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O Guia Alimentar para a População Brasileira é um documento oficial do Ministério da Saúde, que apresenta informações e recomendações sobre uma alimentação adequada e saudável. Foi publicado em 2014 e constitui-se como um instrumento de apoio às ações de educação alimentar e nutricional no SUS (Sistema Único de Saúde) e em outros setores. Contudo, não é voltado apenas para agentes de saúde, mas sim para a população brasileira no todo. O guia traz, em 5 capítulos, (1) princípios que orientaram a sua elaboração, que consideram não só aspectos nutricionais, como também sociais, culturais e ambientais nas práticas alimentares; (2) recomendações gerais sobre a escolha dos alimentos, conceituando e diferenciando alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados; (3) orientações sobre como combinar os alimentos nas refeições, valorizando as culturas culinárias das diferentes regiões do Brasil; (4) orientações sobre o ato de comer e a comensalidade, em que se deve levar em consideração o tempo, o espaço e a companhia; e (5) fatores que podem ser obstáculos para a adesão das pessoas às recomendações dadas. Além disso, ele traz as recomendações sintetizadas em “Dez Passos para uma Alimentação Adequada e Saudável”. Capa da versão resumida do guia alimentarContudo, como é um material extenso, o guia acaba não sendo acessível ao dia a dia da população. Devido a isso, o Ministério da Saúde elaborou uma versão de bolso para o guia, que sintetiza o conteúdo do material original. Essa versão resumida é uma alternativa prática e dinâmica para a comunidade brasileira em geral. Em âmbito internacional, o guia alimentar brasileiro tem sido considerado referência. Esse reconhecimento é devido às valorizações que ele traz, como ao ato de comer em companhia e à diversidade cultural, e por ter um foco maior na qualidade dos alimentos do que na quantidade, tendo como orientação-chave fazer de alimentos in natura e minimamente processados a base da alimentação. Essa abordagem, que deixa de lado a pirâmide nutricional e a determinação de porções diárias de alimentos e que inclui aspectos sociais, ambientais e culturais, é o que o destaca. Acesse aqui o Guia Alimentar para a População Brasileira em pdf. Acesse aqui a versão resumida do guia em pdf. Imagem: Pixabay.comVamos conhecer o Guia Alimentar para a População Brasileira? O direito à alimentação é um direito social garantido aos brasileiros pela Constituição Federal de 1988. Sua inclusão à Carta Magna indica a importância deste tema, fazendo-se necessária a atuação direta do Estado na promoção de políticas públicas que abordem a questão. Devemos nos atentar, todavia, que, para assegurar esse direito, a alimentação não deve se resumir apenas ao ato de comer qualquer tipo de alimento. É necessário que se observe a qualidade do que se está consumindo, de modo a promover a saúde dos indivíduos. Foi então que, com o objetivo de melhorar a qualidade da alimentação e, consequentemente, da saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar aos governos que elaborassem guias alimentares para suas populações. As informações disponibilizadas seriam diretrizes para a criação de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar e uma espécie de ferramenta para que as próprias pessoas pudessem escolher de forma mais autônoma uma alimentação mais saudável e que estivesse de acordo com seus aspectos regionais e culturais. O que é o Guia Alimentar para a População Brasileira?O Guia Alimentar para a População Brasileira foi criado em 2006 e sua última versão foi atualizada em 2014. Esse documento é uma ferramenta política que auxilia na orientação à promoção de uma alimentação saudável, contribuindo para a criação de programas e ações governamentais, para melhores escolhas de alimentos pela própria população e no estabelecimento de hábitos e práticas saudáveis. O guia brasileiro é visto como referência no cenário mundial e se destaca principalmente devido a dois motivos inovadores:
Clique aqui para saber mais sobre sustentabilidade e a relação da segurança alimentar com o meio ambiente. Princípios do Guia AlimentarO guia apresenta cinco princípios sob os quais as diretrizes são estabelecidas. São eles:
Classificação NOVAO guia alimentar brasileiro traz recomendações de alimentos para o consumo. Essas orientações baseiam-se em critérios como nutrientes, temporalidade, quantidade, circunstâncias, combinações dos alimentos e sustentabilidade (impactos sociais e ambientais). A partir daí, o guia apresenta como escolher, conservar e manipular os alimentos e exemplifica diversas composições de refeições saudáveis. Além de detalhar cada grupo de alimentos (feijões, cereais, raízes e tubérculos, legumes e verduras, frutas, castanhas e nozes, leite e queijos, carnes e ovos, água), o guia brasileiro também apresenta a classificação NOVA. Essa forma inovadora de categorizar os alimentos dividiu-os em quatro grupos, levando em conta o nível de processamento utilizado para serem produzidos. São eles:
