Qual é a relação entre as bandeiras e a construção do espaço geográfico?

No campo da Geografia e, principalmente, da Geopolítica, um dos conceitos mais relevantes é o de Estado, escrito com “E” maiúsculo, diferente, portanto, do estado com “e” minúsculo, que se refere a uma província ou subdivisão de um determinado país. O Estado é um dos principais atores internacionais, sendo também um dos mais importantes agentes de produção e transformação do espaço geográfico.

O Estado corresponde ao conjunto de instituições no campo político e administrativo que organiza o espaço de um povo ou nação. Para o Estado existir, é necessário que ele possua o seu próprio território e que exerça sobre este a sua cidadania, ou seja, o Estado deve ser a autoridade máxima na área a ele correspondente.

Os elementos essenciais para a formação do Estado é o território, a população e a soberania, que é garantida por meio das leis e do estabelecimento de suas fronteiras. Assim, ele representa tudo o que é público dentro de um país, incluindo uma série de instituições, tais como as escolas, os hospitais, as forças armadas, as prisões, a polícia, os órgãos de fiscalização, as empresas estatais, entre outras.

Qual é a diferença entre Estado e Governo?

A diferença entre Estado e Governo está na hierarquia entre ambos. O governo é, na verdade, apenas mais uma das instituições que compõem o Estado, ou seja, é a esfera pública responsável por administrá-lo. Os governos são transitórios, geralmente elegíveis através do voto (exceto em ditaduras e em governos absolutistas), enquanto o Estado é permanente, apesar de haver movimentos políticos que clamam pelo fim dos Estados, a exemplo dos anarquistas.

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Qual é a diferença entre Estado e Nação?

A diferença entre Estado e Nação envolve a escala que esses dois termos alcançam. O Estado é uma instituição que, mesmo sendo formado pela sociedade, compõe um âmbito jurídico e formal. A nação, por outro lado, é um conceito étnico-social, referindo-se a um grupo mais ou menos definido de pessoas com os mesmos traços culturais, identitários e que possuem um sentimento mútuo de pertencimento.

Dessa forma, um Estado pode possuir uma única nação ou várias delas, constituindo, assim, os chamados Estados multinacionais. Um exemplo de Estado com múltiplas nações é a Espanha, que conta com catalães, bascos, navarros, espanhóis e muitos outros. Alguns deles clamam até mesmo por sua independência. Os curdos, por sua vez, são um exemplo de nação sem Estado, isto é, sem um território constituído. Eles habitam a região de alguns países do Oriente Médio e lutam pela criação do Curdistão.

Qual é a relação entre Estado e país?

A relação entre Estado e país encontra-se na definição atribuída a cada um. Enquanto o Estado é, como sabemos, uma instituição, o país envolve todas as características físicas e sociais de um território, além dos seus símbolos, como a bandeira, o hino, os costumes, entre outros.

O Estado brasileiro, por exemplo, é uma República Federativa comandada pela união entre os campos legislativo, executivo e judiciário. Já o Brasil é um país que possui uma grande variação cultural, com um relevo geologicamente antigo e um espaço territorial com dimensões continentais.

As Entradas e Bandeiras foram expedições organizadas para explorar o interior com o propósito de procurar riquezas minerais, tais como ouro, prata e pedras preciosas. Objetivavam também caçar e apresar índios para escravizá-los. Não era uma tarefa fácil organizá-las, e muito menos explorar o interior do território colonial. Havia a necessidade do preparo de muitas provisões, como alimentos, armas e instrumentos, que deviam ser transportados por animais e pelos próprios exploradores.

Outra tarefa difícil era reunir homens que estivessem dispostos a penetrar mata adentro e permanecer muitos meses no interior, sem a certeza de que retornariam com vida para seus povoados e do êxito que teriam na descoberta de riquezas ou no enfrentamento e apresamento dos índios.

As Entradas tiveram início logo após a descoberta do Brasil. Em 1504, Américo Vespúcio organizou uma Entrada composta por trinta homens que partiu de Cabo Frio e penetrou no sertão. Martim Afonso de Souza organizou duas Entradas. A primeira foi composta por quatro homens, saiu da Guanabara e permaneceu no interior por cerca de dois meses. A segunda foi composta por cerca de 80 homens e chefiada por Pedro Lobo. Saiu da ilha de Cananeia (no atual estado de São Paulo) e jamais retornou. Após o estabelecimento do Governo-Geral, as Entradas passaram a ser organizadas com maior frequência, mas restringiram-se a explorar o interior da Bahia e de Minas Gerais.

São Vicente e São Paulo
As Entradas declinaram no início do século 17. As Bandeiras surgiram no início do desse mesmo século e se estenderam por todo o século seguinte. Foi na vila de São Vicente que surgiram as primeiras Bandeiras. O solo dessa região, impróprio para o plantio da cana-de-açúcar, ocasionou o rápido declínio da produção açucareira levando a estagnação econômica dos povoados. Os habitantes da região tiveram que encontrar outra atividade econômica para sobreviver. A alternativa foi a organização das expedições desbravadoras.

A vila de São Paulo também ficou famosa pela organização de expedições bandeirantes. As Bandeiras organizadas pelos habitantes de ambas as vilas dedicaram-se, inicialmente, à caça e apresamento de índios para vendê-los como mão-de-obra escrava aos engenhos produtores de açúcar, situados nos ricos solos do Nordeste brasileiro. Seus alvos principais eram as missões jesuíticas que concentravam grande número de índios em fazendas, para serem pacificados e depois catequizados pelos religiosos da Companhia de Jesus.

