Qual a diferença entre custos fixos e custos variáveis de 2 exemplos?

Resolvendo definitivamente as dúvidas sobre custo fixo e custo variável. Simples e objetivo. Para se perguntar depois: Por que eu não pensei nisso antes? 🙂

Quando fazemos o planejamento das despesas é bastante comum surgirem dúvidas na hora de definir se trata-se de um custo fixo ou variável.

Este conteúdo tem o objetivo de ensinar como fazer essa definição de uma forma simples e rápida:

1) Entenda qual a diferença entre fixo e variável

O que é custo fixo?

É aquele custo que você tem todo mês, independe se sua empresa operou/trabalhou, ou não.

Exemplos:

  • Aluguel
  • Salários
  • Internet
  • Pró-labore

Vamos tomar como exemplo o aluguel.

Supondo que a empresa pague mensalmente R$ 1.000,00 de aluguel.

Imagine que em um determinado mês sua empresa vendeu R$ 5.000,00. No segundo mês as vendas aumentaram para R$ 5.500,00. No terceiro mês houve uma pequena queda, sendo vendidos R$ 4.500,00.

Veja, independente das vendas terem aumentado ou diminuído, o aluguel será sempre o mesmo.

O fixo aqui refere-se à frequência em que acontecerá. Não confunda com o montante cobrado.

Um custo fixo pode sofrer alterações no seu valor. Mas ele não vai ser alterado em função das vendas.

A internet, por exemplo, uma vez ativada pelo provedor, será cobrada mensalmente. Por isso, pode ser classificada como um custo fixo.

A frequência pode variar conforme o caso: mensal, semanal, anual, entre outras.

Esteja atento, pois o custo fixo pode aumentar muito o preço de venda de um produto. Logo, vai comprometer a sua margem de lucro. Para ajustar isso, basta revisar o markup do produto. Faça isso utilizando esse exemplo: Markup: como calcular

Quando a empresa vende bastante, o custo fixo é diluído entre as vendas. No final, não vai gerar tanto impacto.

Mas se a empresa tem poucas vendas, um custo fixo alto se torna um problema complicado de gerenciar.

Veja isso na prática:

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Aluguel = R$ 1.000,00

Vendas = 100 unidades

Custo unitário por unidade:

R$ 1.000,00

———– = R$ 10,00 / unidade

100 unidades

Aluguel = R$ 1.000,00

Vendas = 110 unidades

Custo unitário por unidade:

R$ 1.000,00

———– = R$ 9,09 / unidade

110 unidades

Aluguel = R$ 1.000,00

Vendas = 90 unidades

Custo unitário por unidade:

R$ 1.000,00

———– = R$ 11,11 / unidade

90 unidades

Cada vez que o custo unitário aumenta, a rentabilidade vai ficando prejudicada.

Estes materiais a seguir trazem informações valiosas sobre Preço de custo e Preço de venda.

O que é custo variável?

É aquele custo que acontece ocasionalmente, sem uma frequência certa.

Esse tipo de custo só vai acontecer porque a empresa está ativa, vendendo ou produzindo.

Quando mais a empresa vender, mais custo variável ela terá.

Do mesmo jeito, quanto mais produzir, maior será o custo variável.

Exemplos:

  • Horas extras
  • Comissões sobre vendas
  • Impostos

Veja na prática como o custo variável influencia na sua lucratividade.

Utilizando os mesmos valores do exemplo anterior, digamos que a empresa estabeleceu que para cada unidade vendida, o vendedor irá ganhar uma comissão de 5%:

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Vendas = R$ 5.000,00

Comissões = R$ 250,00

Vendas = R$ 5.500,00

Comissões = R$ 275,00

Vendas = R$ 4.500,00

Comissões = R$ 225,00

As comissões vão variando conforme o tempo vai passando, pois elas são influenciadas pelo montante de vendas.

Outro exemplo interessante sobre o custo variável é o da matéria-prima.

Imagine uma empresa que vende sanduíches. Ela vai precisar ter um estoque de matérias-primas para produzi-los.

Exemplos (Valores fictícios para fins de cálculo apenas):

  • Pão: R$ 1,00
  • Alface: R$ 0,10
  • Queijo: R$ 0,30
  • Tomate: R$ 0,50
  • Presunto: R$ 0,70
  • Total: R$ 2,60

No exemplo acima, para produzir um único sanduíche, o custo seria de R$ 2,60.

O custo da matéria-prima para produção vai aumentar conforme as unidades produzidas:

  • 1 sanduíche = R$ 2,60
  • 10 sanduíches = 10 X R$ 2,60 = R$ 26,00
  • 50 sanduíches = 50 X R$ 2,60 = R$ 130,00

Logo, pão, alface, queijo, tomate e presunto, em nosso exemplo, tornam-se custos variáveis conforme a produção vai acontecendo.

Veja a seguir, o casos que sempre geram dúvida na hora de classificar entre fixo e variável: Custo fixo e variável: casos mais polêmicos de classificar

Investimentos

Investimentos são uma outra classe de gastos na empresa.

Eles não são custos fixos ou variáveis.

Exemplos:

  • Consórcio para renovação frota
  • Empréstimo para aquisição equipamento
  • Matéria-prima
  • Compras parceladas de equipamentos
  • Reservas para despesas futuras

Esses casos você pode decidir se deseja ou não realizar. Por isso, podem ser considerados com investimentos.

