A difícil recuperação económica da europa e a dependência em relação aos estados unidos.

Plano Marshall, ou Plano de Recuperação Europeia, foi um programa de ajuda econômica dos EUA aos países da Europa Ocidental após a II Guerra Mundial. O objetivo do plano era reconstruir economicamente os países europeus ocidentais que foram destruídos ou que sofreram perdas com a ocorrência da guerra.

O Plano Marshall recebeu esse nome em homenagem a seu idealizador George Catlett Marshall, um general do exército estadunidense, e totalizou um aporte de 18 bilhões de dólares aos europeus, utilizados para a reconstrução de edificações e indústrias, importação de alimentos e mercadorias industrializadas, bem como no financiamento da agricultura.

Alguns órgãos foram criados para administrar os recursos financeiros, como a Administração de Cooperação Econômica, pelos EUA, e a Organização Europeia de Cooperação Econômica (OECD).

O Plano Marshall vigorou entre 1947 e 1951, sendo o principal motivo para o rápido arranque econômico dos países europeus. Os principais beneficiados foram a Inglaterra, a França e a Itália, entre os europeus, e os EUA, que conseguiram criar as instituições de fortalecimento da internacionalização dos capitais na segunda metade do século XX.

Outro objetivo do Plano Marshall era realizar uma propaganda maciça contra a URSS, estabilizar a situação política e social na Alemanha e conter o avanço do poder de partidos comunistas na França e na Itália. Com a vitória soviética na II Guerra Mundial, o prestígio da URSS estava em alta, além das tropas do Exército Vermelho estarem estacionadas em países da Europa centro-oriental.

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Os capitalistas dos EUA e da Europa Ocidental apostavam na recuperação econômica e na melhoria dos níveis de consumo material da população, além da criação de uma forte estrutura estatal de oferecimento de serviços sociais, nas áreas de saúde, educação e emprego, por exemplo. Dessa forma, eles pretendiam mostrar que o modelo de capitalismo ocidental era melhor que o capitalismo soviético (erroneamente chamado de comunismo).

O Plano Marshall mostrou-se eficiente e garantiu altas taxas de crescimento econômico aos países da Europa Ocidental nas décadas posteriores ao fim da II Guerra Mundial. O plano serviu ainda para criar as bases do chamado Estado de Bem-Estar Social, que seria atacado a partir da década de 1970. Além disso, o Plano Marshall possibilitou a transnacionalização do capitalismo ocidental, sendo um dos motivos para a vitória da esfera de influência dos EUA na Guerra Fria.


Por Me. Tales Pinto

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A difícil recuperação económica da europa e a dependência em relação aos estados unidos.

A difícil recuperação económica da europa e a dependência em relação aos estados unidos.