O colégio de Piratininga
Foram os jesuítas, liderados pelo padre Nóbrega, que se estabeleceram na região de Piratininga, fundando um pequeno povoado que cresceu e deu origem a vila de São Paulo. Tudo começou com a construção de um colégio e uma casa, que eram locais para catequese dos índios. Com o surgimento das Bandeiras e das atividades de caça e apresamento dos índios, os jesuítas entraram em conflito com os bandeirantes. Na década de 1640, os bandeirantes expulsaram os jesuítas de São Paulo. Muitas missões jesuíticas, além das que se fixaram em Piratininga, foram destruídas pelos bandeirantes.

Com a substituição do índio pelo negro africano no trabalho escravo da grande lavoura, o ciclo do bandeirismo de caça e apresamento dos nativos declinou. Os bandeirantes passaram, então, a se concentrar na exploração de riquezas minerais. As Bandeiras organizadas pelos habitantes da vila de São Vicente começaram a procura de ouro nos leitos dos rios da região e foram percorrendo a zona litorânea.

As Bandeiras organizadas pelos habitantes de São Paulo, com o mesmo propósito, foram motivadas a penetrar no sertão brasileiro, favorecidas pela situação geográfica da vila e pelo curso dos rios da região, que facilitavam a exploração do interior. Mas é importante assinalar que a caça e apresamento de índios não parou por completo, os próprios bandeirantes passaram a utilizar a mão-de-obra indígena para trabalharem nas pequenas lavouras de subsistência e até nas próprias expedições de exploração.

Povoamento e expansão territorial
As expedições bandeirantes tiveram importância crucial para o povoamento, diversificação das atividades econômicas e expansão territorial do Brasil colonial. Ao longo das trilhas percorridas e dos caminhos abertos pelos bandeirantes foram surgindo diversos povoados. As Bandeiras que percorreram o litoral à procura de ouro, partindo de São Vicente, deram origem às vilas de Itanhaém, Iguape, Paranaguá, Laguna e Desterro, entre outras. A penetração no sertão deu origem a vilas e arraiais como Cuiabá, Vila Rica, Diamantina, Sabará e Mariana, entre outras.

As expedições bandeirantes também possibilitaram a descoberta de riquezas minerais como ouro, prata e diamante, metais preciosos que deram origem a um novo ciclo econômico de exploração colonial. O êxito dos bandeirantes, principalmente na descoberta de metais preciosos, fez com que a Coroa portuguesa passasse a financiar muitas expedições com o objetivo de encontrar essas riquezas minerais e explorá-la como alternativa a crise econômica provocada pelo declínio da produção do açúcar.

Enquanto as Entradas respeitavam os limites territoriais fixado pelo Tratado das Tordesilhas, que dividia as terras do continente americano entre Portugal e Espanha, as Bandeiras geralmente ultrapassavam essa fronteira, em direção às regiões Sul, Norte e Centro Oeste. Entre 1580 e 1640, Portugal ficou sob domínio Espanhol. Durante esse período, também conhecido como a união das Coroas ibéricas, a Espanha governou Portugal e todos os seus domínios. Nessa época, os bandeirantes não encontraram resistências quanto a ultrapassar Tordesilhas. Quando Portugal se libertou do jugo espanhol o território colonial brasileiro havia se ampliado significativamente.

Mitos e monumentos
As Bandeiras deram origem a narrativas épicas, mitos e lendas sobre o desbravamento e conquista do sertão brasileiro, que hoje fazem parte do simbolismo regional. Embora tenham sido responsáveis pela escravização e dizimação de inúmeras etnias indígenas e pela destruição de muitas missões jesuíticas, os bandeirantes são retratados como homens heroicos, portadores de coragem, bravura e espírito aventureiro, que penetraram na mata e desbravaram a vastidão do interior até então desconhecido, enfrentaram e dominaram índios, descobriram e exploraram riquezas minerais e fundaram povoados.

Na capital paulista, outrora vila e centro irradiador das expedições bandeirantes, ergueu-se o Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret, um dos mais importantes escultores brasileiros. E bandeirantes famosos como Bartolomeu Bueno da Silva (conhecido como Anhanguera), Antônio Raposo Tavares e Fernão Dias Pais, foram homenageados tendo seus nomes dados a importantes rodovias que percorrem o interior do Estado de São Paulo.

Qual é a relação entre as bandeiras e a construção dos espaços geográficos?

No século XVII, a economia da colônia tinha se interiorizado ainda mais, criando novos espaços geográficos. Muitos povoados foram transformados em vilas e cidades, surgiram no inerior do território graças à expansão das bandeiras, da atividade mineradora e da pecuária.

Porque as bandeiras foram importantes para a formação de espaços geográficos?

Por que as bandeiras foram importantes para a formação de espaços geográficos no Centro-Oeste? RESPOSTA: Quando encontravam ouro ou pedras preciosas, os bandeirantes faziam pousos ou paradas. Muitos desses pousos se transformaram em povoados e, depois, em vilas e cidades.

Qual a importância das bandeiras na produção de espaços geográficos no Brasil?

Povoamento e expansão territorial As expedições bandeirantes tiveram importância crucial para o povoamento, diversificação das atividades econômicas e expansão territorial do Brasil colonial. Ao longo das trilhas percorridas e dos caminhos abertos pelos bandeirantes foram surgindo diversos povoados.

O que foi o impacto que as bandeiras tiveram sobre os povos indígenas?

O impacto que as bandeiras tiveram sobre os povos indígenas foi extremamente negativo, visto que os bandeirantes caçavam, escravizavam e abusavam dos povos indígenas de maneira desumana, como se fossem seres inferiores.