Termo utilizado por alguns historiadores para designar o conjunto das transformações tecnológicas e industriais que, de forma radical, ocorreu entre cerca de 1730 e 1850 na Inglaterra, alastrando, no decurso do século XIX, ao continente europeu, América do Norte e
Japão. A Inglaterra, nação pioneira, passaria, tal como os seus sucedâneos, de um país agrícola a uma sociedade industrializada. Esta expressão traduz também uma evolução em termos de regime de produção, com a passagem da manufatura para a maquinofatura, com todas as suas alterações e avanços técnicos. Interior de uma unidade industrial Panorâmica de uma indústria de refinação (finais do séc. XX) Cyrus Hall McCormick , industrial norte-americano, autor da primeira ceifeira mecânica George Stephenson, inventor britânico, autor da primeira locomotiva a vapor Vista de uma unidade de produção industrial (séc. XX) A primeira máquina de fiar automática, inventada pelo inglês James Hargreaves Jethro Tull, agrónomo e inventor inglês, autor da primeira máquina de semear de tração animal Fumo poluente saindo de uma chaminé industrial Vista aérea de uma zona para extração de calcário, no Centro de Portugal, para a indústria do cimento Jacques de Vaucanson, mecânico francês, autor do primeiro tear automático Comboio no século XIX: resultado da aplicação da máquina a vapor à locomotiva Aspeto dos efeitos da Revolução Industrial numa cidade (princípios do século XIX) Aspeto de uma unidade industrial (séc. XX) Richard Arkwright, industrial inglês, o primeiro inventor a criar com sucesso um sistema de produção em massa Robert Fulton, inventor norte-americano e pioneiro na utilização do vapor como meio de propulsão de embarcações Charles Dickens denunciava, nas suas obras, a vida difícil do operário na sociedade industrial emergente (quadro de A. Scheffer) Chaminés numa unidade industrial (séc. XX) Para além daqueles condicionalismos económicos, existiam outros fatores de primordial importância para o eclodir da industrialização em Inglaterra. As inovações de carácter técnico e científico - de que se destacam a máquina de cardar de Richard
Arkwright, em 1733, a máquina a vapor de James Watt, em 1777, e o tear mecânico de Cartwright, em 1785 - são um desses fatores, eles próprios gerando indústria ou possibilitando avanços noutras áreas produtivas. As condições naturais ou geográficas concorreram também na conjugação das condições necessárias para o arranque deste
processo em Inglaterra: a existência de carvão (esta primeira fase industrial chamar-se-á mesmo "do carvão") e ferro em abundância no subsolo britânico e de rios (perto das minas) foi uma das bases desta mutação. Bons portos, canais e condições de transporte secundaram as capacidades naturais da Inglaterra no século XVIII, facilitando o
escoamento e a circulação de produtos, para além das trocas internacionais ou coloniais. Alguns historiadores referem a Revolução Industrial inglesa como servindo de ponto de partida para uma denominada revolução dos transportes, visível quer na construção de uma rede de canais quer na construção contínua de milhares de quilómetros de caminhos de ferro, principalmente no século XIX. Quais fatores favoreceram o surgimento das indústrias na Inglaterra?Outros fatores favoreciam a Inglaterra: a presença de mão de obra barata e de comerciantes empreendedores, a possibilidade de utilizar matéria-prima do próprio país e das colônias e, por fim, condições de continuar exportando (possuíam navios e tinham o controle de portos e rotas de comércio).
O que impulsionou a industrialização na Inglaterra?O primeiro fator levantado pelos historiadores para explicar o pioneirismo da Inglaterra na industrialização foi o estabelecimento da burguesia, ocorrido nesse país no final do século XVII. Em 1688, aconteceu a Revolução Gloriosa que marcou o fim definitivo do absolutismo monárquico na Inglaterra.
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