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História A
As transformações das primeiras décadas do século XX
UM NOVO EQUILÍBRIO GLOBAL
A geografia política após 1ªGuerra Mundial
	A Primeira Guerra Mundial foi impiedosamente destrutiva para a maioria dos países da Europa, tanto para aqueles pertencentes à Tríplice Aliança como para aqueles da Tríplice Entente, as principais forças que se debateram no conflito. Em 1918, a Alemanha foi praticamente encurralada pela milícia dos Aliados e não teve outra opção senão render-se. Foi então que, a 11 de novembro de 1918, se decidiu assinar o Armistício de Compiègne, que serviria como uma espécie de introdução ao Tratado de Versalhes.
	Contudo, e antecipado a esses documentos, já tinha surgido outro, redigido pelo Presidente Norte-americano, W. Wilson que, denunciando como desumana tal forma de fazer guerra – causa de danos nas vidas e nos bens dos cidadãos –, assinalava uma forma de fazer uma paz sem vencedores nem vencidos, deixando, assim, resolvidos os anteriores problemas de maneira a que nunca mais pudesse existir outra guerra posterior. O seu plano de catorze pontos propunha acabar com as disputas coloniais, a autodeterminação dos povos submetidos pela Europa, a proibição dos tratados internacionais secretos (diplomacia transparente), a liberdade dos mares e das trocas comerciais entre os EUA e a Europa, a limitação dos armamentos e, o que constituía a maior originalidade, a criação de um organismo internacional – a Sociedade das Nações – que impediria novas confrontações entre os Estados.
	Foi somente no ano seguinte, em 1919, e apesar da dificuldade em definir consensos, surgiram os acordos de paz, entre eles: o Tratado de Versalhes (28 de junho), o de Saint-Germain-en-Laye, o de Trianon, o de Neuilly e o de Sèvres, assinados com a Alemanha, a Áustria, a Hungria, a Bulgária e o Império Otomano, respetivamente, e que redecretavam uma nova conceção dos mapas geográficos e políticos europeus, isto é, uma nova ordem internacional.
Politicamente, divulgados os tratados e deposto regime czarista na Rússia, outras regiões constituintes dos vários Impérios – Alemão, Austro-Húngaro, Otomano – reivindicam a sua independência e autonomia, proliferando os estados-nação, como é o caso da Finlândia, da Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Checoslováquia, Jugoslávia e Hungria. O choque armado contribuiu, deste modo, para a queda dos Impérios de cunho clássico, autoritários e personalizados, e para a ampliação do sistema democrático parlamentar, o qual vigorou durante algum tempo nestes novos países. Por outro lado, a França, a Itália, a Dinamarca e a Grécia, vêm alargados os seus domínios territoriais, preenchendo o lugar da Alemanha, da Áustria e da Turquia, as principais perdedoras do conflito. E, como se não bastassem as perdas geográficas e económicas, como sendo a perda de população, de mão de obra, das colónias, da frota de guerra e mercante e das minas de Sarre, os Aliados decidiram retirar à Alemanha o seu poder militar.
Depois da paz reestabelecida e de punidos os vencidos, “responsáveis” da guerra, a Europa resolveu finalmente concretizar o projeto proposto pelo Presidente Wilson, a Sociedade (ou Liga) das Nações, que viria a pôr em prática esta nova ordem internacional prometida, assente no direito dos povos a disporem de si próprios e no respeito pelos seus Estados soberanos, na autonomia e no espírito democrático progressivamente evoluído. 
No entanto, tal projeto concluiu em fracasso, embora tenha emergido de uma intenção positiva, como um instrumento de esperança e de harmonia pacífica entre os estados-membros. Com sede em Genebra, a SDN possuía uma Assembleia Geral, onde se reuniam regularmente os representantes de cada um dos países. Havia igualmente um Conselho, um Secretariado e outros organismos importantes, como o Tribunal Internacional de Justiça, que tencionava instituir um clima de equidade entre todos, o Banco Internacional, a Organização Internacional do Trabalho e a Comissão Permanente dos Mandatos.
Mas o afã de vingança dos vencedores semeou, em lugar de suprimir, os motivos para futuros conflitos, pois, aprovada a sua criação numa das cláusulas do Tratado de Versalhes, ela pressupunha uma humilhação constante dos países perdedores. Além disso, também os Aliados se mostravam insatisfeitos, pois algumas das promessas circunscritas nos tratados não tinham sido cumpridas e a importância de certas minorias nacionais não tinha o mesmo valor em relação a outros estados-membros. Além disso, os Estados Unidos renunciaram-se a participar na organização, devido à violação de alguns aspetos referidos nos catorze pontos de Wilson, como, por exemplo, a transparência e a imparcialidade nos tratados diplomáticos. Assim, tudo isto contribuiu para o insucesso e o fiasco da ideia inicial de uma comunidade fraterna e pacífica, regida por sentimentos cívicos e de respeito entre os países da Europa.
A difícil recuperação económica da Europa
 e a dependência em relação aos Estados Unidos
	Economicamente, o conflito provocou o momentâneo relançamento dos países neutrais (Países Baixos, Suíça, países escandinavos, Espanha, na parte latino-americana). Contudo, os resultados foram traumáticos para as economias da Europa combatente ao produzir-se uma rotura nos circuitos comerciais tradicionais, dada a estagnação do setor agrícola e industrial, e na generalização de políticas inflacionárias, que trouxeram a desvalorização da monetária devido às emissões massivas de notas para solucionar as dívidas e multiplicar os meios de pagamento. Foi precisamente nesta altura que a Áustria abriu falência, tendo sobrevivido à custa do financiamento disponibilizado pela Sociedade das Nações. 
Os países europeus recorreram principalmente aos empréstimos financeiros dos Estados Unidos para recuperar a sua prosperidade económica, para o pagamento das suas dívidas de guerra, para a importação de bens essenciais, pois a agricultura e a indústria tinham sido arrasadas, arrastando-se para uma grave dependência em relação aos EUA que nunca foi totalmente ultrapassada. No entanto, podemos afirmar que o espaço europeu conseguiu superar as suas complicações pós-guerra, tanto pelo auxílio americano como da contenção da emissão de moeda e a diminuição da inflação, com a redefinição do padrão-ouro.
	No entanto, a difícil restabelecimento económico dos países europeus favoreceu a ascensão dos Estados Unidos, porque, além de afastados do teatro das operações beligerantes e continuando a produzir e a exportar normalmente ao longo da guerra, foram eles que disponibilizaram os meios financeiros necessários à reconversão económica da Europa, que requeria constantemente empréstimos aos seus bancos. Todavia, registaram também uma breve crise, que logo se recompôs dados os esforços de reequilíbrio económico, nomeadamente através da aplicação dos métodos de racionalização do trabalho na indústria – o taylorismo, as concentrações empresariais – e iniciou um período de grande florescimento e abundância, frequentemente enunciado como os loucos anos 20, caracterizados por um ambiente de otimismo e confiança no sistema capitalista.
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A REVOLUÇÃO RUSSA
A Rússia antes da Revolução
A Primeira Guerra Mundial afetou, em maior ou menor medida, todos os estados do Mundo, mas nenhum tanto como a Rússia. Com efeito, as consequências do conflito bélico só iriam alterar o precário equilíbrio social, político e económico existente no império autoritário e repressivo dos czares, como dariam lugar a um tumulto revolucionário sem precedentes na História contemporânea. 
	Definitivamente, e do ponto de vista económico e social, o Império Russo esteve submetido, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, a um importante processo de transformação nas suas indústrias. Um rápido e concentrado desenvolvimento tinha provocado a existência de numeroso proletariado (força fundamental no processo revolucionário) em Petrogrado e Moscovo. No campo, apesar de uma relativa modernização, os desequilíbrios