Barbara Soalheiro e Mariana Iwakura Sejamos sinceros: ninguém sabe. O único plano oficial de paz em vigor, o Mapa da Rota (proposto em 2003 por Rússia, União Européia, EUA e ONU), está parado. Nem a primeira ação – o cessar-fogo – foi cumprida, e especialistas começavam a achar que o Mapa podia repetir o Acordo de Oslo, de 1993, que foi abandonado. “Com a morte de Yasser Arafat, as negociações devem ser retomadas”, diz o historiador Amatzia Baram,
da Universidade de Haifa, em Israel. O problema é que o Mapa não discute as fronteiras nem as questões polêmicas. Seu objetivo é criar um cenário de paz para possibilitar a discussão de um plano permanente. Para Baram, a paz depende da disposição dos governos de fazer concessões, área em que nenhum dos lados tem muita experiência. O conflito reúne outros problemas: radicalismo religioso e ódio cultivado por décadas entre dois grupos dividindo uma minúscula região. Mas grupos
moderados tentam mostrar que a paz é possível. Na chamada Iniciativa de Genebra, assinada em 2003 por políticos pacifistas palestinos e israelenses, os assuntos polêmicos foram discutidos e os dois lados abriram mão de algum ponto importante (veja ao lado). Mas os governos não apoiaram o plano. As tentativas frustradas de chegar a um acordo começam a desanimar os analistas. “Não vejo possibilidade de resolução a curto e médio prazo”, diz o historiador André Gattaz, autor do livro A
Guerra da Palestina. Mas há quem pense diferente. “O novo rumo da política palestina (houve eleições em 2005) vai abrir uma porta. É impossível saber se do outro lado há paz ou guerra”, diz Baram. “Mas pelo menos há esperança.” Radicais palestinos Grupos religiosos extremistas como Hamas (Movimento da Resistência Islâmica) e Jihad Islâmica são contra o Estado de
Israel e pregam a guerra para impedir qualquer concessão Retorno dos refugiados (600 mil palestinos expulsos em 1948 lutam pelo direito de voltar a Israel com seus descendentes, hoje 4 milhões de pessoas) – A favor: Pregam a expulsão dos judeus e a volta de todos os refugiados para onde hoje é Israel Divisão de jerusalém (Jerusalém é uma cidade sagrada para os dois povos, que a reivindicam como sua capital) – Contra: Rejeitam o Estado de Israel e, portanto, a divisão de sua capital Criação da palestina (A criação de um Estado autônomo palestino esbarra na falta de consenso sobre as fronteiras) – A favor: Querem a criação de um Estado islâmico com as fronteiras pré-1948 e pregam a guerra contra os judeus Assentamentos judaicos (Quase 400 mil israelenses vivem em assentamentos dentro do território reivindicado pelos palestinos) – Contra: Exigem o fim dos assentamentos judaicos e da ocupação israelense em Gaza e Cisjordânia Por que não é viável – A existência
de Israel foi determinada pela ONU e é reconhecida pela maioria dos países do mundo Governo Palestino A Autoridade Nacional Palestina foi criada em 1993. Em 1996, Arafat foi eleito presidente por cinco anos, mas só saiu no último mês, ao morrer. Deve haver eleições em janeiro Retorno dos refugiados (600 mil palestinos expulsos em 1948 lutam pelo direito de voltar a Israel com seus descendentes, hoje 4 milhões de pessoas) – A favor: Luta pelo direito de retorno dos refugiados e seus descendentes às antigas casas, onde hoje é Israel Divisão de jerusalém (Jerusalém é uma cidade sagrada para os dois povos, que a reivindicam como sua capital) – A favor: Jerusalém Oriental, onde estão os locais sagrados dos muçulmanos, seria a capital da Palestina Criação da palestina (A criação de um Estado autônomo palestino esbarra na falta de consenso sobre as fronteiras) – A favor: Quer recuperar Jerusalém Oriental, Faixa de Gaza e Cisjordânia, territórios ocupados por Israel em 1967 Assentamentos judaicos (Quase 400 mil israelenses vivem em assentamentos dentro do território reivindicado pelos palestinos) – Contra: Exige que os colonos israelenses sejam retirados da Faixa de Gaza e da Cisjordânia Por que não é viável – Com Arafat no poder, a ANP estagnou o processo de paz e vinha perdendo força para os grupos radicais terroristas Moderados Continua após a publicidade A Iniciativa de Genebra reúne as propostas de grupos civis e políticos moderados israelenses e palestinos. Recebeu o apoio de vários líderes mundiais Retorno dos refugiados (600 mil palestinos expulsos em 1948 lutam pelo direito de voltar a Israel com seus descendentes, hoje 4 milhões de pessoas) – Contra: Os refugiados retornariam ao Estado palestino, mas não às antigas casas em Israel Divisão de jerusalém (Jerusalém é uma cidade sagrada