Tsu Chu = bater com os pés numa bola” usada no treino militar. Se atualmente a violência da prática do futebol é atenuada por regras específicas, a violência verbal é, contudo, reforçada na linguagem jornalística. A imprensa desportiva especializada emprega de forma indiscriminada um vocabulário repleto de designações bélicas, enfatizando o conceito de que o jogo futebol é uma guerra, onde as táticas militares tais como a sabotagem e a espionagem fazem parte das estratégias. Como num castelo medieval, o estádio tem bandeiras com brasões e é circundado por um fosso. No centro, existe uma linha divisória em branco, demarcando o território, objeto de disputa. Nas extremidades existem balizas, alvos a ser bombardeados. Antecedendo a pugna, no círculo central, os capitães trocam flâmulas (galhardete) e cumprem um ritual semelhante a uma declaração de guerra. Crença: “A vida é uma luta!…” “A vida é dura!” um combate, uma guerra, uma competição. Vocabulário bélico nos programas de educação física:
Competição Desportiva como Matriz Civilizacional ao Serviço da Paz?
Quando Pierre de Coubertin decidiu reavivar os Jogos Olímpicos em 1894, pretendeu de imediato instituir algo mais do que uma competição desportiva periódica. Pretendeu desde logo, criar um movimento internacional que combinasse Desporto, Juventude, Voluntariado e Educação, algo que proporcionasse a primeira destas componentes – a desportiva – como uma matriz civilizacional e cultural ao serviço da paz. A excelência, a superação pessoal, o respeito pelo fairplay, pelo esforço de todos os atletas, pelas regras da modalidade, em suma, os valores universais do desporto constituem atributos que a Carta Olímpica, o documento fundamental do Olimpismo, consagra e que estão na génese do Plano nacional para a Ética no desporto. Embora o objetivo seja nobre, na verdade existem muitos indicadores que mostram o claro fracasso deste movimento e a sua incapacidade em alcançar os seus objetivos porque se alicerça exatamente na “Competição”, na “oposição” e envolve muitos interesses económicos. Existe uma atitude competitiva, quando o que A faz, é no seu próprio benefício, mas em detrimento de B, e quando B faz em benefício próprio mas em detrimento de A. Nunca o conflito de interesses poderá ser uma linguagem para a paz. A paz depende de situações mutuamente inclusivas, ou seja, para que um indivíduo possa alcançar os seus objetivos, todos os restantes elementos deverão igualmente alcançar os seus respetivos objetivos. Sistema de Crenças 2: Sociedade de ParceriaPorém, a paz só é possível implementar com atividades cooperativas e não competitivas. Tem que haver necessariamente uma mudança de paradigma nas escolas e sobretudo na Educação Física cujos objetivos e conteúdos se devem desvincular do modelo desportivo se queremos promover valores da paz. Uma atitude é cooperativa quando “o que A faz é, simultaneamente, benéfico para ele e para B, e o que B faz é, simultaneamente, benéfico para ambos. Cooperação é um processo onde os objetivos são comuns e as ações são benéficas para todos. Roda da Paz: Pierre WeilCriar ambientes cooperativos e assim solucionar problemas, transformar conflitos, alcançar metas e mobilizar pessoas para realizar objetivos de forma eficiente, produtiva e sustentável.
Antiga Sabedoria das Sociedades Cooperativas:Porém esta visão é contrariada pelo testemunho de Jon Young quando fala da cultura dos bosquimanos. Os Bosquímanos San do Kalahari são os nossos parentes ancestrais mais antigos (eles são de facto um dos povos guardiões desta ligação genuína com a natureza). Eles são mestres da antiga sabedoria de conexão com a comunidade e a natureza. Eles são o “primeiro” povo indígena, as únicas pessoas que nunca migraram da África e a mais longa cultura de caçadores-recoletores da Terra desde há 100.000 anos. Os San continuam a viver em harmonia entre si e com a natureza. Eles caçam alimentam-se, mantendo vivas as tradições e os costumes que alimentam a nossa verdadeira natureza de respeito igualitário, empatia e cuidado uns pelos outros, enquanto vivemos em sábia relação de reciprocidade com a terra. Eles incorporam a conexão entre natureza e comunidade como o mais antigo e mais humano direito inato.
O Projeto Sociedade Cooperativa é uma iniciativa sem fins lucrativos iniciada em 2015. O Projeto tem dois objetivos principais:
Jogo da Paz MundialO jogo ensina os alunos sobre economia e política e reforça a sua literacia e competências no cálculo. Também fortaleceu os laços entre os alunos promovendo relações mais positivas. Através do jogo, os estudantes concentram-se no conceito de paz, não como um sonho inalcançável, mas antes como um objetivo exequível que se pode alcançar. Os alunos terminam este projeto encorajados e empoderados para participar ativamente na nossa comunidade global.
Palavras chave:
Os jogos coletivos desportivos reforçam a crença relativa à necessidade de escolher um lado, um clube, uma fação ou um partido (“uma parte e não o todo”), tal como acontece na política, etc… Os desafios ou conflitos que atualmente enfrentamos no nosso planeta, são “Conflitos Unificadores“, porque nos pedem que estejamos “todos no mesmo lado” e exigem-nos um “Trabalho em conjunto“, colaborativo. Esta é a constatação que estas crianças distinguem com clareza através do Jogo da Paz Mundiale que muitos adultos, cegos pela ilusão da separação/facção (competição-dominação), não conseguem entender e por isso vivem num eterno conflito (oposição). Tecnologia Interior da PazA “tecnologia da meditação”da cultura Védica a qual afirma que todos os tipos de violência social e conflito possuem uma origem comum nomeadamente a tensão e o stress social advém do medo que gera hostilidade entre as fações, nações, religiões e até entre civilizações competitivas. É este stress e desordens sociais que está na origem do crime violento, guerra e terrorismo. A comunidade médica, fundamentada por centenas de estudos científicos, aceitou o facto da meditaçãoconstituir um processo que acalma esta tensão, stresse e hostilidade no indivíduo. Mais recentemente, alguns estudos demonstraram que quando um grupo grande de meditadores se junta com a intenção de beneficiar a sociedade, criam o mesmo efeito tranquilizador e calmante numa comunidade mais alargada. Projeto de meditação de Washington reverte a tendência de crimes violentos em 23,3%. Consultar artigoOu seja, verifica-se que a meditação projetada no grupo, gera um efeito de calma, redução da tensão, stress e hostilidade a nível da consciência coletiva do grupo social alvo verificando-se um impacto positivo a nível dos indicadores de crime, conflito e terrorismo (redução). Estes resultados foram publicados no Journal of Conflict Resolution editado pela Universidade de Yale no âmbito do Projeto Internacional da Paz desenvolvido por Robert M. Oates da Universidade Maharishi.
Sociedade Liberta da Competição – Comparação Simplista:Joel de Rosnay (1975), num excelente livro intitulado “O macroscópio”, Quando aborda a necessária emergência de novos valores na atual sociedade, tanto na esfera do trabalho (economia) como da educação em geral, refere que a competição profissional foi considerada até hoje como uma motivação saudável rumo ao êxito. O novo pensamento rejeita toda a competição herdade na tradicional luta pela vida. Repudia toda a ideia de comparação simplista baseada na excelência e no mérito, uma vez que tais comparações conduzem geralmente a uma classificação arbitrária entre os indivíduos, a juízos de valor que limitam e empobrecem as relações humanas. A sociedade, libertada da ideia de competição, não surge já como uma selva, mas como uma comunidade de interesses cuja evolução assenta na ajuda mútua, na cooperação, na educação recíproca, no partenariado. Artigos Relacionados
Conheça o Projeto Rede Motricidade Humana Quais os tipos de valores éticos e morais são trabalhados na Educação Física?Solidariedade, Justiça, Respeito Mútuo e Diálogo - que são valores morais universais - nos conteúdos Jogos e Brincadeiras da disciplina de Educação Física.
Que valores podem ser trabalhados nas aulas de Educação Física?Durante as práticas das aulas de Educação Física, professor e aluno podem oportunizar vivências que o levem a desenvolver diferentes valores como o respeito mútuo, cooperação, justiça e igualdade. Para o educando, este momento de descontração passa a ser um grande aprendizado o qual ele levará para a sociedade.
Como podemos ser mais éticos nas aulas de Educação Física *?A colaboração, a cooperação, o respeito às regras do jogo, dos limites de determinadas brincadeiras, são todas questões que podem ser tratadas pelos professores nas aulas de Educação Física buscando desenvolver o princípio do respeito mútuo.
Quais são os valores éticos e morais que o esporte promove junto com a educação?Segundo Gil e Ruiz (2007), o desporto é um meio importante para que crianças e jovens adquiram uma série de valores positivos, entre eles a cooperação, o trabalho em equipe, a tolerância e a disciplina.
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