Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar alguns microrganismos marinhos

Dois dos principais ecologistas da Grã-Bretanha acreditam que é hora de desenvolver uma solução técnica rápida para mudanças climáticas.
Em artigo na revista Nature, o diretor do Museu de Ciência em Londres, Chris Rapley, e James Lovelock, criador da teoria de Gaia (que vê a Terra como um organismo vivo capaz de se auto-regular), sugerem que se procure aumentar a absorção de CO2 pelos oceanos.

Com o uso de tubos verticais gigantescos, a água da superfície e das profundezas do mar seriam misturadas para fertilizar algas, que absorveriam CO2 da atmosfera.

As águas frias do fundo do mar são ricas em nutrientes. Para promover a mistura da água, os canos flutuariam livremente, criando um fluxo de água de 100 a 200 metros de profundidade para a superfície.

Testes

A Atmocean acredita que uma das formas de vida que podem se beneficiar do uso dos canos é o salp, um microorganismo que excreta carbono em fezes que se depositam no fundo do mar, talvez armazenando carbono lá por milênios.

A idéia já está sendo testada pela companhia americana Atmocean. Seu diretor, Phil Kithil, calcula que a instalação de 134 milhões de canos pode, potencialmente, retirar cerca de um terço do dióxido de carbono produzido por atividades humanas a cada ano. Mas ele admite que as pesquisas ainda estão apenas começando.

O problema que nos preocupa mais é a acidificação. Nós estamos trazendo para a superfície níveis mais altos de CO2 junto com os nutrientes, diz Kithil.

A empresa afirma que uma outra vantagem de diminuir a temperatura das águas na superfície em regiões como o Golfo do México poderia ser uma redução do número de furacões, que precisam de águas mais aquecidas para se formar.

Nuvens

Lovelock e Rapley sugerem ainda que os canos no oceano podem estimular também o crescimento de microorganismos que produzem sulfureto de dimetilo, uma substância que contribui para a formação de nuvens sobre o oceano, refletindo a luz do sol para fora da superfície da terra e ajudando na refrigeração do planeta.

Rapley e Lovelock dizem que duvidam que os planos existentes para reduzir as emissões de carbono sejam suficientemente rápidos para combater as mudanças climáticas.

Nós não vamos salvar o planeta por abordagens usuais como o Protocolo de Kyoto ou energia renovável, disse Lovelock à BBC.

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Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar alguns microrganismos marinhos

Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar alguns microrganismos marinhos

