Qual o protocolo de tratamento inicial em casos de gengivite e periodontite?

Qual o protocolo de tratamento inicial em casos de gengivite e periodontite?
Em geral, a periodontite é resultado da falta escova e fio dental na boca. Ilustração: Otávio Silveira/SAÚDE é Vital

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A periodontite, ou doença periodontal, é o estágio mais avançado da gengivite, que geralmente vem de uma higiene bucal inadequada. Mau hálito, sangramentos na boca, escurecimento da gengiva estão entre os sintomas. Para tratar o problema, o dentista chega a usar anti-inflamatórios, antibióticos e até pequenas cirurgias. Conheça seus detalhes abaixo:

Como surge a periodontite

Após anos de gengiva inflamada (resultado da gengivite), os danos se estendem para o periodonto, tecido que fica entre os dentes e a mandíbula. Com isso, o dente vai perdendo o suporte e uma hora cai. Detalhe: esse transtorno só costuma trazer dor quando está em fase avançada, o que dificulta seu diagnóstico.

Para piorar, as bactérias e substâncias inflamatórias que desencadeiam a periodontite podem parar na corrente sanguínea. Aí, provocam uma série de encrencas pelo corpo.

Há, por exemplo, uma associação entre periodontite e infarto. Também se estuda sua ligação com certos tipos de câncer.

Mulheres são mais propensas a desenvolver a enfermidade porque a gengiva feminina está sujeita a variações hormonais do ciclo menstrual, da gravidez, da menopausa…

Esse sobe-e-desce de hormônios interfere, entre outras coisas, na intensidade de processos inflamatórios, como o da periodontite.

Sintomas e sinais

  • Mau hálito
  • Inflamação gengival
  • Sangramentos na boca (especialmente durante a escovação)
  • Gengivas com cor mais escura
  • Dores

Causas e fatores de risco da periodontite

  • Gengivite
  • Obesidade
  • Histórico familiar
  • Tabagismo
  • Medicamentos que reduzem a produção de saliva
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
  • Doenças que afetam o sistema imunológico, como a aids
  • Diabetes
  • Alterações hormonais

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Como prevenir

A regra básica é marcar visitas regulares ao dentista — a frequência exata varia de pessoa para pessoa. Esse profissional flagra uma eventual gengivite nos seus primeiros passos, antes que evolua para a periodontite.

E, claro, não dá para se esquecer da higiene bucal. O uso de escova de dente e fio dental após cada refeição impede que as bactérias fixem moradia na gengiva.

O diagnóstico

Ele é feito no consultório. O dentista avalia o estado das gengivas, verifica se há sangramentos e pergunta sobre outros sintomas.

Entretanto, como a periodontite não acarreta dor em suas fases iniciais e muitas pessoas não visitam o odontologista, o diagnóstico tende a ser firmado tardiamente. Nessas situações, é preciso complementar a análise clínica com radiografias que medem a perda óssea.

Eventualmente, o especialista recorre até a uma sonda para checar a profundidade das cavidades na gengiva.

O tratamento da peridontite

Além de uma limpeza minuciosa no consultório, o dentista pode receitar anti-inflamatórios, antibióticos e bochechos com enxaguantes bucais antissépticos. Algumas vezes, é necessário fazer uma pequena cirurgia para higienizar as áreas mais prejudicadas da gengiva e do osso.

Infelizmente, o tratamento só controla o avanço da doença. Tecidos degenerados dificilmente são reconstruídos.

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Os principais motivos para realização do tratamento periodontal no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) ou outro serviço de média complexidade em saúde bucal são a periodontite em grau avançado, cirurgia periodontal para dentística restauradora, aumento de volume gengival e lesões de furca¹. Os principais procedimentos periodontais especializados, realizados em serviços de atenção secundária são: raspagem e alisamento radicular subgengival (RAPSUB) de maior complexidade; cirurgia de acesso; cirurgia de acesso com plastia de furca; gengivectomia; aumento de coroa clínica; ressecção radicular e tunelização¹.

Deve-se considerar, entretanto, que o tratamento periodontal básico sempre deve ser iniciado na  Atenção Básica em Saúde/Atenção Primária em Saúde (ABS/APS), conforme disponibilidade técnica e de equipamento. A equipe de saúde bucal tem responsabilidade de intervir sobre os fatores modificadores da doença periodontal, orientações de higiene bucal e autocuidado, raspagem e alisamento supragengival e subgengival, remoção de fatores de retenção de biofilme e procedimentos cirúrgicos de menor complexidade, como gengivectomia e aumento de coroa clínica. Também deverão ser realizados os tratamentos de urgência periodontal, como Gengivite Ulcerativa Necrótico Aguda (GUNA), Gengivoestomatite Herpética Aguda (GEHA) e abscessos¹.

