Por que um dos principais objetivos das missões espaciais enviadas a Marte

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Por que um dos principais objetivos das missões espaciais enviadas a Marte

Mas, por que encontrar água fora da Terra é tão importante?  (Foto: Divulgação NASA)

A busca por água fora da Terra – em outros planetas e luas – tem aquecido os estudos e achados astronômicos.

O recente anúncio da detecção de moléculas de água em parte da Lua que é iluminada pelo Sol fez crescer a expectativa pela construção de uma base lunar. Isso ocorre às vésperas da missão Artemis, da Nasa, a agência espacial norte-americana, que levará a primeira mulher ao nosso satélite e que está prevista para 2024.

Mas, por que encontrar água fora da Terra é tão importante?

''Pelo que a gente conhece da vida aqui na Terra, um componente básico que todos os seres precisam é a água. Por isso, que essas missões procuram primeiro um lugar que tenha água líquida, para então procurar por indícios mais sofisticados de vida, como por exemplo as moléculas orgânicas, DNA, RNA, lipídios ou outras moléculas das quais as células são feitas'', responde o pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Douglas Galante.

Para ele, a água é um ''fator fundamental da vida como a gente conhece aqui, e muito provavelmente da vida em outros lugares no universo. Por isso, as missões de procura por vida, primeiro procuram por água'', diz.

Além da Lua, aqui no nosso sistema solar, o recurso natural foi confirmado em estado líquido no polo sul de Marte.

Segundo estudos de um grupo de italianos publicados na revista Science, existem bolsões de água no Planeta Vermelho de forma intermitente. Antes, as pesquisas mostravam a água na forma de gelo, que derretia na superfície apenas durante o verão.

O planeta, que já teve características parecidas com as da Terra há bilhões de anos, agora é o caminho de pelo menos três missões – dos Estados Unidos, da China e dos Emirados Árabes.

Diante dos achados, a pergunta que pode ser respondida na próxima década: Marte já teve ou ainda abriga alguma forma de vida?

''Existem várias missões que estão sendo enviadas para Marte neste momento e todas elas têm forte componente da astrobiologia. Ou de procurar indícios de vida – vida passada, que está fóssil, morta ou vida presente, possivelmente em alguns locais habitáveis em Marte.'', diz o pesquisador.

Douglas Galante explica que as missões em curso estão focadas em investigar locais onde tenha existido água.

“A gente sabe que Marte teve água abundante no passado e ainda tem água hoje em dia em locais específicos, em algumas colinas, na subsuperfície e mesmo água salobra. Nessas regiões existe grande chance de ter vida presente”, acrescenta.

Ainda no nosso sistema solar, os achados de sondas espaciais mostram vapor de água sendo expelido em luas, como Europa – de Júpiter – e Encélado – de Saturno. E isso pode indicar que existem oceanos embaixo de uma crosta de gelo, assim como já foi identificado em Titã, outra lua de Saturno.

Nos últimos anos também vimos o aumento de descobertas de exoplanetas – aqueles que ficam fora do nosso sistema solar.

Alguns são chamados de ''superterras'', por apresentarem características em comum com o nosso planeta. Eles ficam em zonas potencialmente habitáveis, ou seja, têm temperatura e radiação ideais, além de estar na distância ideal das estrelas que orbitam.

Um exoplaneta, em especial, chamou a atenção: o k2 18b, que foi descoberto por cientistas do Reino Unido. Ele tem oito vezes a massa da Terra, está a mais de 100 anos-luz daqui e há indícios de oceanos e água em estado líquido por lá.

  • Redação
  • BBC News Mundo

10 fevereiro 2021

Atualizado 12 fevereiro 2021

Por que um dos principais objetivos das missões espaciais enviadas a Marte

Crédito, MBRSC

Legenda da foto,

A Hope, missão enviada pelos Emirados Árabes Unidos, entrou na órbita de Marte na última terça-feira

Fevereiro será um mês decisivo para a exploração de Marte.

Pouco depois das 4h25 (no fuso do meridiano de Greenwich) da terça-feira (09/01), a missão Hope enviada pelos Emirados Árabes Unidos, a primeira de um país árabe, entrou na órbita do planeta vermelho.

