Qual ano Galo foi campeão brasileiro?

Índice

  • 1 Telê Santana e Dadá Maravilha deram primeiro nacional para o Galo
  • 2 1971: O primeiro Campeonato Brasileiro
  • 3 Nacionalismo em alta e grande desconfiança da mídia
    • 3.1 Críticas da Revista Placar
  • 4 A ascensão do Galo com a chegada de Telê Santana
    • 4.1 A força do time no Campeonato Brasileiro de 1971
  • 5 Uma nova era do Atlético Mineiro e do futebol brasileiro
    • 5.1 1971: Também o ano da despedida de Pelé da Seleção
  • 6 A segunda edição da Bola de Prata da Revista PLACAR
  • 7 Atlético/MG 1971 x Atlético/MG 2021: Qual foi melhor time?
    • 7.1 1971 vs 2021

Telê Santana e Dadá Maravilha deram primeiro nacional para o Galo

Uma discussão que já se arrasta por alguns anos seria sobre quando e quem foi o primeiro campeão brasileiro. Se muitos colocam o EC Bahia na, então, Taça Brasil de 1959, outros são mais conservadores e só aceitam quando a nomenclatura passaria a ser denominada Campeonato Brasileiro, e isso no ano de 1971. E neste primeiro nacional unificado e com a nomenclatura que leva o nome até os dias de hoje, quem levaria a melhor seria o Atlético Mineiro, do então jovem técnico Telê Santana.

1971: O primeiro Campeonato Brasileiro

Em período de ascensão do futebol brasileiro, recente e primeiro tricampeão mundial de seleções, a CBD (antiga CBF) aproveitaria toda esta efervescência que o esporte mais popular do país vivia, para colocar em prática o plano de organizar o primeiro campeonato com o nome em questão. Seria aproveitada a estrutura do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão de 1970, do ano anterior, para se criar o Campeonato Brasileiro de 1971.

Seriam poucas mudanças. Com a implementação de mais três clubes – Ceará, Sport e América Mineiro – passariam de 17 para 20 clubes nesta nova edição, abrangendo ainda mais os principais clubes do território nacional. Além disso, foi criada uma divisão extra, que se assemelha a segunda divisão atual, mas sem a possibilidade de rebaixamento, sendo permitido apenas o acesso de divisão.

Com a fórmula de disputa definida, com dois grupos de dez clubes, todos se enfrentariam entre si, classificando os seis melhores de cada um dos grupos. A partir de então, os doze classificados seriam divididos em três grupos nesta Segunda Fase, onde apenas o campeão de cada um se classificaria para o triangular final.

Nacionalismo em alta e grande desconfiança da mídia

Qual ano Galo foi campeão brasileiro?

O país acabara de vencer o a Copa do Mundo de 1970, tinha o melhor futebol e os melhores jogadores do mundo, além de um grande apelo do governo militar vigente na época, em propagar o nacionalismo de seus slogans se utilizando do futebol. Os militares compunham as principais esferas do poder no período – tanto nacional quanto estadual e municipal – e interferiam diretamente e constantemente também no esporte.

Para promoverem suas campanhas nacionalistas, o alto escalão do governo tinha grande influência na CBD, com a proposta de uma integração nacional. Interferiam na escolha do treinador para a seleção nacional e, também, na criação deste “novo” Campeonato Brasileiro, sob a ideia que a nomenclatura remetesse ao Brasil. Diferente de Taça de Prata ou do Roberto Gomes Pedrosa.

E, uma vez que a intenção do governo militar e da CBD era atrair cada vez mais público, a criação do torneio foi muito mais uma intenção política do propriamente esportiva. Os participantes eram selecionados pela instituição por meio de convites, não havendo um critério classificatório que se levasse em conta resultados, por exemplo.

Críticas da Revista Placar

Principal mídia esportiva na época, a Revista Placar seria uma grande crítica da competição naquele período. Embora houvesse a cobrança para que o torneio fosse idealizado, os meios e a forma como foram utilizados, trouxeram diversas críticas por parte da publicação.

Os principais pontos apontados pela revista levavam em conta que o Campeonato Brasileiro de 1971 era apenas um pouco diferente do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Poucas modificações foram feitas e não houve alterações na estrutura do futebol nacional, que era o que a revista mais cobrava. Os critérios para participação dos clubes utilizando como base os estaduais, mas sem explicar o número de participantes de cada estado, excluindo alguns clubes importantes, foram pontos duramente criticados.