Comparando com um imposto, onde o custo não pode deixar de ser pago, os investimentos, mesmo que não sendo a melhor opção, podem ser travados por um tempo.

Dentre as opções, você pode se desfazer do objeto comprado, vendendo um equipamento financiado, pode parar por um tempo a ideia da reserva que estava sendo feita, entre outros.

Qual a diferença entre custos fixos e custos variáveis de 2 exemplos?

2) Tenha em mente a seguinte estrutura

Tenha em mente a seguinte estrutura:
(+) Receita
(-) Custo variável
(=) Receita líquida
(-) Custo fixo
(=) Lucro bruto
(-) Investimentos
(=) Lucro líquido

Receita = Total faturado no período
Custo variável = Total dos custos variáveis do período
Receita líquida = Sobra da Receita – custo variável
Custo fixo = Total dos custos fixos do período
Lucro bruto = Receita líquida – custos fixos
Investimentos = Total dos investimentos do período
Lucro líquido = O que realmente sobrou no período

Observe que esta estrutura permite visualizar quanto foi gasto realmente com cada um dos custos e identificar o lucro oficial, além de considerar o que foi investimento.

Para facilitar a compreensão, a seguir, a mesma estrutura agora com valores de exemplo:

Qual a diferença entre custos fixos e custos variáveis de 2 exemplos?

Disponibilizamos a seguir, essa mesma estrutura em uma planilha para você utilizar:

Ao olhar para os números dessa forma, é possível perceber:

  • quanto é o lucro do período (lucro bruto) e quanto usamos desse valor para investimentos. Inclusive, sobre investimentos é importante analisar com calma onde investir. Este material detalha esse assunto: Investimento: onde deve ser realizado na gestão de empresas? ;
  • quanto realmente temos de despesa em cada grupo (fixo, variável e investimentos);
  • como se comportam os custos ao longo dos próximos meses. Tendo a previsão do que está por vir, fica possível agir para melhorar algum resultado que pode estar sinalizando ser ruim ali na frente. Neste material a seguir, detalhamos mais sobre essa visão: Fluxo de caixa;
  • indevidas variações nos custos ao longo dos meses. Essa visão é extremamente importante para manter a saúde financeira da empresa. Uma das formas mais eficientes de olhar para isso é pelo DRE. Detalhamos ele aqui: DRE: como fazer um demonstrativo;
  • a clareza em que se visualiza a saúde financeira do negócio.

Muitas vezes nos preocupamos com os resultados encontrados, mas estamos analisando as informações categorizadas de uma forma diferente do que deveriam.

3) Pense em seu controle e escolha como deseja ver suas despesas nele

Uma vez reconhecido os diferentes tipos de custos e investimentos e tendo em mente como funciona a estrutura básica de um controle financeiro fica possível olhar para as despesas e definir onde se encaixam.

Note que cada negócio tem a sua opinião sobre cada despesa. O objetivo de categorizá-las é chegar no mais claro controle financeiro possível, dentro da realidade da sua empresa.

Para definir onde se enquadra determinada despesa siga o seguinte raciocínio:

a) Com qual frequência ela acontece? (fixo ou variável)
b) É uma despesa que me foi imposta ou eu decidi tê-la? (é um custo ou investimento)
c) Quando eu visualizar meu controle do mês ela fará mais sentido onde? (fixo, variável ou investimento)

Qual o próximo passo?

Uma vez que já se tem conhecimento sobre como classificar corretamente as despesas, o próximo passo é relacioná-las baseado na sua realidade.

Com a planilha modelo disponibilizada acima, utilize este material a seguir para montar a sua próxima relação de despesas e receitas: Plano de contas: como funciona

Caso já tenha o seu plano de contas prontinho, então já pode pular direto para a parte de analisá-lo e verificar o que pode melhorar nele. Utilize esse material para isso: Ponto de equilíbrio: como encontrá-lo

Casos que sempre geram dúvida na hora de classificar entre fixo e variável

Veja a seguir, o casos em que pode ser discutível classificar um custo entre fixo e variável: Custo fixo e variável: casos mais polêmicos de classificar

Qual é a diferença de custo fixo e custo variável de exemplos?

De maneira geral, a diferença entre custo fixo e custo variável é de que o primeiro passará por menos variações quando há aumento ou redução na produção ou nas vendas, enquanto o segundo irá oscilar de acordo com essas atividades do seu negócio.

O que são custos variáveis cite 4 exemplos?

São exemplos de custo variável: matéria prima; custos com logística e entrega; comissão de vendas; taxas de remessa.

O que é custos fixos e exemplos?

São exemplos de custos fixos o salário de funcionários, o aluguel de máquinas ou equipamentos envolvidos na confecção de produtos ou prestação de serviços, a manutenção de equipamentos, além de outros gastos envolvidos na fabricação de um produto ou prestação de serviço que se mantém fixos.

Quais os exemplos de custos fixos?

9 exemplos de custos fixos em uma empresa.
Manutenção periódica de equipamentos;.
folha de pagamento e mão de obra;.
serviços de segurança e limpeza;.
matérias primas do produto;.
aluguel;.
vale-combustível, vale-refeição e outros benefícios;.
contas de energia elétrica, telefone e internet;.
seguros;.