Durante a revolução francesa houve um período denominado “fase do terror”, caracterize essa fase.

1 História capítulo 1 Exercícios propostos 01. (FGV-SP) Quem, portanto, ousaria dizer que o Terceiro Estado não tem em si tudo o que é necessário para formar uma nação completa? Ele é o homem forte e robusto que tem um dos braços ainda acorrentado. Se suprimíssemos a ordem privilegiada, a nação não seria algo de menos e sim alguma coisa mais. Assim, o que é o Terceiro Estado? Tudo, mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente melhor sem os outros. E. J. Sieyes. Qu est-ce que le Triers Êtat. O texto do Abade Sieyes nos remete a uma leitura da/do: a) sistema de estamentos na França pré-revolucionária, privilegiando o papel realizador do clero. b) França durante o período do Terror, quando Robespierre orienta os jacobinos à execução total do alto clero. c) condição do Terceiro Estado, de não apenas desejar construir uma nação, mas, fundamentalmente, de ser efetivamente a nação. d) necessidade de acordos entre os diferentes estamentos para a construção de uma nação próspera e republicana. e) Terceiro Estado, composto pelo baixo clero, e representando 98% da população francesa, que buscava dar fim aos privilégios dos demais estamentos. 02. (Fuvest-SP) O problema agrário era portanto o fundamental no ano de 1789, e é fácil compreender por que a primeira escola sistematizada de economia do continente, os fisiocratas franceses, tomara como verdade o fato de que a terra, e o aluguel da terra, era a única fonte de renda líquida. E o ponto crucial do problema agrário era a relação entre os que cultivavam a terra e os que a possuíam, os que produziam sua riqueza e os que a acumulavam. Eric Hobsbawm. A era das revoluções Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 29. a) Caracterize o momento social e econômico por que a França passava no período a que se refere o texto. b) Quais são as principais diferenças entre as propostas fisiocratas e as práticas mercantilistas anteriores a elas? A charge ilustra as três ordens sociais existentes na França antes da Revolução de Identifique essas três ordens e justifique o posicionamento dos personagens na charge. 04. (UECE) Quem era a burguesia? Eram os escritores, os doutores, os professores, os advogados, os juízes, os funcionários as classes educadas; eram os mercadores, os fabricantes, os banqueiros as classes abastadas, que já tinham direitos e queriam mais. Acima de tudo, queriam ou melhor, precisavam lançar fora o jugo da lei feudal numa sociedade que realmente já não era feudal. Precisavam deitar fora o apertado gibão feudal e substituí-lo pelo folgado paletó capitalista. Encontraram a expressão de suas necessidades no campo econômico, nos escritos dos fisiocratas de Adam Smith; e a expressão de suas necessidades, no campo social, nos trabalhos de Voltaire, Diderot e dos enciclopedistas. O laissez-faire no comércio e indústria teve sua contrapartida no domínio da razão na religião e na ciência. HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 21. ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 1986, p Essa Burguesia, descrita por Leo Huberman, foi responsável por uma das principais transformações políticas e sociais, que teve um impacto duradouro na história do país onde ocorreu e, mais amplamente, em todo o continente europeu. Essa Burguesia está ligada à: a) Revolução Gloriosa, de 1688 a b) Revolução Francesa, de 1789 a c) Revolução Russa, de d) Revolução de Avis, de 1383 a (Unicamp-SP) Observe a distribuição de custos dos camponeses franceses, em percentual da colheita, às vésperas da Revolução de Esses custos referem-se ao arrendamento da terra, ao custo das sementes e aos impostos pagos ao rei, ao senhor da terra e ao clero. Ao rei 10% Ao senhor da terra 7% 03. (Vunesp) Ao clero 8% Sementes 20% Arrendamento 20% As três ordens, a) Relacione os dados apresentados com as condições vividas pelos camponeses na França do final do século XVIII. b) Por quais motivos a questão econômica foi um elemento importante para o Terceiro Estado durante a Revolução Francesa? 150

2 06. (PUC-RJ) Em princípios de 1789, a França era uma sociedade do Antigo Regime. A crise dessa estrutura manifestou-se ao longo desse ano, dando início a um período de transformações que se estendeu por dez anos: a Revolução Francesa. a) Indique 3 (três) características de natureza políticosocial da sociedade do Antigo Regime na França. b) Indique 3 (três) transformações operadas durante o 1 momento da Revolução Francesa a Era das Instituições ( ) que evidenciam o caráter revolucionário dessa experiência histórica. 07. (UFR-RJ) A monarquia absolutista, com uma longa gestação no espírito da realeza, tornou-se a realidade dominante em França apenas durante o reinado de Luís XIV ( ). A Fronda de representou a última vez que seções da nobreza territorial pegaram em armas contra a realeza centralizadora. SKOCPOL, Theda. Estados e revoluções sociais. Lisboa, Editorial Presença, p. 62. O Antigo Regime estendeu-se na França até a Revolução Francesa de Um dos impedimentos à consolidação do poder monárquico era justificado pela tenaz resistência da nobreza. Uma vez dominada a nobreza, consolidava-se a monarquia absoluta. a) Cite duas características do Absolutismo. b) Estabeleça uma relação entre o reinado de Luís XIV e o Absolutismo. 08. (PUC-RJ) Que é o Terceiro Estado? Tudo. Que tem sido até agora na ordem política? Nada. Que deseja? Vir a ser alguma coisa. Ele é o homem forte e robusto que tem um dos braços ainda acorrentados. Se suprimíssemos a ordem privilegiada, a nação não seria algo de menos e sim alguma coisa mais. Assim, que é o Terceiro Estado? Tudo, mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente melhor sem os outros (...). Abade Sieyes. O que é o Terceiro Estado? Considerando o texto apresentado: a) identifique 2 (dois) grupos sociais que compunham o Terceiro Estado e explique seus descontentamentos às vésperas da Revolução Francesa; b) cite, a partir dos descontentamentos do Terceiro Estado em relação ao Antigo Regime, 2 (duas) ações empreendidas pelos revolucionários franceses que tenham contribuído para alterar esta situação. 09. (UFR-RJ) Prossigo: mil vozes servem de arauto para a novidade... A Bastilha foi tomada... Não acreditei e fui ver o cerco de perto... No meio da Greve encontro um corpo sem cabeça estendido no meio do riacho, rodeado por cinco ou seis indiferentes. Faço perguntas... É o governador da Bastilha. Restil de la Bretonne, As Noites Revolucionárias. São Paulo: Estação Liberdade,1989, p. 58. O episódio narrado marca o início de um dos momentos políticos mais importantes da história europeia, a Revolução Francesa. A tomada e destruição da fortaleza da Bastilha explicita: a) o momento de maior radicalidade da Revolução, quando as camadas populares rompem com a liderança burguesa e assumem o poder em Paris. b) a derrubada de Luis XVI e a proclamação da República francesa baseada na Razão e na Justiça, sob influência do pensamento de Voltaire. c) a consolidação do poder do grupo jacobino, tendo à frente Robespierre, sustentado pela mobilização radicalizada dos sans-culottes. d) a chegada ao poder político do general Napoleão Bonaparte, que, como primeiro cônsul, será fundamental na consolidação do novo poder. e) o levante popular sob direção burguesa contra um dos maiores símbolos da opressão política do Absolutismo. 10. (UFPA) Luis XVI, no momento da tomada da Bastilha, proferiu estas palavras: Não quero me separar do meu clero e da minha nobreza, que refletem a sociedade francesa do Antigo Regime. Essa sociedade era: a) dividida em classes sociais, com uma nobreza parasitária que detinha todos os privilégios, inclusive o de cobrar o dízimo das comunidades camponesas, especialmente daquelas consideradas revolucionárias. b) formada de moradores de castelos medievais, pertencentes a uma notável nobreza de sangue, que detinha todos os privilégios, inclusive o de escolher os padres que atuavam nas paróquias. c) dividida em Ordens ou Estados, sendo a nobreza e o clero, isto é, o primeiro e o segundo Estados, detentores da maioria dos privilégios e muito ricos em terras e rendas. d) constituída de uma nobreza togada, muito rica e proprietária de terras que extrapolavam as fronteiras da França e que se sustentava de impostos pagos pelos camponeses, como a talha e a corveia. e) composta de duas Ordens clero e nobreza sendo o clero a mais rica, embora dependesse das rendas advindas dos tributos que a nobreza togada era obrigada a pagar à Igreja e dos impostos pagos pelos comerciantes. 11. (CFT-CE) O início da Revolução Francesa tem como marco simbólico: a) a Queda da Bastilha, em 14 de julho de b) a instalação da Assembleia dos Estados Gerais, em maio de c) a Noite do Grande Medo. d) a aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em agosto de e) a execução do rei Luís XVI, em (UFT-PR) A Revolução Francesa de 1789 foi diretamente influenciada pela Independência dos Estados Unidos da América e pelo Iluminismo no combate ao Antigo Regime e à autoridade do clero e da nobreza na França. Além do mais, a França passava por um período de crise econômica após a participação francesa na guerra da independência norte-americana e os elevados custos da Corte de Luís XVI, que tinham deixado as finanças do país em mau estado. Em 1791, os revolucionários promulgaram uma nova Constituição, a partir dos princípios preconizados por Montesquieu, que consagrou, como fundamento do novo regime: a) a subordinação do Judiciário ao Legislativo. b) a divisão do poder em três poderes. c) a supremacia do Judiciário sobre os outros poderes. d) o estabelecimento da soberania popular. e) o fortalecimento da monarquia absolutista. 13. (UFRN) Em 1789, no contexto da Revolução Francesa, na Assembleia Nacional, os representantes do povo elabo- 151

3 raram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que, entre outras proposições, enunciou: Os homens nascem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter fundamento na utilidade comum. O fim de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Estes direitos são: a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. A lei é a expressão da vontade geral. Deve ser igual para todos, protegendo ou punindo. Sendo todos os cidadãos iguais perante a lei, são, igualmente, admitidos a todas as dignidades, cargos e empregos públicos, segundo a capacidade de cada um e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes ou talentos. In: PAINE, T. Os direitos do homem. Petrópolis: Vozes, Adaptado. As proposições citadas, de ampla repercussão no Mundo Contemporâneo, estão fundamentadas: a) nas ideias liberais, defensoras do intervencionismo estatal com a adoção de minuciosa regulamentação de todos os aspectos da vida social. b) nos valores defendidos pelos adeptos do liberalismo, em oposição aos governos autoritários e à organização social baseada em privilégios. c) nas posições políticas burguesas, favoráveis à harmonia coletiva garantida pelo acesso de todos os grupos sociais à propriedade privada dos meios de produção. d) nos princípios iluministas, alicerçados na defesa da igualdade econômica como um direito que garantiria a cidadania proletária. 14. (IFBA) No contexto da Revolução Francesa em 1789, a imagem expressa um conjunto de ações que ficou conhecido como: a) Período do Terror, marco das perseguições aos inimigos da revolução, durante a Ditadura Jacobina. b) Grande Medo, revolta dos camponeses contra a aristocracia francesa que os submetia ao regime de servidão. c) Revolução Burguesa, marco inicial da luta da burguesia contra os privilégios da nobreza e do clero na França. d) Período Napoleônico, marcado pela legitimação da rebelião camponesa no Código Civil para garantir a reforma agrária. e) Queda da Bastilha, marco da adesão popular ao movimento revolucionário iniciado pelo Terceiro Estado na Assembleia Geral. 15. (UFU-MG) As mães, as filhas, as irmãs, representantes da Nação pedem ser constituídas em Assembleia Nacional. Considerando que a ignorância, o esquecimento ou o menosprezo dos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção do governo, resolvemos expor, numa declaração solene, os direitos naturais, inalteráveis e sagrados da mulher. Em consequência, o sexo superior em beleza, como em coragem nos sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos da mulher e da cidadã. Art. 1 A mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos. As distinções sociais não podem ser fundadas, senão, sobre a utilidade comum. Art. 2 A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis da mulher e do homem. Estes direitos são: a liberdade, a prosperidade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão. Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã Adaptado. O documento acima foi proposto à Assembleia Nacional da França, durante a Revolução Francesa, por Marie Gouze. A autora propunha uma Declaração de Direitos da Mulher e da Cidadã para igualar-se à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada anteriormente. A proposta de Marie Gouze expressa: a) o reconhecimento da fragilidade feminina, devendo a Constituição francesa garantir ações legais e afirmativas com o objetivo de reparar séculos de exploração contra a mulher. b) a participação das mulheres no processo revolucionário e a reivindicação de ampliação dos direitos de cidadania, com o intuito de abolir as diferenças de gênero na França. c) a disputa política entre os jacobinos e girondinos, uma vez que estes últimos defendiam uma radicalização cada vez maior das conquistas sociais no processo revolucionário. d) o descontentamento feminino ante as desigualdades que as leis francesas até então garantiam entre os integrantes do terceiro Estado e a aristocracia. 16. (UFRGS-RS) Após a Revolução de 1789, a França viveu um período de grande instabilidade, marcado pelo radicalismo e pela constante ameaça externa. Assinale a alternativa correta em relação a esse período. a) Com a queda da Bastilha, símbolo do autoritarismo real, os deputados da Assembleia Constituinte, aproveitando o momento político, proclamaram a República, pondo um termo final ao Antigo Regime. b) Em meio ao caos provocado pela fuga do Rei e pela derrocada da Monarquia, iniciou-se, em Paris, a criação de uma sociedade baseada nos ideais socialistas, a Comuna de Paris. c) O período conhecido como o Grande Terror foi protagonizado pelo jacobino Robespierre, que posteriormente foi derrubado por Napoleão, um general que se destacara por sua trajetória vitoriosa. d) O golpe de 18 Brumário representou a queda do Diretório, regime que se pretendia representante dos interesses burgueses, mas que era inepto a governar. e) Durante um curto período de tempo, após a queda de Bastilha, a França vivenciou uma Monarquia Constitucional, mas, na prática, o Rei ainda mantinha a mesma autoridade de antes. 152

