É REVENDO POSTURAS Na pré-escola da Escola da Vila, a autoavaliação oral é o caminho para cumprir combinados. Foto: Rodrigo Erib Show
Ao término de cada bimestre, você reserva alguns minutos de aula para que cada aluno reflita sobre o que estudou e como fez isso. Numa ficha com uma série de itens, é preciso responder a perguntas sobre comportamento, procedimentos de estudo e conteúdos. No fim, cada um atribui uma nota a si próprio, que você vai considerar na média da disciplina. "Até que a turma reconhece as próprias falhas!", você se surpreende. Mas, nos meses seguintes, a garotada não corrige os deslizes que apontou na autoavaliação. Por que isso ocorre? A intenção foi a melhor possível: a abertura para o diálogo na avaliação é uma medida interessante tanto para o estudante tomar consciência de seu percurso de aprendizagem e se responsabilizar pelo empenho em avançar - é a chamada autorregulação - como para ajudar o docente a planejar intervenções em sala. Mas a forma como a autoavaliação foi aplicada não é a mais recomendável. É provável que a atividade tenha sido encarada como uma mera formalidade. Nesses casos, a tal "postura crítica" da turma é pouco mais que um apanhado de coisas que o professor espera ouvir: "Preciso bagunçar menos", "Tenho de respeitar os colegas", "Faltou estudar antes para a prova". Já aconteceu com você? Da lista de equívocos que se pode apontar no exemplo do parágrafo inicial (leia o quadro abaixo), o mais grave é a falta de acompanhamento e intervenção do professor. "Após o aluno refletir sobre o que e como aprendeu, o professor deve realizar um conjunto de ações para modificar o que está inadequado", afirma Leonor Santos, docente da Universidade de Lisboa, em Portugal, e especialista no assunto. "O objetivo é levar o estudante a confrontar seu desempenho com o que se esperava e agir para reduzir ou eliminar essa diferença." Os principais equívocos na autoavaliação
Saber o que o docente pensa ajuda o estudante a se avaliarNo início do processo, é provável que os comportamentos tendam a extremos, da rigidez à condescendência. O trabalho, aqui, é ajudar a construir um retrato mais próximo da realidade. A avaliação do professor ajuda o aluno a estabelecer parâmetros para refletir sobre se sua autoimagem está adequada. "Nesse processo, é preciso dialogar com o aluno sobre os critérios que balisaram sua escolha, debatendo possíveis divergências", diz Andréa Luize, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, em São Paulo. Outra precaução diz respeito à natureza da autoavaliação. Para Leonor, não se deve misturar procedimentos, atitudes e conteúdos. É possível analisar separadamente cada um deles. No caso dos conteúdos, o ideal é abordar o que foi aprendido no encerramento da cada tema (leia o quadro abaixo), garantindo que haja tempo para correções. Tornar a reflexão constante é importante pela dificuldade, sobretudo nos anos iniciais da escolarização, de abordar o equívoco muito depois do ocorrido. Um aluno que erre um problema de divisão no dia anterior à autoavaliação tenderá a considerar o equívoco com mais atenção do que no fim do bloco de conteúdo. Para ajudar a turma a tomar as rédeas do próprio aprendizado, é possível lançar mão de vários tipos de autoavaliação. A modalidade escrita é a mais comum e serve para diversas finalidades - além de aferir conteúdos, é uma boa opção para trabalhar com procedimentos. Nesse caso, apostar em respostas discursivas é uma alternativa interessante. Na Escola da Vila, a turma de 4º ano é convidada a ler um livro mais longo e, em seguida, refletir sobre a tarefa com algumas questões: quanto você conseguiu ler? Como organizou a leitura: leu cada dia um pouquinho, tudo de uma vez, dividiu em capítulos? Que atitudes contribuíram para conseguir cumprir o prazo? O que você acha importante para dar conta de ler o próximo? No fim da atividade, a socialização das respostas ajuda cada um a descobrir novas estratégias e rever as suas. Quando a ideia é avaliar atitudes, a alternativa é criar uma ficha que possa indicar à garotada as evoluções ao longo do tempo. Em outro exemplo da Escola da Vila, dessa vez no 3º ano, itens sobre a postura em sala de aula - "Realizo as atividades com atenção", "Organizo a mesa para o trabalho", "Levanto a mão para falar" etc. - são avaliados em uma tabela de quatro colunas. Cada quadradinho é pintado de acordo com o desempenho individual: vermelho para "Consigo sempre", verde para "Consigo às vezes" e azul para "Nunca consigo". "O uso das cores é uma forma direta e rápida de o aluno perceber no que evoluiu e no que precisa melhorar", diz Andréa. Aprendendo com a reflexãoA autoavaliação de aprendizagem de conteúdos exige que a garotada participe da definição de critérios e ações para avançar. Veja como os alunos de 3º ano da Escola da Vila analisaram a produção de biografias.
