Qual o nome da primeira atleta feminina de ginástica artística a conquistar uma medalha olímpica para o Brasil?

1 agosto 2021

Qual o nome da primeira atleta feminina de ginástica artística a conquistar uma medalha olímpica para o Brasil?

Crédito, EPA

Rebeca Andrade fez história neste domingo (01/08). Ela conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na ginástica artística feminina nas Olimpíadas, durante competição do salto.

A brasileira teve média de 15,083 pontos na disputa, a única entre as competidoras a conseguir ficar acima de 15,000. A americana Mykayla Skinner conquistou a prata (14,916). O bronze ficou com a sul-coreana Seojeong Yeo (14,733).

Na quinta-feira (29/07), Rebeca já havia conquistado um feito inédito: a primeira medalha do Brasil na ginástica artística feminina nas Olimpíadas. Na data, ela ganhou prata no individual geral.

É a primeira vez que uma brasileira conquista mais de uma medalha em uma edição olímpica.

Apesar de o Brasil ter uma tradição forte na ginástica artística — com a conquista de diversas medalhas de ouro em campeonatos mundiais e participação em finais olímpicas, além de dominar o esporte na América do Sul — o país jamais havia conquistado uma medalha feminina em Olimpíadas até a última quinta-feira.

As medalhas de Rebeca Andrade representam também uma espécie de redenção para a ginástica artística brasileira, que tem um histórico de dificuldades em Olimpíadas, com diversos atletas chegando a finais com boas condições de medalhas, mas sem conseguir ir ao pódio.

De Guarulhos para o mundo

Ela enfrentou diversas lesões para chegar às Olimpíadas, passou por três cirurgias no joelho e chegou a pensar em desistir da ginástica.

Em 2015, ela ela rompeu o ligamento cruzado do joelho direito em 2015, algo que se repetiu em 2017. Em 2019, ela operou o joelho direito pela terceira vez. Naquela ocasião, faltava apenas um ano para os Jogos — que ainda não haviam sido adiados — e Rebeca ainda não havia obtido classificação.

Em uma competição olímpica marcada pela discussão aberta sobre saúde mental, assunto trazido à tona pela estrela Simone Biles, Rebeca também teve seus momentos desafiadores. Ela diz que recebeu muito apoio da sua mãe e do treinador Francisco Porath para superar os momentos de dificuldade, inclusive tendo que morar no Rio de Janeiro, longe da família.

Desde os 13 anos de idade, ela recebe apoio de uma psicóloga — que Rebeca diz ter sido fundamental na sua trajetória. Além da solidão, enfrentou a ansiedade com os problemas físicos que poderiam ter encerrado sua carreira.

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Uma medalha de prata para coroar a trajetória olímpica tipicamente brasileira, que começou em um bairro pobre de Guarulhos, em São Paulo, e chega ao pódio emTóquio 2020. A ginasta brasileira Rebeca Andrade fez história ao conquistar o segundo lugar na fina individual geral, na manhã desta quinta-feira. É a primeira medalha da equipe feminina de ginástica artística na história dos Jogos Olímpicos. Com uma performance embalada ao som de Baile de favela,a atleta teve um desempenho sólido na disputa e encerrou a prova com 57.298 pontos. Ficou atrás apenas da norte-americana Sunisa Lee, que levou o ouro ao somar 57.433 pontos, A russa Angelina Melnikova marcou 57.199 pontos ao todo e levou o bronze.

Rebeca Andrade, 22 anos,foi impecável nos quatro aparelhos da final: fez 15.300 no salto, 14.666 nas assimétricas, 13.666 na trave e 13.666 no solo. Ela ainda tem chances de medalha na decisão do salto, que será disputada no próximo domingo, e no solo, em 2 de agosto. Este foi o primeiro triunfo da ginástica do Brasil nesta Olimpíada.

“Essa medalha não é só minha, é de todo mundo. Todos sabem da minha trajetória, o que eu passei. Se eu não tivesse cada pessoa dessa na minha vida, isso aqui não teria acontecido. Tenho certeza disso. Sou muito grata a todo mundo mesmo. Acho que mesmo se eu não tivesse ganhado a medalha, eu teria feito história, justamente pelo meu processo para chegar até aqui. Não desistam, acreditem no sonho de vocês e sigam firmes”, comemorou a atleta em entrevista à TV Globo após a conquista histórica.

Rebeca chegou à final como uma das favoritas, após receber a segunda melhor soma de notas da etapa classificatória. Ela ficou atrás apenas do fenômeno da ginástica Simone Biles ―que celebrou, da arquibancada, a vitória da brasileira. A americana, seis vezes medalhista olímpica, deveria disputar a medalha com a brasileira, mas tomou uma decisão corajosa antes da final, e se afastou dos Jogos para cuidar de sua saúde mental após mostrar esgotamento e um desempenho instável nas provas, que fizeram com que ela fosse sacada do time: “Eu senti que seria melhor ficar em segundo plano, trabalhar minha concentração e bem-estar”, afirmou. Ela foi substituída na final por Jade Carey, a terceira melhor ginasta dos Estados Unidos.

