Quando foi criado o basquetebol em cadeira de rodas?

Quando foi criado o basquetebol em cadeira de rodas?

A história do basquete em cadeira de rodas confunde-se com a história dos demais esportes para deficientes.

Apesar de há muito tempo os deficientes utilizarem várias práticas esportivas como forma de lazer, o primeiro registro oficial de esporte paraolímpico ocorreu apenas em 1932, quando foi criado na Inglaterra uma associação de jogadores de golfe com um só braço. 

O principal marco histórico do esporte paraolímpico se dá durante a Segunda Guerra Mundial quando, em 1944, em Aylesbury, na Inglaterra, o neurologista Ludwig Guttmann, que escapara da perseguição aos judeus na Alemanha nazista criou, a pedido do governo britânico, o Centro Nacional de Lesionados Medulares do Hospital de Stoke Mandeville, especializado no tratamento a soldados do exército inglês feridos na Segunda Guerra Mundial, onde trabalhava-se com atividades de Arco e Flecha. 

Em 1948, Guttman cria os I Jogos Desportivos de Stoke Mandeville , com a participação de 14 homens e 2 mulheres da Forças Armadas Britânicas em uma única modalidade, Arco e Flecha. Em 1952, Sir Guttmann realizou o II Jogos Desportivos de Stoke Mandeville com a participação de 130 atletas entre ingleses e holandeses.

Paralelo a esses acontecimentos, surgiu nos EUA o Paralyzed Veterans of America (Veteranos Paralisados da América), que começaram a desenvolver atividades esportivas. É aí que surge o primeiro registro de um jogo de basquete em cadeira de rodas, na divisão da PVA em New England, EUA, mas a mais popular foi a divisão da PVA na Califórnia, EUA, indo depois para Boston, Memphis , Richmond, New York, Canadá e Inglaterra. A equipe mais popular nos EUA era a equipe da região Oeste, a Birmingham Flying Wheels, que também era uma divisão da PVA.

O primeiro campeonato oficial ocorreu em 1948, foi o I Campeonato Nacional da PVA nos EUA de basquetebol em cadeira de rodas, se sagrando campeã a equipe Flying Wheels da Califórnia. A popularização do esporte levou à formação da primeira equipe que não era formada por militares, a Kansas City Wheelchairs Bulldozers. 

A primeira paraolimpíada aconteceu em 1960, em Roma, quando o médico italiano Antonio Maglio, diretor do Centro de Lesionados Medulares de Ostia, cidade italiana, sugeriu que os Jogos Internacionais de Stoke Mandeville fossem disputados naquele ano na capital da Itália, na seqüência e nas mesmas instalações da XVI Olimpíada. A Olimpíada dos Portadores de Deficiência - na verdade, os Jogos Paraolímpicos - contou com 400 atletas em cadeira de rodas, representando 23 países. As autoridades italianas deram todo apoio à competição que teve calorosa acolhida do Papa João XXIII.

Os primeiros tempos do BCR em Portugal decalcam-se do seu processo de implantação internacional, mas com uma distância temporal de 20 anos. Se nos EUA e em Stoke Mandeville, Inglaterra, o catalizador foi a Segunda Guerra Mundial, Portugal, arredado do conflito que assolou a Europa entre 1939 e 1945, deu os primeiros passos na modalidade por força de uma outra tragédia bélica, restrita ao Império Português, longa e sangrenta.

O flagelo da Guerra Colonial durou 13 anos e despertou o país para a realidade massificada da deficiência, que não mais podia ignorar. O Hospital Ortopédico de Sant’Ana, na Parede, Cascais, e o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão colocam-se na linha da frente na promoção do BCR, dado que os seus responsáveis visitaram em 1955 o Hospital de Stoke Mandeville e aí vivenciaram in loco o trabalho precursor do neurologista alemão Sir Ludwig Guttmann, com quem estagiaram.

1972 é ano marcante para o movimento Paralímpico português, ao dar-se a primeira participação do país nos Jogos Paralímpicos, em Heidelberg, na Alemanha, com uma comitiva de 11 atletas, que constituíam a Seleção Nacional de Basquetebol em cadeira de rodas. Desse lote de quem fez história, subsiste extraordinariamente na prática ativa, aos 76 anos, António Vilarinho, jogador emblemático da Associação Portuguesa de Deficientes (APD) de Lisboa, agora na ACD Cotovia/UDI. No ano seguinte, 1973, a Seleção portuguesa integra os Jogos de Stoke Mandeville, último contacto internacional do país na modalidade até 1994.

O 25 de Abril espoleta o crescimento do associativismo português e o aparecimento do conceito “desporto para todos”. Nascem o Secretariado Nacional de Reabilitação (atual Instituto Nacional de Reabilitação – INR) e vem a ser criado um setor dedicado ao desporto para pessoas com deficiência na divisão de recreação da Direção Geral dos Desportos (atual Instituto Português do Desporto e da Juventude – IPDJ). Em 1988, data solene, constituindo-se a Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com deficiência(FPDD).

Entramos na década de 90, época de ouro para o Basquetebol em cadeira de rodas nacional. No ano de 1991, realiza-se o primeiro campeonato nacional, conquistado pelo Grupo Desportivo de Deficientes (GDD) de Alcoitão, enquanto em 1993 a FPDD dinamiza as primeiras ações de formação de árbitros e classificadores, decorrendo no ano seguinte o 1º Curso Nacional de Treinadores e Árbitros de BCR. Em 1995, é criada a Associação Nacional de Desporto para deficientes motores (ANDDEMOT), organismo responsável pelo BCR até à transição para a FPB.

