Qual a importância da educação alimentar e nutricional nas escolas?

Qual a importância da educação alimentar e nutricional nas escolas?

Legenda: O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) atende a mais de 40 milhões de estudantes brasileiros da rede pública de ensino

Foto: © WFP

O Dia Nacional da Alimentação nas Escolas - 21 de outubro - foi criado para lembrar a importância da educação alimentar e nutricional para toda a comunidade escolar, incluindo estudantes, famílias e professores. Ao valorizar a educação alimentar, é possível também valorizar a cultura e a tradição, que fazem parte da história de cada região. A educação alimentar também permite que alunos, famílias e professores passem a conhecer o valor nutricional dos alimentos, fazendo a ligação com as formas de produção, armazenamento, transporte e elaboração de cardápios ofertados nas escolas.

No Brasil, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) atende a mais de 40 milhões de estudantes da rede pública. Com apoio do Centro de Excelência do Programa mundial de Alimentos (WFP), vários países conheceram e se inspiraram no programa para criar suas próprias políticas nacionais. Um exemplo desse trabalho de cooperação é o Togo, que recentemente aprovou uma lei nacional de alimentação escolar. O programa de alimentação escolar brasileiro prevê que o cardápio servido nas escolas seja elaborado por nutricionistas, observando os hábitos alimentares e a cultura local. Além disso, 30% dos alimentos usados para compor as refeições devem ser adquiridos da agricultura familiar.

Atualmente, 49,5 milhões de crianças menores de cinco anos em todo o mundo têm baixo peso para a estatura. Ao mesmo tempo, aproximadamente 40 milhões de crianças na mesma faixa etária estão com sobrepeso. A educação alimentar é uma ferramenta importante para construir hábitos mais saudáveis e sustentáveis, que terão impacto na saúde das populações.

Para enfrentar o problema da múltipla carga da má-nutrição, o Centro de Excelência do WFP, o Ministério da Saúde e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) criaram o Projeto de Cooperação Sul-Sul para o Enfrentamento da Múltipla Carga da Má Nutrição em Escolares. O objetivo é promover a troca de experiências exitosas entre o Brasil, a Colômbia e o Peru, que são os países participantes. A primeira reunião virtual do projeto aconteceu no início de outubro.

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Antes de mais nada, responda sinceramente: você dá (ou daria) a seus filhos a mesma alimentação que teve na sua infância e adolescência? É bem possível que a resposta tenha sido um alto e sonoro não, certo? Salgadinhos, biscoitos recheados, refrigerantes, balas, pirulitos e chicletes eram extremamente comuns há até não muito tempo. Hoje, porém, a conscientização sobre a importância de uma alimentação saudável desde cedo tem ganhado cada vez mais força, resultando em mudanças nas instituições escolares.

O estado de Santa Catarina saiu na frente, criando, em 2001, a primeira lei sobre o assunto. Com o passar dos anos, o mesmo aconteceu em diversas partes do país. O movimento começou vetando a comercialização de alimentos não saudáveis dentro das escolas, promovendo a substituição de produtos industrializados por comida de verdade e a troca de frituras por assados, por exemplo. Mas o que vem acontecendo de lá para cá é o desenvolvimento de políticas institucionais focadas na melhoria dos hábitos alimentares de crianças e adolescentes. Quer entender mais sobre o assunto? Confira!

A boa alimentação se reflete na qualidade de vida e do aprendizado

Em uma sociedade tão focada na questão estética, a tendência quando falamos em alimentação é relacioná-la à batalha de gordura versus magreza ou à contagem de calorias. Mas por mais que prevenir a obesidade seja sim importante, evitando o surgimento de muitas doenças, a realidade é que o que comemos exerce uma influência bem mais ampla, afetando diversos outros âmbitos da vida.

É inegável: a qualidade da alimentação está diretamente relacionada à qualidade de vida. Além de influenciar diretamente nossa saúde e nossa longevidade, o que ingerimos durante as refeições se reflete inclusive em nosso humor e em nossa capacidade de trabalhar, estudar e sentir prazer. E não podemos nos esquecer que, ao falarmos de escolas, estamos falando em crianças e adolescentes, indivíduos em plena fase de desenvolvimento! Obviamente, portanto, nesse momento é ainda mais importante que os nutrientes necessários estejam presentes nas refeições.

A educação alimentar é sinônimo de educação do paladar

Embora já não cause mais tanto espanto ver crianças comendo legumes, verduras, grãos e todo tipo de alimento, a lógica do paladar infantil, que diz que crianças e adolescentes sempre darão preferência a pizza, macarrão, bife e batata frita ainda é uma realidade. Considerando que comer é um ato normalmente relacionado ao prazer, uma estratégia que tem se mostrado vencedora nesse convencimento é demonstrar, na prática, que comidas saudáveis também podem ser saborosas.