A guarulhense Rebeca, que disputa sua segunda Olimpíada, cativou a torcida brasileira —e surpreendeu os juízes— ao se apresentar nas qualificatórias ao som de uma versão orquestrada de Baile de favela, do funkeiro paulistano MC João. A música de 2015 é um ícone nos bailes das periferias de São Paulo, e se tornou símbolo de uma cultura e de uma juventude frequentemente menosprezadas e marginalizadas pelas elites do país. “Trazer a cultura funk para o outro lado do mundo foi incrível”, afirmou a ginasta, filha de uma empregada doméstica, ao deixar o tablado.

A música escolhida se soma ao histórico da seleção feminina brasileira de ginástica de cativar o público com apresentações descontraídas. Foi o caso de Daiane do Santos, que encantou o mundo com uma performance ao som do choro Brasileirinho de Waldir Azevedo —que lhe rendeu medalha de ouro no Mundial de 2003. Ela chegou a disputar as finais em Pequim 2008, mas ficou pelo caminho. O fato é que até o advento de Rebeca em Tóquio 2020, a inventividade das ginastas do país animava a torcida e rendia aplausos nas arquibancadas, mas não se traduzia em medalha nas Olimpíadas.

Qual o nome da primeira atleta feminina de ginástica artística a conquistar uma medalha olímpica para o Brasil?
Rebeca Andrade na trave.MIKE BLAKE (Reuters)

A caminhada de Rebeca rumo a Tóquio foi marcada por lesões. Ela precisou realizar duas cirurgias nos joelhos, em 2017 e 2019, após se machucar em competições. A atleta ficou afastada dos tablados por quase oito meses. “Muitas lesões ocorrem nestas condições e ela se machucou por estar tentando fazer o seu melhor. Estamos muito confiantes de que ela voltará a competir no mesmo estágio em que se encontra”, afirmou à época o técnico Valeri Liukin em entrevista à TV Globo. Apesar do otimismo, caso a Olimpíada não tivesse sido adiada devido à pandemia do novo coronavírus, dificilmente a ginasta conseguiria se classificar para os Jogos e disputar em alto nível em 2020.

Durante os Jogos de Tóquio, Rebeca mostrou que faz parte desta nova geração de atletas que não se furta a opinar sobre as principais questões de seu tempo. Ela fez questão de manifestar solidariedade às ginastas alemãs, que em uma atitude contra o sexismo no esporte usaram um uniforme diferente, com calças no lugar do tradicional collant. “Isso está sendo uma conquista enorme para as mulheres (...) A conquista delas é conquista nossa”, disse a brasileira. “As pessoas têm que nos respeitar, a gente tem que usar o que se sente confortável e diminuir ao máximo esse lado sexualizado da mulher”.

O começo de Rebeca na modalidade se deu ainda criança, graças a uma tia que trabalhava no Ginásio Bonifácio Cardoso, na Vila Bonifácio, em Guarulhos. Ela resolveu levar a sobrinha ao local: a ideia era que a pequena, cheia de energia, pudesse se distrair um pouco e dar um sossego em casa. Rapidamente ela mostrou desenvoltura na modalidade, o que lhe rendeu o apelido de “Daiane dos Santos 2″. Deu no que deu.

Qual o nome da primeira atleta feminina de ginástica artística a conquistar uma medalha olímpica para o Brasil?
Rebeca Andrade (à direita), com Sunisa Lee (EUA) e Angelina Melnikova (Rússia) no pódio nos Jogos Olímpicos 2020.MIKE BLAKE (Reuters)

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Qual foi a primeira medalhista da ginástica feminina do Brasil?

Primeira medalha no individual geral Além de primeira medalha da história da ginástica feminina brasileira, Rebeca Andrade conquistou a primeira medalha do Brasil e da América do Sul em uma prova de individual geral, incluindo no masculino.

Qual foi a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica na ginástica artística?

A jovem de 22 anos ganhou a medalha de prata e ficou atrás apenas da estadunidense Sunisa Lee. Fazendo história, a ginasta de 22 anos, Rebeca Andrade, agora é a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos.

Qual atleta conquistou pela 1 vez nas Olimpíadas para o Brasil uma medalha na ginástica artística feminina?

Rebeca Andrade fez história neste domingo (01/08). Ela conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na ginástica artística feminina nas Olimpíadas, durante competição do salto. A brasileira teve média de 15,083 pontos na disputa, a única entre as competidoras a conseguir ficar acima de 15,000.

Como se chama a primeira atleta a conquistar uma medalha olímpica entre as mulheres?

Charlotte Reinagle Cooper (1870-1966) foi uma tenista britânica, que participou das Olimpíadas de Paris em 1900. Ela foi a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos.