Existem políticas públicas para preservar a Pedra Pintada

Segundo levantamento de 2008 feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Brasil possui 14.000 sítios arqueológicos. Hoje, acredita-se que esse número já tenha saltado para 20 mil. Porém, desse total, somente 17 bens arqueológicos (11 sítios e 6 coleções) foram tombados pelo IPHAN, conforme esse instituto informa em seu site.

É possível visitar muitos deles com boa estrutura para receber o visitante. Há, porém, aqueles que se encontram em locais de difícil acesso e outros que precisam de autorização para serem visitados.

Listamos abaixo, em ordem alfabética por estado (17 ao todo), os sítios arqueológicos pré-coloniais, isto é, sítios com vestígios de ocupação anterior à chegada dos portugueses. Para saber quais deles estão abertos ao turismo veja, no final, o ítem “Para organizar sua visita”.

CONTEÚDO

  1. Acre: geoglifos
  2. Amapá: Parque Arqueológico do Solstício
  3. Amazonas: Kuhikugu
  4. Bahia: Serra das Paridas e Pedra da Santana
  5. Goiás: Serranópolis
  6. Maranhão: sambaqui do Pindaí
  7. Mato Grosso: caverna Kamukuaká, Santa Elina, Pedra Preta
  8. Minas Gerais: Lagoa Santa
  9. Pará: caverna da Pedra Pintada
  10. Paraíba: Pedra do Ingá
  11. Pernambuco: Vale do Catimbau
  12. Piauí: Serra da Capivara
  13. Rio de Janeiro: Camboinhas
  14. Rio Grande do Norte: Xiquexique e Mirador
  15. Roraima: Pedra Pintada
  16. Santa Catarina: Garopaba do Sul e Ilha do Campeche
  17. São Paulo: Barra do rio Itapitangui

1. Acre: geoglifos

Em 1977, foram descobertos no Acre, 24 gigantescos geoglifos  em formatos variados: círculos, quadrados, octógonos e outras formas. Hoje, com o uso de imagens por satélite do Google Earth já foram identificados 400 geoglifos que se espalham pelo estados do Acre, Rondônia e sul do Amazonas chegando à Bolívia. São valetas com 2 a 3 metros de profundidade e medindo entre 100 a 300 metros de largura. A maioria está em bom estado de conservação. Foram feitos por grupos indígenas, talvez Aruaques, que habitaram a região entre, aproximadamente, 200 a.C. e 1300 d.C. O estudo dessas estruturas de terra cada vez mais confirma que o processo de ocupação e povoamento da região amazônica, no primeiro milênio da era cristã, foi empreendido por grupos indígenas numerosos e com grande capacidade tecnológica para modificar o ambiente de terra firme e várzea, imprimindo na paisagem características de sua identidade.

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Geoglifo, Acre.

2. Amapá: Parque Arqueológico do Solstício

O Parque Arqueológico do Solstício, no município de Calçoene, litoral do Amapá, abriga um conjunto megalítico formado por 127 rochas dispostas em formato circular, no topo de uma colina. O círculo tem 30 m de diâmetro com pedras de granito com até 4 m de comprimento. Foi apelidado de “Stonehenge do Amapá”, em referência ao círculo neolítico da Inglaterra.

Supõe-se que tenha sido um observatório astronômico de antigas populações indígenas que ocupavam a região, considerando que um dos blocos de pedra alinha-se com o solstício de dezembro.

As pesquisas são muito recentes (iniciadas em 2006) mas já foram encontrados poços funerários, fragmentos de cerâmica e vestígios de aldeia de até 1km ao longo dos rios. A datação do círculo ainda é muito imprecisa, oscilando entre 500 e 2000 anos.

Vídeo sobre os megalitos do Amapá, produzido pela BBC

3. Amazonas: Kuhikugu

Chamado pelos arqueólogos de X11, o sítio arqueológico de Kuhikugu localiza-se dentro do Parque Indígena do Xingu, região do Alto Xingu. Seu nome foi dado em homenagem aos índios Cuicuro (Kuikuro ou Guicurus) que auxiliaram o arqueólogo Michael Heckenberger na descoberta desse complexo urbano, o maior da região.

