Qual foi o sistema de registro criado pelos incas?

Muito antes da chegada de espanhóis e portugueses à América, a partir de 1492, o continente já era habitado por várias tribos e nações indígenas. Algumas delas se tornaram civilizações bastante avançadas. Seu desenvolvimento impressiona todos os que olham para elas, até os dias de hoje. É o caso da civilização Inca, que surgiu na região do atual Peru e se estendeu por um território de mais de 4.000 km, do Equador até o norte da Argentina.

Os incas não eram uma tribo ou uma nação. Eram uma família poderosa que, desde o ano 1.200 d.C., governou um reino que tinha sua capital na cidade de Cuzco (Peru). Ao longo dos três séculos seguintes, os incas ampliaram seus domínios sobre as várias tribos existentes no oeste da América do Sul, onde se localizam as altas montanhas da Cordilheira dos Andes.

A sociedade inca

Os incas construíram um grande império. A chave para compreender de que modo conseguiram isso é a maneira como eles organizavam a sociedade. No império, todos conheciam o seu lugar e o trabalho que se esperava de cada um, desde o imperador até os camponeses. Assim, puderam ser construídas grandes cidades e palácios, interligados por uma enorme rede de estradas.

No topo da sociedade inca estava o Sapa Inca ou Imperador Supremo, que era considerado como o filho do Sol, o principal deus dessa civilização. Ao assumir o trono, o Sapa tinha de se casar com uma de suas irmãs, que recebia título de Coya (rainha). Abaixo do casal real, encontrava-se o Sumo Sacerdote e o Chefe do Estado Maior do Exército. A seguir vinham os generais, juízes e administradores regionais e locais. Todos eles faziam parte da família inca.

A base da pirâmide social

Finalmente, na base da organização social, vinham os artesãos - marceneiros, ourives e pedreiros - e a grande massa popular, composta de simples famílias rurais, que cuidavam do gado ou cultivavam a terra. Os rebanhos do império eram formados basicamente de lhamas, alpacas e vicunhas, animais típicos da região andina. Os principais produtos agrícolas, que constituíam a base da alimentação, eram o milho, o feijão e a batata.

Ouro e guerra civil

A chegada do homem branco à América é o começo do fim do Império Inca. Atraídos por histórias que falavam de imensas reservas de ouro na região, um pequeno grupo de espanhóis, comandados por Francisco Pizarro, chegou ao Peru em 1532.

Pizarro encontrou o Império Inca dividido por uma guerra civil: os irmãos Huáscar e Ataualpa, ambos herdeiros do trono, lutavam entre si para ver qual dos dois iria governar após a morte do pai. Contando com armas de fogo e aproveitando-se da divisão dos exércitos incas, Pizarro conseguiu se impor e transformar o Peru numa colônia espanhola.

A civilização inca não conhecia a escrita. Tudo que hoje se sabe sobre ela foi obtido pelos padres espanhóis que foram para o Peru depois de Pizarro. Eles recolheram as lendas e o conhecimento histórico dos incas durante a colonização. Além disso, os estudos sobre os incas também progrediram devido às descobertas arqueológicas, ou seja, às pesquisas feitas com objetos daquela época ou nas ruínas das antigas cidades incas. Uma das mais famosas chama-se Machu Picchu, que possivelmente foi a capital religiosa do império.

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Nós sabemos hoje em dia o quão complexas as sociedades pré colombianas eram por conta das construções, dos sistemas de irrigação e demais descobertas arqueológicas. Mas como tudo isso era organizado? Os quipos, ou Khipus, eram esses cordões feitos de algodão ou lã de lhama ou de alpaca, que eram usados como uma ferramenta de registro. Esses cordões tinham nós, diferentes texturas e cores, e podiam comunicar várias coisas dentro do Império Inca, principalmente numéricas. Pesquisadores apontam que até mesmo operações eram registradas com essa tecnologia, que poderia ser uma substituta para o não existente sistema de escrita Inca.

Cordas com nós do Império Inca (Foto: G.Urton/ University Of Chicago)

Já dá para ter uma ideia de onde tiramos o nome QuipoTech, né?

Duas tecnologias originais da América Latina, capaz de registrar diferentes informações e ajudar no desenvolvimento de uma sociedade, mas que estão separadas por cerca de 500 anos. Muita coisa mudou de lá para cá, e as novas organizações sociais nos fazem pensar em soluções inovadoras para problemas cada vez mais complexos, ainda que similares aos de nossos ancestrais.

Ainda há muito mistério em volta dos Quipos, principalmente sobre seus significados não numéricos, mas através deles, os incas conseguiam controlar impostos, colheitas, e até mesmo narrativas históricas, informações e registros que ajudaram a consolidar um grande império.

Dessa vez, retomamos a história com um pensamento voltado à confiança e transparência em um mundo cada vez mais digital.

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Como era chamado o sistema de registro criado pelos incas?

Quipo ou Quipu (do quíchua cusquenho Quipo ou Khipu,") era um instrumento utilizado para comunicação, mas também como registro contábil e como registros memotécnicos entre os incas.

Onde estão os registros dos povos incas?

O Império Inca estendia-se por territórios que atualmente correspondem à parte da Colômbia até o norte do Chile e Argentina. Os incas, assim como os astecas, constituíram uma civilização complexa notabilizada pela construção de um enorme sistema de estradas.

Para que serve o registro dos incas?

Os incas desenvolveram um sistema de registro de dados chamados “quipus”. Com os quipus os incas faziam registros necessários à existência do império, tais como número de soldados, impostos devidos e recursos gastos.

Como era o sistema de registro Quipu utilizado nó Império Inca?

Eram feitos da união de cordões que podem ser coloridos ou não,e poderia ter enfeites, como por exemplo ossos e penas, onde cada nó que se dava em cada cordão significava uma mensagem distinta.

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