Quando o instagram chegou no brasil

Stories, #tbt, Reels e IGTV. Alguns destes termos fazem parte do cotidiano de mais de um bilhão de usuários da rede social Instagram, que completa dez anos de lançamento nesta terça-feira, 6 de outubro. O app criado pelo norte-americano Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger (@mikeyk) em 2010 é quase irreconhecível em sua versão atual se comparada com a inicial.

Esta também foi a impressão de Krieger quando Kevin apresentou o app, que estava em desenvolvimento. Em entrevista à Exame, o paulistano revelou que o sócio mostrou a ele um aplicativo com funcionamento semelhante ao Foursquare, mesclando geolocalização com status e fotografia. Era uma interface “suja” e “semelhante aos outros no mercado”, e Krieger soube que poderia melhorá-lo.

A dupla conseguiu um investimento inicial de US$ 500 mil, mas o processo de criação foi turbulento e beirou à desistência. Hoje, integra a seleta lista das redes com mais de um bilhão de usuários. Para rememorar os dez anos da rede social de fotografia mais popular do mundo, O POVO relembra o que mudou de lá para cá. As informações são do TechTudo, da Exame e do The Guardian. Confira:

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2010: O início do Instagram

Quando foi lançado em 6 de outubro de 2010, o Instagram tinha um formato bem específico: permitir compartilhamento de imagens em proporção 1x1, isto é, imagens quadradas. A primeira foto foi postada pelo fundador, Kevin Systrom (@kevin), e mostra o pé dele ao lado do seu cachorro, um labrador. Na legenda, apenas uma palavra: “test”.

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Uma publicação compartilhada por Kevin Systrom (@kevin) em 16 de Jul, 2010 às 2:24 PDT

O Instagram foi lançado somente para o sistema operacional iOS, portanto somente os usuários de iPhone e iPad utilizavam a rede social. Naquela época, o desenho do app e mesmo os filtros lembravam fotografias analógicas. O design dos botões e ferramentas do Instagram usava, basicamente, as cores azul e branco.

Nas primeiras 24 horas, 25 mil pessoas baixaram o aplicativo. Já em 2011, o Instagram foi eleito o melhor app da Apple Store. Quando chegou a 2012, já tinha mais de 15 milhões de usuários. A popularidade da ferramenta, mesmo restrita a um único sistema operacional, chamou atenção de outra rede social que crescia vertiginosamente à época: o Facebook. Em abril de 2012, o grupo de Mark Zuckerberg comprou o Instagram e um novo capítulo começou para a rede social.

2012: Compra pelo Facebook e chegada ao Android

Em 3 de abril de 2012, o Instagram disponibilizou o app para o sistema operacional Android, o mais popular do mundo. Somente nos primeiros seis dias foram 5 milhões de downloads. Em 9 de abril, o Facebook investiu 1 bilhão de dólares na compra do aplicativo. A dupla de criadores, Systrom e Krieger, continuou no comando de desenvolvimento da rede social, com promessa de independência por Zuckerberg.

Em julho de 2012 o Instagram já possuía mais de 80 milhões de usuários. No mesmo ano, nasceu a versão desktop para a rede social, que permitia a navegação sem o uso de um smartphone.

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2013 a 2015: Direct, vídeos mais longos e fotos em novos formatos

Em fevereiro de 2013, mais de 100 milhões de usuários utilizavam o Instagram para compartilhar fotos do dia a dia. Naquele ano, o app permitiu, pela primeira vez, a postagem de vídeos. Àquela altura, nada de Stories. Eram vídeos suportados apenas no feed e com 15 segundos de duração, no máximo. Também não podiam ser importados da galeria: era preciso filmar direto do app. Depois, no mesmo ano, a importação foi permitida.

Ainda em 2013, a função de fotos do feed ganhou novas ferramentas que permitiam, por exemplo, ajustar o ângulos das fotos, além de mexer individualmente no brilho, contraste, temperatura, entre outros. Também foi lançada, mais para o fim do ano, uma versão beta do Instagram para o sistema Windows Phone. A plataforma finalmente ganhou seu próprio chat com o Direct, assim como o Facebook já contava com o Messenger.

