O que são rios voadores brainly

Qualquer pessoa que se depara com a expressão “rios voadores” logo se espanta. Será algum tipo de história ou conto? Será algum tipo de trote ou brincadeira? Não. Os rios voadores existem e estão mais próximos do que se imagina. Nesse momento, existem muitos deles sobre as nossas cabeças, invisíveis, transportando quantidades de água equivalentes às vazões dos maiores rios do mundo. Mas o que são os rios voadores?

A expressão “rios voadores da Amazônia” foi criada para designar a enorme quantidade de água liberada pela Floresta Amazônica em forma de vapor d’água para a atmosfera, sendo transportada pelas correntes de ar. De acordo com o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), uma única árvore de 10 metros de altura emite uma média de 300 litros de água por dia, mais do que o dobro do total de água consumida por uma pessoa durante o dia para beber, cozer alimentos, tomar banho etc.

Como funciona?

A floresta funciona como uma “bomba d’água”, ou seja, ela capta água dos solos e emite para a atmosfera em forma de vapor, a partir de um processo denominado evapotranspiração. Parte desse volume de água transforma-se em chuvas que caem na própria floresta, outra parte é transportada pela atmosfera. Estima-se que a quantidade de água conduzida pelos rios voadores seja igual ou superior à vazão do Rio Amazonas – o maior do mundo –, que transporta mais de 200 mil metros cúbicos de água por segundo.

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Primeiramente, os rios voadores direcionam-se para o oeste até chegarem à Cordilheira dos Andes. Lá, eles se deparam com esse verdadeiro paredão de mais de 4000 metros, o que faz com que parte dessa umidade precipite, ou seja, transforme-se em chuvas ou até mesmo em neve. Essa precipitação é a grande responsável pela formação de nascentes de grandes rios, dentre eles, os rios que dão origem ao próprio Amazonas. Outra parte dessa umidade é “rebatida” de volta para o interior do continente, abastecendo as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de outras localidades, como a bacia do Rio da Prata.

Com isso, a partir desse entendimento, bem como de estudos empreendidos pelo projeto “Expedição Rios Voadores”, observa-se que a devastação da Floresta Amazônica poderá influenciar diretamente no clima de toda América do Sul e também de outras partes do mundo. Pois, sem floresta, não haverá rios voadores, a umidade cairá e as massas de ar ficarão mais aquecidas, contribuindo para o aumento intensivo das temperaturas.


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia

Rios voadores ganham corpo na Amazônia e influenciam o clima de vários estados brasileiros

Rios voadores são volumes de vapor de água que vêm do oceano Atlântico (próximo à linha do Equador), caem sob a forma de chuva na Amazônia e seguem até a cordilheira dos Andes, que os faz desviar e flutuar sobre a Bolívia, o Paraguai e os estados brasileiros de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.

Algumas vezes, os rios voadores chegam aos estados do sul do Brasil — Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A maior parte das massas de ar (vapor d’água) dos rios voadores vem do oceano, de onde é transportada para a América do Sul pelos ventos alísios, que sopram de leste para oeste; e, a partir daí, após chegar nos Andes, para o sul.

Os rios voadores possuem cerca de três quilômetros de altura, algumas centenas de largura e milhares de extensão. Isso significa que, em alguns dias do ano, um rio com a quantidade de litros de água equivalente à vazão do rio Amazonas atravessa os céus do Brasil.

Como os rios voadores se formam?

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Rios voadores. Imagem editada e redimensionada a partir de Amazônia Real

Entretanto, a expressão “rios voadores” é apenas metafórica. Os rios voadores são tecnicamente chamados de “jatos de baixos níveis”.

Os especialistas em meteorologia e hidrologia têm conhecimento dos rios voadores desde o início dos anos 1960, mas a origem dos vapores e a forma como eles interagem com a superfície do planeta ou como ajudam na formação de nuvens gigantes — que sobem a 15 quilômetros acima do solo — foram descobertas apenas mais tarde.