4 17. (Unicamp-SP) As primeiras vítimas da Revolução Francesa foram os coelhos. Pelotões armados de paus e foices saíam à cata de coelhos e colocavam armadilhas em desafio às leis de caça. Mas os ataques mais espetaculares foram contra os pombais, castelos em miniatura; dali partiam verdadeiras esquadrilhas contra os grãos dos camponeses, voltando em absoluta segurança para suas fortalezas senhoriais. Os camponeses não estavam dispostos a deixar que sua safra se transformasse em alimento para coelhos e pombos e afirmavam ser a vontade geral da nação que a caça fosse destruída. Aos olhos de 1789, matar caça era um ato não só de desespero, mas também de patriotismo, e cumpria uma função simbólica: derrotando privilégios, celebrava-se a liberdade. Simon Schama, Cidadãos: uma crônica da Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, pp Adaptado. a) De acordo com o texto, por que os camponeses defendiam a matança de animais? b) Cite dois privilégios senhoriais eliminados pela Revolução Francesa. 18. (PUC-RJ) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, votada em 1789 pela Assembleia Nacional Constituinte, foi um ato fundamental da Revolução Francesa e contém os princípios que inspirarão muitas constituições modernas. Em seus primeiros artigos, afirma que os homens nascem livres e iguais em Direitos e que as distinções devem se basear na utilidade comum. Em 1948, a ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos do Homem e retomou em sua abertura as palavras dos revolucionários franceses: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. a) Identifique dois direitos reivindicados pela Declaração de 1789 e explique por que eram revolucionários, para a época. b) Indique uma instituição ou agência criada nos últimos sessenta anos para a defesa internacional dos direitos humanos. 19. (UFV-MG) Na noite de 14 de julho de 1789, em Paris, Luís XVI recebeu do duque de La Rochefoucauld-Liancourt a notícia da queda da Bastilha e da deserção das tropas reais frente ao ataque popular. O famoso diálogo que se travou entre o rei e seu mensageiro é breve e revelador. O rei, segundo consta, exclamou: Isto é uma revolta ; e Liancourt corrigiu-o: Não, Senhor, isto é uma revolução. ARENDT, Hannah. Da Revolução. São Paulo: Ática; Brasília: Editora da UNB, 1988, p. 38. Adaptado. Com base nesse diálogo e nos seus conhecimentos sobre a Revolução Francesa, responda: a) Por que os populares investiram contra a Bastilha? b) Diferencie, do ponto de vista conceitual, revolta e revolução. 20. (UEL-PR) Observe a imagem a seguir. Explique o contexto histórico da Revolução Francesa destacando o posicionamento do autor da imagem quanto à Igreja Católica. 21. (Vunesp) Esta representação da Bastilha, prisão política do absolutismo monárquico, foi pintada em Indique dois elementos da tela que demonstrem a solidez e a força da construção e o significado político e social da jornada popular de 14 de julho de (PUC-RS) Sobre os acontecimentos que marcaram o período da Revolução Francesa conhecido como Convenção Nacional ( ), é correto afirmar que: a) em fins do ano de 1793, os jacobinos formaram um governo apoiado pelos sans culottes, os quais defendiam os interesses dos pobres, por meio de uma tributação progressiva e de um teto máximo para preços e salários. b) entre setembro de 1792 e junho de 1793, estabeleceu-se a República Girondina, criando-se o tribunal revolucionário encarregado de descobrir os suspeitos de traição. c) a Constituição do Ano I, elaborada pela República Jacobina, estabeleceu o sufrágio censitário. d) caracterizou-se como uma fase de vitórias externas, especialmente contra as coligações anti-frança lideradas pela Áustria e pela Espanha. e) foi criado, pelos Girondinos, um Comitê de Segurança Geral, com o objetivo de confiscar os bens do Clero. ANÔNIMO, TRADUÇÃO LIVRE: SÚMULA DO PAPA EM GRAVURA DA ÉPOCA HUGO ROBERT. A BASTILHA NOS PRIMEIROS DIAS DE SUA DEMOLIÇÃO, 20 DE JULHO DE MUSEU CARNAVALET, PARIS, FRANÇA 153

5 23. (UFPR) O Jacobinismo transpôs a linha diante da qual hesitavam os constituintes. [...] Colocou-se no lugar de uma liberdade negativa que não atribui ao homem qualquer objetivo, uma liberdade dependente da ação virtuosa. Colocou-se no lugar da livre associação dos indivíduos independentes, anteriormente a qualquer sociedade, uma cadeia social que em toda parte e sempre manifestava sua preeminência sobre as individualidades. Em lugar da liberdade dos modernos, colocou-se a liberdade militante e mobilizada dos antigos. Nesse ponto naufragou o individualismo dos direitos do homem. É preciso reconhecer a coerência dos Jacobinos. Embora tenham continuado a evocar a liberdade em fórmulas paradoxais e exaltadas (o despotismo da liberdade ) não camuflaram o reino do extraordinário. Opuseram a liberdade da Constituição à liberdade da Revolução: A Constituição, disse Saint-Just, é o reino da liberdade vitoriosa e pacífica. A Revolução consiste na guerra da liberdade contra os seus inimigos. OZOUF, Mona. Liberdade. In: OZOUF, M. & FURET, François. Dicionário crítico da Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que estiveram em jogo no episódio da Revolução Francesa dois conceitos de liberdade: a) aquele que se fundava no direito natural e se opunha à ordem aristocrática do Antigo Regime e aquele que se fundava na ideia de um contrato social que, por meio da vontade geral, regularia o estado civil. b) o dos antigos, que definia liberdade como ausência de coerção, e o dos modernos, que a definia como vontade positiva; o segundo postulava uma representação objetiva da felicidade humana, e o primeiro não contemplava qualquer representação de tal felicidade. c) um deles de concepção aristotélica, que subordinava os objetivos morais à liberdade, e o outro que submetia a vida humana à finalidade virtuosa e justificava, por antecipação, as restrições impostas à liberdade. d) as liberdades no plural franquias e privilégios dos modernos em oposição à liberdade absoluta, isto é, a garantia da liberdade individual vigente no Antigo Regime em oposição ao aniquilamento dessas liberdades em favor do bem-estar coletivo preconizado pelos evolucionários. e) a liberdade francesa, que se define pela supressão da necessidade de igualdade, e a liberdade inglesa, fundada na ideia de que os indivíduos apresentam uma mesma solução se confrontados com os termos de um mesmo problema político. 24. (PUC-RS) A chamada Primeira República ( ) marca o período de maior radicalização política do processo revolucionário na França, iniciado em Dentre as organizações políticas e institucionais atuantes na Primeira República, não é correto referir: a) o Comitê de Salvação Pública. b) o Código Civil. c) o Tribunal Revolucionário. d) o Partido Jacobino. e) a Convenção Nacional. 25. (UFRN) Os diversos grupos envolvidos na Revolução Francesa interpretaram diferentemente os princípios teóricos que a fundamentaram. Uma interpretação desses princípios pode ser exemplificada no Manifesto dos Iguais, que se expressava nos seguintes termos: Desde a própria existência da sociedade civil, o atributo mais belo do homem vem sendo reconhecido sem oposição, mas nem uma só vez pôde ver-se convertido em realidade: a igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril dicção da lei. E hoje, quando essa igualdade é exigida numa voz mais forte do que nunca, a resposta é esta: Calai-vos, miseráveis! A igualdade não é realmente mais do que uma quimera; contentai-vos com a igualdade relativa: todos sois iguais em face da lei. Que quereis mais, miseráveis? Que mais queremos? Queremos igualdade efetiva ou a morte. De que mais precisamos além da igualdade de direitos? Queremos vê-la entre nós, sob o teto das nossas casas. BABEUF, Graco. Manifesto dos Iguais. Disponível em: < manifesto.htm>. Acesso em: 17 set Adaptado. Elaborado na fase do Diretório, esse Manifesto inspirou a Conspiração dos Iguais, que foi sufocada, e seu líder, Graco Babeuf, preso e executado. No contexto da Revolução Francesa, esses acontecimentos evidenciam que: a) o partido conservador, cujos membros eram conhecidos como realistas, uniu-se à alta burguesia e lutava para restaurar a monarquia. b) a facção dos radicais, liderada por Robespierre, temia a ascensão das massas operárias. c) os ideais inspiradores do movimento revolucionário foram aplicados na medida em que atenderam aos interesses da burguesia. d) as ideias radicais orientaram a ação dos jacobinos, que assumiram a liderança do processo revolucionário. 26. (ESPM) Que o preço de todos os gêneros de primeira necessidade seja fixado invariavelmente sobre os dos ditos antigos, depois de 1789 até, inclusive, o ano 90, proporcionalmente às suas qualidades diversas; que as matérias-primas sejam também tabeladas, de maneira que os lucros da indústria, os salários do trabalho e os benefícios do comércio possam facultar ao homem industrioso, ao agricultor, ao comerciante, adquirir a coisas necessárias e indispensáveis à subsistência, e ainda tudo quanto possa contribuir para o bem-estar. Albert Soboul. História da Revolução Francesa. A medida tratada no texto e colocada em vigor durante a Revolução Francesa pelo Comitê de Salvação Pública foi: a) a Lei do Máximo. b) a Lei dos Suspeitos. c) a redação dos cadernos de queixas. d) a abolição dos direitos feudais. e) a abolição das corporações de ofício. 27. (UFPA) A imagem do filme Danton (abaixo), com Robespierre, interpretado pelo ator Wojciech Pszoniak, e Danton, com os braços abertos, interpretado por Gérard Depardieu, evidencia a diferença de atitude entre os dois personagens da Revolução Francesa. DANTON. DIREÇÃO DE ANDRZEJ WAJDA, 1982, UNIVERSAL PICTURES. 154

