Qual a contribuição os cercamentos ingleses deram a Revolução Industrial?

Com estes exercícios sobre Cercamentos e Revolução Industrial Inglesa, você pode testar os seus conhecimentos sobre essa importante medida econômica tomada na Inglaterra. Publicado por: Cláudio Fernandes

Para que ocorresse a Revolução Industrial na Inglaterra (e não em outro país), muitos fatores de ordem política, econômica e social tiveram que ocorrer. Entre esses fatores, podemos apontar:

a) os cercamentos dos campos e a migração em massa dos camponeses para os centros urbanos.

b) a mecanização da agricultura e permanência dos camponeses em suas terras de origem.

c) a socialização dos meios de produção na zona rual inglesa.

d) a queda do regime parlamentarista britânico.

e) a migração em massa dos trabalhadores urbanos para o meio rural.

(Cesgranrio) A consolidação do processo de industrialização na Inglaterra, ocorrida na primeira metade do século XIX, relaciona-se corretamente com a (o):

a) extinção do processo de cercamento dos campos ("enclousures").

b) supremacia da ideologia liberal.

c) fortalecimento da produção através das corporações de ofício.

d) surgimento do capitalismo financeiro e oligopolista.

e) êxodo da mão de obra especializada das cidades para o campo.

Leia o texto:

“A promulgação da lei dos cercamentos em 1710, pelo Parlamento inglês, estabeleceu-se como uma das primeiras formas de exclusão no campo propiciadas pelo Estado, durante o século XVI. Os camponeses que viviam dos arrendamentos se viram obrigados a trabalhar por salários miseráveis nas terras dos senhores ou migrarem para as cidades.” (OLIVEIRA, Renata Sibéria de; SANTOS, Josefa de Lisboa. Da Natureza do estado ao estatuto de estado provedor: lógica da reprodução do espaço agrário no Brasil. Revista GEONORDESTE, São Cristóvão (SE) Ano XXII, n.1, p. 193).

Partindo das informações do texto acima, podemos afirmar que a promulgação da lei dos cercamentos na Inglaterra do início do século XVIII:

a) viabilizou a compra de terras por parte dos camponeses pobres.

b) pressionou os camponeses a migrarem para os centros urbanos, onde a indústria se desenvolvia.

c) inviabilizou o desenvolvimento da indústria.

d) atraiu para o campo as pessoas que moravam nas cidades.

e) provocou o descrédito do Parlamento Inglês junto à população.

A lei do Cercamentos aumentou a produtividade agrícola nos campos. Esse fator contribuiu decisivamente para:

a) a escassez de alimentos em toda a Europa.

b) a escassez de mão de obra nas cidades.

c) uma crise de superprodução alimentícia.

d) o abastecimento da população urbana.

e) inviabilidade do escoamento dos grãos.

respostas

Letra A

Um dos efeitos da lei dos cercamentos na Inglaterra foi a mobilização de uma grande massa de camponeses em direção aos centros industriais. Isso acabou por formar o contingente de pessoas que se transformaria na classe operária inglesa, que foi decisiva para o desenvolvimento da indústria.

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Letra B

Com o avanço das transformações tecnológicas provocado pela Revolução industrial, a organização do sistema capitalista precisou de uma legitimação no plano teórico. O nascimento da moderna ciência econômica e, com ela, do liberalismo foi um alicerce teórico para compreender e legitimar o advento da industrialização.

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Letra B

Os cercamentos contribuíram para o êxodo rural inglês, já que as populações de menos posses e riquezas não conseguiam mais manter seus negócios no campo e concorrer com a modernização agrícola dos grandes proprietários.

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Letra D

A modernização agrícola na Inglaterra, viabilizada pela lei dos Cercamentos, proporcionou um grande aumento da produção de grãos e de outros produtos. Essa ampliação produtiva foi decisiva para suprir as necessidades de alimentos da população urbana crescente (sobretudo nas zonas industrias).

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Qual a contribuição os cercamentos ingleses deram a Revolução Industrial?

Leia o artigo relacionado a este exercício e esclareça suas dúvidas

Introdução

A Revolução Industrial designa um processo de profundas transformações econômico-sociais que se iniciou principalmente na Inglaterra. Em meados do século XVIII. Caracteriza-se pela passagem da manufatura à indústria mecânica. A introdução de máquinas fabris multiplica o rendimento do trabalho e aumenta a produção global. A Inglaterra adianta sua industrialização em 50 anos em relação ao continente europeu e sai na frente na expansão colonial. Entre as principais características da sociedade industrial, podemos citar: a organização das mais diversas atividades humanas pelo capital; a predominância da indústria na atividade econômica e o crescimento da urbanização. Vários historiadores têm dividido o processo de criação das sociedades industriais em duas fases, a primeira com duração de 1760 a 1860 e a segunda iniciada por volta de 1860. Com essa revolução surgiram também novas formas de energia, como a eletricidade e os combustíveis derivados do petróleo. A velha Europa agrária foi se tornando uma região com cidades populosas e industrializadas. Com tempo, a Revolução Industrial influenciou profundamente a vida de milhões de pessoas em todas as regiões do planeta.

Fatores da Primeira Revolução Industrial

Revolução Comercial

A primeira etapa da industrialização foi gerada pela Revolução Comercial, realizada entre os séculos XV e XVIII, principalmente em alguns países da Europa centro-ocidental. Para esses países, a expansão do comércio internacional trouxe um extraordinário aumento da riqueza, permitindo a acumulação de capitais capazes de financiar o progresso técnico e alto custo da instalação de industrias.

A burguesia européia, fortalecida com o desenvolvimento dos seus negócios, passou a se interessar pelo aperfeiçoamento das técnicas de produção e a investir no trabalho de inventores na criação de máquinas e experiências industriais.

Além disso, a Revolução Comercial resultou num aumento incessante de mercados, isto é, do lugar geográfico das trocas.

A ampliação das trocas, que a partir do século XVI os europeus passaram a realizar em escala planetária, levou a radical alteração nas formas de produzir de alguns países da Europa ocidental.

O aumento da divisão do trabalho

Com a expansão do comércio, o trabalho artesanal, realizado com ferramentas, típico das corporações de ofício, foi sendo substituído por um trabalho mais dividido, que exigiu a utilização de máquinas numa escala crescente. A produtividade foi incomparavelmente maior. Na França, por exemplo, os sapatos eram produzidos de forma artesanal: um mesmo artesão cortava, costurava, ou seja, realizava sozinho diversas tarefas que resultavam na fabricação de um sapato. Depois da extinção das corporações e do crescimento do mercado, cada operário no interior das fábricas nascentes foi especializado numa determinada tarefa.

A utilização de máquinas

Muito cedo verificou-se que maior produtividade e maiores lucros para os empresários poderiam ser obtidos acrescentando-se ao trabalho dividido o emprego de máquinas em larga escala.

A sociedade industrial caracterizou-se fundamentalmente pela utilização sistemática de maquinário na produção e no transporte de mercadorias.

Para compreender a importância das máquinas, basta lembrar que elas, ao contrário das ferramentas, realizam trabalho utilizando basicamente forças da natureza, como o vento, a água, o fogo, o vapor, e um mínimo de força humana.

Alguns pensadores afirmam que a humanidade realizou seus maiores progressos criando máquinas para utilizar as energias da natureza. O progresso se realizou nos momentos em que a humanidade conseguiu fazer as forças da natureza trabalharem por ela por meio das máquinas.

A exigência de produzir mais, com o aumento das trocas, praticamente “forçou” o progresso técnico, que passou a constituir um dos traços mais significativos do moderno e contemporâneo.

Revolução Industrial na Inglaterra

A primeira fase da revolução industrial (1760-1860) acontece na Inglaterra. O pioneirismo se deve a vários fatores, como o acúmulo de capitais e grandes reservas de carvão. Com seu poderio naval, abre mercados na África, Índia e nas américas para exportar produtos industrializados e importar matérias-primas. Ao longo dos séculos XVI, XVII E XVIII, houve o acúmulo de capitais em mãos de um pequeno grupo investidor. Esses capitais provinham do comércio colonial, do contrabando, do tráfico de escravos, de transações com outros países. Esses capitais eram igualmente acumulados através de operações no setor da produção agrícola. Esses capitais não eram atingidos por tributos elevados e desde o século XVII dispunham de uma empresa bancária sólida  o Banco da Inglaterra , onde inclusive poderiam ser depositados com amplas garantias, sem se esquecer a possibilidade de obtenção de créditos.

Os setores empresariais dispunham de mão-de-obra numerosa e dependente, pois desvinculada dos meios e instrumentos de produção. Essa mão-de-obra crescia em função do aumento demográfico causado pela diminuição do índice de mortalidade e manutenção de alto índice de natalidade, pelo êxodo rural provocado pelos “enclosures” que criavam numerosos indivíduos sem emprego, e pela falência das corporações de ofício, o que, posteriormente, foi ampliado com o declínio das manufaturas.

Com a mecanização, aumentando a produção e os lucros, as indústrias se expandiram, embora determinados setores da produção industrial conhecessem progressos mais rápidos do que os verificados em outros setores.

No setor dos transportes, duas invenções foram importantíssimas: o navio a vapor, construído por Robert Fulton (1807), e a locomotiva a vapor, idealizada por George Stephenson (1814).

Fatores da Revolução inglesa

Acúmulo de capital – Depois da Revolução Gloriosa a burguesia inglesa se fortalece e permite que o país tenha a mais importante zona livre de comércio da Europa. O sistema financeiro é dos mais avançados. Esses fatores favorecem o acúmulo de capitais e a expansão do comércio em escala mundial.