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por meio da fotossíntese. O processo transforma os corais em branco, conforme 
imagem central.
Os corais podem sobreviver por um tempo sem as algas – eles usam tentáculos para capturar 
comida do oceano – mas, quando o branqueamento dura muito ou acontece com muita frequ-
ência, os corais eventualmente morrem, conforme representado na imagem (parte mais escura).
d. Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar alguns microrganismos marinhos?
Espera-se que os estudantes respondam que, de acordo com a pesquisa, alguns microrganis-
mos se beneficiam com o processo de acidificação. Pois, a diminuição do pH altera a solubilidade 
de alguns metais, como o Ferro III, que é um micronutriente essencial para o plâncton, tornando-o 
assim mais disponível, favorecendo um aumento da produção primária, o que gera uma maior 
transferência de CO2 para os oceanos. Além disso, o fitoplâncton produz um componente cha-
mado dimetilssulfeto. Ao ser lançado na atmosfera, esse elemento contribui para a formação de 
nuvens, que refletem os raios solares, controlando o aquecimento global. Esse efeito, porém, só 
é positivo até que sejam reduzidas as absorções de CO2 pelo oceano (devido à saturação desse 
gás nas águas), situação sob a qual o fitoplâncton, pela menor oferta de Ferro III, produzirá menos 
dimetilssulfeto.
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Sugestão:
Grupo 1: Acidificação dos oceanos: um grave problema para o planeta. Disponível 
em: https://cutt.ly/kWp0Gu8. Acesso em: 15 jun. 2021.
Grupo 2: Fenômeno do branqueamento dos corais. Disponível em: https://cutt.ly/
EWMxES5. Acesso em: 15 jun. 2021.
Grupo 3: FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. “Cemitério de corais”; Brasil 
Escola. Disponível em: https://cutt.ly/OWMxPA2. Acesso em: 23 de junho de 2021.
Grupo 4: Acidificação oceânica. Disponível em: https://cutt.ly/WWMxHLH. Acesso 
em: 23 jun. 2021.
Professor, atividade 2.4 propõe o estudo e aprofundamento em relação ao objeto de conheci-
mento equilíbrio químico, com o enfoque na acidificação nos oceanos e seus impactos para a 
vida aquática, fenômeno do branqueamento, e as consequências da acidificação para alguns 
microrganismos marinhos. 
Para o desenvolvimento da atividade, sugere-se a divisão dos estudantes em quatro grupos, e 
a metodologia de sala de aula invertida, em que, num primeiro momento, o professor fará a dis-
tribuição dos textos para os grupos previamente (antes da aula proposta pelo professor). Eles 
farão a leitura e interpretação de forma “remota”, a fim de sintetizar as principais informações e 
identificar possíveis dificuldades de compreensão. No momento presencial, ocorre a distribuição 
das questões para os grupos, momentos de discussão, reflexão e interação entre os estudantes 
e professor. É fundamental a participação e a colaboração de todos. Pode-se sistematizar a ati-
vidade com o uso de um painel virtual ou cartaz. Cada grupo poderá apresentar uma questão, 
e os demais complementarem, caso for necessário. O professor poderá tirar possíveis dúvidas 
durante a realização da atividade, e observar os avanços e as dificuldades apresentadas pelos 
estudantes. O registro das observações da participação em grupo, interpretação dos textos, ela-
boração e apresentação das respostas, contribuirá com o processo de avaliação e recuperação 
da aprendizagem. 
Sugestão:
Oceanografia e Química: unindo conhecimentos em prol dos oceanos e da sociedade. 
Quím. Nova. Disponível em: https://cutt.ly/UWp01KO. Acesso em: 15 jun. 2021.
PROJETO SALA DE AULA INVERTIDA DE QUÍMICA: uma proposta de sequência 
didática sobre Equilíbrio Químico. Disponível em: https://cutt.ly/EWp053F. Acesso 
em: 16 jun.2021.
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MOMENTO 3 - PERTURBAÇÃO NO EQUILÍBRIO QUÍMICO
3.1 Você já viu um galinho do tempo? Você sabe como funciona o galinho do tempo? Realize uma 
pesquise em grupo, destaque os aspectos químicos do galinho do tempo, para explicar a reação 
química envolvida no processo.
Sugestão:
Como funciona o “galinho do tempo”?
https://cutt.ly/kTNdxd0. Acesso em: 31 ago.2021.
Professor, além da internet, os estudantes podem pesquisar sobre o galinho com seus familiares 
e amigos, investigando se já observaram e compreendem seu funcionamento. Espera-se que o 
estudante, durante a sua pesquisa, compreenda que esses objetos de enfeite, na forma de um 
pequeno galo, possuem, em sua composição, uma solução aquosa de cloreto de cobalto II em 
sua superfície, que estabelece o equilíbrio químico, conforme reação 1, e que o íon [CoCl4]2-(aq) 
apresenta cor azul. Já o íon [Co(H2O)6]2+ apresenta cor rosa.
Reação 1:
[CoCℓ4]
2-
(aq) + 6 H2O(ℓ) ↔ [Co(H2O)6]
2+
(aq) + 4 Cℓ
1-
(aq)
O processo de equilíbrio químico e o conhecimento de que esse é um fenômeno que ocorre 
em reações reversíveis, ou seja, aquelas que podem ocorrer em qualquer sentido reacional e 
independentemente do tempo de reação. Esse equilíbrio dinâmico ocorre devido ao fato de as 
reações estarem ocorrendo continuamente. 
Nesse momento, espera-se que o estudante consiga responder quais os fatores que influenciam 
no deslocamento do equilíbrio químico, e sugere-se reforçar que existem três fatores que podem 
gerar essa espécie de “perturbação” numa reação em equilíbrio químico, e assim provocar o seu 
deslocamento, que são: concentração das substâncias participantes na reação, temperatura e 
pressão. Sugere-se realizar a contextualização de que é possível visualizar isso com o sal cloreto 
de cobalto; pois ele muda de cor de acordo com a umidade do ar, e que esse equilíbrio pode ser 
deslocado para a direita, deixando o sal rosa, ou para a esquerda, ficando com a cor azul.
Sugere-se destacar aos estudantes que existem dois fatores no caso dos “galinhos do tempo” 
que podem deslocar o equilíbrio iônico dessa reação, que são:
a) concentração (grau de hidratação), quando o tempo está seco o sal fica anidro, visto que a 
quantidade de água na atmosfera é baixa, o equilíbrio se desloca no sentido da reação inversa, de 
formação da água e do íon [CoCl4]
2-
. Assim, o sal fica azul, indicando que o tempo está seco, sem 
previsão de chuva, porém, quando o ar está úmido a reação é deslocada no sentido da reação 
direta de formação do sal hidratado ([Co(H2O)6]
2+), que é rosa. Portanto, quando o galo fica rosa, 
indica tempo úmido, com possibilidade de chuva. 
Espera-se que o estudante compreenda que, quando aumentamos a concentração de um ou 
mais reagentes, o equilíbrio se desloca no sentido da reação direta, isto é, de formação dos pro-
dutos e consumo dos reagentes. Porém, se aumentarmos a concentração de um ou mais produ-
tos, ocorrerá o contrário, a reação se deslocará no sentido inverso, para a esquerda, ou seja, no 
sentido de formação dos reagentes.
b) temperatura (variação de temperatura), em dias quentes (temperatura alta) o equilíbrio da re-
ação se desloca no sentido da reação que absorve calor (endotérmica), que, nesse caso, é a 
inversa. O galo fica, então, azul, confirmando que o tempo será de calor. 
Já em dias frios, a temperatura baixa faz com que o equilíbrio seja deslocado no sentido da re-
ação que libera calor (exotérmica), que, no exemplo considerado aqui, é a direta. Nesse caso, o 
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galinho do tempo fica rosa, confirmando que será um dia frio, como disposto na figura 1. Espera-
-se que o estudante compreenda que o aumento de temperatura favorece reações endotérmicas, 
e a diminuição de temperatura favorece reações exotérmicas. 
Professor, como sugestão, crie um jogo de cartas para explicar a reação química envolvida no 
processo, recomenda-se que, para o desenvolvimento do jogo de cartas, os estudantes possam 
utilizar papel sulfite, cartolina, papel cartão, entre outros, ou desenvolver um modelo digital. Deve-
-se orientar os estudantes a construírem, em grupo, um painel com a indicação na parte superior 
do título do jogo, ou seja, “Galinho do tempo”, abaixo do título, os estudantes devem demonstrar 
a reação reversível que ocorre

Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar alguns microrganismos marinhos?

Outras pesquisas demonstram como alguns microrganismos poderiam se beneficiar da acidificação. A diminuição do pH (aumento da acidez) favorece a disponibilidade de nutrientes essenciais para o plâncton, resultando em um crescimento da produção primária, por exemplo.

Como a acidificação da água do mar pode afetar os corais?

Estudos preliminares apontam que a acidificação dos oceanos afeta diretamente organismos calcificadores, como alguns tipos de mariscos, algas, corais, plânctons emoluscos, dificultando sua capacidade de formar conchas, levando ao seudesaparecimento.

Como ocorre a acidificação dos oceanos e quais os efeitos para o ecossistema?

O gás dióxido de carbono extra na atmosfera é absorvido pela camada superior do oceano. E quando o dióxido de carbono é absorvido pela água, ela se torna mais ácida. Assim como a acidez pode causar ferrugem (e danificar o ferro na superfície terrestre), a água oceânica ácida pode afetar a vida subaquática.

Por que todos os organismos que vivem nos oceanos serão afetados pela acidificação?

Toda a vida marinha será afetada por causa das emissões de gás carbônico, que vêm elevando a acidez dos oceanos no mundo, revela um novo estudo. A pesquisa, que durou oito anos, foi conduzida por mais de 250 cientistas.