Em agosto de 2014, a empresa lançou o segundo aplicativo a compor a família do Instagram, o Hyperlapse. Com foco em vídeos gravados sem tripé, ou seja, direto no smartphone pelas mãos do usuário, a ferramenta estabiliza a imagem e cria time-lapses. O app foi lançado somente para iOS e ainda hoje é exclusividade dos usuários da Apple.

Em 2015, a rede social fez algumas das suas mais importantes atualizações até hoje. A ferramenta passou a aceitar vídeos maiores que 15 segundos no feed, com um limite de 1 minuto mantido até hoje. A restrição de fotos quadradas também caiu e foram liberados outras proporções, como o de paisagem (16:9). A mudança pôs fim à obrigatoriedade do padrão quadrado, a marca do Instagram até então.

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CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, adquiriu o app com a promessa de independência para os criadores (Foto: BERTRAND GUAY / AFP)

Em maio de 2015, o terceiro app da família Instagram foi lançado, o Layout. Simples, disponível em Android e iOs, a ferramenta permite criar colagens, unir várias fotos em uma só. Em outubro do mesmo ano, o Instagram lançou o Boomerang, um app auxiliar que transformava uma sequência de fotos em vídeos animados, como gifs.

Falando em números, naquele ano de 2015, a rede social alcançou 400 milhões de usuários, grande parte vinda da Brasil, do Japão e da Indonésia. No que se refere à família Instagram, embora os apps Boomerang e Layout ainda existam, funções semelhantes às suas, inclusive com o mesmo nome, foram incorporada posteriormente pela função Stories, que seria lançado em 2016.

2016 a 2017: Mudanças no design e lançamento do Stories

Até 2016, continuava o layout baseado em azul e branco do Instagram, assim como o ícone do app, semelhante a uma câmera Polaroid. Naquele ano, o design da rede social passou por uma revolução. A imagem da câmera marrom foi transformada em contornos brancos no fundo róseo, assim como os outros ícones da família Instagram: Hyperlapse, Layout e Boomerang.

Internamente, o design também mudou. A barra azul de navegação deu adeus e entrou uma mais clean, preto no branco, que tem sido aperfeiçoada desde então, mas sempre mantendo estas duas cores, sem resquício daquele azul.

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Em 2016, o app passou por uma completa reformulação no design, que também afetou os outros aplicativos da família Instagram (Foto: Reprodução/Blog Prototypr)

Em 2016, a plataforma lançou o Instagram Stories. A ferramenta permite a publicação de fotos e vídeos que desaparecem em 24 horas. A novidade foi basicamente sugada do Snapchat, um app cuja função é exatamente esta, ainda que ofereça maior controle ao usuário - é possível escolher durações mais flexíveis para os posts.

Àquela época, o Snapchat crescia nos EUA como um fenômeno entre os jovens. Quando o Instagram incorporou o Stories, mais limitado que o Snapchat, foi criticado por “copiar” a rede social concorrente. Nos meses seguintes, o Stories ganhou novas possibilidades, como textos, gifs, filtros. Em 2017, a função Stories chegou ao Facebook e ao Whatsapp, outras redes sociais do grupo de Zuckerberg. A versão desktop continua limitada se comparada às funcionalidades do app nos smartphones, mas desde 2017 permite a visualização de Stories.

As novidades de 2017 não pararam por aí: já no início do ano o feed passou a permitir as galerias, posts únicos com até dez itens, entre fotos e vídeos. Com Stories a todo vapor, as transmissões ao vivo foram habilitadas por meio do Instagram Live. No mesmo ano foi permitido que usuários seguissem hashtags, recebendo conteúdos sobre aquele tema de interesse.

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Os Stories chegaram em 2016 e, desde então, têm recebido constantes melhoramentos (Foto: Reprodução/TechCrunch)

Já naquela época, as hashtags eram utilizadas nas legendas e uma delas, #tbt (significa "Throwback Thursday", em português, algo como "quinta-feira da nostalgia", é uma das mais utilizadas ainda hoje no mundo. Por volta de setembro de 2017, mais de 800 milhões de usuários estavam no Instagram.

2018 a 2020: IGTV, Reels, Instagram Shopping

Em junho de 2018, o Instagram bateu a marca de 1 bilhão de usuários. O número alçou o app à lista exclusiva de redes com mais de 1 bilhão de inscritos, composta, em sua maioria, por aquelas pertencentes ao grupo de Zuckerberg. Também em 2018, os criadores Mike Krieger e Kevin Systrom deixaram o Instagram, no que muitos apontam como descontentamento com as contínuas interferências de Zuckerberg no app.

