O que acontece se eu comer ovo velho?

Para muita gente, se virar na cozinha é saber fazer um ovo frito ou cozido. O que nem todo mundo sabe é que até no preparo do ovo são necessários alguns segredos. Muita gente gosta de comer ovos com a gema crua, mas consumir o alimento assim traz riscos à saúde.

A gema pode carregar uma bactéria, a salmonela, que provoca diarréias, vômitos e desidratação. Em São Paulo, já existe uma lei que proíbe lanchonetes e restaurantes de comercializar o chamado ovo cru.

O ovo já foi considerado o grande vilão pelos cardiologistas, mas recentemente foi absolvido mesmo para quem tem níveis altos de colesterol. É um dos alimentos mais completos, dizem os nutricionistas, com proteína pura.

Dizem que qualquer cozinheiro iniciante sabe fritar um ovo, mas até para isso é preciso ter alguns cuidados. A galinha carrega uma bactéria chamada salmonela, que não faz mal nenhum às aves, mas é muito prejudicial para o ser humano. Essa bactéria pode estar presente na gema do ovo. Por isso, é preciso cozinhar bem antes de comer. A contaminação com a salmonela tem os efeitos de uma forte intoxicação alimentar.

“Uma grande dor de barriga, um grande mal estar, vômito, náuseas e febre. Enfim, o grande problema de uma infecção por salmonela é a desidratação. É um quadro perigoso que pode levar a pessoa à morte”, alerta Rui Dammenhain, especialista em vigilância sanitária do Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária (Inbravisa).

Em São Paulo, uma portaria de 1999 proíbe a venda de ovos crus em padarias e restaurantes. A equipe de reportagem do Bom Dia Brasil foi conferir se a lei é respeitada. Os lugares visitados procuram seguir à risca para evitar problemas com a Vigilância Sanitária e com os clientes. “Ovo com gema mole, por lei, é proibido”, aponta o dono de um restaurante.

Elke Stedefeldt, nutricionista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), recebeu a equipe do Bom Dia com um cardápio variado, com ovos cozidos a dois, quatro e sete minutos. “O ovo cozido por sete minutos é que deve ser servido para todo mundo. Temos o ovo pochê com gema mole e o ovo pochê com gema dura. O de gema dura nós deixamos bem cozido na água”, aponta.

Elke Stedefeldt também ensina como armazenar os ovos. “Guardar fora da embalagem original e na geladeira. É importante guardar dentro de um recipiente que evita com que um ovo se choque com outro, correndo o risco de quebrar. Não se lava o ovo por causa de uma membrana muito importante para protegê-lo. Se tiver alguma rachadura, não pode consumir. É proibida até a venda de ovo rachado”, explica.

“O ovo não é o grande vilão, pelo contrário, o ovo é a melhor proteína que nós temos na natureza. Ele faz a função de melhoria de toda construção de célula, de defesa do seu organismo, crescimento de pêlos, cabelos, unhas. O ideal seria consumir ovos de três a cinco vezes por semana”, diz Alessandra Pereira, nutricionista.

É um alimento cercado de cuidados já na hora da compra. “Eu vejo prazo de validade, eu abro a caixinha, e vejo um por um, mas não costumo lavar”, diz uma consumidora.

Logo depois da compra é importante guardar o ovo sem lavar. “Quando você lava acaba tirando uma película protetora do ovo, na geladeira ele pode se contaminar com microorganismos”, explica.

A nutricionista explica que o ovo só deve ser lavado minutos antes do consumo. “Lave com água corrente antes de usar, depois coloque numa solução de água com 10 gotas de hipoclorito e deixe por 20 minutos, depois enxágue novamente. Na hora de quebrar a casca, ela mesma pode contaminar a clara e a gema”, alerta.

E como saber se ovo é novo ou velho? “Você pode colocar numa água com pouquinho de sal, se o ovo afundar ele é um ovo novo. Se o ovo boiar ele já é um ovo velho”, indica.

Todos os cuidados são importantes para evitar a contaminação com a salmonela responsável por 42% dos surtos por bactérias nos últimos 10 anos no Brasil.

“É uma intoxicação alimentar, que em duas horas pode atingir o trato gastrointestinal com diarréia e vômito, e em 3 a 4 horas pode atingir órgãos vitais como coração, pulmão e aí pode causar a morte”, informa.

Sônia foi vítima de salmonelose e ficou três dias internada com intoxicação alimentar.
Por isso em casa ela se previne. “Não ficam na porta da geladeira porque a porta é o lugar menos refrigerado. E nunca consumimos cru”, conta.

Nessa época de férias muita gente se alimenta fora de casa e os cuidados com os ovos devem ser redobrados. Os nutricionistas orientam a evitar o consumo da maionese e recusar ovo mal passado com a gema mais mole.

Outra dica importante é analisar onde o alimento está sendo conservado. O correto é num lugar quente, exalando fumaça ou num ambiente refrigerado.

O alimento ele tem uma temperatura de segurança que é abaixo de 12 graus no caso de alimentos frios e acima de 60 graus, porque nesse intervalo de 12 a 60 graus existe um risco muito grande de bactérias nesse alimento.
 

O que ovo velho pode causar?

Os perigos do consumo de um ovo estragado são muitos, principalmente a chance de contaminação por Salmonela, bactéria presente na casca do ovo e que, se consumida, pode causar sintomas de mal-estar, como vômito, dores de cabeça e estômago, e calafrios.

O que acontece se comer ovo vencido?

Comer ovos estragados pode ser problemático e gerar mal-estar após o consumo. Essa bactéria causa intoxicação alimentar e tem como efeito diarreia, febre e outras adversidades que costumam demorar até 72 horas para passar.

Quanto tempo ovo fica velho?

Em média, o prazo máximo de consumo deve ser de, no máximo, 30 dias após o dia em que os ovos foram embalados. Quando guardados dentro da geladeira, a data de validade aumenta. Eles podem permanecer em bom estado por pelo menos mais 30 dias além do prazo de validade.

Pode comer ovo envelhecido?

"Se um ovo boiou na posição vertical, ele está indicando para o consumidor que é mais envelhecido. Não significa que é impróprio para o consumo, muito pelo contrário", explica. Segundo ele, o consumidor deve estar atento às alterações de cheiro e se a casca tem ruptura.