Quais os aspectos o banco deve considerar para classificar o risco de seu devedor?

Risco de Crédito é a possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.

A Gestão do Risco de Crédito é responsabilidade de todas as unidades de negócios. São elas que, em suas operações diárias, assumem risco tendo em vista a rentabilidade dos seus negócios.

Cabe a estas áreas aplicar as políticas, procedimentos, sistemas e modelos para a identificação, avaliação, decisão, mitigação e mensuração do risco de crédito, em todo o ciclo de crédito (pré-concessão, concessão, monitoramento, cobrança, recuperação e renovação do crédito).

As áreas de controle de risco, para desempenharem suas funções, têm acesso irrestrito às políticas, procedimentos, sistemas e modelos das unidades de negócio.

1. Gestão de Crédito

A gestão de crédito é composta pelas etapas de: decisão, formalização, monitoramento e cobrança, adaptados ao perfil dos clientes e segmentos. Esse processo é operacionalizado e controlado por sistemas que possibilitam o acompanhamento contínuo da qualidade da carteira de crédito.

2. Controle do Risco de Crédito

A governança do gerenciamento de risco de crédito é suportada em comitês, que atuam primordialmente avaliando as condições competitivas de mercado, definindo o apetite para risco do BCGBr e revendo práticas de controle e políticas.

OBJETIVOS
Gerenciar o risco de crédito de maneira eficiente e prudente, assegurando-se que a exposição ao risco de crédito é corretamente identificada, medida, administrada e controlada; isso, dentro dos níveis e diretrizes aprovados pelos órgãos de direção do BCGBr.
O gerenciamento integral e dinâmico de risco faz parte das atividades chave do Banco. O risco de crédito é um componente fundamental da estrutura de gestão do BCGBr, motivo pelo qual seu gerenciamento deve ser estruturado conforme os seguintes princípios gerais: 

  • Independência: o gerenciamento de risco como valor prioritário, não negociável e exercido sem concessões frente às pressões externas ou internas.
  • Objetividade: a tomada de decisões está baseada exclusivamente na análise rigorosa das informações sobre os clientes e as operações solicitadas.
  • Globalidade: Intervenção na totalidade do ciclo de risco do Banco.

O Conselho de Administração do BCGBr é o órgão que controla, de maneira global e periódica, o processo de gerenciamento e de controle do Risco de Crédito do Banco.

O gerenciamento de risco do BCGBr, apoiando-se nos princípios gerais acima mencionados, busca a realização dos seguintes objetivos: 

  • Conscientizar todas as áreas do Banco, especialmente as áreas envolvidas no processo / fluxo de crédito, da necessidade e obrigação de alcançar os objetivos acima mencionados;
  • Acompanhamento integral do fluxo de risco de crédito, desde a etapa inicial de estudo de uma operação até seu cancelamento, incluindo o acompanhamento e monitoramento do crédito e um eventual processo de recuperação;
  • Proporcionar a informação gerencial, adequada para cada nível do Banco, sobre a evolução dos riscos e modelos internos, facilitando assim sua integração na estrutura do Banco. 
  • Desenvolver e integrar no gerenciamento de riscos ferramentas avançadas (sistemas, modelos) de controle, classificação e medição do risco de crédito;
  • Alcançar um conhecimento abrangente do perfil de risco dos clientes e dos segmentos nos quais o Banco atua.
  • Dispor de bases de dados completas, consistentes e com mecanismos que permitam identificar as fontes originais do risco do crédito.

PROCESSO DE GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO

O processo de gestão do risco de crédito inclui a descrição e as regras que regem todas as etapas do ciclo do risco de crédito: aprovação, acompanhamento e recuperação.
Os objetivos do processo e gestão do risco do crédito do BCGBr visam ao estabelecimento de um processo de crédito alinhado com a filosofia e missão do BCGBr em matéria de gestão do risco de crédito.
O risco de crédito é uma componente chave das atividades do Banco que considera fundamental a existência de uma gestão integral, proativa e dinâmica do risco. Essa gestão deve ser fundamentada sobre uma estrutura e ferramentas que permitam ao BCGBr atingir os seguintes objetivos: 

  • Facilitar a realização dos objetivos estratégicos do Banco por meio de políticas adaptadas aos segmentos de atuação do Banco;
  • Aplicar eficientemente as políticas relativas à gestão do risco de crédito aprovadas pela Casa Matriz, pelo Conselho de Administração e pelo Comitê de Crédito;
  • Preservar um nível da solvência adequado através de ferramentas e medidas  focadas em atingir rentabilidade compatível com o consumo de recursos próprios;
  • Exercer as atividades de gestão de risco de crédito com eficiência dando ao Banco uma estrutura organizacional adequada e atualizada sobre risco de crédito;
  • Implementar processos de aprovação, acompanhamento e recuperação de crédito ágeis e competitivos, com decisões consistentes com o nível do risco avaliado;
  • Contar com uma avaliação abrangente das características, do perfil de risco e da qualidade de crédito dos clientes e das operações de BCGBr;
  • Estabelecer uma diferenciação eficiente e relevante dos tipos de risco através da classificação da exposição por grupos ou níveis de risco homogêneos;
  • Desenvolver e integrar sistemas, modelos e outras ferramentas adequadas e avançadas em todo o processo de gestão do risco de crédito.