Eles descobriram que os rios voadores passam por mudanças durante a passagem sobre o Brasil. Ao passar sobre a floresta amazônica, ele incorpora a água que evapora diretamente do solo e das plantas, fazendo com que uma parte da umidade da Amazônia chegue ao sul do país e possivelmente vire chuva.

Como os rios voadores foram estudados

Para serem analisados, os rios voadores exigiram uma equipe multidisciplinar de cientistas. Foram feitos 12 voos sobre diferentes regiões do país para coletar amostras de vapor d’água que se condensavam em um tubo resfriado por gelo-seco.

Em um desses voos, sob condições atmosféricas favoráveis, foi analisado o rio voador que percorre a Amazônia até São Paulo. Calculou-se que, em determinado trecho, a quantidade de água que flui é de 3.200 metros cúbicos por segundo, sendo maior do que a vazão do Rio São Francisco – um dos principais cursos d’água do Brasil.

Toda a água carregada por essa corrente de ar em 24 horas equivale a 115 dias de consumo de água da cidade de São Paulo, que possui 12,11 milhões de habitantes. Em menos de dois anos foram coletadas 500 amostras de água obtidas de 500 a 2 mil metros de altitude.

Qual a importância dos rios voadores para o ciclo da água?

Os estudos a respeito dos rios voadores mostraram que há uma clara colaboração da umidade que evapora da bacia amazônica para as chuvas do Sul e do Sudeste. Nos dias que o rio voador passa sobre a floresta amazônica — isso acontece apenas em cerca de 35 dias por ano — mais umidade chega ao Centro-Oeste, ao Sudeste e ao Sul, aumentando a probabilidade de chuvas.

Quando os rios voadores passam sobre a Amazônia, eles aumentam, em média, em 20% a 30% a umidade do ar em Ribeirão Preto, por exemplo, elevando o potencial de chuvas. Algumas vezes esse aumento de umidade pode chegar a 60%.

Por que o desmatamento prejudica o fenômeno dos rios voadores?

Há uma grande preocupação por parte dos especialistas em rios voadores quanto às consequências do desmatamento na Amazônia.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) alertam que o abastecimento de água de várias regiões do País pode estar em risco pela falta de preservação da Floresta Amazônica.

Sem a floresta, os rios voadores vindos do oceano podem chegar mais rápido no continente, em dois ou três dias e aumentar o risco de tempestades severas no sul do país.

A retirada da floresta diminuiria em 15% a 30% as chuvas na Amazônia, reduziria o volume de chuvas no Sul e na bacia do Prata e aumentaria eventos climáticos extremos na mesma região. Dessa forma, também é destacada a importância dos rios voadores para a agricultura, já que essa atividade geoeconômica é frágil as mudanças climáticas e à falta de água.

O que são rios voadores texto?

Rios voadores são imensos volumes de vapor de água que vêm do oceano Atlântico, precipita sob a forma de chuva na Amazônia – onde ganham corpo – e seguem até os Andes, encontrando a muralha rochosa presente nessa região, que os faz desviar e flutuar sobre a Bolívia, o Paraguai e os estados brasileiros de Mato Grosso, ...

O que são rios voadores e sua importância?

O que são rio voadores? São cursos de água atmosféricos invisíveis, que transportam bilhões de toneladas de água em forma de vapor pelas correntes aéreas. Apesar de não os enxergarmos, os rios voadores têm cerca de três quilômetros de altura e milhares de quilômetros de extensão.

O que são rios voadores e qual sua importância Brainly?

Resposta: Rios voadores são fluxos concentrados de vapores atmosféricos formados por massas de ar, são invisíveis em determinada região da Amazônia e sobrevoam em meio a copa das árvores.

Como se explica um rio voador?

A origem dos rios voadores acontece da seguinte forma: as árvores da Floresta Amazônica “bombeiam” as águas das chuvas de volta para a atmosfera, através de um fenômeno denominado evapotranspiração, ou seja, a água das chuvas que fica retida nas copas das árvores evapora e permanece na atmosfera em forma de umidade.