Qual a importância da Bacia do São Francisco para o Brasil?

A bacia do rio São Francisco é uma das doze regiões hidrográficas do Brasil, e possui grande importância para o país não somente pelo volume de água que é transportado, mas pelo potencial hídrico que pode ser aproveitado. A bacia abrange uma área de drenagem de cerca de 640 mil Km², o que corresponde a 8% do território nacional, percorrendo 2.830 km em sete estados brasileiros e atingindo mais de 521 municípios.

Qual a importância da Bacia do São Francisco para o Brasil?
Foto: pacgov

A bacia é formada pelo rio São Francisco, o principal curso d’água, e seus afluentes – aproximadamente 168 –, estendendo-se pelas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do Brasil, sendo a principal fonte de água doce na última citada.

Os principais afluentes em Minas Gerais são os rios: Paraopeba, Abaeté, das Velhas, Jequitaí, Paracatu, Urucuia, Verde Grande, Carinhanha, Corrente e Grande.

Durante muito tempo acreditou-se que a sua nascente fosse a Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, em Minas Gerais. Mas na verdade, sua nascente real está localizada na cidade de Medeiros, também em Minas Gerais. O rio atravessa o estado da Bahia, fazendo divisa ao norte com Pernambuco, e também dos estados de Sergipe e Alagoas, por fim desaguando no Oceano Atlântico. A área da bacia ainda engloba parte do estado de Goiás e do Distrito Federal.

Qual a importância da Bacia do São Francisco para o Brasil?
Foto: 14323530@N05

As regiões por onde passa o rio São Francisco possuem as condições naturais das mais diversas, podendo ser encontrados biomas como a Mata Atlântica (na Serra da Canastra – MG), o cerrado (entre o sudoeste baiano e Minas Gerais), a caatinga (nordeste baiano), o mangue e vegetação litorânea nas áreas de transição no Baixo São Francisco (Alagoas e Sergipe). Entretanto devido ao adensamento populacional próximo à bacia do rio São Francisco, principalmente na região metropolitana de Belo Horizonte, estes biomas encontram-se ameaçados.

Atualmente há cinco usinas hidrelétricas presentes na bacia do rio São Francisco: Paulo Afonso (BA), Três Marias (MG), Xingó (AL/SE), Sobradinho (BA/PE) e Itaparica (PE). Além do uso dos seus recursos hídricos para geração de energia elétrica, existe na região a prática da pesca e irrigação de plantações. A ocupação econômica da região também engloba a atividade mineradora, siderúrgica, industrial, agrícola e pecuária.

A precipitação média anual na bacia é de 1.036 mm, variando em cada região, como desde 600 mm no semiárido nordestino – entre Sobradinho e Xingó (BA) – até mais de 1.400 mm nas nascentes – Alto São Francisco (MG).

As características da bacia hidrográfica do rio São Francisco são únicas e nos levam à comparação com outros rios famosos de suma importância, que hoje o tornam conhecido também como “Nilo brasileiro”. Ambos possuem algumas similaridades, como estarem geograficamente localizados em regiões de clima árido, beneficiando as regiões onde passam.

O rio São Francisco nasce no estado de Minas Gerais, na serra da Canastra a uma altitude de 1.600 metros e desloca-se 2.700 km para o Nordeste. O rio desloca-se, em grande parte no semi-árido do Nordeste, tendo uma grande importância regional dos pontos de vista ecológico, econômico e social. Atualmente, os grandes aproveitamentos hidrelétricos, a irrigação, navegação, suprimento de água, pesca e aquicultura constituem os principais usos deste rio e de suas barragens. A bacia hidrográfica do São Francisco tem, aproximadamente 640.000 km, estende-se por regiões com climas úmidos, semi-árido, e árido; a bacia pode ser subdividida em quatro principais sub-bacias Alto, Médio, Sub-Médio e Baixo São Francisco. Muitos tributários do rio São Francisco são perenes, bem como o próprio São Francisco. No Médio São Francisco há tributários temporários na margem direita, onde predomina também a caatinga como vegetação. Na parte mais baixa do médio São Francisco a agricultura irrigada é predominantemente com fruticultura de exportação e produção hortícola. 

Os principais reservatórios do rio São Francisco, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xingó produzem energia hidrelétrica e se transformam em pólos regionais de desenvolvimento, com a intensificação de usos múltiplos nos últimos 10 anos: aquacultura, irrigação, suprimento de água, turismo e recreação, pesca comercial e pesca esportiva. Os dados para a represa de Xingó, indicam um reservatório pouco eutrofizado, mas com evidências claras de efeitos ambientais resultantes dos usos das bacias hidrográficas, principalmente na qualidade da água.

A vegetação da bacia do baixo São Francisco é predominantemente cerrado e Floresta Atlântica. O baixo São Francisco tem clima úmido, porém com tributários que provêm do semi-árido.  A descarga anual do rio São Francisco é de 94.000.000 mil m3. O fluxo varia de 2.100 a 2.800 m3/s com cerca de 3.000 m3/s próximo à foz. Estes fluxos são naturais, ocorrendo atualmente regularizações através dos reservatórios, para otimização dos usos das cheias.

O rio São Francisco tem uma enorme importância regional, e pode ser considerado como um dos principais fatores de desenvolvimento no Nordeste. Através de inúmeros planos de desenvolvimento, um conjunto de idéias de grande  porte foi sendo construído, de tal forma que um plano integrado de desenvolvimento, envolvendo agências de governo federal, governos estaduais, iniciativa privada foi gerado. Este plano, que incorpora várias idéias e projetos anteriores, enfatiza e propõe a promoção dos seguintes aspectos fundamentais do gerenciamente da bacia hidrográfica:

  • monitoramento e controle da qualidade das águas;
  • avaliação permanente dos impactos;
  • preparação de diagnósticos adequados;
  • recuperação das matas de galeria;
  • disciplinamento os usos da água;
  • proteção ambiental da bacia;
  • implementação de parques, reservas florestais e áreas de proteção ambiental;
  • articulação das atividades ambientais e integração com os usos do sistema;
  • ampliação do banco de dados hidrológico, meteorológico, ecológico, sociólogo, geomorfológico e econômico da bacia hidrográfica;
  • estabelecimento de uma autoridade de bacia hidrográfica para implantar os projetos;
  • estudos detalhados integrados sobre o projeto de transposição das águas do rio São Francisco, e seu impacto na bacia e em outras bacias hidrográficas.

Fonte: Águas Doces no Brasil – Capital Ecológico, Uso e Conservação. 2.° Edição Revisada e Ampliada. Escrituras. São Paulo – 2002. Organização e Coordenação Científica: Aldo da C. Rebouças; Benedito Braga. Capítulo 05 – Ecossistemas de Águas Interiores. J

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A bacia do São Francisco, além de fornecer água para o consumo humano, é muito importante para o desenvolvimento econômico da região, sobretudo nas áreas de clima semiárido. Através de sistemas de irrigação, é possível realizar atividades agropecuárias, com destaque para a criação de gado e o cultivo de frutas.

Qual a importância da Bacia do São Francisco para o Nordeste?

O Bacia do Rio São Francisco tem uma enorme importância econômica, social e cultural para a região, uma vez que suas águas servem para abastecer e fornecer energia para grande parte da população circundante (cerca de 520 municípios), além de servir de transporte e comunicação entre as cidades.

Qual é a importância da bacia?

A função de uma bacia hidrográfica é determinada pelo uso que é feito de suas águas, ou seja, depende do lugar onde a bacia se encontra e, automaticamente, das atividades desenvolvidas na região. A função primária da água consiste no abastecimento, que é o uso das águas na cidade e no campo para consumo humano.

Qual a principal característica da Bacia do São Francisco?

Principais Características Com uma extensão 2.863 km e uma área de drenagem de mais de 639.219 km2, estende-se desde Minas Gerais, onde o rio nasce, na Serra da Canastra, até o Oceano Atlântico, onde deságua, na divisa dos estados de Alagoas e de Sergipe.