para os dois povos, que a reivindicam como sua capital) – A favor: Jerusalém Oriental sod domínio palestino e Jerusalém Ocidental sob domínio israelense Criação da palestina (A criação de um Estado autônomo palestino esbarra na falta de consenso sobre as fronteiras) – A favor: A Palestina seria um Estado desmilitarizado e receberia 97,5% do território perdido em 1967 Assentamentos judaicos (Quase 400 mil israelenses vivem em assentamentos dentro do território reivindicado pelos palestinos) – Contra: Exige o fim dos assentamentos, pois estão localizados nas áreas onde seria a Palestina Por que não é viável – Apesar do apoio mundial, foi repudiado pelos governantes dos dois lados porque exigia que eles fizessem concessões Governo de Israel Ariel Sharon foi eleito em 2001 pelo partido de direita Likud. Durante seu governo, as negociações de paz foram congeladas e o número de assentamentos cresceu Retorno dos refugiados (600 mil palestinos expulsos em 1948 lutam pelo direito de voltar a Israel com seus descendentes, hoje 4 milhões de pessoas) – Contra: Israel tem 5,3 milhões de habitantes judeus. O retorno tornaria o país um Estado de maioria muçulmana Divisão de jerusalém (Jerusalém é uma cidade sagrada para os dois povos, que a reivindicam como sua capital) – Contra: Tanto a parte oriental quanto a ocidental abrigam locais sagrados para os judeus Criação da palestina (A criação de um Estado autônomo palestino esbarra na falta de consenso sobre as fronteiras) – A favor: Não há fronteiras precisas. É possível que Israel forçe os limites para longe de Haifa, Tel-Aviv e do rio Jordão Assentamentos judaicos (Quase 400 mil israelenses vivem em assentamentos dentro do território reivindicado pelos palestinos) – A favor: Propôs retirar os assentamentos da Faixa de Gaza, mas quer manter a maior parte na Cisjordânia Por que não é viável – O governo de Israel não estava disposto a negociar com Arafat (mesmo a prospota de sair dos assentamentos foi unilateral) Radicais israelenses Vivem em assentamentos em Gaza e Cisjordânia. Não aceitam fazer concessões. Em 1995, um radical assassinou o primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin por considerá-lo muito brando Retorno dos refugiados (600 mil palestinos expulsos em 1948 lutam pelo direito de voltar a Israel com seus descendentes, hoje 4 milhões de pessoas) – Contra: Defendem a expulsão dos palestinos que vivem em Gaza e Cisjordânia para outros países árabes Divisão de jerusalém (Jerusalém é uma cidade sagrada para os dois povos, que a reivindicam como sua capital) – Contra: Acreditam que Jerusalém é a capital israelense indivisível Criação da palestina (A criação de um Estado autônomo palestino esbarra na falta de consenso sobre as fronteiras) – Contra: Rejeitam a criação de um Estado palestino e não estão dispostos a fazer qualquer concessão Assentamentos judaicos (Quase 400 mil israelenses vivem em assentamentos dentro do território reivindicado pelos palestinos) – A favor: Acreditam que toda a área entre o Mar Morto e o Mar Mediterrâneo é terra santa prometida a eles Por que não é viável – O direito palestino a um Estado é reconhecido pela ONU e por grande parte da sociedade israelense Continua após a publicidade Há solução para o conflito entre palestinos e israelenses? O problema é que o Mapa não discute as fronteiras nem as questões polêmicas. Seu objetivo é criar um cenário de paz para possibilitar a discussão de um plano permanente. A ciência está mudando. O tempo todo. Acompanhe por SUPER e também tenha
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Quais são os principais obstáculos para conseguir a paz entre judeus e palestinos?Resposta: Os principais obstáculos à paz são: o fundamentalismo dos grupos islâmicos, o radicalismo das lideranças judias, os assentamentos judeus na parte oriental de Jerusalém, os refugiados palestinos em outros países árabes e a construção do muro na Cisjordânia.
O que falta para que haja uma oportunidade de paz duradoura?Para que haja paz duradoura, os interesses das partes precisam ser contemplados. “Coragem é a resistência ao medo, o domínio sobre o medo, não a ausência do medo.” Mark Twain.
Quais os principais motivos para os intermináveis conflitos entre palestinos e judeus?Os conflitos entre Israel e Palestina se estendem desde a década de 1940 e são motivados essencialmente pela disputa em torno do território palestino. Essa disputa se iniciou por meio da migração de milhares de judeus para a Palestina, então povoada por árabes.
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