Previamente ao encaminhamento para o serviço especializado os pacientes deverão ter obtido na ABS/APS explicações sobre as causas da doença, bem como ter passado por sessões de motivação, sendo importante que se promova a apropriação destes conhecimentos¹. É importante respeitar a vontade do paciente: encaminhar somente aqueles que tenham interesse no tratamento especializado². Deverá ser realizada a adequação do meio bucal, com remoção dos focos infecciosos, raspagem supra e subgengival, restaurações definitivas e/ou provisórias, remoção de excesso em restaurações, entre outros que se façam necessários.

Após o tratamento no serviço especializado o paciente deve ser contrarreferenciado para a ABS/APS, para controle e manutenção das condições de saúde bucal e periodontal.

Alguns protocolos municipais de Saúde Bucal, como dos municípios de Curitiba², Florianópolis³ e Londrina4, definem como critério de encaminhamento pacientes com doença periodontal avançada (bolsas periodontais acima de 4 mm). Da mesma forma, estes protocolos definem que o tratamento inicial de raspagem supragengival, raspagem subgengival, orientação de higiene e motivação do paciente devem ser realizados previamente na ABS/APS, antes do encaminhamento do paciente.

A implantação de serviços especializados em saúde bucal é de extrema relevância para a formação da rede de atenção à saúde. Entretanto, os profissionais da Atenção Básica devem ter em clareza sobre seu papel na coordenação do cuidado do usuário, assim como dos critérios de encaminhamento para os serviços de média complexidade em saúde bucal (CEO), em uma perspectiva de racionalidade e organização dos serviços públicos de saúde.

Bibliografia Selecionada

1. BRASIL. Manual de Especialidades em Saúde Bucal. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_especialidades_bucal.pdf. [Acesso em 29/10/2016].

2. CURITIBA. Protocolo integrado de atenção à saúde bucal. Curitiba: Secretaria da Saúde de Curitiba. Centro de Informações em Saúde, 2004. Disponível em: http://www.saude.curitiba.pr.gov.br/images/programas/arquivos/saude_bucal/protocolo_001.pdf. [Acesso em 29/10/2016].

3. FLORIANÓPOLIS. Protocolo de Atenção à Saúde Bucal. Florianópolis: Secretaria Municipal de Saúde, 2006. Disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/05_08_2011_9.42.19.eba50c922dc05a3827b80f134b84f477.pdf. [Acesso em 29/10/2016].

4. LONDRINA.  Manual de saúde bucal.  Prefeitura de Londrina. ALVANHAN,D.; GONINI,C.A.J. (Coord.). Londrina, 2009. Disponível em: http://www.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_saude/protocolo_saude_bucal/protocolo_saude_bucal.pdf. [Acesso em 29/10/2016].


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Qual tratamento inicial indicado para a doença periodontal?

O tratamento da peridontite Além de uma limpeza minuciosa no consultório, o dentista pode receitar anti-inflamatórios, antibióticos e bochechos com enxaguantes bucais antissépticos. Algumas vezes, é necessário fazer uma pequena cirurgia para higienizar as áreas mais prejudicadas da gengiva e do osso.

Quais os procedimentos condutas realizados na primeira fase do tratamento periodontal?

1- Terapia Básica Periodontal (Raspagem): Tem como objetivo a remoção dos tártaros ou cálculos aderidos à superfície dentária, além da descontaminação da superfície radicular, removendo toxinas prejudiciais ao periodonto. Este tratamento é chamado de supragengival.

Como é feito o tratamento de periodontite?

Um método de tratamento para a doença periodontal é realizado através de raspagem e alisamento radicular ou terapia periodontal não cirúrgica, que remove a placa bacteriana e o cálculo dentário (tártaro) das superfícies radiculares por meio de procedimentos utilizando instrumentos manuais, sônicos e ultrassônicos.

Quem tem periodontite pode fazer Protocolo?

A resposta é não. Porém, o paciente deve realizar o tratamento da infecção antes de fazer a cirurgia, para que ela não se espalhe pelos tecidos vizinhos, afetando outros dentes.