Assim, o Campeonato Brasileiro com a mão dos militares foi criado e disputado em 1971. As questões políticas da CBD e do governo vieram a tona, mas sem resistência dos principais clubes, que aceitavam a fórmula sem grandes resistência.

A ascensão do Galo com a chegada de Telê Santana

Telê Santana e Dario – 1971.#AquiéGalo @Atletico #Galo ⭐⭐ pic.twitter.com/ywpS1ziPnJ

— Já Joguei No Galo (@JogadoresGalo) December 5, 2021

Reconhecidamente como uma dos mais icônicos técnicos na história do futebol brasileiro, Telê Santana chegou ao Atlético Mineiro ainda em 1970, após confusão e desentendimentos com os diretores de sua equipe, até então, o Fluminense FC. Ali ele defendia maiores direitos para os seus atletas.

Conquistando o Campeonato Mineiro de 1970, com o Galo ficaram na terceira colocação do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, que viu seu ex clube sagrar-se campeão. Tudo sobre esta conquista AQUI.

O time do Atlético Mineiro naquele período não aparecia entre os favoritos e não contava com grandes estrelas do então futebol brasileiro, como Pelé, Rivellino, Ademir da Guia, Tostão, Jairzinho, Gérson, entre tantos outros. Porém, o Galo contava com os gols decisivos de Dário, o Dadá Maravilha. Telê conseguiu aliar a excelente fase que o atacante vivia junto a uma forma de atuar de um elenco que era considerado muito bom.

Logo no Campeonato Mineiro de 1970, Telê Santana comandou o time em uma campanha avassaladora. Em 22 jogos, o Atlético/MG venceu 20, com apenas um empate e uma derrota para completar a jornada. Tornou-se campeão Mineiro de 1970 e embalado para a temporada seguinte.

A força do time no Campeonato Brasileiro de 1971

Assim, no ano de 1971, naquela que seria a primeira edição com o nome de Campeonato Brasileiro, o Atlético Mineiromostraria uma força puxada pela massa atleticana. O Santos de Pelé, o Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes, além do Palmeiras de Ademir da Guia, eram os grandes favoritos para levar esta edição do nacional.

Com uma campanha absolutamente sólida, o Galo terminou a primeira fase atrás apenas do Grêmio no Grupo B, com sete vitórias, nove empates e três derrotas. Foi adiante na competição e liderou o seu grupo na segunda fase, com três vitórias, um empate e duas derrotas. Ali eliminariam o Internacional, o Santos FC e o Vasco da Gama.

Já no triangular final, ao lado de São Paulo e Botafogo/RJ, o Atlético/MG venceria ambas as partidas pelo placar mínimo, de 1 a 0, com o gol do título marcado pelo artilheiro Dadá Maravilha. Outros nomes também ficariam imortalizados no clube após a histórica conquista, casos de Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderlei, Ronaldo e Lola. Mas, certamente os grandes destaques foram Dadá Maravilha e o ainda jovem técnico Telê Santana.

Uma nova era do Atlético Mineiro e do futebol brasileiro

Qual ano Galo foi campeão brasileiro?

Antes do Campeonato Brasileiro de 1971, o Galo não possuía nenhuma grande conquista nacional em seu currículo, ao contrário do maior rival local, o Cruzeiro, que vinha de uma década incrível. Embora dividisse a hegemonia de Minas Gerais com a Raposa e, também com o América Mineiro, o melhor resultado nacional do Atlético/MG havia sido um ano antes, quando chegou à fase final do Robertão 1970.

Em Minas Gerais, o Galo via o Cruzeiro EC com amplo domínio, inclusive com o pentacampeonato estadual de 1964 até 1969. O time do Cruzeiro, liderados por Dirceu Lopes e Tostão, era uma das equipes mais temidas do país, e naquele período o Atlético/MG vivia a sua sombra.

Para aumentar ainda mais a rivalidade local, ambos os clubes receberam um palco que se tornaria um dos principais estádios do Brasil, o Mineirão. Batizado como Estádio Governador Magalhães Pinto, recebeu diversos embates importantes entre os clubes no início de sua vida, aumentando a rivalidade entre eles. Para piorar, o Cruzeiro deu o pontapé inicial de seu título da Taça Brasil de 1966 ali, ao golear o Santos de Pelé, por 5 a 0, na primeira partida.

