Show 11 de dezembro de 2012 - 00:00 - Atualizado em 11 de dezembro de 2012 - 00:00 Comentários dos professores Márcio Santos e Pedro Alexandre, do curso Apogeu, sobre a prova de História, da segunda fase do vestibular da Universidade Federal do Paraná: QUESTÃO 1 – Considere a seguinte afirmação sobre o termo bizantino: RESPOSTA: O Império Romano Oriental, como também era chamado, herdou na divisão do Império Romano do Ocidente em 395dc o Direito, dando origem ao Corpus Juris Civilis, dividido em quatro partes: Digesto, Código, Novela e Institutas. O
Cristianismo nascido no primeiro século do Império Romano consolidou-se no Oriente através do Cesaropapismo; e ganhou características diferenciadas a partir do Cisma do Oriente em 1054 d.c, com o surgimento da Igreja Ortodoxa Grega. QUESTÃO 2 – Durante o período das Cruzadas, São Bernardo de Claraval
(1090-1153) escreveu: RESPOSTA: Os europeus mencionados no texto eram os homens medievais “teocentrizados”, ou seja,
fanáticos religiosos que aceitavam a Guerra Santa como uma ordem de Cristo. Munidos deste espírito religioso, convocados pelo papa Urbano II, seguiram para Jerusalém com a finalidade de libertar a Terra Santa das mãos dos infiéis islâmicos. QUESTÃO 3 – Considere os dois extratos de documentos abaixo: RESPOSTA: A partir das imagens e do texto é possível depreender o Humanismo, o Racionalismo e o Classicismo. O Mundo da transição feudo-capitalista, da Idade Média para a Moderna, por conta da decadência do poder feudal e clerical abriu espaço para novas mentalidades, que incluíam as características acima citadas. Percebe-se um mundo novo, curioso, empírico que se abre aqueles que buscam na erudição o conhecimento censurado pela chamada “Idade das Trevas” (termo este que foi utilizado pelos humanistas para caracterizar a época anterior a eles). As imagens e o texto nos sugerem a transição de um mundo feudal (teocêntrico), para um mundo racional (antropocêntrico), onde a virtude da ciência entra em choque com o transcendental medieval. Inspirando-se na Antiguidade Clássica, percebemos pelo texto que o Renascimento é uma mudança de mentalidades onde o homem passa a ser o centro das atenções e de suas ações, valorizando-se o naturalismo, racionalismo, classicismo, empirismo, etc. QUESTÃO 4 – Considere a afirmação do historiador Pedro Paulo Funari: Com qual cidade-Estado os ingleses se identificaram nos relatos de Tucídides sobre a Guerra do Peloponeso? Justifique sua resposta, explicando o que foi a Guerra do Peloponeso, no que se refere aos principais envolvidos, a suas motivações e às consequências para o mundo grego. RESPOSTA: Inglaterra identifica-se com o imperialismo grego, no que diz respeito ao domínio comercial marítimo ateniense no século V a.C. Em relação a Guerra do Peloponeso, identificamos a formação de duas confederações a de Delos fundada por Atenas e a do Peloponeso fundada por Esparta; o conflito envolvendo as duas confederações ocorre por rivalidades nos campos econômico, político e cultural entre outros, pela hegemonia no mundo grego que ficou enfraquecido com esta guerra fratricida, permitindo Filipe II da Macedônia dominar a Grécia. QUESTÃO 5 – Leia o trecho do discurso do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, na 60ª assembleia da ONU, em 2005: RESPOSTA: Na América latina Colonial a
luta pela independência, no século XIX, tem em um dos seus pontos centrais o choque de interesses entre Criollos (Nascidos na América) e Chapetones (Espanhois com todos os direitos). As independências latino-americanas foram feitas pelas elites criollas onde destacam-se as figuras de Simon Bolivar e San Martin. Bolivar é considerado precursor do Panamericanismo, pois buscava a integração dos países latinos de língua hispânica, porém os interesses locais (latifundiários) não permitiram esse
projeto. QUESTÃO 6 – “A descolonização, essa ‘troca de soberania’, não teve como causa exclusiva a luta dos povos por sua libertação .” (FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas à independência – séculos XIII a XX. SP: Cia das Letras,