6 A leitura da imagem e o conhecimento sobre o processo revolucionário na Europa de 1789 autorizam afirmar que os posicionamentos de Danton e Robespierre caracterizavam que: a) Danton defendeu as revindicações dos sans-culottes e, por apoiar a criação de um exército revolucionário, entrou em conflito com Robespierre. b) Robespierre, de peruca, símbolo da aristocracia do antigo regime, foi o representante dos monarquistas no Comitê de Salvação Pública. c) Robespierre representou a burguesia francesa, e Danton representou o povo nos debates no Tribunal Revolucionário. d) Danton tinha origem popular, e Robespierre vinha de uma linhagem nobre, por isso conflitaram em seus ideais sobre a revolução. e) o filme é uma obra de ficção, por isso é incorreto dizer que houve conflitos entre Robespierre e Danton durante os acontecimentos da Revolução Francesa. 28. (Fatec-SP) Nas diversas etapas da Revolução Francesa, a Constituição Civil do Clero, a execução de Luís XVI e o fim da rebelião da Vendeia ocorreram, respectivamente: a) durante o Terror Jacobino, à época de Napoleão Bonaparte e no período da Monarquia Constitucional. b) durante o Consulado, à época do Terror Jacobino e no período da Convenção Thermidoriana. c) durante a Monarquia Constitucional, à época da Convenção e no período de funcionamento do Diretório. d) durante o Terror Jacobino, à época da Monarquia Constitucional e no período de Napoleão Bonaparte. e) Durante a convenção thermidoriana, à época de Napoleão Bonaparte e no período da Monarquia Constitucional. 29. (FGV-SP) Os revolucionários, especialmente na França, viram-na como a primeira república do povo, inspiração de toda a revolta subsequente. Pois esta não era uma época a ser medida pelos critérios cotidianos. Isto é verdade. Mas para o francês da sólida classe média que estava por trás do Terror, ele não era nem patológico nem apocalíptico, mas primeiramente e sobretudo o único método efetivo de preservar seu país. HOBSBAWM, Eric. A Era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 86. Sobre a fase do Terror da Revolução Francesa, é correto afirmar que: a) após assumir o controle político da República Jacobina, Robespierre decretou o fim dos impostos feudais e o confisco dos bens do clero. b) em 1789, a Assembleia dos Estados Gerais rompeu com o Antigo Regime, decretando imediatamente a execução do rei Luís XVI. c) as principais realizações da República Jacobina foram a Declaração dos Direitos do Homem e a Abolição dos Privilégios Feudais. d) a República Jacobina foi formada por uma aliança entre jacobinos e sans-culottes, que aprovaram uma nova Constituição com sufrágio universal e aboliram a escravidão nas colônias francesas. e) a República Jacobina começou com a tomada da Bastilha e terminou com o golpe de estado 18 Brumário de Napoleão Bonaparte. 30. (ESPM) A revolução vai à guilhotina no espetáculo Arena conta Danton. A Cia Livre olha para a história da humanidade e constata que o ímpeto de transformação social e política, cultivado pelo menos desde o século XVIII, estaria numa encruzilhada: a ditadura da violência. A peça é baseada na obra A morte de Danton do alemão Georg Büchner, o mesmo autor de Woyzecck, também já montada no Brasil. Em Arena conta Danton personagens e ideais da revolução francesa, como os revolucionários Danton ( ) e Robespierre ( ) giram a roda da história e roçam contradições em meio à sedução da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Folha de São Paulo, 11 set Quanto aos revolucionários Robespierre e Danton, mencionados no texto, aponte entre as alternativas a que explica corretamente sua relação com a Revolução Francesa. a) Foram líderes girondinos e atuaram no sentido de colocar fim ao que ficou conhecido como grande medo. b) Foram líderes girondinos e atuaram no sentido de colocar fim ao terror, destacando-se na reação termidoriana. c) Foram líderes jacobinos que se destacaram por sua moderação durante o governo do diretório. d) Foram líderes jacobinos que se destacaram durante o governo da Convenção Nacional, tendo estado relacionados ao Terror, fase radical da revolução. e) Foram revolucionários que lideraram o golpe do 18 Brumário, apoiando Napoleão Bonaparte e o retrocesso que anulou todas as conquistas populares alcançadas durante a revolução. 31. (UEL-PR) O fim da Monarquia foi um dos momentos mais importantes da Revolução Francesa. Sobre ela, é correto afirmar que: a) a República marca o início de um período de mobilização popular liderado pelos girondinos; esse é o momento em que se constituem os comitês revolucionários e onde se destaca a figura de Robespierre. b) com a República foram abolidos os direitos feudais e assinada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, pondo um fim nos privilégios da aristocracia. c) o novo regime caracterizou-se pela adoção de uma Constituição conservadora onde o voto era censitário e o poder executivo era entregue a cinco Diretores. d) ameaçado pela contrarrevolução externa e pressionado pelas massas populares, o Governo Republicano girondino perde o poder para o grupo jacobino, que dá início ao período conhecido como Terror. e) a tomada da Bastilha marca o início do Período Republicano onde se consolidam as conquistas burguesas obtidas durante a Monarquia Constitucional, com direito à propriedade, à liberdade e à igualdade perante a lei. 32. (UFMG) A maioria dos historiadores atribui à Revolução Francesa uma contribuição decisiva para a construção de novos valores políticos e sociais do mundo contemporâneo. Esse entendimento está baseado: a) nas formulações políticas dos jacobinos, que permitiram a rápida implantação do sistema capitalista na Europa. 155

7 b) no simbolismo da Revolução, que representou o rompimento com o absolutismo e a ampliação da noção de cidadania. c) na atuação dos girondinos, que defendiam a revolução como a única forma eficiente de ação política. d) no revigoramento dos laços de solidariedade das corporações de ofício, que preparou terreno para a ação sindical dos trabalhadores. 33. (PUCCamp-SP) A Revolução Francesa é considerada como o modelo clássico de revolução democrático-burguesa, pois: a) unidos por interesses idênticos, os diversos segmentos da burguesia lutaram pelo estabelecimento de uma nova ordem política e social. b) a estabilidade social do Antigo Regime não foi ameaçada pelos representantes do 3º Estado devido às desigualdades sociais existentes entre os segmentos que o integravam. c) a despeito das ações radicais dos jacobinos no denominado período do Terror, o processo criou condições para a difusão dos Direitos Humanos e Princípios Liberais segundo a concepção da burguesia. d) a burguesia aliou-se ao campesinato na defesa dos valores democráticos ao longo de todo o processo revolucionário, resultando isto na ascensão social dos dois segmentos. e) procurou manter a harmonia entre os três estados para garantir a continuidade dos ideais da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 34. (Vunesp) Como terror entende-se (...) um tipo de regime particular, ou melhor, o instrumento de emergência a que um Governo recorre para manter-se no poder. N. Bobbio, Dicionário de política. O mencionado instrumento de emergência o terror foi aplicado em sua forma típica, na Revolução Francesa: a) durante a reação aristocrática de b) por Napoleão Bonaparte, na fase do Diretório. c) no período da ditadura do Comitê de Salvação Pública. d) pelos girondinos contra os bonapartistas. e) por Luís XVI contra os camponeses da Vendeia. 35. (UPE) A Revolução Francesa marcou a ascensão da burguesia ao poder, acabando com o absolutismo francês. Sobre a França revolucionária, assinale a alternativa correta. a) A burguesia atuava também no campo, em especial no sul da França, onde dominava o comércio de tecido. b) Os grupos políticos urbanos se restringiam ao apoio da nobreza reformada, a qual, assim como o clero, clamava por reformas econômicas. c) A burguesia parisiense contestava o alto índice de impostos que era obrigada a pagar. d) O drástico corte de gastos da Corte de Luís XVI diminuiu a crise econômica da França no fim do século XVIII. e) Os camponeses ficaram alheios ao processo revolucionário, colhendo depois os frutos das conquistas burguesas. 36. (UFPE) A Revolução Francesa é um marco na história da humanidade por ter produzido rupturas com o Antigo Regime. Qual das alternativas apresenta as mais importantes? a) O assassinato do médico Marat, editor do jornal Amigo do Povo, por Charlotte Corday, provocou a radicalização entre os jacobinos. b) A participação das mulheres na queda da Bastilha e o surgimento do grupo radical dos Girondinos. c) O fim da servidão e dos privilégios feudais, a declaração dos direitos do homem e do cidadão, o confisco dos bens do clero, a reforma do Exército e da Justiça. d) O fim da escravidão, a declaração dos direitos do homem, o código de Napoleão com reforma judiciária que confiscou as terras da aristocracia. e) A secularização do clero, a República Jacobina, o comitê de Salvação Pública que condenou à morte os próprios líderes da Revolução. 37. (UFAL) A respeito do Golpe do 18 Brumário, é correto afirmar que: a) a ditadura bonapartista atendeu aos interesses da burguesia francesa. b) provocou a convocação da Assembleia Nacional Constituinte. c) reforçou a composição política entre girondinos e jacobinos. d) a ditadura napoleônica instituiu o Terror. e) aprovou a Declaração dos Direitos do Homem 38. (Vunesp) No decurso da Revolução Francesa, destacaram-se várias facções ou agrupamentos políticos conhecidos por denominações específicas. Esclareça os interesses defendidos pelos Girondinos e pelos Jacobinos e indique qual destes, no recinto do plenário da Assembleia, sentava-se na ala esquerda. 39. (Unicamp-SP) Em sua obra Os sans-culottes de Paris, o historiador Albert Soboul escreveu: Os cidadãos de aparência pobre e que em outros tempos não se atreveriam a apresentar-se em lugares reservados a pessoas elegantes passeavam agora nos mesmos locais que os ricos, de cabeça erguida. Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções, São Paulo, Paz e Terra, 1976, p.231. Nota: sans-culottes significa sem culotes, sem-calças. a) Caracterize o movimento dos sans-culottes na Revolução Francesa. b) Compare o movimento dos sans-culottes com o movimento dos sem-terra no Brasil. 40. (Vunesp) Com a aliança entre jacobinos e sans-culottes, a revolução dava um passo à frente, à esquerda, ganhando uma nova forma política e um novo conteúdo social. Modesto Florenzano, As revoluções burguesas. No contexto da Revolução Francesa, explique duas medidas que revelam o caráter inovador do governo jacobino ( ). 41. (Unicamp-SP) Fundado em 1793, no auge da Revolução Francesa, o museu do Louvre era a materialização da liberdade, igualdade e fraternidade. O museu foi estabelecido em um palácio real transformado em palácio do 156