Em 1970, o Galo quebraria a hegemonia da Raposa ao vencer o Campeonato Mineiro, já com Telê Santana a frente do clube. Depois, em 1971 no primeiro Campeonato Brasileiro, em uma nova era, o Atlético Mineiro chegou à fase final da competição. E, ao mandar suas partidas no Estádio do Mineirão, conseguiu vencer o São Paulo FC no triangular final, com o gol de Oldair para quase 60 mil torcedores presentes.

1971: Também o ano da despedida de Pelé da Seleção

Triste adeus de Pelé à seleção brasileira completa 50 anos. Despedida teve gritos de 'fica' no Maracanãhttps://t.co/n00WUfe6CK pic.twitter.com/AJdz6AtxXv

— Jornal A Redação (@aredacao) July 18, 2021

Conforme fora anunciado pelo próprio Pelé, o ano de 1971 também seria o da despedida do Rei vestindo a camisa da seleção brasileira. Após as partidas contra Áustria, no Estádio do Morumbi, e contra a Iugoslávia, no Maracanã, a vaga para os postulantes a 10 da camisa canarinho ficou aberta..

Quem o substituiu imediatamente, ainda no intervalo contra a Iugoslávia, foi Claudiomiro, grande ídolo do SC Internacional de Porto Alegre. Em Copas do Mundo, quem teve o privilégio de vestir a 10 depois de Pelé seria o seu companheiro de 1970, e grande rival nos clássicos entre Santos e Corinthians, Roberto Rivellino. O então “Reizinho do Parque”, que em 1975 acertaria a transferência para o Fluminense, atuou no mundiais de 1974 e 1978 com a pesada camisa.

E postulantes ao lugar de Pelé não faltavam naquele período no futebol brasileiro. Além de Rivellino, outros craques chegaram a vestir a camisa mais famosa do futebol naquele período de transição. Destaque para Tostão e PC Caju. Mesmo assim, a pergunta que ficou no ar durante um bom tempo após a despedida do Rei do Futebol era: Quem vai substituir Pelé?

A segunda edição da Bola de Prata da Revista PLACAR

Andrada Bola de Prata 1971 https://t.co/zDWx2loBmw pic.twitter.com/Y4pBUtSoH5

— InfoVasco ✠ (@InfoVasco) September 2, 2017

Maior e mais histórica premiação do futebol brasileiro, a Bola de Prata da Revista PLACAR, escolhe os melhores atletas de cada posição durante toda a competição. No Campeonato Brasileiro de 1971 chegavam a sua segunda edição e, pela primeira vez, escolheriam os melhores do Campeonato Brasileiro, afinal, na edição anterior o torneio se chamou Roberto Gomes Pedrosa.

A revista elegeu através de seu sistema de notas concedidas por seus jornalistas e ao fim de todas as rodadas, a seleção do Campeonato. Três atleticanos figuraram no estrelado e histórico elenco, sendo o lateral-direito Humberto Monteiro, o zagueiro Vantuir e o volante Vanderlei.

Ao lado deles, fecharam o time do campeonato, o goleiro Andrada (Vasco da Gama), o zagueiro Pescuma e o atacante Tião Abatiá (do Coritiba), o lateral-esquerdo Carlindo (Ceará), os meais Dirceu Lopes (Cruzeiro) e Roberto Rivellino (Corinthians), além de Antônio Carlos (América/RJ) e Edu (Santos).

Atlético/MG 1971 x Atlético/MG 2021: Qual foi melhor time?

Qual ano Galo foi campeão brasileiro?

Após vencer aquele que seria o primeiro Campeonato Brasileiro – nesta nova nomenclatura – ninguém poderia imaginar que um gigante como o Atlético Mineiro demoraria 50 anos para conquistar o bicampeoanto brasileiro. E esse tabu foi quebrado no ano de 2021, com uma nova equipe inesquecível, e que já no formato de pontos corridos, liderou a competição de seu início ao final.

O clube já havia batido na trave em outras ocasiões, com em 1977, quando perderam na final para o São Paulo, nos pênaltis e no Estádio do Mineirão, ficando com o vice campeonato de forma invicta. Em 1980, outro vice-campeonato, mas desta vez contra um histórico Flamengo, de Zico, Júnior, Nunes e cia ilimitada. Mesmo com a vitória na primeira partida por 1 a 0, os mineiros acabaram derrotados por 3 a 2 no Estádio do Maracanã, com o time Rubro-Negro levando a melhor por conta do regulamento.

No ano de 1999, mesmo terminando a primeira fase na sétima colocação, na fase de mata-mata, com um ataque histórico formado por Guilherme e Marques, deslanchou ate chegar a final contra o forte SC Corinthians. Em três partidas da grande final, o Galo venceu a primeira, no Mineirão, por 3 a 2, perdeu a segunda, por 2 a 0, no Morumbi, e no empate sem gols, novamente em São Paulo, sacramentou um novo vice-campeonato no Brasileirão, mantendo o tabu.

Já com o Campeonato Brasileiro disputado em pontos corridos, o Atlético/MG ainda acumulou mais dois vices campeonatos, na temporada de 2012 e em 2015.

Já para voltar a conquistar um Campeonato Brasileiro, o Atlético Mineiro investiu forte na temporada de 2021. E todo o investimento deu certo. Além de vencer o Brasileiro depois de 50 anos, também levaram a Copa do Brasil e pararam nas semifinais da Copa Libertadores, quando acabaram derrotados pelo Palmeiras. O destaque do time comandado por Cuca ficou por conta do atacante Hulk, em temporada fantástica. Outros destaques foram os jogadores Keno, Mariano, Guilherme Arana e Diego Costa.

1971 vs 2021

🇧🇷 ¡ATLÉTICO MINEIRO GOLPEÓ FUERTE EN LA IDA!

✔️ Goleada 4-0 ante Paranaense en el 1er partido de la final de la Copa de Brasil

⚽ Hulk, Keno y 🇨🇱 Vargas X2

🇵🇾 Alonso y 🇦🇷 Zaracho titulares (ingresó Nacho Fernández) de un lado; 🇺🇾 Terans y 🇨🇴 Hernández del otro

📷 @Atletico pic.twitter.com/ApxJxI8JNI

— SportsCenter (@SC_ESPN) December 12, 2021

É sempre uma tarefa muito complicada comparar eras tão diferentes na história do futebol, ainda mais com um abismo de 50 anos. O Atlético/MG de 1971 foi revolucionário e teve um dos maiores gênios no comando da equipe. Além disso, a sólida equipe teve destaques individuais e com muita história no clube, casos de Oldair, Humberto Monteiro, Vantuir, Vanderlei e o artilheiro do torneio Dadá Maravilha.

Em 2021, certamente é um dos elencos mais estrelados que o time conseguiu montar e que também deu a liga. A exemplo de Dadá, Hulk se sobressaiu e foi artilheiro e melhor jogador do campeonato.

Os dois times já escreveram a sua história no Atlético. O de 2021 ainda tem a possibilidade de continuar e aumentar esta história com mais títulos, para daí então pode dizer que terá o topo de equipe mais importante do time mineiro. O elenco mais reduzido de 1971, com um gênio como Telê Santana no banco de reservas, superando algumas das melhores equipes de todos os tempos do futebol brasileiro, sem ter uma equipe tão estrelada quanto os rivais é um ponto imprescindível para se analisar.

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Quantos títulos brasileiros o Atlético Mineiro tem?

Os maiores campeões da Copa do Brasil.

Quem ganhou o Brasileirão de 1937?

Em 4 de fevereiro de 1937, o 'Estado de Minas' destacou em matéria: "O Club Athletico Mineiro conquistou para Minas Geraes o título de Campeão Brasileiro!" – Minas Gerais ainda se grafava com a letra E. No dia anterior, o Galo goleou o Rio Branco, do Espírito Santo, por 5 a 1, e garantiu a taça antecipadamente.

Quem foi o 1 campeão brasileiro?

O campeão Brasileiro do ano de 71 foi o Clube Atlético Mineiro comandado por ninguém menos que Telê Santana.

Em que ano o Galo foi campeão dos Campeões?

O reconhecimento da conquista de 1937, título conhecido como "Campeão dos Campeões" (clique aqui e saiba mais), como Campeonato Brasileiro, pode fazer o Atlético-MG se tornar tricampeão da competição.