Fonte: http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2013/04/proporcionalmente-roraima-tem-maior-populacao-indigena-do-pais.html Show
IBGE mostra que dos 450.479 habitantes, 49.637se declararam indígenas.Maior percentual de indígenas está no município de Uiramutã.Em números proporcionais, Roraima é o estado do país com a maior população indígena. Ao todo, segundo o Censo 2010 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49.637 pessoas se declararam indígenas no estado, que possui 450.479 habitantes. Na região Norte, os estados de Roraima e Amazonas são os que possuem municípios com maior proporção de população indígena do país. Em Roraima, o maior percentual de indígenas está no município de Uiramutã. Na região, ocupada por parte da terra indígena Raposa Serra do Sol, 88,1% da população é indígena. O município de Normandia (56,9%) ocupa a segunda posição no ranking, seguida por Pacaraima (55,4%) e Amajarí (53,8%).
Ao todo, existem no território roraimense 32 terras indígenas. São elas: Ananás, Anaro, Aningal, Anta, Araçá, Barata, Livramento, Bom Jesus, Boqueirão, Cajueiro, Canauanim, Jabuti, Jacamim, Malacacheta, Mangueira, Manoa / Pium, Moskow, Muriru, Ouro, Pium, Ponta da Serra, Raimundão, Raposa Serra do Sol, Santa Inez, São Marcos, Serra da Moça, Sucuba, Tabalascada, Trombetas / Mapuera, Truaru, Waimiri-Atroari, Waiwái e Yanomami. A terra com maior população indígena é Yanomami, localizada no Amazonas e em Roraima, com 25,7 mil indígenas, correspondendo a 5% do total de indígenas do país. Em segundo vem Raposa Serra do Sol com 17 mil índios. Grátis 180 pág.
Pré-visualização | Página 32 de 45indígenas atendidos pela Funasa, 192 773 são homens e 181 350 são mulheres. Ainda segundo os dados da Funasa, a população indígena está dispersa por todo o território brasileiro, sendo que na região Norte concentra-se o maior con- tingente populacional indígena, com 49%, e na região Sudeste está o menor contingente populacional indígena, com apenas 2% (LUCIANO, 2006a, p. 26). A dificuldade de chegar a uma contagem exata da população indígena se deve ao fato não apenas dela estar espalhada numa grande extensão do territó- rio, às vezes de difícil acesso, mas também ao fato de existirem “grupos isolados” sobre os quais se têm pouca informação, assim como índios urbanos, sobre os quais também existem escassos dados. Estima-se que existam atualmente 46 evidências de “índios isolados” (ou seja, que não têm contato com a sociedade nacional) no território brasileiro, das quais apenas 12 foram confirmadas até hoje pela Funai (LUCIANO, 2006a, p. 51)4. Por outro lado, devido a processos complexos de territorialização que as po- pulações indígenas atravessaram, de deslocamento forçado ou expulsão de seus territórios, alguns segmentos terminaram se instalando em meio urbano ou em fazendas para morar próximo aos espaços de trabalho. Há alguns povos que têm migrado para as grandes metrópoles (como Manaus e São Paulo) e outros para cidades de menor tamanho. O IBGE estima que a parcela da população indíge- na que residia em área urbana passou de 23,9% em 1991 para 52,2% em 2000 (IBGE, 2005). Ou seja, nem todos os povos continuam ligados ao seu território 4 O fato de serem denominados “isolados” não deve nos levar a pensar que nunca tiveram contato com a sociedade não indígena ou com outros grupos indígenas. Alguns estudiosos consideram que provavelmente já tiveram algum contato no passado, mas, fugindo da violência ou de pres- sões decorrentes dessa relação, se refugiaram em lugares mais distantes e inóspitos. As gerações seguintes foram as que não tiveram contato (LUCIANO, 2006a). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Situação contemporânea dos povos indígenas 127 ancestral, embora ele esteja geralmente presente em narrativas, lembranças e na continuidade de relações que estabelecem com grupos de parentesco que ainda moram naqueles territórios. Vamos considerar aqui como a fonte mais completa até o momento atual – pelo fato de ter contemplado os índios urbanos – os dados do IBGE (2005) que dão conta de 740 mil indivíduos, que formam parte de mais de 220 povos indí- genas brasileiros. As terras que até hoje o Estado reconheceu como de posse indígena repre- sentam atualmente cerca de 12% do território brasileiro. A Constituição de 1988 garante o direito originário dos povos indígenas às terras tradicionalmente ocu- padas por eles. Cabe aclarar que isto não significa que tenham a propriedade dessas terras, que são bens e patrimônio da União, apenas lhe são garantidos a posse e o uso delas. Segundo dados do Departamento Fundiário da Funai, em agosto de 2006, existem no Brasil 612 terras indígenas com algum grau de reconhecimento por parte desse órgão, totalizando uma extensão de 106 373 144ha, ou seja, 12,49% do território brasileiro. A Amazônia Legal é a região brasileira que concentra a maior parte das terras indígenas: 20,67% da região (LUCIANO, 2006a, p. 105). Apesar do avanço que houve na garantia por parte do Estado de terras aos povos indígenas, ainda faltam várias