Foi construído, provavelmente, pelos antepassados dos atuais povos Cuicuros, que chegaram à região do Alto Xingu por volta do ano 500, procedente do oeste. O sítio, que pode ter abrigado até 50 mil habitantes, era uma cidade murada com troncos de árvore, cercada de fossos de proteção e que se comunicava com outros centros por estradas retilíneas de 10 a 20 metros de largura.

As escavações sugerem que havia, no mínimo, 15 núcleos populacionais espalhados no Alto Xingu. Entretanto, como a maior parte da região não foi estudada, a quantidade correta pode ter sido muito maior.

4. Bahia: Serra das Paridas e Pedra da Santana

O complexo arqueológico Serra das Paridas, no município de Lençóis, na Chapada Diamantina foi descoberto em 2005, por catadores de mangaba após um incêndio florestal que deixou em exposição pedras com pinturas rupestres. Atualmente, o local possui infraestrutura para receber visitantes que queiram conhecer os 18 locais de pinturas rupestres.

Seguindo em direção ao sul, por 264 km de estrada, está a Pedra da Santana, no município de Paramirim. Trata-se de uma estrutura em forma de dolmen, a segunda conhecida do Brasil (existe outra em Goiás, na cidade de Anicurus) e, talvez, únicas em toda a América do Sul. Não se tem estudos a respeito até para se confirmar se, de fato, trata-se de uma obra humana. Mas, por sua singularidade, merece ser conhecida.

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Pedra de Santana, Bahia.

5. Goiás: Serranópolis

Segundo o IPHAN, foram descobertos 1.435 sítios arqueológicos no estado de Goiás. Entre eles, destacam-se os vestígios pré-coloniais do município de Serranópolis, no sudoeste do estado onde estão sendo investigados 40 abrigos rochosos.

As paredes dos abrigos estão cobertas por pinturas rupestres e gravações. As pesquisas relevaram que o local teve uma ocupação indígena densa e persistente, desde 9000 a.C. até a fixação de colonizadores, no século XVIII. A datação mais antiga é confirmada pelo achado, em 1996, de um esqueleto masculino, na Gruta do Diogo, batizado de “Homem da Serra do Cafezal”, popularmente conhecido como Zé Gabiroba.

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Pintura rupestre de Serranópolis, Goiás.

6. Maranhão: sambaqui do Pindaí

O sambaqui do Pindaí, situado entre os quilômetros 22 e 23 da rodovia que liga as cidades de São Luís a São José de Ribamar, é uma jazida de grande importância por ser uma das primeiras do gênero na região e pela abundância de vestígios de grupos indígenas extintos. Em 1927, foram encontrados fragmentos de cerâmica que se encontravam expostos no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. O sítio foi tombado pelo IPHAN em 1940.

7. Mato Grosso: caverna Kamukuaká, Santa Elina, Pedra Preta

O estado do Mato Grosso tem 792 sítios arqueológicos cadastrados, mas somente um deles foi tombado pelo IPAHN: a caverna Kamukuaká, no município de Parantinga, junto, mas fora dos limites, do Parque Nacional dos Guimarães. Trata-se de um sítio arqueológico vivo, que conta com os relatos dos descendentes indígenas Waurás para a interpretação dos materiais encontrados.

A caverna, considerada sagrada pelos Waurás por ser a morada dos espíritos ancestrais, tem pinturas rupestres e esculturas usadas em ritos xamânicos. Ali são realizados os rituais de furação de orelha e tem início o ritual do Kuarup.

