Depoimentos de pessoas que fizeram ponte safena

Bem Estar

3 minExibição em 3 set 2013
O coração precisa de muitos cuidados, mas é um órgão que tem uma capacidade enorme de recuperação. Joaquim já teve um infarto, três arritmias, duas pontes de safena e uma angioplastia.ver mais

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2 minExibição em 3 set 2013
Milton tem 82 anos e sempre foi atleta. Ele fez três pontes de safena, uma mamária, e continua competindo. O problema chegou silencioso à vida de Milton.ver mais

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Depoimentos de pessoas que fizeram ponte safena
São 15h45min deste domingo. Dói meu tórax, cujo osso externo foi serrado, na manhã do domingo anterior, para permitir que se implantasse no meu coração duas pontes de mamária e uma de safena. Enfrento uma anemia, causada pela perda de sangue durante a cirurgia, que durou cerca de cinco horas. Minha dieta está liberada para alimentos que me permitam, sem nova transfusão de sangue, recuperar alguns traços vermelhos do rosto, hoje amarelados, literalmente. Ontem, eu estava certo de que, apartir de hoje, estaria de novo 100% apto a retomar minha atividade profissional. Entusiasmo em excesso. Ontem mesmo, sem motivo aparente, fiquei afônico. E minha voz, que já não era tão firme, está fraca e pouco audível. Fiz planos para gravar hoje os boletins informativos que, cinco vezes ao dia, transmito para a Rádio Verdes Mares, o primeiro e o segundo dos quais dentro do programa Paulo Oliveira, às 5h45min eàs 6h25min. Talvez na teça-feira isso possa acontecer. Ouço falar muito sobre as consequências dessa cirurgia. Quero, com estes depoimentos que darei diariamente, contar minha própria experiência. Para começar, asseguro que ela mexe com o emocional. Choro ao ver cada familiar e cada amigo que me vem visitar. Penso no meu pai, José Oriá Serpa, que, no dia 28 de setembro de 1988, morreu aos 67 anos de idade de um enfarte fulminante – ele lia a Bíblia quando seu coração parou de bater; penso no segundo (eu sou o primeiro) dos meus 13 irmãos, o Erivan, de 57 anos, que, fumante compulsivo, caiu ao chão atingido por um enfarte. Para o dr. Waldemiro, que me operou há uma semana, minha família está,  hereditariamente, incluída entre as que têm ou terão problemas cardíacos, que serão mais graves ou não dependendo de como cada um cuidará do seu coração. Para terminar: driblei o enfarte porque, portador de Plano de Saúde, pude ser atendido, em tempo, por médicos competentes, que me internaram em um hospital de ponta, cujos profissionais cuidaram de mim com todo zelo. Penso na multidão de brasileiros que, clientes do SUS, morrem porque o Governo não lhes dá uma atenção assim.

Depoimentos de pessoas que fizeram ponte safena
Cirurgia de ponte de safena Thinkstock/VEJA/VEJA

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Os pacientes que se submetem a cirurgias cardíacas de ‘bypass‘, como a ponte de safena, têm mais chances de sobreviver em longo prazo do que os que optam por procedimentos menos invasivos, como a angioplastia, segundo estudo apresentado nesta terça-feira na 61º conferência da Escola Americana de Cardiologia (ACC, na sigla em inglês), realizada em Chicago, nos Estados Unidos.

Opinião do especialista

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Whady Hueb VEJA

Whady Huebcardiologista, diretor da Unidade de Aterosclerose do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP).

Este estudo impressiona pela quantidade de pacientes. Nunca vi uma avaliação deste tamanho, com 190.000 pacientes.

Mesmo assim, existem alguns problemas. A idade média da população pesquisada é muito alta, 74 anos. Normalmente se usam pacientes entre 60 e 70 anos de idade.