8 povo; sua coleção de pinturas, esculturas e desenhos foi confiscada da Igreja, da Coroa e dos aristocratas exilados e nacionalizada. Traduzido de Andrew McClellan, A Brief History of the Art Museum Public, em Andrew McClellan (org.), Art and its Publics. Museum Studies at the Millenium. Oxford: Blackwell Publishing, 2003, p. 5. a) O que é um museu? b) Como se pode considerar o confisco mencionado no texto como um gesto revolucionário? c) Explique a importância dos museus na construção da identidade nacional. 42. (FGV-SP) Restauração é o nome do regime estabelecido na França durante quinze anos, de 1815 a 1830, mas essa denominação convém a toda a Europa. Ela é múltipla e se aplica a todos os aspectos da vida social e política. René Rémond, O século XIX: introdução à história do nosso tempo. Reconhece-se a Restauração no processo que: a) restituiu o poder aos monarcas europeus alinhados a Napoleão Bonaparte, provocando a generalização da contrarrevolução na América colonial, que havia sido varrida pelas independências nacionais. b) alçou a Inglaterra à condição da nação mais poderosa do mundo, com capacidade de reverter a proibição do tráfico de escravos africanos para a América e de defender a recolonização de espaços coloniais espanhóis americanos. c) restabeleceu as bases do sistema colonial na América e na Ásia, com a recriação de companhias de comércio marcadas pela rigidez metropolitana, além da prática do mar fechado e do porto único. d) permitiu a volta das antigas dinastias ao poder, que o haviam perdido com as guerras napoleônicas, e que criou a Santa Aliança, nascida com o intuito de reprimir movimentos revolucionários. e) ampliou os direitos trabalhistas em toda a Europa, condição que provocou as revoluções de 1820 e 1830, eventos fundamentais para a retomada dos valores políticos anteriores à Revolução Francesa. 43. (PUCCamp-SP) No contexto histórico da Revolução Francesa, o episódio denominado O Golpe do 18 Brumário aconteceu: a) quando se inicia o regime do Diretório, período que se caracterizou pelos desmandos políticos. b) no momento em que a Conjura dos Iguais propõe a tomada do poder à força e o fim da propriedade privada. c) quando Napoleão, apoiado pelo Exército e pela alta burguesia, derruba o Diretório e chega ao poder. d) no momento em que os monarquistas tentam voltar ao poder através de golpe, que foi sufocado por Napoleão Bonaparte. e) quando Robespierre, Saint Just e seus companheiros do Comitê de Salvação Pública são mortos na guilhotina, pondo fim ao Terror. 44. (Unirio-RJ) Milhares de séculos decorrerão antes que as circunstâncias acumuladas sobre a minha cabeça vão encontrar um outro na multidão para reproduzir o mesmo espetáculo. Napoleão Bonaparte Sobre o período napoleônico ( ), podemos afirmar que: a) consolidou a revolução burguesa na França por meio da contenção dos monarquistas e jacobinos. b) manteve as perseguições religiosas e o confisco das propriedades eclesiásticas iniciadas durante a Revolução Francesa. c) enfrentou a oposição do exército e dos camponeses ao se fazer coroar imperador dos franceses. d) favoreceu a aliança militar e econômica com a Inglaterra, visando à expansão de mercados. e) anulou diversas conquistas do período revolucionário, tais como a igualdade entre os indivíduos e o direito de propriedade. 45. Explique a seguinte frase: A burguesia cruzava os braços deixando Napoleão governar. 46. (UFV-MG) Durante o período napoleônico ( ), dentre as medidas adotadas por Bonaparte, assinale aquela que teve repercussões importantes nas relações comerciais do Brasil com a Inglaterra. a) Restauração financeira, com a consequente fundação do Banco da França, em b) Decretação do Bloqueio Continental, em 1806, com o qual Napoleão visava arruinar a indústria e o comércio ingleses. c) Promulgação, em 1804, do Código Civil que incorporou definitivamente, na legislação francesa, os princípios liberais burgueses. d) Expansão territorial da França com a incorporação de várias regiões da Europa, formando o chamado Império Napoleônico. e) Criação do franco, como novo padrão monetário. 47. (UECE) Na História da França, o Golpe do 18 Brumário significa: a) o início da Revolução de 1789 com a abolição dos direitos feudais. b) o fim da Revolução com a subida de Napoleão ao poder com o apoio do exército e da alta burguesia. c) o fortalecimento da participação popular e dos embates entre Danton e Robespierre. d) o estabelecimento da igualdade de todos perante a lei com a aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 48. (Unirio-RJ) A Era Napoleônica ( ) marcou a conjuntura de transição do mundo moderno para o contemporâneo, alterando o equilíbrio de poder construído pelos Estados europeus. Sobre a Era Napoleônica, é correto afirmar que no: a) 18 de Brumário (9/11/1799), o Diretório Nacional, controlado pelos jacobinos revolucionários, iniciou uma série de execuções políticas, o chamado Período do Terror, encerradas pela conquista de Paris pelas forças napoleônicas. b) Consulado ( ), os ideais revolucionários liberais da burguesia francesa, tais como a promulgação do Código Civil e a reforma do ensino francês, consolidaram-se. c) Império ( ), a aliança política e a coligação militar com a Áustria e a Prússia permitiram o avanço dos exércitos franceses contra a Rússia e a decretação do Bloqueio Continental contra a Inglaterra. 157

9 d) Governo dos Cem Dias (1815), Napoleão convocou uma Assembleia Nacional Constituinte, que estabilizou politicamente o país, promovendo a paz com a Inglaterra e a destituição da Dinastia dos Bourbons do trono francês. e) Congresso de Viena (1815), os princípios de legitimidade e equilíbrio, defendidos pelas monarquias europeias, garantiram a fixação das fronteiras francesas, reconhecendo as conquistas territoriais de Napoleão. 49. (Fatec-SP) A obra política de Napoleão Bonaparte pode ser considerada como: a) um complemento às realizações da Revolução, com o apoio da burguesia francesa. b) uma tentativa de promover uma revolução industrial na França, seguindo o exemplo inglês; suas bases estariam contidas no Código Civil francês. c) uma obra de centralização administrativa, pelo fato de ter colocado seus irmãos como chefes de governo em vários países da Europa. d) uma política de alianças, após as vitórias militares contra os prussianos, os austríacos e os russos, para conseguir o domínio absoluto de toda a Europa. e) uma reação ao processo desenvolvido durante o período da Revolução Francesa, em consequência da inflação, do período do Terror e da incapacidade administrativa. 50. (PUC-PR) Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas. Sobre o Código Civil elaborado no período napoleônico, podemos afirmar: ( ) Na elaboração houve a atuação direta de Napoleão, embora houvesse uma comissão de quatro membros para elaborá-la. ( ) Traduziu concretamente os princípios da Declaração dos Direitos do Homem: liberdade individual, de trabalho, de consciência; Estado leigo; igualdade perante a Lei. ( ) Proibia a fortuna herdada, a fortuna adquirida e a propriedade privada. ( ) Destacava e protegia o trabalho assalariado e estimulava as coalizões operárias. ( ) Subordinava a mulher ao homem, mantinha o divórcio e restabelecia a escravidão nas colônias. a) F, V, V, F, F b) V, F, F, V, F c) F, V, F, V, V d) V, V, F, F, V e) V, F, V, V, F 51. (Cesgranrio-RJ) O Golpe do 18 Brumário de 1799, no contexto da Revolução Francesa, derrubou o Diretório, instituiu o sistema do Consulado e elevou Napoleão Bonaparte à liderança política da França revolucionária. Napoleão manteve-se no poder por um período que se estendeu de 1799 até 1815, período esse denominado de Era Napoleônica, durante o qual ocorreu a: a) consolidação interna do ideário burguês da Revolução e a tentativa de sua imposição a diversos países da Europa com a expansão militar promovida por Napoleão. b) retomada do poder político pelos segmentos da nobreza provincial francesa com a promulgação do Império (1804) como a força política legítima de governo da França do período napoleônico. c) união de segmentos sociais distintos na defesa do governo aristocrático e absolutista de Napoleão, tais como o campesinato e a nobreza, com o objetivo de evitar uma invasão estrangeira da França revolucionária. d) interferência direta das Monarquias Absolutas europeias na França, através da ação política da Santa Aliança, ao encerrarem o processo revolucionário com seu apoio à ascensão de Napoleão. e) formação de diversas coligações que uniriam a França revolucionária e a Inglaterra liberal contra os Estados aristocráticos, em defesa das conquistas liberais promovidas no processo da Revolução Francesa. 52. (UFPR) Em nome da Santíssima e Indivisível Trindade e conforme as palavras das Sagradas Escrituras, segundo as quais todos os homens devem ter-se como irmãos, Suas Majestades o Imperador da Áustria, o Rei da Prússia e o Imperador da Rússia permanecerão unidos por laços de verdadeira e indissolúvel fraternidade: considerando-se compatriotas, em toda ocasião e em todo lugar, eles se prestarão assistência, ajuda e socorro. Trechos do Art. 1º do Tratado da Santa Aliança, citado por AQUINO, R. S. L. et alii. Histórias das sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, Considerando o exposto e a respeito da relação entre Napoleão Bonaparte e a Santa Aliança, é correto afirmar: 01) No processo de expansão do poder napoleônico na Europa, implantaram-se, em várias regiões do continente, reformas calcadas no modelo nacionalista, sob democrática liderança de Napoleão Bonaparte. 02) Reunidos no Congresso de Viena em , os vencedores de Napoleão pretendiam refazer o mapa político europeu e restabelecer o equilíbrio político no continente europeu que existia antes da Revolução Francesa de ) A Santa Aliança foi um tratado idealizado pelo Czar Alexandre I da Rússia, após a derrota definitiva de Napoleão e dos franceses, e destinava-se a implantar um sistema de intervenção nos países ameaçados por revoluções. 08) Apesar da oposição inglesa, em face de seus interesses nos mercados latino-americanos, o sistema da Santa Aliança reforçou-se nas décadas seguintes, principalmente em função da ativa liderança da Rússia, que pretendia impedir qualquer ação dos aliados contra a política da legitimidade. 16) De maneira geral, as ações da Santa Aliança afirmavam a ascendência das forças de conservação sobre as forças de transformação. Estas estavam presentes nas reformas introduzidas por Napoleão durante suas conquistas na Europa, como a supressão dos direitos feudais e divulgação da ideia de igualdade civil. 32) A conjuntura pós-napoleônica foi marcada pela ação da burguesia em prol dos ideais liberais e nacionais desencadeados com a Revolução Francesa, e contra a velha ordem absolutista representada pela Europa do Congresso de Viena. 53. (UFES) A Revolução Francesa dominou a história, a própria linguagem e o simbolismo da política ocidental, desde sua irrupção até o período quase seguinte à Primeira Grande Guerra Mundial. 158

10 Do texto anterior, de Eric Hobsbawm, pode-se inferir ter sido a Revolução Francesa um dos processos mais importantes do século XVIII. Entre os acontecimentos que a marcaram, destaca-se o Golpe do 18 Brumário de 1799, pelo qual: a) a burguesia girondina reassumiu o poder, retomando o controle da Revolução. b) Napoleão Bonaparte assumiu o poder, na condição de Primeiro Cônsul. c) se instalou a Ditadura Montanhesa, sob a liderança de Robespierre. d) se instalou o Regime do Terror, com a aprovação da Lei dos Suspeitos. e) foi proclamada a República, após a vitória salvadora de Valmy. 54. (Vunesp) Artigo 5º O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer mercadoria pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa presa. (...) Artigo 7º Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas, ou lá tendo estado, desde a publicação do presente decreto, será recebida em porto algum. Artigo 8º Qualquer embarcação que, por meio de uma declaração, transgredir a disposição acima, será apresada e o navio e sua carga serão confiscados como se fossem propriedade inglesa. Excerto do Bloqueio Continental, Napoleão Bonaparte. Citado por Kátia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea ( ), Esses artigos do Bloqueio Continental, decretado pelo Imperador da França em 1806, permitem notar a disposição francesa de: a) estimular a autonomia das colônias inglesas na América, que passariam a depender mais de seu comércio interno. b) impedir a Inglaterra de negociar com a França uma nova legislação para o comércio na Europa e nas áreas coloniais. c) provocar a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, por meio da ocupação militar da Península Ibérica. d) ampliar a ação de corsários ingleses no norte do Oceano Atlântico e ampliar a hegemonia francesa nos mares europeus. e) debilitar economicamente a Inglaterra, então em processo de industrialização, limitando seu comércio com o restante da Europa. 55. (UFR-RJ) Ordens de Napoleão: soldados franceses queimando importações britânicas em HENDERSON, W. O. A revolução Industrial. São Paulo, Verbo/EDUSP, p.27. A explicação para o quadro anterior está: a) na repulsa da população francesa aos produtos ingleses vendidos na Europa Continental, em geral muito caros e de péssima qualidade. b) no protesto de operários franceses contra o desemprego causado na Inglaterra pela introdução de máquinas no processo produtivo (início da chamada Revolução Industrial ). c) na disputa, até militar, entre uma Inglaterra já em acelerado estado de industrialização e uma França que busca o mesmo intento, abrindo concorrência ao produto inglês. d) na tentativa francesa de evitar que matérias-primas, mais baratas, oriundas da Inglaterra, arruinassem os produtos franceses. e) na revolta dos franceses contra o apoio dado pela monarquia inglesa à Família Real portuguesa quando esta decidiu retornar à Europa, após sua estadia no Brasil. 56. (Mackenzie-SP) Minha maior glória não consistiu em ter ganho quarenta batalhas; Waterloo apagará a memória de tantas vitórias. O que nada apagará, o que viverá eternamente, é o meu Código Civil. Napoleão Bonaparte O Código Civil Napoleônico, promulgado em 1804, assegurava: a) que os reis franceses só poderiam aumentar impostos ou alterar as leis com a aprovação do Grande Conselho, composto por membros do clero, burgueses e nobres. b) as conquistas burguesas, como a igualdade do indivíduo perante a lei, o direito à propriedade e a proibição da organização de sindicatos de trabalhadores e das greves. c) uma organização da Europa em novas bases econômicas e sociais, fixando uma bipolarização ideológica marcada pela tensão internacional, o que reativou o confronto com a Inglaterra. d) a harmonização dos interesses conflitantes do capital e do trabalho dentro dos quadros das corporações, defendendo que tudo deveria ser feito para a nação, pois esta representava a mais alta forma de sociedade. e) um planejamento econômico e social baseado na intervenção do Estado na economia, por meio de investimentos estatais de monta, estimulando uma política de pleno emprego. 57. (FGV-SP) A Revolução Francesa foi marcada por uma série de reviravoltas políticas. Em novembro de 1799, o general Napoleão Bonaparte liderou um golpe de Estado que pôs fim ao Diretório, inaugurando uma nova fase da história francesa. a) Quais eram as características do Código Civil estabelecido por Napoleão? b) Em que medida o Código Civil chocava-se com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789? 58. (Fuvest-SP) Os soldados franceses que guerrearam da Andaluzia a Moscou, do Báltico à Síria [...] estenderam a universalidade de sua revolução mais eficazmente do que qualquer outra coisa. E as doutrinas e instituições que levaram consigo, mesmo sob o comando de Napoleão, eram doutrinas universais, como os governos 159

