Qual foi a primeira conquista das mulheres na sociedade?

07 de mar de 2020(atualizado 03/12/2020 às 12h47)

Marcado pela pluralidade de pautas, movimento por direitos das mulheres segue em constante transformação. O ‘Nexo’ apresenta os momentos-chave, as diferentes ondas e as principais figuras que contam essa história

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Conheça as batalhas mais importantes vencidas pelo movimento feminino, além de figuras marcantes na luta pela igualdade de direito entre os gêneros.

A luta por igualdade de direitos é longa e, a cada dia, um novo capítulo é escrito. No último, as mulheres conquistaram o direito de dirigir na Arábia Saudita. Parece pequeno mas, para aquelas que dependiam do marido para ir e vir, é uma vitória inestimável.

Mercado profissional

Olhe bem ao seu redor. Deu para ver quantas mulheres dividem espaço com você no seu trabalho? E nas instituições educacionais, já percebeu quão significativa é a presença feminina, tanto entre alunas quando docentes?

Nas famílias, então, a postura de liderança da mulher é gritante! Várias delas são as responsáveis pelo sustento da casa conduzindo, sozinhas, a educação de seus filhos e dependentes. São exemplos fortes de que a ideia de sexo frágil está mais do que arcaica.

A expressividade da mulher não para por aí. Longe disso! Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dão conta de que 53% do eleitorado brasileiro é composto por mulheres, o equivalente a mais de 146 milhões de eleitoras. Mas, ainda há muito o que conquistar!

Em 2013, a Unesco divulgou dados que mostram índice de 774 milhões de analfabetos em todo o mundo. Destes, 64% são mulheres. Considerando a faixa etária entre 15 e 24 anos, dos 123 milhões de analfabetos, 76 milhões são do sexo feminino.

Apesar de sua participação expressiva no mercado de trabalho, as mulheres ainda padecem com a desigualdade de salários e oportunidades.

Principais lutas das mulheres na História

As conquistas femininas no Brasil e no mundo não param! Mesmo traçando uma linha do tempo, podemos acabar sendo injustos ao deixar de fora detalhes importantes originados de reivindicações antigas.

Apesar disso, tentaremos incluir as mais relevantes, no sentido de contemplar direitos que incluem contingente maior de mulheres. Entretanto, frisamos que toda e qualquer mudança é válida e igualmente importante para todo o sexo feminino.

1792: a mulher começa a exigir seu direito ao voto na Inglaterra, além de ser o ano em que Mary Wollstonecraft escreveu A Vindication of the Rights of Woman, defendendo educação para meninas aproveitarem seu potencial.

1827: a primeira lei sobre educação para mulheres é proclamada no Brasil mas, restringindo o acesso às escolas elementares.

1832: Nísia Floresta traduz a obra de Wollstonecraft sob o título de Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens. Trazendo tradução e suas próprias traduções, é considerada como a primeira feminista brasileira.

1857: na cidade de Nova York, 129 operárias de uma indústria têxtil morrem queimadas em ação policial ao reivindicarem a redução da jornada de trabalho para 10h diárias, além da licença maternidade. Mais tarde, o dia 08 de março foi declarado como o Dia Internacional da Mulher.

1862: as mulheres suecas votam pela primeira vez.

1869: criada a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres, nos Estados Unidos.

1879: as mulheres brasileiras conseguem o direito de frequentar instituições de ensino superior, mesmo sob críticas da sociedade.

1885: Chiquinha Gonzaga estréia como a primeira maestrina brasileira.

1887: Rita Lobato Velho forma-se como a primeira médica brasileira.

1893: as mulheres neozelandesas conquistam o direito ao voto.

1915: a Caixa Econômica Federal institui novo regulamento que permitia à mulheres casadas ter seus próprios depósitos bancários, desde que não houvesse a objeção do marido.

1917: Deolinda Daltro, professora e fundadora do Partido Republicano Feminino, lidera passeata exigindo que o voto fosse estendido às mulheres.

1920: acontece, nos Estado Unidos, o movimento das sufragistas.

1922: fundada a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), por Bertha Lutz, a principal articuladora feminista do período.

1923: as mulheres japonesas conquistam o direito de participar de academias de artes marciais.

1928: Juvenal Lamartine, governador potiguar, consegue alterar lei eleitoral para dar direito de voto às mulheres, no entanto, os mesmos acabaram anulados. No mesmo ano, a primeira prefeita da história brasileira foi eleita: Alzira Soriano de Souza, em Lajes (RN).

1932: o novo Código Eleitoral Brasileiro é, finalmente, promulgado por Getúlio Vargas, dando direito ao voto para as mulheres. No mesmo ano, Maria Lenk seguiu para Los Angeles como a única mulher da delegação olímpica daquele ano.

1934: eleita a primeira deputada do país, Carlota Pereira Queiróz. No período da Segunda Guerra, surgiu a imagem da operária Geraldine Hoff, simbolizando a luta das mulheres que assumiram os postos de trabalham no lugar dos homens que foram para o conflito. O tema criado foi Yes, we can do it.