Todavia, 2018 marcou uma nova onda de expansão dos formatos do Instagram. Logo no início do ano, o Instagram Shopping foi expandido para vários países, dentre os quais o Brasil. A iniciativa, mais uma na busca de monetização da rede, permite a anunciantes adicionar links direto nos posts, tornando as fotos clicáveis. O Shopping foi uma adição ao feed, mas também cria anúncios entre os Stories.

Em junho de 2018 foi lançado o IGTV, uma função de vídeos mais longos dentro da plataforma. O IGTV cria uma nova área no app, semelhante aos canais do YouTube - controlado pelo Google -, com listas de vídeos, permitindo comentários e também a postagem de uma prévia no feed. Inicialmente, a ferramenta só admitia vídeos na vertical.

A bio - espaço de descrição dos usuários em seu perfil - passou a aceitar links e hashtags, o que antes só era permitido a perfis públicos (aqueles verificados e com determinado número de usuários). No entanto, para adicionar um link em um Stories (aquele “arraste para cima”), ainda é necessário ter um mínimo de 10 mil seguidores ou uma conta verificada.

Em 2019, vídeos horizontais foram permitidos no IGTV. É possível fazer lives no Instagram e salvar, ao fim, o conteúdo no IGTV. Os Stories continuam a ser turbinados com o acréscimo de novas funcionalidades, como a adição de músicas e letras. Ainda no ano passado, o recurso Cenas chegou ao Brasil com uma proposta de dar maior liberdade de edição aos vídeos, incluindo o uso de figuras, time-lapse, cortes, entre outros.

Em 2020, o grande anúncio foi a chegada do Reels, uma ferramenta para competir com o Tik Tok, app de vídeos que se tornou fenômeno mundial e tem sido alvo de polêmicas em vários países por sua suposta ligação com o regime chinês. O Reels é quase uma espécie de sucessor do Cenas, porém ganhou aba própria - assim como IGTV - e pode ser visualizado no feed. Com o Reels, os usuários editam vídeos com ainda mais ferramentas, como seleção de áudio, reordenação de cenas, temporizador e novos filtros.

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O Reels aproximou o Instagram do Tik Tok e colocou o app norte-americano em competição direta com o asiático (Foto: Divulgação/Instagram)

Já há algum tempo, o Instagram Shopping ganhou uma área na aba Explorar do Instagram, que apresenta conteúdos sugeridos pelo algoritmo para o usuário. Nesta segunda-feira, 5 de outubro, foi anunciado que o Instagram Shopping será estendido para o IGTV. Quando o usuário assistir um vídeo com anúncio, aparecerá, ao lado das opções de curtir, comentar e responder por Direct, uma sacolinha, indicando que dos itens exibidos no vídeo há produtos à venda. A empresa já anunciou que, em breve, a funcionalidade também irá aparecer nos Reels.

Neste ano, o Direct finalmente foi liberado para a versão desktop e, na semana passada, o Facebook anunciou que o Messenger e o Direct do Instagram seriam integrados, o que permitira aos usuários conversar com contatos destas redes ainda que algum dos usuários não tenha conta em uma das duas redes. Recursos do Messenger com o “Assistir Juntos”, que permite aos usuários assistir um vídeo ao mesmo dividindo a tela, serão incorporados pelo Direct, inclusive com a possibilidade de assistir juntos publicações do IGTV.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Quando foi lançado o Instagram no Brasil?

No dia 3 de abril de 2012, a Instagram disponibilizou o seu aplicativo para a plataforma Android, do Google.

Como era o Instagram em 2010?

Quando foi lançado em 6 de outubro de 2010, o Instagram tinha um formato bem específico: permitir compartilhamento de imagens em proporção 1x1, isto é, imagens quadradas.

Qual foi o primeiro usuário do Instagram?

Imagem foi postada pelo CEO e cofundador da empresa A imagem com um cachorro ao lado de um pé foi postada em 16 de julho de 2010 pelo CEO e cofundador da rede social Kevin Systrom. Na época, o aplicativo de fotos era chamado de Codename, e, em outubro de 2010, foi lançado para o público já como Instagram.

Foi um brasileiro que criou o Instagram?

Mike e a saída do Instagram.