áreas a serem demarcadas e existem vários grupos que estão sem terra, ou com terra insuficiente para garantir a sua so- brevivência. É igualmente grave a situação de muitas terras que sofrem invasão por parte de regionais não indígenas: madeireiros, caçadores, pescadores, entre outros, sendo seus recursos naturais violentados. Vejamos a seguir um quadro sistematizando as informações anteriormente comentadas sobre a distribuição das terras indígenas no Brasil: Descrição Extensão (ha) % Território Nacional 851 487 659 100 612 terras indígenas 106 373 144 12,49 405 terras indígenas na Amazônia Legal 103 483 167 207 terras indígenas no Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste 2 889 992 (D ep ar ta m en to F un di ár io d a Fu na i, ap ud L U CI A N O , 2 00 6a ) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 128 Situação contemporânea dos povos indígenas Diversidade linguística e cultural Existe uma enorme diversidade cultural entre os povos indígenas do Brasil, expressada, entre outras formas, nas artes, na música, na tecnologia, na medi- cina, nos conhecimentos, nas tradições orais e nos rituais5. Essa diversidade é produto das formas particulares em que cada povo foi se relacionando com o território, o meio ambiente e com os demais grupos, conforme suas crenças e visões de mundo. Também são significativos os processos de contato com agen- tes e agências do Estado e da sociedade nacional, que influenciaram nas formas em que hoje os indígenas assumem e mostram suas diferenças culturais. As línguas expressam também essa rica diversidade, porque elas representam modos distintos de classificar e compreender o mundo. São transmitidas de gera- ção em geração por meio da tradição oral. Apesar de muitas terem sido extintas, ao longo dos anos da colonização, ainda se falam mais de 180 línguas nativas. Algumas delas são consideradas em risco de extinção pelo número reduzido de falantes (cerca de 40 línguas). Certos povos já perderam suas línguas e falam as línguas de outros povos ou falam o português como língua materna. É o caso de 37 povos que só falam o português (LUCIANO, 2006a). Alguns deles estão levando a cabo um processo de resgate de suas línguas, com o apoio de organi- zações não governamentais e de especialistas vinculados à Academia. São reali- zadas, para isso, pesquisas e estudos com os falantes mais idosos ou recorrem a estudos linguísticos e antropológicos do passado. Outras línguas indígenas permanecem vitais e ativas e são amplamente uti- lizadas não apenas no âmbito doméstico, mas crescentemente no espaço esco- lar, público e até nas cidades. Em alguns municípios, como em São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, têm sido reconhecidas, junto com o portu- guês, como línguas oficiais. Os linguistas classificam as línguas indígenas em troncos, famílias, línguas e dialetos: há dois grandes troncos, o Tupi e o Macro-Jê, e 20 famílias linguís- ticas que não apresentam graus de semelhanças suficientes para poderem ser agrupadas nesses troncos. Há, também, famílias de apenas uma língua, às vezes denominadas “línguas isoladas”, por não se revelarem parecidas com nenhu- ma outra língua conhecida (INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL, 2009) Os quadros, a seguir, sintetizam de forma simplificada as classificações hoje vigentes e reco- nhecidas pela maioria dos linguistas brasileiros. 5 A diversidade cultural é reconhecida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como patrimônio comum da humanidade. No caso particular da diversidade cultural indígena, ela é considerada patrimônio da humanidade pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que o Brasil ratificou e reconheceu como Lei em 2003. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Situação contemporânea dos povos indígenas 129 Língua Geral Amazônica Suruí do Tocantins Tapirapé IE SD E Br as il S. A . A da pt ad o. Fonte: Instituto Socioambiental. Tupi-Guaraní Karitiana Kuruáya Mundurukú Karo (Arara) ** * * ** Aweti Juruna (Yuruna), Xipaia Mawé Sateré-Mawé Aruá Cinta-Larga Em qual região brasileira se localiza a maior parte das terras?Resposta: maior parte das terras indígenas estão concentradas na região Norte, na Amazônia Legal: são 409 áreas, 108.720.018 hectares, representando 21.67% do território amazônico e 98.61% da extensão de todas do país.
Qual é o estado brasileiro com maior número de indígenas?Na análise das Unidades da Federação, o Estado do Amazonas possui a maior população autodeclarada indígena do País, com 168,7 mil; o de menor, Rio Grande do Norte, 2,5 mil.
Quais são os estados que têm mais terras indígenas?Mais de 90% das terras indígenas do Brasil estão na Amazônia. O Estado com o maior número e quantidade destas terras é o Amazonas.
Em quais regiões brasileiras há mais concentração de línguas indígenas?Os Povos Indígenas estão presentes nas cinco regiões do Brasil, sendo que a região Norte é aquela que concentra o maior número de indivíduos, 342,8 mil, e o menor no Sul, 78,8 mil.
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