As etapas da gestão do risco do crédito
A presença do risco é inerente a toda operação de crédito. Uma gestão eficiente da carteira de crédito permite combinar rentabilidade das operações com níveis de risco que preservem a solvência do Banco.

O processo de gestão do risco de crédito vai da etapa inicial de análise e formalização de uma operação até seu cancelamento passando por uma fase de acompanhamento e, eventualmente, um processo de recuperação.

Quais os aspectos o banco deve considerar para classificar o risco de seu devedor?

Processo de aprovação
Para a aprovação de crédito, o Banco estabelece um conjunto de critérios que devem ser cumpridos para qualquer operação que comporte uma exposição ao risco de crédito. Neste sentido, os seguintes aspectos são analisados: 

  • A atividade, o histórico e a capacidade técnica e financeira dos clientes;
  • Adequação da operação solicitada às necessidades do cliente;
  • A estrutura das operações solicitadas (garantias, covenants financeiros e não financeiros, etc.);
  • Ratings atribuídos por agências externas (Moody´s, Standard&Poors, Fitch, Serasa Experian);
  • Proposta devidamente argumentada de classificação de Riscos conforme a escala do Banco Central do Brasil;
  • As características das operações a financiar, setor, tecnologia, experiência da empresa, etc.

Formalização e acompanhamento do risco de crédito
Além da análise e da avaliação do risco de crédito conduzidas durante a etapa de aprovação, o monitoramento contínuo dos clientes e das operações exige que se faça um acompanhamento do risco durante toda a vida da operação.
Nessa fase de acompanhamento, o Banco levará em consideração fatores como a evolução da economia, a situação do cliente e do setor de atuação, as operações de crédito existentes (natureza, montante, prazo, etc.). O acompanhamento / monitoramento do risco baseia-se nos seguintes critérios:

  • Utilização de sistemas de indicadores e de alertas da situação e do comportamento dos clientes (ratings externos, alertas do Serasa Experian);
  • Análises periódicas da carteira levando-se em consideração fatores como setor de atividade dos clientes, produtos, prazos, ratings, etc..
  • Monitoramento das operações vigentes incluindo utilizações, excessos, atrasos, rating, documentação, covenants não financeiros e financeiros, etc;
  • Revisões periódicas da situação dos clientes, incluindo informações qualitativas e quantitativas /  financeiras atualizadas. A freqüência dessas revisões deve ser no mínimo anual ou cada vez que o comitê de crédito competente o exigir ou que as circunstâncias o justificarem (por exemplo, quebra de covenant financeiro, aquisição);
  • Reavaliação dos ratings no mínimo com a freqüência requerida pelo Banco Central do Brasil;
  • Monitoramento dos estados financeiros anuais e intermediários dos clientes.

PRINCIPAIS RELATÓRIOS DE RISCO DE CRÉDITO

  • Relatórios dos créditos aprovados e utilizados dos clientes do BCGBr (mensal);
  • Relatórios dos covenants a vencer nos dois próximos meses e vencidos (mensal);
  • Relatórios de revisões vencidas (mensal);
  • Análises mensais ou trimestrais da Carteira de Crédito.

METODOLOGIA PARA CÁLCULO DO CONSUMO DE CRÉDITO DE DERIVATIVOS

O BCGBr utiliza a metodologia da Caixa Geral de Depósitos para cálculo do consumo de Crédito dos derivativos a saber:
Máximo (PV+ RF*nocional , 0)  sendo:

  • PV:  valor atual do contrato.
  • RF : fator de risco.
  • nocional : valor do contrato.

O acompanhamento do derivativo é realizado diariamente com base no MTM, o valor consumido do limite é atualizado quinzenalmente em função do MTM.

Quais são os principais aspectos a serem considerados para o risco de crédito?

Nesse sentido, são considerados aspectos como: Características e estrutura do financiamento/empréstimo; Adequação da operação solicitada às necessidades do cliente; Argumentação da operação de acordo com ratings internacionais e com a classificação de riscos conforme a escala do Banco Central.

Quais os tipos de classificação do risco de crédito de um banco?

Agências de classificação de risco de crédito. Os tipos de rating de crédito. Entenda como funciona a classificação do rating de crédito. ... Escala de rating..

Como avaliar o risco de um banco?

A classificação de risco pode variar entre cada agência, mas elas geralmente são organizadas da seguinte forma:.
nível A (AAA, AA+, A1, A2, Aa): baixo risco de inadimplência;.
nível B (BBB, BB+, B1, B2, Bb): risco médio de inadimplência;.
nível C e variações: risco elevado de inadimplência;.
nível D: em situação de calote..

Quais os riscos de um banco?

Os maiores riscos para o setor bancário decorrem dos empréstimos individuais. A possibilidade de que esses empréstimos não sejam honrados total ou parcialmente são bastante palpáveis. Os bancos, em sua grande maioria, estão sempre dispostos a correr riscos, desde que possam cobrar uma elevada taxa de juros.