A sonda alcançou o feito depois de realizar uma manobra complexa para ser capturada pela gravidade do planeta.

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Ela foi a primeira, no intervalo de poucos dias, de três sondas espaciais enviadas a Marte para estudar sua geologia, atmosfera e procurar possíveis sinais de vida, como bactérias.

A missão seguinte foi a Tianwen-1 da China, que entrou em órbita marciana em 10 de fevereiro. A próxima será a Perseverance, da Nasa, agência espacial americana, que chegará em 18 de fevereiro.

A proximidade das datas se deve ao fato de que as três missões aproveitaram uma "janela" que se abre de tempos em tempos, na qual a distância entre Marte e a Terra é menor.

A distância entre os dois planetas muda constantemente devido às diferentes velocidades em que orbitam ao redor do Sol, então o melhor momento para lançar missões que requerem a menor quantidade possível de combustível ocorre uma vez a cada 26 meses.

Mas, como em qualquer missão a Marte, todas as três espaçonaves enfrentam grandes desafios, incluindo os infames "sete minutos de terror", tempo que leva para uma espaçonave descer da parte superior da atmosfera do planeta até o solo.

Metade de todas as missões anteriores ao planeta vermelho terminou em fracasso.

Então, como os cientistas esperam conseguir desta vez? E o que pretendem investigar?

Missão bem-sucedida

A primeira missão histórica dos Emirados Árabes Unidos a Marte foi lançada do Japão em julho do ano passado.

E o sucesso da manobra para entrar em sua órbita foi anunciado ao vivo pela televisão e nas redes sociais pelo diretor de projeto da missão, Omran Sharaf, da sala de operações do Centro Espacial Mohamed bin Rashid, em Dubai.

A sonda vai explorar a atmosfera do planeta vermelho, algo que não foi feito em nenhuma missão anterior a Marte.

Em particular, os cientistas acreditam que ela pode contribuir para nossa compreensão de como o planeta perdeu grande parte do seu ar e, com ele, grande parte de sua água.

Ao contrário das missões chinesa e americana, a Hope não pousará em Marte — em vez disso, ficará na órbita do planeta por pelo menos um ano marciano (687 dias).

A expectativa é de que seus dados comecem a chegar à Terra em setembro.

O jornalista Jonathan Amos, correspondente de ciência da BBC, descreveu a missão Hope como um "esforço científico".

Crédito, PA Media

Legenda da foto,

A Hope vai orbitar o planeta por pelo menos um ano marciano — ou seja, 687 dias

"[É] considerada em grande medida como fonte de inspiração, algo que atrairá mais jovens nos Emirados Árabes e em todo o mundo árabe para estudar ciências na escola e no ensino superior", afirma.

Apenas os Estados Unidos, a Índia, a antiga União Soviética e a Agência Espacial Europeia chegaram a Marte antes com sucesso.

O feito da Hope coincide com o aniversário de 50 anos da formação dos Emirados Árabes Unidos.

Os arranha-céus e pontos turísticos do país foram iluminados de vermelho à noite, as contas do governo postaram hashtags e imagens alusivas e, no grande dia, o Burj Khalifa de Dubai, a torre mais alta do mundo, será palco de um show comemorativo.

China também quer chegar a Marte

A primeira missão de exploração de Marte da China, chamada "Perguntas ao Céu", na realidade não pousará dentro dos próximos três meses.

Isso permitirá que os engenheiros avaliem as condições atmosféricas do planeta antes de tentar o que será uma descida perigosa.

Para pousar em Marte, os cientistas devem enfrentar o desafio de reduzir a velocidade de entrada, que é de 20.000 km/h, para praticamente a velocidade com que um ser humano caminha, na hora de "baixar as rodas".

A China espera aterrissar seu dispositivo de 240 kg em uma planície dentro da bacia de impacto Utopia em maio.

O robô, movido por painéis solares, estudará a geologia da região — na superfície e logo abaixo dela.

Um mastro alto estará equipado com câmeras para tirar fotos e facilitar a navegação. Cinco instrumentos adicionais ajudarão a avaliar a mineralogia das rochas locais e a procurar gelo de água.