1 - Exposição dos conteúdos 2 - Definição dos critérios 3 - Dupla reflexão 4 - Plano de ação Prática pode ser adotada mesmo com turmas da pré-escolaComo olhar para a própria atuação exige maturidade, é natural que nas etapas iniciais de escolarização as crianças tenham mais dificuldade para participar do processo de reflexão. Mas a idade não deve servir de desculpa para abandonar a prática. Em pesquisas com crianças de 5 anos, Leonor Santos constatou que os pequenos são, sim, capazes de se autoavaliar, identificando seus pontos fortes e o que precisa ser melhorado. Na Educação Infantil, os momentos de reflexão são basicamente realizados por meio da oralidade, em rodas de conversa ou de combinados. As questões procedimentais e atitudinais são as que costumam demandar mais atenção. A postura da criança, a organização do material e a relação com os colegas são os principais pontos de discussão nessa idade, já que os pequenos apenas começam a se reconhecer no papel de estudantes. Além das autoavaliações orais e escritas, outras formas de favorecer a reflexão são os portfólios - privilegiando sobretudo os critérios de escolha dos trabalhos - e até vídeos. 'Depois de um seminário do 2º ano, convidei os alunos a assistir a uma gravação da apresentação. A atividade deu o distanciamento para ajudá-los a notar os pontos em que deveriam evoluir", relembra Andréa. Qualquer que seja o tipo de autoavaliação escolhido, uma etapa não pode faltar: o encaminhamento de ações concretas para atacar os pontos fracos mostrados na autoavaliação. Se o conteúdo ficou mal entendido, é preciso retomar a lista de exercícios ou preparar uma aula de recapitulação dos pontos obscuros. Se o problema é a falta de método para estudar, pode-se combinar uma semana de acompanhamento conjunto das tarefas de casa - e assim por diante. Aos poucos, os alunos passam a interiorizar esse controle, assumindo a regulação que a princípio é feita pelo docente. Assim, a autoavaliação cumpre seu papel.
Quer saber mais?BIBLIOGRAFIA Avaliação: da Excelência à Regulação das Aprendizagens entre Duas Lógicas, Philippe Perrenoud, 184 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 46 reais INTERNET Quais critérios são utilizados para organizar os elementos na mesma família e de um mesmo período?A Tabela Periódica é organizada em ordem crescente de número atômico, sendo que as colunas são as famílias e as linhas horizontais são os períodos.
Qual o critério para agrupar as famílias e os períodos?Esse critério foi estabelecido com base na afirmação de que as propriedades físicas dos elementos estão intimamente ligadas ao número atômico . Os elementos estão portanto organizados horizontalmente em ordem crescente de número atômico no que denominados de períodos e famílias .
Qual o critério utilizado na organização dos elementos dentro de um mesmo período?Os elementos pertencentes a um mesmo período estão dispostos, na Tabela Periódica atual, em ordem crescente de número atômico. III. Todos os elementos que possuem configuração eletrônica igual a ns1 na camada de valência pertencem ao grupo 1.
Qual o critério para os elementos pertencerem à mesma família na tabela periódica?As semelhanças entre os elementos de uma mesma família ocorrem porque o número de elétrons de valência do átomo no estado fundamental é o mesmo para os membros de determinado grupo. Os átomos do grupo 1 tem seus elétrons distribuídos por mais de um nível de energia, mas todos tem um elétron de valência.
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