O estudo americano também não usou grupos homogêneos. Quando se faz um estudo desse tipo é preciso excluir pacientes com certas condições, como câncer e doenças renais, por exemplo. Isso pode explicar a diferença encontrada a favor da cirurgia de ponte de safena.

A controvérsia sobre qual tipo de tratamento é melhor para os problemas coronarianos é antiga. Outros estudos mostram que a mortalidade, em um período de 10 anos, costuma ser igual tanto para pacientes tratados com bypass, angioplastia e medicamentos.

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O que muda são as intercorrências. Quem passa por bypass sofre menos intervenções e infartos não-fatais neste período comparado a quem passou por angioplastia ou é tratado com medicamentos.

Neste ponto, não é uma surpresa a pesquisa apontar a cirurgia bypass como sendo a melhor.

A pesquisa analisou informações de 190.000 pacientes, de 644 hospitais no país, e descobriu que os que fizeram um ‘bypass’ tinham um índice de mortalidade mais baixo nos primeiros quatro anos (16,4%) se comparados com aqueles que se submeteram a angioplastia (20,8%).

As operações de ‘bypass’ requerem uma cirurgia com o coração aberto para criar um desvio ao redor de uma artéria obstruída usando uma veia tirada de outra parte do corpo do paciente. O tipo de angioplastia examinado no estudo, conhecida como intervenção coronariana percutânea (ICP), implica uma pequena incisão para enfiar um balão, um ‘stent’ ou tubo através da artéria obstruída para desbloqueá-la. (veja os detalhes das cirurgias nos gráficos abaixo)

“Nossa pesquisa é a maior até agora, já que usa dados de todo o país. Também é muito mais abrangente do que qualquer outro estudo”, disse William Weintraub, chefe da cardiologia do Sistema de Saúde Christiana e coordenador do estudo.

“Ao combinar informações de várias bases de dados, se percebeu que a sobrevivência era melhor com a cirurgia coronária do que com a intervenção coronária percutânea”, destacou.

No entanto, a descoberta não sugere que a cirurgia de ‘bypass’ seja a opção adequada para todos. “Isso inclina a balança para a cirurgia coronariana, mas não de forma tão abrupta”, disse Weintraub. “Agora, quando recomendamos uma cirurgia coronariana aos pacientes, apesar de ser uma intervenção maior que uma ICP, podemos garantir que é uma boa decisão”, acrescentou.

A doença coronária, principal causa de morte nos Estados Unidos, ocorre quando o acúmulo de gordura estreita ou bloqueia as artérias do coração.

(Com Agência France-Presse)

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Quem tem ponte de safena tem vida normal?

A evolução pós-operatória da cirurgia de ponte de safena (revascularização do miocárdio) costuma ser muito tranquila. Em geral, os pacientes voltam às suas atividades normais em curto período de tempo. A cirurgia cardíaca devolve ao paciente uma qualidade de vida normal.

Quem fez ponte de safena pode infartar?

O risco de morte é de cerca de 1 a 2%. Complicações cirúrgicas que podem ocorrer são infecciosas, que geralmente aparecem ao término da primeira semana pós-operatória. Além disso, o infarto pode acontecer pela manipulação das artérias, sendo geralmente intraoperatório, apesar de raro.

Quais os sintomas depois de uma cirurgia de ponte safena?

2 – Por que minhas pernas ficam inchadas depois da cirurgia? Trata-se de um sintoma bastante comum. Acontece principalmente nos pacientes que se submetem à revascularização miocárdica com a utilização de veia safena. O inchaço nas pernas costuma ser provocado pela manipulação de vasos linfáticos durante o procedimento.

Quanto tempo leva para se recuperar de uma cirurgia de ponte de safena?

A recuperação desta cirurgia é um pouco lenta e somente após cerca de 90 dias é que a pessoa poderá voltar à sua rotina diária. No pós operatório, geralmente após 2 dias da cirurgia, a cicatriz já não precisa de curativos sendo apenas importante mantê-la limpa e livre de secreções.