02 de fevereiro de 2021 Show Ouça também no Spotify! Por muito tempo, a humanidade acreditou no Geocentrismo. A palavra vem da junção de “geo”, que significa “Terra”, e “centro”, indicando que a Terra seria o centro do Universo e todos os astros estariam girando ao seu redor. Aristóteles, por volta de 350 a.C., na Grécia Antiga, defendia a ideia de que a Terra era o centro do universo e que nove esferas giravam em torno dela, sendo a primeira a Lua. Depois vinha Mercúrio, seguido de Vênus. Só então aparecia a quarta esfera: oo Sol. Para explicar os movimentos dos outros corpos celestes, Aristóteles considerava ainda as três esferas dos três planetas externos à órbita do Sol e que são visíveis no céu, a olho nu: Marte, Júpiter e Saturno. Por último, viria a esfera que delimitava o próprio universo, na qual se encontravam as estrelas. Foi o astrônomo grego Cláudio Ptolomeu (90-168 d.C.), no início da Era Cristã, quem deu forma final a essa teoria na obra Almagesto, com uma sofisticação matemática jamais encontrada até então. A Igreja Católica defendia esse pensamento por estar de acordo com os textos bíblicos que colocavam o homem como figura central da criação divina. Estando o homem na Terra, ela teria que estar, portanto, no centro do Universo. O esquema ptolomaico foi o mais aceito ao longo do tempo em que o geocentrismo foi o modelo cosmológico dominante, o que se estendeu por treze séculos. No geocentrismo, a Terra é tida como o centro do universo Ptolomeu contou em seu livro que as estrelas estariam fixas em uma esfera celeste que girava em torno da Terra e que os outros corpos celestes, incluindo a Lua e o Sol, também se moveriam em órbitas circulares em torno da Terra. Outra inovação foi a descrição da órbita dos planetas, em termos de uma combinação de círculos, chamados “deferentes” e “epiciclos”. Tal inovação foi essencial para explicar o movimento retrógrado dos planetas, que é quando um planeta é observado no céu se movendo em sentido contrário aos demais objetos do sistema solar, e porque eles ficam mais brilhantes nessa época. As órbitas de Mercúrio e Vênus e as mudanças nas posições dos planetas no Zodíaco também eram explicadas nesse modelo. Esquema geocêntrico proposto por Cláudio Ptolomeu Nesse sistema geocêntrico, a ideia era que as posições planetárias dependiam das velocidades angulares dos planetas em relação às estrelas fixas. A ordem então seria: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Ele mostrava incertezas, no entanto, sobre a órbita de Mercúrio e Vênus. As Tábuas de Ptolomeu sobre o movimento dos planetas serviram por muito tempo como instrumento de navegação. Uma nova astronomia surgiu entre os séculos XVI e XVII e grandes mudanças na Física aconteceram. Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo e matemático polonês, deu forma ao sistema Heliocêntrico, onde a palavra “hélio” representa o nome do deus Sol dos romanos. O sistema heliocêntrico tem o sol como seu centro fixo Copérnico desenvolveu um sistema bem compreensível, no qual o Sol estaria no centro, fixo e imóvel. Em volta dele, girariam os seis planetas até então conhecidos, e a Lua giraria ao redor da Terra. Já a Terra giraria ao redor de seu próprio eixo, em um período de 23 horas e 56 minutos, e a sucessão de dias e noites seria uma consequência desse movimento de rotação. Cada planeta teria um período de translação diferente e, quanto mais distante do Sol, maior seria esse tempo. Com o seu modelo, Copérnico foi capaz de calcular com grande precisão as distâncias planetárias e o tempo necessário para cada planeta dar uma volta no Sol. A teoria de Copérnico não condizia com os ideais bíblicos. Dessa forma, por medo de ser considerado herege, suas ideias só foram divulgadas depois de sua morte. A obra de Copérnico foi condenada pela Santa Inquisição e aqueles que a apoiavam eram condenados, como aconteceu com o filósofo italiano Giordano Bruno, morto na fogueira em 1600. A princípio, o Heliocentrismo também não era aceito cientificamente. No século XVII, um dos mais importantes estudiosos da astronomia, Galileu Galilei, o comprovou, com base em observações com lunetas. Porém, foi obrigado a retratar-se perante a Igreja, para não ser condenado à morte. De qualquer forma, o modelo foi sendo aperfeiçoado por cientistas e astrônomos como Michael Maestlin, Johannes Kepler e Isaac Newton, até que passou a ser a teoria mais aceita pela comunidade científica. A Igreja Católica, por sua vez, só aceitou o modelo heliocentrista em 1922. [Texto de autoria de Letícia Rioga, estagiária do Núcleo de Astronomia] Para saber mais:
Qual a diferença entre modelo geocêntrico e heliocêntrico?O geocentrismo afirma que a Terra está fixa no universo e os planetas e astros giram ao seu redor. Foi muito utilizada na Antiguidade para esclarecer como aconteciam os fenômenos celestes, porém, atualmente não é mais válida. Já a teoria heliocêntrica afirma que a Terra gira ao redor do sol e de si mesma.
Qual é a diferença entre o modelo geocêntrico e o modelo?Basicamente, o modelo geocêntrico diz que a Terra é o centro do Universo; já o modelo heliocêntrico indica o sol como o centro do Universo (ou Sistema Solar rs). O modelo heliocêntrico é o aceito pela sociedade atual (generalizando).
O que diz o modelo do geocentrismo?A teoria Geocêntrica, também chamada de sistema ptolomaico, foi elaborada pelo astrônomo grego Claudio Ptolomeu no início da Era Cristã, defendida em seu livro intitulado Almagesto. Conforme essa teoria, a Terra está no centro do Sistema Solar, e os demais astros orbitam ao redor dela.
Qual a teoria certa heliocentrismo ou geocentrismo?Porém, o heliocentrismo foi sendo aperfeiçoado por cientistas e astrônomos como Michael Maestlin, Johannes Kepler e Isaac Newton, e, atualmente, é a teoria mais aceita pela comunidade científica. A Igreja Católica, por sua vez, só aceitou esse modelo de Sistema Solar em 1922. Não pare agora...
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