11 sabiam e como também os próprios povos logo viriam a saber. Eric Hobsbawm. A era das revoluções Baseando-se no texto, aponte: a) as doutrinas e instituições referidas pelo autor; b) os desdobramentos dessas guerras para a América Ibérica. 59. (UERJ) Em 1815, Napoleão Bonaparte, considerado o herdeiro da Revolução Francesa, foi derrotado, procedendo-se a uma restauração dos legítimos soberanos na França e em todos os países europeus onde o Antigo Regime havia sido destronado. Essa Restauração não desfez, porém, a obra liberal já construída. Em tal perspectiva, conservadorismo e liberalismo tornaram-se as palavras-chave para os debates políticos que permearam a primeira metade do século XIX. a) Cite duas características do liberalismo político. b) Entre as ações realizadas pelas forças de conservação na primeira metade do século XIX, encontra-se a política de intervenção da Santa Aliança. Conceitue essa política, identificando um de seus objetivos. 60. (UFMG) Em 21 de novembro de 1806, em Berlim, Napoleão Bonaparte assinou um decreto, em que se estabeleciam as bases do que ele próprio denominou Bloqueio Continental. Leia este trecho desse decreto: Considerando [...] Que a Inglaterra considera inimigo todo indivíduo que pertence a um Estado inimigo e, por conseguinte, faz prisioneiros de guerra não somente as equipagens dos navios armados para a guerra, mas ainda as equipagens das naves de comércio e até mesmo os negociantes que viajam para os seus negócios; [...] Decretamos o que segue: Artigo 1º As Ilhas Britânicas são declaradas em estado de bloqueio, Artigo 2º Qualquer comércio e qualquer correspondência com as Ilhas Britânicas ficam interditados [...] Artigo 3º Qualquer indivíduo, súdito da Inglaterra, qualquer que seja sua condição, que for encontrado nos países ocupados por nossas tropas ou pelas tropas de nossos aliados, será constituído prisioneiro de guerra, Artigo 4º Qualquer loja, qualquer mercadoria, qualquer propriedade pertencente a um súdito da Inglaterra será declarada boa presa, Artigo 5º O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer mercadoria pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa presa. Campo Imperial de Berlim, 21 de novembro de A partir da leitura desse trecho e considerando outros conhecimento sobre o conflito, explique as diferenças relacionadas às políticas praticadas pela França e pela Inglaterra. 61. (Ifsc) A Revolução Francesa é considerada o mais importante acontecimento da história contemporânea. Inspirada pelas ideias iluministas, a sublevação cujo lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade ecoou em todo mundo, pondo abaixo regimes absolutistas e ascendendo os valores burgueses. Disponível em Acesso: 30 maio Sobre os acontecimentos influenciados pela Revolução Francesa, assinale a soma da(s) proposição(ões) correta(s). 01) A manutenção de privilégios da nobreza feudal na Europa Ocidental. 02) O fim do Absolutismo e a instauração de monarquias e/ou repúblicas constitucionais, especialmente na Europa. 04) O fortalecimento do domínio ideológico da Igreja Católica com o acirramento da Santa Inquisição, na França. 08) O incentivo teórico para movimentos de independência na América Latina. 16) O estabelecimento dos princípios gerais de liberdade, igualdade e propriedade como novos valores da sociedade moderna. 32) A consolidação da burguesia como classe social que soma ao poder econômico o poder político dando início ao modelo liberal do capitalismo. 62. (Uem) A Revolução Francesa, ocorrida no final do século XVIII, é considerada pelos estudiosos como um dos acontecimentos que contribuiu para a formação da sociedade contemporânea. Sobre as contribuições da Revolução Francesa para a sociedade contemporânea, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Os ideais liberais e democráticos da Revolução Francesa serviram de base para a constituição de Estados totalitários contemporâneos em diversos países da Europa. 02) Com a Revolução Francesa, estabeleceu-se a liberdade de crença religiosa e a separação entre Estado e Igreja. 04) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é um dos resultados mais diretos da Revolução Francesa. 08) Os revolucionários defendiam ideais de liberdade e de igualdade, em oposição ao absolutismo monárquico. 16) A Revolução Francesa representou a primeira reação política organizada da História contra uma sociedade centrada nos valores pré-capitalistas. 63. (Ufrgs) O texto abaixo refere-se à Revolução Francesa. O Terror é doravante um sistema de governo, ou melhor, uma parte essencial do governo revolucionário. Seu braço. (...) Ele é também um meio de governo omnipresente, através do qual a ditadura revolucionária de Paris deve fazer sentir sua mão de ferro em todos os lugares, tanto nas províncias quanto nas forças armadas. FURET, François ; OZOUF, Mona. Diccionnaire critique de la Révolution française. Événements. Paris: Flammarion, p Considere as seguintes afirmações sobre o denominado Terror. I. O governo jacobino, dirigido por Robespierre, e o Comitê de Salvação Pública foram responsáveis pelo período do Terror. II. O Terror foi uma política de extermínio liderada pelos girondinos de origem burguesa. III. O objetivo dessa política centrava-se na defesa da Revolução contra os inimigos internos e externos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas I e III. 160

12 64. (Mackenzie) O Estado sou eu, frase atribuída ao rei francês Luís XIV, traduzia o grau de centralização de poderes típica dos Estados absolutistas europeus. Tal forma de organização política destacava a figura do monarca como bem caracteriza a imagem acima. Assinale a alternativa correta que expressa o papel da monarquia absolutista. a) O regente, ao aparecer publicamente com trajes suntuosos, exprimia a união entre o poder temporal e o espiritual, apoiado publicamente pelo Papa em cada aparição pública. b) O monarca, ao se utilizar da pompa e da suntuosidade, sintetizava os anseios da própria nação e dos diversos grupos religiosos existentes no território francês. c) A exposição pública da figura do monarca enfraquecia a nobreza e as tradições aristocráticas, ao mesmo tempo em que fortalecia os interesses burgueses. d) O rei, ao simbolizar o próprio Estado francês, consegue articular o anseio do grupo mercantil em ascensão, articulando-os com os interesses da nobreza nacional. e) Eliminar as revoltas camponesas francesas, recorrendo ao luxo e majestade configurados na imagem do monarca, garantia estabilidade à nação. 65. (Ufu) A chamada Era Napoleônica ( ) foi uma época marcada por grandes conflitos bélicos na Europa. Sobre esse momento e suas repercussões na história do continente americano, assinale a alternativa incorreta. a) A necessidade financeira decorrente dos custos militares levou Napoleão Bonaparte a vender territórios coloniais franceses na América do Norte. Nesse contexto, o vasto território da Louisiana foi incorporado aos EUA. b) O envolvimento da França em conflitos bélicos contra quase toda Europa favoreceu a perda de colônias francesas na América. A independência do Haiti e a ocupação da Guiana Francesa pelos portugueses são exemplos disso. c) Durante o apogeu do Império Napoleônico, a Espanha tornou-se politicamente dependente da França. Essa situação favoreceu anseios autonomistas na América espanhola e levou a Inglaterra a apoiar movimentos de independência. d) Com o bloqueio continental, a Inglaterra teve seus interesses comerciais na América seriamente prejudicados. Nesse contexto, os britânicos invadiram a Argentina em 1806 e a controlaram até 1815, quando o Congresso de Viena decretou sua independência. 66. (Ufrgs) No Congresso de Viena, concluído em 1815, pouco antes da derrota de Napoleão em Waterloo, os soberanos europeus vitoriosos fixaram os destinos da Europa. Nessa reconstrução geopolítica, a) a Inglaterra, lesada em posições estratégicas, perdeu definitivamente o domínio dos mares para potências emergentes, como Espanha e Itália. b) a nova carta político-territorial da Europa assegurou o equilíbrio entre as grandes potências ao reconhecer as aspirações nacionais. c) a França, apesar da derrota, foi poupada, não perdendo seus territórios nem sendo obrigada a pagar indenizações de guerra, em nome do equilíbrio europeu. d) a Rússia abdicou de qualquer pretensão de tornar-se a potência dominante da Europa oriental, enquanto a Áustria, que conquistou a Bélgica, perdeu seus domínios na Itália. e) o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves, o que permitiu a permanência da família real no continente americano, sem perda do trono. 67. (Fgv) Entre , representantes das nações europeias reuniram-se no chamado Congresso de Viena. As principais discussões desses encontros giraram em torno: a) Da adoção do Código Napoleônico por todos os Estados europeus, como forma de modernizar as instituições sociais e adequá-las ao desenvolvimento capitalista do período. b) Da reorganização da Europa após as guerras napoleônicas, procurando garantir à burguesia os avanços conquistados após anos de revoluções. c) Da definição de fronteiras e governantes europeus a partir da ideia de legitimidade, isto é, a restauração do poder e das divisões territoriais anteriores à Revolução Francesa. d) Da necessidade de banir definitivamente os princípios fundamentais do Antigo Regime, tais como a desigualdade jurídica, a dominação aristocrática e o absolutismo. e) Da implementação do Parlamentarismo como a única forma de garantir a dominação aristocrática e a restauração das dinastias destronadas pelas revoluções. 68. (Uff) A Revolução Francesa de 1789 foi um fenômeno que pode ser comparado àquele da Revolução Americana de Ambas constituem parte do que designamos como Revoluções Burguesas. Entretanto, observando seus resultados políticos na França e nos EUA, percebemos diferenças radicais no tocante aos modos de organização dos governos de cada um desses Estados. Tendo em vista o estabelecido no texto: a) explique as diferenças entre as formas políticas resultantes de cada uma das revoluções, no âmbito da França e dos EUA; b) indique um dos líderes da Revolução Americana e um movimento no Brasil que tenha recebido a influência de uma das Revoluções Burguesas. 161