O sítio arqueológico de Santa Elina, no município de Jangada vem sendo pesquisado desde 1984 por arqueólogos da Universidade de São Paulo e do Museu Nacional de História Natural de Paris. É considerado o terceiro mais antigo das Américas, com 27 mil anos AP. O primeiro é o Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí, com 50 mil anos; o segundo é Monte Verde, no Chile, com 30 mil anos. Nas escavações foram encontradas mais de mil pinturas rupestres, 800 fragmentos de preguiça gigantes, restos de fogueira e mais de 25 mil artefatos que comprovam a presença humana.

Nas cercanias da cidade de Barra do Garças há muitas cavernas, abrigos e rochas com pinturas rupestres que mostram figuras abstratas, humanas ou o que parecer ser astros como os cometas azuis, do Abrigo da Serra da Estrela Azul e as estrelas-sóis avermelhadas, da Gruta do Moreti, no distrito de Vale dos Sonhos.

No município de Cárceres encontram-se outros sítios arqueológicos às margens do rio Paraguai e, inclusive, no perímetro urbano, os sítios Carne Seca e Bairro Cavalhada. Ali foram encontrados urnas funerárias, ferramentas de trabalho e vestígios dos Xarayés, etnia indígena já extinta.

O sítio arqueológico Pedra Preta, no município de Paranaíta, no extremo norte de Mato Grosso é composto por um afloramento rochoso, que chega a 37 metros de altura. Nele foram gravados monumentais painéis de petróglifos, inscrições rupestres: são desenhos geométricos, figuras humanas ou animais de grandes dimensões.

Mais informações sobre esses e outros sítios arqueológicos brasileiros, veja no Portal Mato Grosso, aqui.

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Petróglifo de Paranaíta, Mato Grosso.

8. Minas Gerais: Lagoa Santa

O estado de Minas Gerais possui milhares de sítios arqueológicos pré-coloniais. Ali ocorreram as primeiras pesquisas arqueológicas do Brasil, graças ao trabalho do dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880). Em 1843, este pesquisador pioneiro encontrou ossadas humanas misturadas com as de animais desaparecidos nas cavernas de Lagoa Santa. O chamado “homem de Lagoa Santa” teria vivido na América do Sul entre 12 e 8 mil anos atrás e apresentava características físicas bem diferentes das dos índios atuais.

Na década de 1970, no abrigo número IV da Lapa Vermelha, município de Confins, foi descoberto o crânio de Luzia, o mais antigo fóssil humano. Em Santana do Riacho, na Serra do Cipó, foi encontrada a maior coleção de esqueletos o que contribuiu para o estudo biológico das primeiras populações americanas, além de grande quantidade de material lítico: lascas de quartzo, anzóis e contas de osso para colares, restos alimentares de animais de pequeno e médio porte.

O vale do rio Peruaçu, no extremo norte de Minas Gerais, é outro importante sítio arqueológico com mais de 140 cavernas. No abrigo Lapa do Boquete encontraram-se espaços reservados às fogueiras alimentares, cheias de conchas de moluscos aquáticos e de coquinhos queimados.

A Lapa da Cerca Grande, em Matozinhos, é uma ampla gruta com 2 km de comprimento, com sete entradas e treze aberturas para luz externa. Especialistas que realizaram estudos na região encontraram cerca de 300 figuras, além de vestígios arqueológicos, como um esqueleto em posição sentada com a cabeça entre os joelhos. Além disso, foram descobertas também evidências de cultura indígena pré-cerâmica.

Mais recentemente, iniciaram-se os trabalhos de investigação na Serra da Moeda, entre as bacias dos rios Paraopeba e das Velhas, que possui vestígios de ocupação humana pré-histórica (sepultamentos e abrigos com pinturas rupestres) e histórica, sendo esta datada a partir de fins do século 17, em função da exploração das jazidas minerais.

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Esqueleto de 10 mil anos encontrado na Lapa dos Santos, em Matozinhos, Minas Gerais.