1996, p. 346) RESPOSTA: Ao término da Segunda Guerra Mundial, os países europeus desgastados e praticamente destruídos não poderiam mais manter colônias nos continentes Africano e Asiático. Internamente, nasciam nesses continentes movimentos profundamente nacionalistas e interesses locais, conclamando o povo para a luta contra as metrópoles europeias, como por exemplo Gandhi, na Índia. A ideia de troca de soberania surge do fato de que os europeus lutaram durante a Segunda Guerra contra regimes totalitários, enquanto na Ásia e na África os vencedores da “liberdade” (Inglaterra e França) adotavam políticas imperialistas e coloniais ajudando a legitimar o motivo para as independências. QUESTÃO 7 – No Brasil, os vinte primeiros anos do século XX foram marcados por uma série de greves em vários setores produtivos nos nascentes centros urbanos. Disserte sobre as principais reivindicações dos grevistas naquela época, a importância dos trabalhadores imigrantes no movimento e os resultados deste movimento social ao final dos anos 1910. RESPOSTA: A República Velha, ou República do Café com Leite, dissociou-se totalmente do social, tornando-se uma grande República Ruralista, comandada pelas oligarquias latifundiárias (coronelismo). Isso explica a frase de Washington Luiz que a questão operária ou de greve era caso de polícia, criminalizando os nascentes trabalhadores das fábricas, muitos deles vindos da imigração e trazendo na bagagem ideias marxistas e anarquistas, nascendo assim no Brasil o movimento operário. QUESTÃO 8 – “Diria o historiador cearense Gustavo Barroso sobre os cangaceiros:
foram heróis e bandidos. Barroso prefere unir os dois adjetivos com a conjunção ‘e’ do que usar ‘ou’ para excluir uma das opções” (MILLAN, Polianna. “Heróis ou bandidos?”. Gazeta do Povo. 12/07/2008. https://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=786236) QUESTÃO 9 – “O processo de construção da unidade territorial e da formação do Estado no Brasil tem que ser visto como fruto de um longo consolidar de interesses e projetos em disputa, o que nos leva a concordar com Ilmar R. de Mattos, quando afirmou a impossibilidade de se conceber a consolidação do Estado brasileiro antes da década de 1840.” (PEREIRA, Aline Pinto. O Arquivo Nacional e a História Lusa-brasileira. Disponível em:
https://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua. exe/sys/start.htm?infoid=1440&sid=128) RESPOSTA: Alguns fatores que impediram a consolidação do processo foram: a constituição de 1824, que acabava por centralizar a administração nas mãos do imperador através do poder Moderador, e a influência portuguesa na política. Revoltas ocorreram nas províncias, motivadas pela excessiva centralização do poder. Exemplo: Confederação do Equador, pelo descaso com os gaúchos gerando a Revolução Farroupilha, pela questão cultural com o desmembramento da província Cisplatina, atual Uruguai, entre outras. A pacificação veio com o projeto da maioridade de D. Pedro II em 1840, iniciando a consolidação do estado brasileiro. QUESTÃO 10 – Observe a charge de Kalixto publicada na revista “O Malho” de 14 de abril de
1916, retratando o presidente da República Venceslau Brás e o Tio Sam, símbolo da política externa norte-americana. Na legenda da charge: RESPOSTA: Sim, durante o século XX historicamente as relações entre Brasil e EUA foram muito próximas, pois os americanos viam o Brasil como um país satélite, uma forma de “Imperialismo Sedutor”. Justifica-se pela charge a declaração do presidente americano James Monroe “A América para os americanos” e podemos acrescentar o famoso Big Stick americano do início do século XX que idealiza a frase a “América para os americanos – do Norte”. COMETÁRIO GERAL Leia também...Em que medida o Império Bizantino pode ser considerado herdeiro e continuar dor do Império Romano?Respostas: a) O Império Bizantino pode ser considerado o continuador do Império Bizantino na medida em que manteve a unidade política e a estrutura administrativa do Império, assim como preservou a cultura e as tradições romanas.
Qual a diferença entre o Império Bizantino e Império Romano?Enquanto no Ocidente, o Império Romano desapareceu por conta das invasões de diversos povos, o Império Bizantino conseguiu manter sua unidade e seus habitantes chamavam-se a si mesmo de romanos. Com a queda de Roma, em 476, o Império Bizantino passou a ser o herdeiro das tradições romanas e sobreviveu mais mil anos.
Qual a relação entre o Império Bizantino e Império Romano?O Império Bizantino surgiu por meio da divisão do Império Romano feita pelo imperador Teodósio, em 395, correspondendo à parte oriental. Sua capital era Constantinopla, antiga Bizâncio, que, por conta da sua posição geográfica, possibilitou o desenvolvimento do comércio.
O que os bizantinos herdaram dos romanos?A Cultura Bizantina foi uma das mais importantes na época de transição da Idade Antiga para a Média, pois nela se convergiram a cultura cristã, a romana e a helenística. O Império Bizantino deixou como legado cultural grandes obras, sobretudo mosaicos e construções arquitetônicas.
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