13 69. (Fgv) HISTOIRE: Une terre, des hommes. França: Magnard. A caricatura acima mostra a situação das camadas sociais na sociedade francesa de antes da Revolução de a) Que grupos e que relações sociais estão representados na caricatura? b) Antes do movimento revolucionário, quais eram as principais críticas do povo em relação às camadas dominantes? c) Que classe social liderou a Revolução e que transformações ocorreram no período mais radical do processo revolucionário? 70. (Uerj) Em fevereiro de 2004, o Haiti foi manchete de jornais e revistas, em função da saída de seu primeiro presidente eleito de forma direta, Jean-Bertrand Aristide, frente à crescente oposição interna. A história de lutas no Haiti começou, no entanto, no final do século XVIII, quando ocorreram os primeiros movimentos de resistência à dominação francesa. Somente em 1804, após mais de dez anos de conflitos, essa colônia conquistou sua independência, passando a se chamar Haiti. a) Identifique o episódio da conjuntura internacional que influenciou, em agosto de 1791, no Haiti, o levante contra a dominação dos franceses e justifique sua resposta. b) Aponte a característica que distinguiu o processo de independência do Haiti do das outras colônias americanas e um reflexo dessa característica sobre as elites brasileiras da primeira metade do século XIX. 71. (Unesp) Compare os dois textos seguintes e responda. Em todos os lugares havia calma. Nenhum movimento, nem temor ou aparência de movimento no Reino havia que pudessem interromper ou se opor aos meus projetos. (Memórias de Luís XIV para o ano de 1661.) Para nos mantermos livres, cumpre-nos ficar incessantemente em guarda contra os que governam: a excessiva tranquilidade dos povos é sempre o pregoeiro de sua servidão. (J. P. Marat. As cadeias da escravidão, 1774.) a) A que regime político predominante na Idade Moderna europeia os dois textos, de formas diferentes, se referem? b) O texto de Marat apresenta uma noção de cidadania elaborada pela reflexão política do Século das Luzes. De que forma a Revolução Francesa do século XVIII foi a expressão desta nova concepção política? 72. (Uff) Poucas vezes a incapacidade dos governos em conter o curso da história foi demonstrada de forma mais decisiva do que na geração pós Evitar uma segunda Revolução Francesa, ou ainda a catástrofe pior de uma revolução europeia generalizada tendo como modelo a francesa, foi o objetivo supremo de todas as potências que tinham gasto mais de 20 anos para derrotar a primeira Hobsbawm, Eric. A Era das Revoluções. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982, p. 127 O período conhecido como Restauração representou a vitória das potências europeias contra o domínio napoleônico. Reunidos no Congresso de Viena, entre setembro de 1814 e junho de 1815, os países vencedores estabeleceram o princípio da legitimidade, que significou a sua recomposição territorial e a restauração dos governos, tal como existiam antes do avanço napoleônico. Analise o papel da Santa Aliança na preservação dos princípios estabelecidos pelo Congresso de Viena, indicando a nação cuja atuação foi decisiva para a Restauração. 73. (Unicamp) Instalada em Nova Iorque em 1886, a Estátua da Liberdade foi oferecida pelos franceses como um gesto de amizade republicana para com os Estados Unidos. Por toda a França, houve subscrição pública para levantar fundos, considerando-se que a ideia de liberdade dos filósofos franceses tinha sido exportada para a América e inspirado a Guerra de Independência. Assim, seria adequado comemorar o seu centenário com uma estátua francesa. Com o tempo, associou-se à estátua a imagem de mãe dos exilados. Traduzido e adaptado de Marina Warner, Monuments and maidens - the allegory of the female form. Londres: Vintage, 1996, p.6-7). a) Segundo o texto, quais significados foram associados à Estátua da Liberdade? b) Identifique três relações que podem ser estabelecidas entre a Guerra da Independência Americana e a Revolução Francesa. 74. (Ueg) Que relação existe entre o Bloqueio Continental, lançado por Napoleão Bonaparte contra a Inglaterra, e a Independência do Brasil? 75. (Unicamp) No ano de 801, assim foi registrada a coroação de Carlos Magno: Então, como no mais santo dia de Natal, tendo ele entrado na Basílica de São Pedro, para a celebração das missas solenes, e tendo-se colocado diante do altar, a cabeça inclinada, em preces, o papa Leão lhe colocou a coroa sobre a cabeça. Quando, em 1804, Napoleão torna-se imperador da França, mesmo com a presença do papa, ele coroa a si mesmo. a) Por que seria impossível para Carlos Magno, homem de tantos feitos, autocoroar-se? b) Por que Napoleão pôde colocar a própria coroa? 162

14 História capítulo 2 Exercícios propostos 76. (CFTMG) Com a vinda da Corte portuguesa ao Brasil, em 1808, não só os portos se abriram para as Nações Amigas, mas também as portas para a entrada de estrangeiros. [...] Comerciantes, especialmente ingleses, artistas franceses e imigrantes, além de viajantes naturalistas de várias regiões do Velho Mundo, têm permissão de estudar o que o país desconhecido parecia prometer em novidades. Esses visitantes serão autores de um novo descobrimento do Brasil [...]. LISBOA, Karen Macknow. A Nova Atlântica de Spix e Martius: natureza e civilização na Viagem pelo Brasil ( ). São Paulo: Hucitec, p. 29. O texto refere-se aos viajantes como autores de um novo descobrimento do Brasil porque eles teriam: a) denunciado a condição degradante dos indígenas da América, dada a expropriação de suas terras. b) apontado a necessidade de emancipação política brasileira frente aos interesses colonialistas de Portugal. c) influenciado as práticas agrícolas brasileiras por compartilharem tecnologias modernizantes dos Estados Unidos. d) divulgado as informações sobre o país ao transformarem suas anotações de viagens em relatos publicados na Europa. 77. (UFSM) No texto O Império enfermo, Cláudio Bertolli Filho afirma: A vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808 determinou mudanças na administração pública colonial, inclusive na área de saúde. Como sede provisória do império lusitano e principal porto do país, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se o centro das ações sanitárias. Com elas, dom João VI procurou oferecer uma imagem nova de uma região que os europeus definiam como território da barbárie e da escravidão. FILHO, Cláudio Bertolli. História da saúde pública no Brasil. 4.ed. São Paulo: Ática, p. 8. As ocorrências mencionadas estão inseridas numa sucessão em que podem ser destacados, seja como antecedentes, seja como consequentes, os seguintes processos: I. a Primeira Revolução Industrial e a busca da Inglaterra pela hegemonia comercial na Europa e no mundo. II. a Revolução Francesa e as tentativas de expansão das conquistas dos revolucionários burgueses para a Europa. III. as disputas entre a Inglaterra e a França, o decreto do Bloqueio Continental com as repercussões para a Espanha e Portugal e seus domínios ultramarinos. IV. a crise do sistema colonial, os processos de independência nas Américas e a implantação de Estados Nacionais em ex-colônias da Inglaterra, França, Espanha e Portugal. Estão corretas: a) apenas I e II. b) apenas I e IV. c) apenas II e III. d) apenas III e IV. e) I, II, III e IV. 78. (UERN-RN)... é comumente datado a partir de 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil. A verdade dessa proposição reside, em especial, na montagem pelo Príncipe, e depois Rei, João VI, de um aparelho governativo no Brasil. Tal criação dá-se, por um lado, através da transferência de órgãos portugueses e, de outro, com o surgimento, no Rio de Janeiro, de estruturas típicas de uma capital, com bibliotecas, um jornal, instituições de fomento. Ao mesmo tempo, são substituídos os institutos de caráter colonial, como os monopólios e as restrições industriais e comerciais. Por fim, todo o processo é coroado pela assinatura de dois tratados com a Inglaterra, um de Aliança e Amizade e outro de Comércio e Navegação, em MONTEIRO, Hamilton de Mattos. In: Linhares, Maria Yedda. História Geral do Brasil. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p O trecho anterior se refere ao processo de: a) abolição da escravidão. b) independência do Brasil. c) descolonização da região Sul do país. d) desenvolvimento industrial no Brasil. 79. (Vunesp) Com a vinda da Corte, pela primeira vez, desde o início da colonização, configuravam-se nos trópicos portugueses preocupações próprias de uma colônia de povoamento e não apenas de exploração ou feitoria comercial, pois que no Rio teriam que viver e, para sobreviver, explorar os enormes recursos naturais e as potencialidades do Império nascente, tendo em vista o fomento do bem-estar da própria população local. DIAS, Maria Odila Leite da Silva. A interiorização da metrópole e outros estudos, A vinda da Corte portuguesa para o Brasil, ocorrida em 1808 e citada no texto, foi provocada, sobretudo: a) pelo fim da ocupação francesa em Portugal e pelo projeto, defendido pelos liberais portugueses, de iniciar a gradual descolonização do Brasil. b) pela pressão comercial espanhola e pela disposição, do príncipe regente, de impedir a expansão e o sucesso dos movimentos emancipacionistas na colônia. c) pelo interesse de expandir as fronteiras da colônia, avançando sobre terras da América Espanhola, para assegurar o pleno domínio continental do Brasil. d) pela invasão francesa em Portugal e pela proximidade e aliança do governo português com a política da Inglaterra. e) pela intenção de expandir, para a América, o projeto de união ibérica, reunindo, sob a mesma administração colonial, as colônias espanholas e o Brasil. 80. (UESPI) O historiador Oliveira Lima define D. João VI, como um grande estadista. Com relação às medidas adotadas por esse monarca, logo após sua chegada ao Brasil, em 1808, destaca-se: a) a transposição da estrutura administrativa portuguesa, como tribunais, ministérios e cartórios, cujos cargos foram preenchidos apenas por brasileiros. 163

15 b) o estreitamento das relações comerciais com a Inglaterra, simbolizado pela abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior. c) a assinatura do Tratado de Madri, com a Espanha, distendendo as fronteiras territoriais da região sul do Brasil. d) a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), no Rio de Janeiro, para construção de uma nova identidade para a nação recém-fundada. e) a concessão do perdão para os participantes na Revolução Pernambucana, também reconhecida como Revolução dos Padres. 81. (CFTSC) Em 1808, em razão do confronto entre França e Inglaterra e temendo Napoleão Bonaparte, o príncipe regente D. João, de Portugal, futuro D. João VI, juntamente com a Corte, funcionários e militares, deixa Portugal e se estabelece na sua colônia mais importante: o Brasil. Diversas instituições surgiram com a família real no Brasil, dentre as quais se destaca: a) a Petrobras. b) o Banco do Brasil. c) o Banco Nacional da Habitação. d) a Companhia Vale do Rio Doce. e) a Companhia Siderúrgica Nacional. 82. (PUC-RJ) Surpreendidas pela invasão napoleônica em 1807, as duas Coroas ibéricas tiveram desdobramentos políticos diferenciados. No caso espanhol, a captura do Rei Fernando VII por Napoleão acelerou a luta pela autonomia nas cidades e províncias de todo o Império. No caso português, a transmigração da família real para a colônia permitiu desdobramentos mais lentos ao Império luso. Tendo em vista a conjuntura descrita acima: a) cite duas medidas tomadas pelo Príncipe Regente D. João, a partir de 1808, que tenham favorecido a manutenção do controle português sobre as províncias brasílicas e seus territórios; b) identifique uma característica das independências na América hispânica também encontrada nos movimentos pela independência ocorridos na América portuguesa. 83. (UERJ) O enriquecimento da vida cultural do Rio de Janeiro, e até mesmo do país, após 1808, decorreu, sobretudo, das necessidades da elite dominante. No ambiente acanhado da sociedade americana, a novidade dos procedimentos característicos do círculo real exerceram extraordinário fascínio, produzindo um poderoso efeito civilizador em relação à cidade. Em contrapartida, a Coroa não deixou de adotar também medidas de controle mais eficientes. Após a tormenta da Revolução Francesa e ainda vivendo o turbilhão do período napoleônico, era o medo dos princípios difundidos pelo século das Luzes, especialmente as perniciosas ideias francesas, que ditava essas cautelas. NEVES, Lúcia M. P. das e MACHADO, Humberto F. O império do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Adaptado. O texto aborda um duplo movimento provocado pela presença da Corte portuguesa no Brasil: o estímulo às atividades culturais na colônia e, ao mesmo tempo, o controle conservador sobre essas atividades. Indique duas ações da Coroa que enriqueceram a vida cultural da cidade do Rio de Janeiro. Explique, ainda, como o Estado português exercia controle sobre as atividades culturais. 84. (UFPR) Em janeiro de 1808, D. João, Príncipe Regente do Império Português, expediu a seguinte Carta Régia: Eu, o Príncipe-Regente [...] atendendo à representação que fizestes subir à minha Real presença, [...] sou servido ordenar [...] o seguinte: Primeiro Que sejam admissíveis nos portos do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias, transportadas em navios estrangeiros das potências que se conservam em paz e harmonia com a minha Real Coroa [...]. Segundo Que não só os meus vassalos, mas também os sobreditos estrangeiros possam exportar para os portos que bem lhes parecer, a benefício do comércio e agricultura, que tanto desejo promover, todos e quaisquer gêneros e produções coloniais [...]. O que tudo assim fareis executar com o zelo e atividade que de vós espero. Coleção das Leis do Brasil Adaptado. Com base nesse documento e nos conhecimentos históricos, escreva um texto abordando as consequências dessas determinações de D. João sobre o pacto colonial. 85. (PUC-RJ) A imagem a seguir, do pintor Jean Baptiste Debret, intitulada Um funcionário do governo sai a passeio com a família, constitui um registro do cotidiano daqueles que habitavam o Rio de Janeiro no tempo do governo joanino ( ). A partir da observação da gravura e de seus conhecimentos sobre o período: a) apresente dois elementos que identificam a posição dos diferentes grupos sociais na hierarquia da sociedade da época. Justifique. b) explique por que durante o governo de D. João VI o Rio de Janeiro passou a ser identificado como nova Lisboa. 86. (PUC-RJ) Sobre as transformações político-sociais e econômicas ocorridas durante a permanência da Corte portuguesa no Brasil ( ), estão corretas as afirmações a seguir, à exceção de: a) A vinda da família real para o Brasil transformou a colônia no principal centro das decisões políticas e econômicas do Império português. b) A abertura dos portos favoreceu os interesses dos proprietários rurais produtores de açúcar e algodão, uma vez que se viram livres do monopólio comercial. c) A permanência da Corte portuguesa no Rio de Janeiro satisfez os interesses dos diferentes grupos sociais da colônia e trouxe benefícios para todas as regiões do Brasil. d) Durante o Período Joanino, organizaram-se novos órgãos e instituições, como o Banco do Brasil e a Casa da Moeda. e) Dentre as medidas que mudaram o perfil políticoeconômico da colônia, destacaram-se os tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação, que deram benefícios aos ingleses. 164