Nesse sentido, o ideal é que, desde os primeiros meses, as crianças já tenham contato com os mais variados tipos de alimentos para adquirir bons hábitos e aprender a sentir prazer com as experiências sensoriais proporcionadas por diferentes sabores, texturas e consistências. Lembre-se: o repertório do paladar se forma cedo. De toda forma, embora seja mais difícil reeducar do que educar, essa não é uma tarefa impossível.

Felizmente, vivemos um momento em que comer bem está na moda — prova disso é a enorme quantidade de programas de TV e séries dedicadas ao assunto. Outra mudança mais que bem-vinda no comportamento moderno é um estímulo cada vez maior à prática de exercícios físicos, o que também acaba estimulando a adoção de um estilo de vida mais saudável.

As disciplinas tradicionais também são fontes de consciência alimentar

Quanto mais velha é a criança, maior se torna sua capacidade de compreensão. Assim, o ensino de outras disciplinas (como Química, Biologia e História) acaba se tornando um aliado da educação alimentar. Ao saber como se dá a metabolização dos nutrientes, entender suas funções no organismo, a origem geográfica dos diferentes alimentos e como a evolução do preparo culinário aconteceu ao longo da história, por exemplo, seu filho conseguirá fazer associações com sua alimentação diária.

De uma forma natural, a curiosidade e o conhecimento acabam por, pouco a pouco, construir um paladar sofisticado e, consequentemente, saudável. Pense bem: é na sala de aula que os alunos podem ter introjetada a percepção de que, para ser considerada saudável, a alimentação deve reunir todas as substâncias de que o corpo precisa para funcionar corretamente. Aqui, a palavra-chave é variedade!

A parceria com a família é fundamental para o sucesso da educação alimentar nas escolas

Além de incluir a educação nutricional de maneira transversa no currículo, muitas escolas fazem isso ainda mais diretamente, ao preparar e oferecer as refeições dos alunos. Isso acontece especialmente na pré-escola, ambiente em que não são nada incomuns relatos de crianças que não comem esse ou aquele alimento em casa comerem de tudo quando estão entre colegas e professores. Porém, escolher uma escola com ótimos refeitórios ou um excelente plano de educação alimentar não é garantia de nada.

Como em todos os aspectos fundamentais da formação das crianças, delegar totalmente uma tarefa é uma decisão falha. Mais uma vez, o exemplo vale ouro. Não adianta querer que seu filho coma uma banana no lanche do final de semana se os pais comem um salgado frito. Da mesma forma, de nada serve o professor pregar sobre os benefícios de se tomar sucos naturais e muita água se é visto pelos corredores da escola tomando uma latinha de refrigerante.

Mesmo em escolas em que as consideradas porcarias já foram banidas das cantinas e lanchonetes há tempos, o consumo de alimentos não saudáveis ainda teima em existir, já que muitos alunos levam as guloseimas pouco indicadas de casa. Muitas vezes, isso acontece por falta de conhecimento da própria família a respeito da seriedade do problema. Para essa parceria dar certo, é preciso ir em busca de informações. O documentário Muito além do peso, disponível na íntegra neste link, por exemplo, é um retrato do quanto o que colocamos na mesa para nossos filhos e como eles se alimentam no dia a dia influencia todos os aspectos de suas vidas. Que tal começar por aí?

Agora que você já sabe mais sobre a importância da educação alimentar nas escolas, aproveite para ler também nosso post sobre outros princípios que pais e escolas devem trabalhar em conjunto!

Qual a importância da educação alimentar e nutricional para a alimentação escolar?

A educação alimentar e nutricional (EAN) tem por finalidade contribuir para a promoção e a proteção da saúde, através de uma alimentação adequada e saudável, desempenhando seu crescimento e desenvolvimento humano conforme as políticas públicas em alimentação e nutrição (PNAN, 2012).

Qual a importância da educação alimentar na família e na escola?

Benefícios da Educação Alimentar Além de garantir hábitos melhores, a educação alimentar pode conscientizar a criança sobre o que é necessário, importante e indescartável em sua rotina, podendo ajudá-la a escolher de forma autônoma o que deve ou não comer e o que trará ou não benefícios.

Como trabalhar educação alimentar e nutricional nas escolas?

Dicas de como trabalhar a educação alimentar nas escolas Uma das opções clássicas é levar os alunos para a cozinha e trabalhar com eles os ingredientes utilizados nas receitas preparadas. Outra boa ideia é preparar um piquenique, em que os alunos podem levar alimentos que gostam, de preferência os que tenham rótulos.

Qual é o papel da escola na construção de uma alimentação saudável?

“A escola tem o papel de fornecer a refeição baseada nas recomendações nutricionais de cada criança, considerando o tempo em que elas estão naquele espaço. E também promover ações capazes de introduzir novos alimentos e fazer com que os estudantes conheçam, manipulem e mastiguem novos alimentos”, afirma.