Como a burguesia russa reagiu quando o partido bolchevique tomou o poder

A Rússia, até os primeiros anos do século XX, era controlada pelo absolutismo czarista. Próximo aos moldes do absolutismo, o governo russo atrelou a economia nacional aos moldes do feudalismo e não promoveu condições necessárias para o estabelecimento de um parque industrial desenvolvido. Dessa maneira, o atraso econômico foi uma das primeiras delicadas questões que contribuíram para a deflagração do processo revolucionário.

No governo do czar Alexandre II (1855 – 1881) começou a implementação de medidas que buscavam modernizar a Rússia. Ele deu fim aos laços feudais e formou uma classe de pequenos camponeses proprietários de terras. Nos governos do fim do século XIX, outras medidas foram responsáveis por abrir a economia russa ao investimento industrialista de nações estrangeiras. Dessa forma, o campesinato, burguesia industrial e o proletariado russo surgiam nesse conjunto de reformas econômicas.

Mesmo buscando a renovação de suas práticas econômicas, os czares russos não foram suficientemente hábeis para conduzir esse processo de mudanças. A agricultura nacional sofreu fortes variações responsáveis pelo empobrecimento e a carestia de alimentos à população. Ao mesmo tempo, os operários sofriam com as péssimas condições de vida e salário. Por fim, podemos também salientar a insatisfação da burguesia nacional frente às ações do governo czarista.

Na entrada do século XX, o operariado russo passou a organizar greves e revoltas contra o governo. Representados pelo Partido Operário Social-Democrata, os trabalhadores começaram a entrar em contato pelo ideário socialista proposto, principalmente, pelos pensadores alemães Karl Marx e Friedrich Engles. Em contrapartida, o governo russo reprimiu tais instituições político-partidárias por meio da “Okrana”, um destacamento policial criado para conter esse tipo de agitação social.

Em meio a tantos problemas, o conflito da Rússia contra o Japão (1904-1905) piorou a imagem do governo frente a vários grupos da sociedade russa. Em janeiro de 1905, um grupo de populares realizou uma manifestação em frente ao palácio monárquico de São Petersburgo. Exageradamente, as tropas imperiais abriram fogo contra os manifestantes. O episódio, que ficou conhecido como Domingo Sangrento, potencializou as pressões contra a monarquia russa.

No ano seguinte, cedendo a tantas pressões, o czar Nicolau II transformou seu governo em uma monarquia constitucional. De acordo com as novas regras, o país teria um parlamento (Duma) onde seus representantes discutiriam os problemas da nação russa. Tais mudanças incentivaram o surgimento de agremiações de discussão política formada por trabalhadores do campo e da cidade. Os chamados sovietes tornaram-se um espaço de discussão sobre o futuro e os problemas da Rússia.

Apesar de oferecer essa abertura, o governo czarista não aceitava a diminuição de seus poderes. Com isso, a Duma teve sua existência constantemente ameaçada pelos hábitos totalitários de Nicolau II. Em 1914, a entrada da Rússia nos conflitos da Primeira Guerra Mundial ficou marcada como o último desgaste entre o poder do czar e as reivindicações da população russa. Os gastos e derrotas militares nesse conflito inviabilizaram a sustentação do absolutismo russo.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Em fevereiro de 1917, uma onda de protestos e revoltas populares deram fim ao governo de Nicolau II. Formou-se um governo provisório controlado por Alexander Kerenski, um socialista de orientação reformista. Kerenski, integrante da ala menchevique do partido socialista, defendia a idéia de que o capitalismo deveria ser desenvolvido para, assim então, estabelecer mudanças de cunho socialista. No entanto, os bolcheviques, facção de maior adesão popular do socialismo russo, tinham outra proposta.

Liderados por Lênin, autor da obra “Tese de Abril”, os bolcheviques defendiam a delegação de poder político nas mãos dos sovietes e a instalação de uma ditadura do proletariado. Contando com o apoio de Leon Trotski, os bolcheviques organizaram um exército incumbido de findar com o governo menchevique. O chamado Exército Vermelho derrubou o governo provisório e instalou o Conselho Comissário do Povo. Esse conselho tinha Lênin como presidente, Trótski no comando dos negócios estrangeiros e Josef Stálin dirigindo os negócios internos.

Inicialmente, Lênin estatizou os bancos e indústrias, realizou uma reforma agrária e retirou a Rússia da Primeira Guerra com a assinatura do Tratado de Brest-Litovski. Ao implantar medidas de caráter popular, as forças reacionárias russas tentaram derrubar o governo bolchevique. Mesmo tendo o apoio de nações estrangeiras, os exércitos anti-revolucionários não conseguiram vencer a determinação e o grande contingente do Exército Vermelho.

No campo político, a Duma passou a funcionar sob um sistema unipartidário, onde o Partido Comunista da União Soviética seria a única via de representação política do país. Nesse período, ganhou força a idéia de que o novo governo deveria criar formas para que o processo revolucionário socialista se expandisse nas demais nações do mundo. Além disso, o governo revolucionário se preocupou em conter os possíveis traidores do ideal revolucionário com a prisão e o exílio.

Desgastada com as movimentações da guerra civil, a Rússia não tinha condições para implantar um sistema econômico socialista. Para contornar esse problema, Lênin criou a Nova Política Econômica (NEP). Essa medida permitia a existência de práticas capitalistas dentro da economia russa. Lênin dizia que essa ação era necessária para que o país tivesse autonomia suficiente para alcançar os estágios inicias do projeto socialista.

Com tais medidas a economia russa dava claros sinais de recuperação e aquilo que Lênin defendia em tese parecia tornar-se realidade. No entanto, a aparente estabilidade governamental não durou muito tempo. A morte de Lênin, em 1924, trouxe uma tensão política promovida pela escolha do próximo dirigente do governo socialista. De um lado Trotski, que defendia a expansão dos ideais da Revolução Russa e do outro Stálin, que acreditava na consolidação interna do socialismo soviético. Stálin venceu a disputa pelo poder, dando novos rumos à revolução iniciada por Vladmir Lênin.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Como a burguesia russa reagiu quando o partido bolchevista tomou o poder?

Resposta: Explicação: Não gostaram pois deram mais importancia a agricultura,ou seja,os mais pobres. E dividiu as terras os grandes proprietários para que toda população tivesse um pouco de terra.

Quando os bolcheviques tomaram o poder?

Em 25 de outubro de 1917 (7 de novembro no calendário gregoriano), os bolcheviques conseguiram tomar de assalto o Palácio de Inverno, sede do governo, e vários outros departamentos públicos. Formaram um novo governo baseado nos sovietes e centralizado pelo Conselho dos Comissários do Povo.

Quais foram as primeiras medidas adotadas pelo partido Bolchevique Ao assumir o poder na Rússia?

As principais foram: abolição da grande propriedade e redistribuição das terras entre os camponeses; nacionalização de bancos, multi-nacionais, ferrovias e o comércio exterior; instituição da auto-gestão operária nas fábricas e usinas; adoção de regime de partido único (o partido Bolchevique foi transformado em partido ...

Por que os soviéticos fundamentais para a ascensão do partido?

Resposta verificada por especialistas Em meio ao clima de revolução, os Sovietes eram uma organização muito popular na Rússia. Assim, no momento em que o partido Bolchevique ascendeu ao poder, ele passou a rivalizar com os sovietes, fazendo com que muitos desse grupo fossem massacrados.