1945: a Carta das Nações Unidas reconhece, em documento internacional, a igualdade de direitos entre homens e mulheres.

1948: delegação feminina segue para as Olimpíadas de Londres com 11 mulheres, após 12 anos de hiato.

1949: Simone de Beauvoir publica O Segundo Sexo, analisando a condição feminina, no mesmo ano em que acontecem os Jogos da Primavera ou, Olimpíadas Femininas.

1951: a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprova a igualdade de remuneração entre homens e mulheres em funções iguais.

1960: Maria Esther Andion Bueno é a primeira mulher a vencer quatros torneios do Grand Slam de tênis.

1961: criada a primeira pílula anticoncepcional via oral. Tratou-se de uma revolução de costumes e liberdade sexual.

1962: o Estatuto da Mulher Casada é aprovado no Brasil, resguardando que mulheres casadas não precisavam mais da autorização do marido para trabalhar fora de casa, além do direito de requerer a guarda dos filhos na separação.

1974: Isabel Perón torna-se a primeira mulher presidente de uma nação, a Argentina.

1975: proclamado o Ano Internacional da Mulher e, no mesmo ano, foi realizada a I Conferência Mundial sobre a Mulher, na qual foi criado um plano de ação.

1979: neste mesmo ano, Eunice Michilles tornou-se a primeira senadora do Brasil, a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher foi adotada pela Assembleia Geral e equipe feminina de judô se inscreveu em campeonato sul-americano.

1980: criado o lema Quem ama, não mata, em meio à criação de centros de autodefesa para coibir a violência contra a mulher.

 1983: Minas Gerais e São Paulo tornam-se os primeiros estados a criar conselhos estaduais da condição feminina para discutir políticas públicas. No mesmo ano, o Ministério da Saúde instituiu o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher. No mesmo ano, Sally Ride tornou-se a primeira mulher astronauta.

1985: criada a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher, em São Paulo, além da aprovação do projeto de lei que instituiu o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, no intuito de eliminar a discriminação e aumentar a participação feminina nas atividades políticas, econômicas e culturais.

1987: criado o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro.

1988: avanços na Constituição Brasileira por meio do lobby do batom, garantindo direitos e deveres iguais entre homens e mulheres perante a lei.

1993: a Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena, destaca direitos e violência contra a mulher, gerando a declaração sobre a eliminação da violência contra a mulher.

1994: Roseana Sarney é eleita como a primeira governadora de um estado brasileiro, o Maranhão, sendo reeleita quatro anos depois.

1996: instituído o sistema de cotas na Legislação Eleitoral brasileira, garantindo a inscrição mínima de 20% nas chapas. Neste mesmo ano, Nélida Piñon é a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

1998: Benedita da Silva torna-se a primeira mulher a presidir uma sessão do Congresso Nacional.

2003: Marina Silva assume o Ministério do Meio Ambiente.

2005: Angela Merkel eleita a nova chanceler alemã, a primeira mulher a ocupar o cargo na história.

2006: sancionada a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), que aumentou o rigor nas punições em crimes contra a mulher. Com ela, homens podem ser presos em flagrante ou ter prisão preventiva decretada. No mesmo ano, o Parlamento Paquistanês mudou a lei islâmica sobre o estupro, retirando-o das leis religiosas e o incluindo no código penal. Anteriormente, caso a mulher não apresentasse “quatro bons muçulmanos HOMENS” como testemunhas, seria acusada de adultério.

2010: Dilma Roussef eleita como a primeira presidente mulher do Brasil.

2015: sancionada a Lei do Feminicídio, colocando o assassinato de mulheres entre crimes hediondos.

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Qual foi a primeira conquista da mulher na sociedade?

Sendo assim, a primeira da lista das conquistas das mulheres vem apenas em 1893, na Nova Zelândia, que permitiu o voto feminino, fato que chegou à França muito tempo depois. Além disso, durante a revolução industrial e o êxodo rural, a mulher conquistou o direito de trabalhadora assalariada.

Quais foram as primeiras conquistas das mulheres?

Em 1932, no Brasil, Getúlio Vargas promulga o novo Código Eleitoral, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras. Este direito foi consolidado dois anos depois, na Constituição de 1934. A bióloga Bertha Lutz é um dos nomes entre as pioneiras do movimento feminista brasileiro.

Quais foram as conquistas das mulheres na sociedade?

No Brasil, as meninas conquistaram o direito de estudar além do primário (atual Ensino Fundamental 1) em 1827. Em 1879, elas ganharam finalmente o direito de cursar uma faculdade. O acesso à educação é um dos principais recursos para emancipação das mulheres, antes relegadas à esfera doméstica.

Como foi a conquista das mulheres?

Em 1933, houve eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, e as mulheres puderam votar e ser votadas pela primeira vez. A Constituinte elaborou uma nova Constituição, que entrou em vigor em 1934, consolidando o voto feminino – uma conquista do movimento feminista da época.