16 87. (Fuvest-SP) Em novembro de 1807, a família real portuguesa deixou Lisboa e, em março de 1808, chegou ao Rio de Janeiro. O acontecimento pode ser visto como: a) incapacidade dos Braganças de resistirem à pressão da Espanha para impedir a anexação de Portugal. b) ato desesperado do Príncipe Regente, pressionado pela rainha-mãe, Dona Maria I. c) execução de um velho projeto de mudança do centro político do Império português, invocado em épocas de crise. d) culminância de uma discussão popular sobre a neutralidade de Portugal com relação à guerra anglo-francesa. e) exigência diplomática apresentada por Napoleão Bonaparte, então primeiro cônsul da França. 88. (IFBA) O Brasil constituía então uma base essencial da economia portuguesa. A nossa exportação era quase toda (excetuando o vinho do Porto) canalizada para os portos brasileiros; a nossa importação vinha quase toda do Brasil; as matérias-primas tropicais faziam escala em Lisboa e daqui eram exportadas para o exterior. (...) A emancipação econômica do Brasil (em 1808) teve, portanto, consequências graves na economia portuguesa. A antiga colônia passara, em poucos anos, de fonte de rendimento à fonte de despesa. SARAIVA, J. H. História de Portugal. Lisboa: Europa-América, p No contexto das medidas liberais decretadas por D. João VI no Brasil, a emancipação econômica do Brasil, que o historiador português apresenta como danosa à economia portuguesa, é resultado da: a) autonomia administrativa advinda da elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves. b) autonomia financeira garantida com a criação do Banco do Brasil, que passou a emitir papel moeda. c) liberação manufatureira estabelecida pelo Alvará de 1º de abril, que permitiu as instalações de indústrias no Brasil. d) incrementação do comércio brasileiro a partir da assinatura do Tratado de Comércio e Navegação com a Inglaterra. e) liberdade de comércio estabelecida pelo decreto de Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas de Portugal. 89. (UFPR) A presença no Brasil da Corte e do Príncipe Regente, D. João, criou condições concretas para que a separação do Brasil em relação a Portugal se tornasse definitiva. A respeito dessa conjuntura, é correto afirmar que: 01) D. João manteve a proibição de se instalarem indústrias no Brasil. 02) a abertura dos portos brasileiros liquidou com o elemento econômico essencial do sistema colonial ibérico: o monopólio comercial. 04) a instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro significou a transferência das decisões políticas do Nordeste para o Sudeste. 08) ao liberalismo comercial, que interessava aos ingleses e às elites coloniais, corresponderia, no plano político, a instalação de um Estado Nacional na antiga Colônia. 16) o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. 90. (PUCCamp-SP) A transmigração da família real portuguesa para o Brasil em 1808 repercutiu de forma significativa, no que se refere à participação do Brasil no mercado mundial, porque: a) organizou-se uma legislação visando à contenção das importações de artigos supérfluos que naquela época começavam a abarrotar o porto do Rio de Janeiro. b) o Ministério de D. João colocou em execução um projeto de cultivo e exportação do algodão visando substituir a exportação norte-americana, prejudicada pela Guerra de Independência. c) o tráfico de escravos negros para o Brasil foi extinto em troca do direito dos comerciantes portugueses abastecerem, com exclusividade, algumas das colônias Inglesas, como a Guiana. d) o corpo diplomático joanino catalisou rebeliões na Província Cisplatina, favorecendo, assim, a exportação de couro para a Europa. e) foi promulgada a Abertura dos Portos e realizados Tratados com a Inglaterra. 91. (UFV-MG) O desembarque da família real e da Corte portuguesa, em 1808, não só marcou o início de uma série de mudanças econômicas, políticas e administrativas como representou uma etapa decisiva no processo de emancipação política da Colônia. Das alternativas abaixo, assinale aquela que não indica uma consequência da transferência da família real e da Corte portuguesa para a América. a) Ocupação da Guiana Francesa e da Província Cisplatina e sua incorporação ao Império Português, como resultado da política externa agressiva adotada por D. João. b) Estabelecimento do Rio de Janeiro como sede do Império Português, que a partir de 1816 passou a se chamar Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. c) Abertura dos portos da Colônia às nações aliadas de Portugal, como a Inglaterra, dando início a uma fase de livre-comércio, ainda que com certas restrições. d) Revogação da lei que proibia a instalação de manufaturas na Colônia, o que provocou maior dinamização da economia, apesar da forte concorrência dos produtos ingleses. e) Redução dos impostos e da emissão de papelmoeda, o que impediu a reedição de movimentos de contestação ao domínio lusitano na América Portuguesa. 92. (Mackenzie-SP) Napoleão em seu estúdio. Jacques-Louis David, Retrato de D. João VI, Debret,

17 Neste ano, em que comemoramos as relações Brasil- França, verificamos que as interfaces que ligam as duas nações são marcantes ao longo de toda a nossa história. A presença da família real portuguesa no Brasil, em 1808, motivou, entre outros eventos, a vinda da Missão Artística Francesa, em 1816, porque: a) o estilo neoclássico trazido pelos artistas franceses traduzia o modelo ideal de civilização, de acordo com os padrões da classe dominante europeia, sendo essa a imagem que o governo português desejava transmitir, nesse momento, do Brasil. b) a arte acadêmica, fruto da Missão Francesa chefiada por Joaquim Lebreton, tinha, como objetivo, alterar o gosto e a cultura nacional, ainda marcadamente influenciada pela opulência do Barroco e pela tradição indígena. c) a arte acadêmica, afastando-se dos motivos religiosos e exaltando o poder civil, as datas e os personagens históricos, agradava mais às classes populares nacionais, ansiosas por imitarem os padrões europeus. d) somente artistas franceses poderiam retratar, com exatidão e competência, a paisagem e os costumes brasileiros, modificados com a vinda da família real para a colônia. e) era necessário criar, na colônia, uma Academia Real de Belas Artes, a fim de cultivar e estimular, nos trópicos, a admiração pelos padrões intelectuais e estéticos portugueses, reconhecidamente superiores. 93. (Fuvest-SP) Fui à terra fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em nossa terra nas lojas do Brasil. GRAHAM, Maria. Diário de uma viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em 1824). Adaptado. Esse trecho do diário da inglesa Maria Graham refere-se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em 21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos: a) do Ato de Navegação, de 1651, que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte, mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul. b) do Tratado de Methuen, de 1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias. c) da abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da família real portuguesa à América. d) do Tratado de Comércio e Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a Inglaterra e eliminou a concorrência hispano-americana. e) da ação expansionista inglesa sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua vitória sobre as tropas napoleônicas, em (Fuvest-SP) Nos movimentos denominados Inconfidência Mineira, de 1789, Conjuração Baiana, de 1798, e Revolução Pernambucana, de 1817, identifique: a) os setores sociais neles envolvidos; b) os objetivos políticos que possuíam em comum. 95. (UFPE) Na(s) questão(ões) a seguir, escreva nos parênteses (V) se for verdadeiro ou (F) se for falso. Esta questão diz respeito à Revolução de ( ) No início do século XIX, a Revolução de 1817, em Pernambuco, esteve articulada ideologicamente com lutas burguesas nos Estados Unidos e na Europa. ( ) A conspiração dos Suassunas está para a Revolução de 1817, assim como o 18 Brumário está para a Revolução Francesa. ( ) A Revolução Pernambucana de 1817 foi vitoriosa em vários estados: na Paraíba, no Rio Grande do Norte, no Ceará, na Bahia e no Maranhão. ( ) Em Portugal, na cidade do Porto, a influência da Revolução de 1817 foi decisiva para a eclosão da Revolução Constitucional. ( ) O período que antecedeu 1817 caracterizou-se por uma fase de recessão que atingiu os preços do açúcar e do algodão no mercado internacional. 96. (UFPE) As revoluções libertárias de Pernambuco, no século XIX, tinham um caráter separatista. A Revolução de 1817, entretanto, destacou-se por receber apoio de muitos padres católicos e da maçonaria. Sobre esta Revolução, podemos afirmar que: a) o governo revolucionário recebeu uma grande influência do Sinédrio, importante sociedade secreta de Portugal. b) o principal objetivo do movimento era liquidar o comércio a retalho dominado pelos portugueses. c) o seu líder maior Frei Caneca desejava a separação do Império e a formação de uma confederação. d) o movimento revolucionário foi essencialmente militar, porque não havia uma classe burguesa local. e) o governo provisório era representado pelos proprietários rurais, pelo comércio, clero, magistratura e forças armadas. 97. (Fatec-SP) O povo brasileiro, às vésperas da Revolução Pernambucana de 1817, percebia a roubalheira de camarilha de corruptos insaciáveis e cantava quadras de protestos como: Quem furta pouco é ladrão Quem furta muito é barão Quem mais furta e esconde Passa de barão a visconde. I. No ano de 1816, o Nordeste foi assolado por uma grande seca que afetou a agricultura de subsistência e provocou a queda da produção de algodão e açúcar. II. O prejuízo dos grandes proprietários ligados à exportação foi imenso. Mas, os mais prejudicados foram as massas trabalhadoras. III. O aumento de impostos e a criação de novos impostos para sustento da Corte sediada no Rio de Janeiro contribuíram para tornar ainda pior a qualidade de vida da população, à medida que o preço dos gêneros de primeira necessidade tornou-se proibitivo aos pobres. 166