9. Pará: caverna da Pedra Pintada

O sítio arqueológico Caverna da Pedra Pintada, no município de Monte Alegre foi estudado pela antropóloga Ana Roosevelt entre 1990 e 1992. Contêm pinturas rupestres entre 10 e 11.200 anos AP, retratando plantas, animais e até cenas de um parto. Foram encontrados também restos de cuias e fragmentos de cerâmica com até 7.600 anos de idade, a mais antiga das Américas, com o dobro de idade das de Santarém, ditas como as mais antigas do Brasil.

A descoberta do sítio revolucionou os estudos arqueológicos pois recuou a data de povoamento da América e demonstrou que a floresta tropical, fechada e úmida, não foi obstáculo à ocupação humana como, até então, se suponha. Ao contrário, os pesquisadores têm encontrado evidências de que a Amazônia teve uma densa população de caçadores, pescadores e coletores.

Vídeo das pinturas da Pedra Pintada, no Pará, TV Cultura

10. Paraíba: Pedra do Ingá

Entre os 149 sítios arqueológicos do estado, a Pedra do Ingá, no município de mesmo nome, é um dos mais importantes do Brasil. Foi tombado como patrimônio cultural pelo Iphan em 1944.

É um monumento identificado como itacoatiara, palavra indígena que significa “pedra pintada”: uma formação rochosa com 24 metros de comprimento e 3 metros de altura coberto com inscrições rupestres em baixo-relevo (petróglifos) de grande complexidade. As gravações têm 3 a 7 milímetros de profundidade. Não se sabe o que elas significam nem a data em que foram feitas e por quem. Recentemente foi encontrado outro sítio arqueológico bastante relevante no município de Pilões – um cemitério indígena da tradição Aratú.

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Pera do Ingá, Paraíba

11. Pernambuco: Vale do Catimbau

O Patrimônio Arqueológico de Pernambuco possui 506 sítios arqueológicos cadastrados. Destaca-se o Parque Nacional do Vale do Catimbau, localizado no município de Buique, que abriga importante conjunto de pinturas rupestres datadas de 6 mil anos.

O Vale do Catimbau, com 62 mil hectares, só perde em extensão para o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí.

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Vale do Catimbau, Pernambuco.

12. Piauí: Serra da Capivara

Criado em 1979, o Parque Nacional da Serra da Capivara ocupa uma área de 135 mil hectares abrangendo os municípios de Canto do Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e São Raimundo Nonato. Trata-se de um verdadeiro museu arqueológico a céu aberto.

Em 2012, estavam cadastrados 1.028 sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Mas esse número aumenta anualmente com novas descobertas. As pinturas mais antigas estão no sítio Toca do Boqueirão da Pedra Furada, com quase 30 mil anos. Em outros lugares elas tem entre 18 mil e 6 mil anos. Os restos humanos mais antigos encontrados são um esqueleto de uma mulher adulta de 9.670 anos.

O parque foi criado graças ao trabalho da arqueóloga Niède Guidon que hoje dirige a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), instituição responsável pelo manejo e pesquisas do parque. Em 1991, foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco e, em 1993, reconhecido como patrimônio nacional.

Apesar da dificuldade em se chegar ao local (o prometido aeroporto nunca saiu do papel), a cidade de São Raimundo Nonato oferece uma boa estrutura aos turistas com hotéis, pousadas e restaurantes. O parque possui todos serviços para atender os visitantes e fornece guias com formação superior em arqueologia. O acesso às pinturas é feito por meio de passarelas e escadas.

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Pedra Furada, símbolo do Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí.

13. Rio de Janeiro: Camboinhas

A intensa ocupação desde o início da colonização e, principalmente, sediando a capital do país por mais de duzentos anos, contribuíram para a destruição de muitos sítios arqueológicos pré-coloniais no Rio de Janeiro. Mesmo assim, restou o sambaqui de Camboinhas, no município de Niterói, onde foram encontrados vestígios humanos com mais de 7 mil anos.