Para saber mais detalhes sobre a Classificação NOVA, acesse o Guia Alimentar para a População Brasileira. A partir dessa classificação, a diretriz que o guia mais enfatiza é basear a alimentação em alimentos in natura ou minimamente processados, e evitar os alimentos ultraprocessados. Demais recomendaçõesAlém da alimentação em si, o guia também faz recomendações em relação à cultura e aos hábitos que envolvem a alimentação. Como exemplo, podemos citar: trazer atenção a como esse alimento é consumido, a sua preparação, o conhecimento e tradições envolvidos, o tempo investido, a regularidade, o ambiente em que a refeição é feita e a companhia. Qual a importância do guia para a segurança alimentar no Brasil?Segundo um estudo realizado por Walter Belik sobre o sistema alimentar brasileiro, atualmente há um processo bastante forte de padronização da alimentação no país, em que mais de 45% do consumo pela população é representado por apenas 10 alimentos. Isso quer dizer que a diversidade nos hábitos alimentares está sumindo contraditoriamente em um país de imensa biodiversidade e variedade social e cultural como o Brasil. Esse processo se dá principalmente devido à produção em larga escala de poucos alimentos, pois a especialização de todo o processo industrial para somente alguns produtos acaba sendo mais rentável para as indústrias. A padronização da alimentação acaba afetando não somente a reprodução de práticas e saberes tradicionais, como também a saúde da população, uma vez que não há variação de nutrientes, mas um alto consumo de produtos alimentícios ultraprocessados. Considerando-se doenças crônicas que podem ser adquiridas em decorrência de uma alimentação desequilibrada, podemos levantar alguns dados sobre a saúde dos brasileiros. Segundo dados do Ministério da Saúde, 7,4% da população têm diabetes e 24,5% apresentam hipertensão. De acordo com o IBGE, em 2019, o índice de pessoas obesas com 18 anos ou mais no país era de cerca de 41 milhões de indivíduos – o equivalente a 1/4 da população adulta. Quando se considera excesso de peso, esse índice é de 60,3% dos brasileiros com 18 anos ou mais. Esses índices podem ser melhorados com medidas voltadas para uma alimentação mais adequada. Além disso, não podemos deixar de ressaltar que o país passa atualmente por uma grande crise de insegurança alimentar, a qual foi agravada fortemente pela pandemia de COVID-19. Essa situação provocou o crescimento do número de pessoas vivendo em extrema pobreza e em situação de fome ou insegurança alimentar, que já atingia 41% dos brasileiros em anos anteriores. Diante desse cenário, como exposto na Constituição de 1988, é função do poder público assegurar o direito a uma alimentação balanceada e mais adequada para sua população. Assim, o Guia Alimentar para a População Brasileira apresenta-se como uma ferramenta de extrema importância, pois apresenta diversas propostas e diretrizes capazes de impactar as questões levantadas ao longo do conteúdo. Vale destacar que o Guia abre caminhos para a criação de políticas públicas, como foi o caso, por exemplo, da aprovação pela Anvisa da mudança nos rótulos de alimentos para indicar com mais clareza se o produto contém altos níveis de açúcares, gorduras saturadas e sódio. Também podemos citar mudanças nas orientações de trabalho dos profissionais do Sistema Único de Saúde e mesmo dentro de outros órgãos da própria administração pública. Além dessas medidas de âmbito interno ao Brasil, outros países vêm se inspirando no documento brasileiro para criarem seus próprios guias e políticas, o que reforça seu papel de referência e relevância no mundo. REFERÊNCIAS
Quais são os 5 princípios do Guia alimentar?A elaboração do Guia Alimentar para População Brasileira tem como base cinco princípios: Alimentação é mais que ingestão de nutrientes; recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo; alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável; diferentes ...
Quais são as 4 recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira?Quatro recomendações para uma alimentação Saudável. Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação: ... . Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias: ... . Evite alimentos ultraprocessados: ... . A regra de ouro.. Quais são os guias alimentares?Os guias alimentares são diretrizes oficiais para a promoção da alimentação saudável e podem servir como ferramentas para a prevenção da obesidade. O Brasil foi o primeiro país a adotar o nível de processamento para classificar os alimentos e fazer recomendações a partir dessa classificação em seus guias alimentares.
Quais os cinco princípios promovidos pela política nacional de segurança alimentar e nutricional?São elas: (i) a produção de alimentos; (ii) a disponibilidade de alimentos; (iii) a renda e condições de vida; (iv) o acesso à alimentação adequada e saudável, incluindo a água; (v) a saúde, nutrição e acesso a serviços relacionados; (vi) a educação e (vii) os programas e ações relacionadas à segurança alimentar e ...
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