Os cientistas chineses gostariam que o robô ficasse em operação por pelo menos 90 dias. Até agora, apenas os americanos conseguiram realizar operações de longa duração em Marte (as missões soviéticas Mars-3 e Beagle-2 da Europa tiveram vida curta).

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

O robô chinês, movido por painéis solares, estudará a geologia do planeta vermelho

A Tianwen-1 já enviou sua primeira imagem de Marte à Terra: uma foto em preto e branco que mostra características geológicas como a cratera Schiaparelli e o vale Marineris, uma vasta faixa de cânions na superfície do planeta.

A imagem foi tirada de uma distância de 2,2 milhões de quilômetros de Marte.

A Tianwen-1 não é a primeira tentativa da China de chegar a Marte. Uma missão anterior com a Rússia, em 2011, terminou prematuramente quando o lançamento falhou.

Mas o país está confiante após ter enviado duas missões à Lua.

Com a segunda, no ano passado, a China se tornou o primeiro país a fazer um pouso bem-sucedido no "lado oculto" do satélite.

Nasa volta a Marte

A Perseverance, da Nasa, vai procurar evidências de vida microbiana antiga em Marte.

Ela vai coletar amostras de rochas que podem fornecer pistas valiosas sobre se alguma vez existiu vida no planeta vermelho.

A expectativa é de que o maior e mais sofisticado veículo já enviado para aterrissar em outro planeta pouse em Marte pouco antes das 21h (GMT) de 18 de fevereiro, em uma cratera quase equatorial chamada Jezero.

"Quando os cientistas olham para nosso local de pouso, a cratera de Jezero, eles veem a promessa científica de tudo isso: os restos de um antigo rio que flui para dentro e para fora desta cratera e acreditam que é o lugar para procurar por sinais de vida passada", diz Allen Chen, o engenheiro que lidera o processo de entrada (na atmosfera), descida e aterrissagem (EDL, na sigla em inglês) da Perseverance.

No entanto, o especialista também vê certos riscos.

"Há perigo em todos os lugares. Há um penhasco de 60-80 metros de altura passando pelo centro do nosso local de pouso. Se você olhar para oeste, há crateras das quais o robô não consegue sair, mesmo se pousarmos com êxito em uma delas. E se você olhar a leste, há grandes rochas pelas quais não poderia se mover", explica ele à BBC.

Por sorte, a Perseverance conta com algumas tecnologias comprovadas que devem garantir que chegue a um ponto seguro na superfície.

O dispositivo tem quase o mesmo tamanho de um pequeno SUV (veículo utilitário esportivo) e pesa uma tonelada.

Crédito, EPA/Nasa/JPL-Caltech

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O veículo espacial Perseverance, da Nasa, tem quase o mesmo tamanho de um pequeno SUV e pesa uma tonelada

O rover pode se mover de forma autônoma 200 metros por dia, e está equipado com 19 câmeras e dois microfones, com os quais os cientistas esperam gravar os primeiros sons de Marte.

A missão também tentará pilotar um drone que pesa 1,8 kg pela primeira vez em outro mundo.

Apesar das promessas, só descobriremos o verdadeiro alcance das descobertas da Perseverance quando as amostras coletadas no planeta vermelho retornarem à Terra.

Isso acontecerá depois que a missão terminar, daqui a dois anos.

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Qual o principal objetivo das missões espaciais em Marte?

A Missão Mars 2020 é uma expedição não tripulada a Marte cujo principal objetivo é investigar sinais de vida antiga no solo desse planeta. Missão Mars 2020 é o nome da expedição espacial, por meio de um veículo não tripulado, destinada a investigar sinais da possível existência de vida microbiana no passado de Marte.

Porque um dos principais objetivos das missões espaciais enviadas a Marte e a outros planetas e descobrir água em estado líquido?

A principal é que o fato de haver água em Marte pode ser um indício de que exista, ou tenha existido, algum tipo de vida no planeta vermelho. Além disso, torna mais viável missões tripuladas.

Por que os principais objetivos das missões espaciais enviadas a Marte e outros planetas?

Resposta verificada por especialistas Um dos principais objetivos das missões espaciais enviadas para Marte e a outros planetas é descobrir água em estado líquido, pois essa descoberta seria um forte indício de que existe vida em Marte.