14. Rio Grande do Norte: Lageado de Soledade

O Lajeado de Soledade, um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil, está localizado no município de Apodi, na região oeste do Rio Grande do Norte. O local quase foi destruído pelos produtores de cal da região. Na década de 1990, a intervenção de geólogos da Petrobras e dos próprios moradores do distrito do Lajedo acabou salvando este sítio.

No Lajedo, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte encontraram fósseis de animais pré-histórico, como o bicho-preguiça e tatus gigantes, mastodontes e tigres-de-dente-de sabre que viviam no Nordeste no período Glacial, além de pinturas rupestres.

São vários os painéis dessas pinturas ainda preservadas que se encontram no leito de um rio seco, que podem ser observadas em visitas acompanhadas por guias. Segundo pesquisadores, os desenhos dessas pinturas teriam sido feitos por índios que habitavam essa região no período pré-histórico.

O sertão do Seridó abriga os sítios arqueológicos Xiquexique 1 e 2, localizados no município de Carnaúba dos Dantas com pinturas rupestres datadas de 9 mil anos além de petróglifos, gravações executadas na pedra. Na mesma região, está o sítio arqueológico Mirador, em Parelhas.

Por seu fácil acesso, estes sítios receberam um fluxo descontrolado de visitas de estudantes, turistas e moradores locais. Para preservar o material arqueológico, foram instaladas escadarias, trilhas, áreas de descanso e plataformas de madeira que permitem contemplar as pinturas rupestres.

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Pintura rupestre de Xiquexique, Rio Grande do Norte.

15. Roraima: Pedra Pintada

O estado detém importante patrimônio arqueológico, que inclui gravuras e pinturas rupestres, que compõem os 87 sítios cadastrados pelo IPHAN. Entre eles, encontra-se, no município de Pacaraima, o sítio da Pedra Pintada (não confundir com o sítio homônimo, no Pará).

É uma formação rochosa com mais de 35 metros de altura que abriga uma caverna na qual foram encontradas pinturas rupestres, pedaços de cerâmica, machadinhas, contas de colar entre outros artefatos.

Por estar no interior da reserva indígena São Marcos, a visitação ao sítio só é concedida pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio).

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Pedra Pintada, em Pacaraima, Roraima.

16. Santa Catarina: Garopaba do Sul e Ilha do Campeche

O IPHAN cadastrou 1.471 sítios arqueológicos no estado. Ali se encontram os maiores sambaquis do mundo, concentrados, principalmente nas cidades de Laguna e Jaguaruna.

Destaca-se o sítio arqueológico de Garopaba do Sul, em Jaguaruna, com 30 metros de altura e 200 de diâmetro, e mais de 3.700 anos. Entre os achados encontraram-se restos humanos sepultados e estatuetas de pedra polida, os zoólitos, figuras de animais representadas de maneira estilizada representando em geral baleias, peixes e pássaros.

Na Ilha do Campeche, em Florianópolis, encontra-se outro importante sítio arqueológico: um conjunto de inscrições e registros, a maior concentração desse tipo num único sítio arqueológico em todo o litoral brasileiro. São desenhos que lembram flechas e máscaras, símbolos geométricos, um monolito com nove metros de altura e um ponto magnético sinalizado com inscrição rupestre onde as bússolas têm comportamento alterado. O local possui ainda ruínas de armação de baleia, datada de 1772. A Ilha do Campeche foi tombada pelo IPHAN em 2001.

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Inscrições pré-históricas, Ilha do Campeche, Santa Catarina.

17. São Paulo: Barra do Rio Itapitangui

Na área de proteção ambiental de Cananéia-Iguape, no litoral paulista, está o sambaqui da Barra do Rio Itapitangui, sítio arqueológico tombado em 1955. Apresenta-se como pequena elevação arredondada e constituída, exclusivamente, por carapaças de moluscos. É um testemunho da presença de grupos de coletores e pescadores naquela região.

TOUR VIRTUAL: uma outra opção de visita

Levar os alunos para conhecer um sítio arqueológico brasileiros é uma atividade importante para o estudo do meio e para a educação patrimonial. Mas nem sempre é possível organizar este trabalho. Uma alternativa são as viagens virtuais propiciadas pelos sites de (alguns) museus brasileiros.