A APD Sintra arroga-se o estatuto de força dominante do BCR nacional, que atesta com um palmarés recheado: 12 campeonatos , 11 Taças de Portugal e 13 Supertaças . O conjunto sintrense foi também o único a atuar nas competições europeias, mais concretamente na Taça André Vergauwen por 3 ocasiões e na Taça Willi Brinkmann por 4 vezes. Convém mencionar que as primeiras quatro edições do campeonato foram vencidas pelo GDD Alcoitão e entre 1999/2000 e 2002/2003, a APD Lisboa alcançou o tetracampeonato, numa altura em que sobressaía um nome insigne do BCR português, Hugo Lourenço.

Após o interregno, a APD Sintra recuperou o estatuto de líder incontestado até surgir em cena a APD Leiria, vencedora na época 2008/2009, e que alcançaria novo ponto alto com o bicampeonato obtido nas épocas 2013/2014 e 2014/2015. Em 2012/2013, o norte conhece o seu primeiro campeão, com a APD Braga a arrecadar não só o Campeonato Nacional, como a Taça de Portugal. À primeira escalada ao topo, os minhotos juntaram um pentacampeonato, entre 2015/2016 e 2020/2021 (na época 2019/2020, não foi atribuído o título em virtude da pandemia da Covid-19), seis Supertaças ou o impressionante registo de sete Taças de Portugal consecutivas, registo que podem prolongar em 2022/2023. Ao grupo dos vencedores, passou a pertencer também o Basket Clube de Gaia, mercê das conquistas da Supertaça e do Campeonato Nacional na temporada 2022/2023.

Relativamente à participação de elementos do sexo feminino, contrariamente ao que se constatara na vizinha Espanha, nunca se criaram equipas exclusivamente femininas (agora extintas e integradas as jogadoras no campeonato masculino) e as poucas jogadoras existentes tomam parte nas equipas masculinas, mediante a redução da sua classificação funcional em 1.0 pontos de forma a incentivar a sua utilização de jogo.

Ao nível de seleção, o ocaso internacional termina em 1994, como referido anteriormente, altura em que sob o nome “Team Lisboa” Portugal ganha experiência ao disputar a Taça André Vergauwen, competição europeia oficial de clubes. Em 1996, já enquanto Seleção Nacional, Portugal participa no Campeonato da Europa B, na Eslovénia.

O ponto alto da história lusa regista-se em 2007, com a vitória no Campeonato da Europa C e a subsequente disputa, por duas ocasiões, da Divisão B. Em 2015, depois de 5 anos sem jogar qualquer prova internacional por falta de viabilidade financeira, Portugal sagra-se vice-campeão da divisão C e ganha o direito de disputar a divisão B por uma terceira ocasião desde que existem 3 escalões.

Já em 2016, a Seleção Nacional volta a ser despromovida à divisão C com enorme amargo de boca, saindo derrotada no jogo decisivo pela manutenção perante a Eslovénia por 59-60. Desde então, Portugal falhou o regresso à divisão B, nos Europeus de 2017, na República Checa, 2019, na Bulgária, e 2022, na Bósnia-Herzegovina.

Em 2003, Hugo Lourenço, atleta dos quadros da APD Lisboa, tornou-se o primeiro jogador português profissional, ao ser contratado pela equipa da 1a divisão espanhola CP Mideba, abrindo portas para que outros seguissem os seus passos, casos de Pedro Gonçalves, Cláudio Batista, Marco Gonçalves, Márcio Dias, Filipe Carneiro, Pedro Bártolo, Luís Domingos, José Miguel Gonçalves e Miguel Reis.

A profissionalização da modalidade inaugurou-se na década de 80, com a vizinha Espanha a juntar-se a essa elite nos anos 90, e hoje está consolidada não só no país fronteiriço, como em Itália, Alemanha, França, Turquia, alguns clubes suíços, russos e austríacos.

Quando foi criado o basquetebol em cadeira de rodas?

Competições
8 SET 2022

O que motivou a criação do basquete em cadeira de rodas em 1945?

A adaptação do basquetebol (ou só basquete) para o jogo em cadeira de rodas aconteceu, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial. Ex-soldados do exército americano, feridos durante o confronto, se reuniram em uma quadra de um hospital de reabilitação e começaram a jogar.

Quando foi criado o basquete em cadeira de rodas?

Praticado inicialmente por ex-soldados norte-americanos que haviam saído feridos da 2ª Guerra Mundial, o basquete em cadeira de rodas fez parte de todas as edições já realizadas dos Jogos Paraolímpicos. As mulheres passaram a disputar a modalidade em 1968, nos Jogos de Tel Aviv.

Em que século surgiu o basquetebol de cadeira de rodas e qual era a finalidade?

A modalidade surgiu em meados do século XX, como uma atividade de descontração entre os soldados feridos da Segunda Guerra Mundial. Desde 1960, o basquete esteve presente em quase todas as edições de Jogos Paralímpicos já realizados no mundo, além de ser uma excelente maneira de estimular a inclusão social.

Quais são as regras do basquete em cadeiras de rodas?

Regras do Basquete Adaptado.
A saída é feita pelos alunos cadeirantes no centro da quadra;.
As dimensões da quadra foram reduzidas e somente existem linhas de fundo e lateral;.
A linha central é imaginária;.
O número de jogadores por equipe é de 5 (cinco) alunos;.
Não existe cobrança do lance livre;.