18 A respeito das asserções I, II e III sobre a Revolução Pernambucana de 1817, deve-se afirmar que: a) apenas a I está correta. b) apenas a I e a II estão corretas. c) apenas a I e a III estão corretas. d) todas estão corretas. e) todas estão incorretas. 98. (UERJ) Entre 1817 e 1820, dois viajantes estrangeiros, Spix e Martius, participaram de uma missão científica que percorreu diversas regiões do Brasil. Ao chegarem ao Rio de Janeiro, anotaram sua opinião sobre a capital do Império: Quem chega convencido de encontrar esta parte do mundo descoberta só desde três séculos, com a natureza inteiramente rude, violenta e invicta, poder-se-ia julgar, ao menos aqui na capital do Brasil, fora dela; tanto fez a influência da civilização e cultura da velha e educada Europa para remover deste ponto da colônia os característicos da selvajaria americana, e dar-lhe cunho de civilização avançada. Língua, costumes, arquitetura e afluxo dos produtos da indústria de todas as partes do mundo dão à praça do Rio de Janeiro aspecto europeu. SPIX & MARTIUS. Viagem pelo Brasil: Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUSP, Indique duas realizações da administração de D. João que tenham contribuído para que o Rio de Janeiro adquirisse as características europeias percebidas pelos autores. 99. (UFPE) Atribuiu-se aos revolucionários de 1817 a defesa da soberania popular, a separação entre os poderes (legislativo, executivo e judiciário), a liberdade de culto e de expressão e a igualdade de direitos. Sobre esse movimento, é correto afirmar: a) A revolta civil e militar de 1817, em Pernambuco, destituiu o governo e estabeleceu pela força das armas um governo republicano, dando mostras de uma verdadeira revolução popular. b) O governo republicano que se instalou em Pernambuco, em 1817, encontrou a estratégia militar que lhe garantiu a permanência no poder até abril de c) A ajuda do governo português aos revoltosos de 1817, em Pernambuco, veio através de forças navais e terrestres, consolidando-se, então, o governo republicano revolucionário de Pernambuco. d) A origem de classe dos líderes do movimento republicano de 1817 não permitiu a radicalização das mudanças nas estruturas econômicas e sociais existentes. e) Em razão da ampla repressão do governo português ao movimento de 1817, os líderes foram presos e executados, inclusive o Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca (Vunesp) Leia os itens a respeito da Revolução Pernambucana de I. Possuiu forte sentimento antilusitano, resultante do aumento dos impostos e dos grandes privilégios concedidos aos comerciantes portugueses. II. Teve a participação apenas de sacerdotes e militares, não contando com o apoio de outros segmentos da população. III. Foi uma revolta sangrenta que durou mais de dois meses e deixou profundas marcas no Nordeste, com os combates armados passando de Recife para o sertão, estendendo-se também a Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. IV. A revolta foi sufocada apenas dois anos depois por tropas aliadas, reunindo forças armadas portuguesas, francesas e inglesas. V. Propunha a República, com a igualdade de direitos e a tolerância religiosa, mas não previa a abolição da escravidão. É correto apenas o afirmado em: a) I, II e III. b) I, III e V. c) I, IV e V. d) II, III e IV. e) II, III e V (Unicamp-SP) Sobre a transferência da Corte de D. João VI para o Brasil, o historiador Kenneth Maxwell afirma: Novas instituições foram criadas pela Coroa portuguesa, e a maioria delas foi estabelecida no Rio de Janeiro, que, assim, assumiu um papel centralizador dentro de uma América portuguesa que antes era muito fragmentada no sentido administrativo. Houve resistência a isso, principalmente em Pernambuco, em Mas, no final, o poder central foi mantido. Kenneth Maxwell, Para Maxwell, país não permite leituras convencionais. Entrevista concedida a Marcos Strecker. Folha de São Paulo, 25/11/2007, Mais, p. 5. Adaptado. a) Segundo o texto, quais as mudanças suscitadas pela transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808? b) Quais os objetivos do movimento de Pernambuco em 1817? 102. (Fuvest-SP) Eis que uma revolução, proclamando um governo absolutamente independente da sujeição à Corte do Rio de Janeiro, rebentou em Pernambuco, em março de É um assunto para o nosso ânimo tão pouco simpático que, se nos fora permitido [colocar] sobre ele um véu, o deixaríamos fora do quadro que nos propusemos tratar. F. A. Varnhagen. História geral do Brasil, O texto trata da Revolução pernambucana de Com relação a esse acontecimento, é possível afirmar que os insurgentes: a) pretendiam a separação de Pernambuco do restante do reino, impondo a expulsão dos portugueses desse território. b) contaram com a ativa participação de homens negros, pondo em risco a manutenção da escravidão na região. c) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando o fim dos privilégios da Companhia do Grão-Pará e Maranhão. d) propuseram a independência e a república, congregando proprietários, comerciantes e pessoas das camadas populares. e) implantaram um governo de terror, ameaçando o direito dos pequenos proprietários à livre exploração da terra (Unicamp-SP) No tempo da independência, não havia ideias precisas sobre o federalismo. Empregavase federação como sinônimo de república e de demo- 167

19 cracia, muitas vezes com o objetivo de confundi-la com o governo popular, embora se tratasse de concepções distintas. Por outro lado, Silvestre Pinheiro Ferreira observava ser geral a aspiração das províncias à autonomia, sem que isso significasse a abolição do governo central da monarquia. Mas a historiografia da independência tendeu a escamotear a existência do projeto federalista, encarando-o apenas como produto de impulsos anárquicos e de ambições personalistas e antipatrióticas. MELO, Evaldo Cabral de. A Outra Independência. O federalismo pernambucano de 1817 a São Paulo: Ed. 34, 2004, p Adaptado. a) Identifique no texto dois significados distintos para o federalismo. b) Quais os interesses econômicos envolvidos no processo de independência do Brasil? 104. (UFF-RJ) Como mito de origem nacional para a Bahia, a Guerra de Independência, de 2 de julho de 1823, é sempre relembrada em festas e comemorações oficiais. Assinale a alternativa que melhor identifica o papel dos baianos no contexto da independência brasileira. a) A articulação revolucionária das camadas populares da capital baiana esteve restrita aos interesses dos libertos e dos homens livres e pobres, sem o apoio de parte dos intelectuais da cidade de Salvador. b) As independências do Brasil e da Bahia ocorreram no mesmo contexto político, sem particularismos locais. Nesse sentido, não é possível considerar a existência de duas datas que marcam a independência do país. c) A sedição de 1798 na Bahia sepultou os desejos separatistas dos baianos e os afastou da política brasileira de Por essa razão, a população baiana esteve alijada do contexto político da independência. d) A comemoração da independência da Bahia justifica-se, pois nessa data, as tropas do Exército e da Marinha expulsaram definitivamente os portugueses da cidade do Salvador. e) A independência do Brasil esteve estritamente associada aos interesses ingleses e holandeses, instalados no Brasil e beneficiários da Abertura dos Portos (UPF-RS) Em setembro de 1822, o príncipe regente Dom Pedro proclamou a separação do Brasil em relação ao reino de Portugal. Sobre a independência do Brasil, é correto afirmar: a) Modificou parcialmente as estruturas do país, pois, embora tivesse mantido o latifúndio, a monocultura e a escravidão, o Brasil tornou-se política e economicamente independente. b) Não modificou o país em profundidade, pois manteve a concentração da terra, a monocultura e a escravidão. c) Modificou o país, pois a Lei de Terras propiciou um maior acesso à terra pela população. d) Não chegou a modificar o país concretamente, pois as ideias de fim de escravidão e de adoção de uma política agrária para o país não foram cumpridas, como queriam os cafeicultores. e) Representou um avanço social, pois o país passou a ser governado por uma família real cuja mentalidade era abolicionista (UFG-GO) Analise a imagem a seguir. DEBRET, Jean-Baptiste. Viagem pitoresca e histórica pelo Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, s. p. (Figura 144) Produzida em 1822, esta pintura constituiu uma alegoria do Estado nacional por ocasião da Independência. Nela se construiu uma imagem positiva do Império e do papel político do monarca, aclamado como Defensor Perpétuo do Brasil. Ao longo do Primeiro Reinado, entretanto, a imagem do monarca se modificou. Diante do exposto e com base na análise da pintura, explique: a) uma característica do projeto político monárquico do Primeiro Reinado; b) um dos motivos que levaram à mudança da imagem de D. Pedro I ao longo do Primeiro Reinado (UEM-PR) Com a proclamação da independência brasileira em 1822, o país conquistou autonomia política e econômica. A esse respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Apesar da proclamação da independência, algumas províncias, como Grão-Pará, Cisplatina e Maranhão, inicialmente mantiveram-se fiéis a Portugal. 02) A autonomia política e econômica só foi alcançada graças à grande participação popular, responsável pela promulgação da primeira Constituição do Brasil, em ) Iniciada em Pernambuco, após a independência, a Confederação do Equador (1824) uniu diversas províncias do nordeste e proclamou a independência, com o intuito de formar um novo país, porém foi contida pelas forças imperiais. 08) Durante a luta pela independência do Brasil, nenhum político brasileiro propôs o fim da escravidão negra. 16) Os principais grupos políticos do início do Império foram os Restauradores, os Liberais Moderados e os Liberais Exaltados (IFSP) Nossa independência não foi obra de um único ato o grito do Ipiranga em 7 de setembro de Foi, sim, o resultado de um processo iniciado com: a) o Dia do FICO, isto é, quando o Príncipe Regente D. Pedro rompeu com as Cortes de Lisboa, que exigiam sua volta. Desobedecendo-lhes, resolveu permanecer no Brasil. b) a Abertura dos Portos às Nações Amigas, obra do Príncipe D. João, em 1808, logo após a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. Pondo fim ao Pacto Colonial, rompiam-se as amarras com Portugal, pois o monopólio estava extinto. 168

20 c) a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves, em 1815, por ordem de D. João, príncipe Regente de Portugal. d) o Golpe da Maioridade, que emancipou D. Pedro de Alcântara. Obra dos maioristas, deu início a uma nova fase na história do Brasil. e) o regresso de D. João VI a Portugal. Pressionado pelas Cortes de Lisboa e pela Revolução do Porto, de 1820, o monarca regressou a Portugal, dando instruções a seu filho D. Pedro para que fizesse a independência do Brasil (Unicamp-SP) O progresso econômico no Brasil da segunda metade do século XIX acarretou profundo desequilíbrio entre poder econômico e poder político. Na década de 1880, o sistema político concebido a partir de 1822 parecia pouco satisfatório aos setores novos. O Partido Republicano recrutou adeptos nesses grupos sociais insatisfeitos. COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo: Editorial Grijalbo, 1977, p Adaptado. a) Dê duas características do sistema político brasileiro concebido em b) Quais as transformações ocorridas no Brasil da segunda metade do século XIX que levaram ao desequilíbrio entre poder econômico e poder político? 110. (UFTPR) A Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim formal do domínio político português e, sobre o desenrolar desse episódio, podemos afirmar que: a) consolidou os ideais da Inconfidência Mineira. b) marcou o início da participação popular na política brasileira. c) assinalou a predominância dos interesses ingleses, com a imediata libertação dos escravos. d) provocou profundas transformações nas estruturas econômicas e sociais do País. e) preservou os interesses básicos dos proprietários de terras e de escravos (UFMG) Analise estas duas representações do chamado Grito do Ipiranga, de 7 de setembro de 1822: Independência ou Morte, de Pedro Américo (1888). Proclamação da Independência, de François René-Moreaux (1844). A partir da análise dessas duas representações e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que, em ambas: a) a disposição dos atores coletivos e individuais, bem como dos aspectos que compõem o cenário, é diferenciada e expressa uma visão particular sobre D. Pedro: na primeira, como o protagonista central; na segunda, como líder de uma ação popular. b) as mesmas concepções históricas e estéticas fundamentam e explicam a participação dos mesmos grupos sociais e personagens históricos o príncipe, militares, mulheres, camponeses e crianças. c) D. Pedro, embora seja o protagonista, se destaca de modo diferente na primeira, ele recebe o apoio de diversos grupos sociais; na segunda, a participação das camadas populares é mais restrita. d) os artistas conseguem causar um mesmo efeito descrever a Indepêndencia do Brasil como um ato solene, grandioso, sem participação popular e protagonizado por D. Pedro (UERJ) O Deus da natureza fez a América para ser independente e livre: o Deus da Natureza conservou no Brasil o príncipe regente para ser aquele que firmasse a independência deste vasto continente. Que tardamos? A época é esta. Portugal nos insulta... a América nos convida... a Europa nos contempla... o príncipe nos defende... Cidadãos! Soltai o grito festivo... Viva o Imperador Constitucional do Brasil, o senhor D. Pedro Primeiro. Correio Extraordinário do Rio de Janeiro, 21 set a) Comparando os processos de emancipação política da América portuguesa e da América espanhola, aponte uma diferença verificada entre eles. b) Apresente duas razões para a independência do Brasil (Fuvest-SP) Odeio cordialmente as revoluções... Nas reformas deve haver muita prudência... Nada se deve fazer aos saltos, mas tudo por graus como manda a natureza... Nunca fui nem serei absolutista, mas nem por isso me alistarei jamais debaixo das esfarrapadas bandeiras da suja e caótica democracia. José Bonifácio de Andrada e Silva,