O blog Arqueologia e Pré-História montou uma lista com dezenas de links de museus arqueológicos virtuais de todo país. Com certeza você vai encontrar um museu em seu estado para trabalhar com os alunos em sala de aula. Vale a pena conferir a lista de Museus de arqueologia e pré-história no Brasil.

Para organizar sua visita

Nem todos os sítios arqueológicos pré-coloniais mencionados aqui estão abertos ao público. Uma lista atualizada dos locais abertos ao turismo e outras informações importantes (telefone, estrutura oferecida no local etc) pode ser encontrada no artigo Turismo Arqueológico, do site Arqueologia e Pré-História.

Conheça e divulgue nosso patrimônio arqueológico. O fluxo turístico, quando bem monitorado, é uma fonte de rendas para a manutenção do sítio e para a população entorno, além de ser a maneira mais eficiente de valorizar e preservar nossa herança histórica.

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Fonte

  • FUNARI, Pedro Paulo A. & NOELLI, Francisco Silva. Pré-História do Brasil. São Paulo: Contexto, 2002.
  • GASPAR, Madu. A arte rupestre no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
  • MARTIN, Gabriela. Pré-História do nordeste do Brasil. Recife: UFPE, 1999.
  • OLIVEIRA, TENÓRIO, M. Cristina Tenório (org.) Pré-História da Terra Brasilis. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.
  • PEREIRA, Edithe. Arte rupestre da Amazônia. São Paulo: Museu Goeldi / UNESP, 2003.
  • PESSIS, Anne-Marie. Imagens da Pré-História. Parque Nacional Serra da Capivara. São Paulo: Fumdham, 2003
  • PROUS, André. Arqueologia brasileira. Brasília: UNB, 1992.
  • PROUS, André. O Brasil antes dos brasileiros: a pré-história de nosso país. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
  • MIGLIACIO, Maria Clara. Patrimônio Arqueológico no Brasil: conceituação, legislação, licenciamento ambiental e desafios. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Pdf disponível aqui.

Para o aluno ler

  • GUARINELLO, Norberto Luiz. Os primeiros habitantes do Brasil. São Paulo: Atual.
  • FUNARI, Pedro Paulo A. Arqueologia. São Paulo: Ática.
  • FUNARI, Pedro Paulo A. Os antigos habitantes do Brasil. São Paulo: Unesp / Imprensa Oficial.

Sobre Pré-História do Brasil, veja também

  • Ocupação do Brasil
  • Parque Nacional Serra da Capivara
  • Seridó e Pedra do Ingá
  • Sambaquis

Qual a importância da Caverna da Pedra Pintada?

Caverna da Pedra Pintada é um sítio arqueológico brasileiro localizado no município de Monte Alegre (Pará), sendo conhecido mundialmente pela presença de pinturas rupestres com mais de 11,2 mil anos, retratando plantas, animais e até as cenas de um parto.

O que deve ser feito para preservar o sítio arqueológico?

“Quando alguém encontra um objeto arqueológico, é muito importante entrar em contato com o Iphan, que vai providenciar a destinação correta do material”, esclarece Lemos. “O objetivo é a conservação em um local que tenha as condições adequadas para abrigar cada tipo de material”, completa.

Que pesquisas foram feitas na Pedra Pintada?

Na caverna da Pedra Pintada, foram encontradas pinturas rupestres, cerâmicas, machadinhas e outros artefatos pré-históricos. Esses achados transformaram o local em um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil.

Quais as principais características do Sítio Arqueológico Pedra Pintada?

Tem mais de 35 metros de altura, numa altitude de 83 metros em relação ao nível do mar. Dentro da pedra encontra-se uma caverna na qual foram encontradas pinturas rupestres, pedaços de cerâmicas, machadinhas, contas de colar, entre outros artefatos.