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Controle do campo – Cada vez mais fortalecida, a burguesia passa a investir também no campo e cria os cercamentos (grandes propriedades rurais). Novos métodos agrícolas permitem o aumento da produtividade e racionalização do trabalho. Assim, muitos camponeses deixam de ter trabalho no campo ou são expulsos de suas terras. Vão buscar trabalho nas cidades e são incorporados pela indústria nascente.

Crescimento populacional – Os avanços da medicina preventiva e sanitária e o controle das epidemias favorecem o crescimento demográfico. Aumenta assim a oferta de trabalhadores para a indústria.

Reservas de carvão – Além de possuir grandes reservas de carvão, as jazidas inglesas estão situadas perto de portos importantes, o que facilita o transporte e a instalação de indústrias baseadas em carvão. Nessa época a maioria dos países europeus usa madeira e carvão vegetal como combustíveis. As comunicações e comércio internos são facilitados pela instalação de redes de estradas e de canais navegáveis. Em 1848 a Inglaterra possui 8 mil km de ferrovias.

Situação geográfica – A localização da Inglaterra, na parte ocidental da Europa, facilita o acesso às mais importantes rotas de comércio internacional e permite conquistar mercados ultramarinos. O país possui muitos portos e intenso comércio costeiro.

Expansão Industrial

A segunda fase da revolução (de 1860 a 1900) é caracterizada pela difusão dos princípios de industrialização na França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Estados Unidos e Japão. Cresce a concorrência e a indústria de bens de produção.

Primeiro automóvel a gasolina industrializado Nessa fase as principais mudanças no processo produtivo são a utilização de novas formas de energia (elétrica e derivada de petróleo o aparecimento de novos produtos químicos e a substituição do ferro pelo aço.

Nesta fase formaram-se empresas gigantescas, algumas das quais deram origem às multinacionais do século XX. Surgiram eletricidade e os combustíveis derivados do petróleo.

Conseqüências da Revolução Industrial

Empresários e proletários

O novo sistema industrial transforma as relações sociais e cria duas novas classes sociais, fundamentais para a operação do sistema. Os empresários (capitalistas) são os proprietários dos capitais, prédios, máquinas, matérias-primas e bens produzidos pelo trabalho. Os operários, proletários ou trabalhadores assalariados, possuem apenas sua força de trabalho e a vendem aos empresários para produzir mercadorias em troca de salários.

Exploração do trabalho

No início da revolução os empresários impõem duras condições de trabalho aos operários sem aumentar os salários para assim aumentar a produção e garantir uma margem de lucro crescente. A disciplina é rigorosa mas as condições de trabalho nem sempre oferecem segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassa 15 horas, os descansos e férias não são cumpridos e mulheres e crianças não têm tratamento diferenciado.

Movimentos operários

Surgem dos conflitos entre operários, revoltados com as péssimas condições de trabalho, e empresários. As primeiras manifestações são de depredação de máquinas e instalações fabris. Com o tempo surgem organizações de trabalhadores da mesma área.

Sindicalismo – Resultado de um longo processo em que os trabalhadores conquistam gradativamente o direito de associação. Em 1824, na Inglaterra, são criados os primeiros centros de ajuda mútua e de formação profissional. Em 1833 os trabalhadores ingleses organizam os sindicatos (trade unions) como associações locais ou por ofício, para obter melhores condições de trabalho e de vida.

Os sindicatos conquistam o direito de funcionamento em 1864 na França, em 1866 nos Estados Unidos, e em 1869 na Alemanha.

Aumento da produção e da urbanização

Em virtude da Revolução agrícola que diminuiu a necessidade de muita mão-de-obra nos meios rurais

Industrialização e Mundo Colonial

O aumento da produção industrial no início do século XIX fez com que a burguesia inglesa se preocupasse cada vez mais com a abertura constante de novos mercados. Para a Inglaterra tornou-se interessante a derrubada das barreiras mercantilista que criavam obstáculos ao comércio internacional.

Nas primeiras décadas do século XIX, os ingleses contribuíram decisivamente para a derrubada do Pacto Colonial na América ibérica, apoiando os grupos locais que lutavam pela independência. Com o fim da dominação colonial de Portugal e Espanha, iniciou-se nessa parte da América uma fase de dominação do imperialismo inglês.

Revolução nos Transportes

No início do século XIX, a máquina a vapor começou a ser utilizada nos meios de transporte. Data de 1807 o primeiro barco a vapor. Em 1825, na Inglaterra, o engenheiro George Estephenson conseguiu construir a primeira estrada de ferro.

Com o barco a vapor e as estradas de ferro, o tempo das viagens diminuiu, o custo dos transportes baixou e aumentou ainda mais o volume das trocas, isto é, o mercado. Com o aumento das trocas e a conseqüente necessidade de produzir mais, tornaram-se cada vez maiores os avanços da industrialização.

Conclusão

Chegamos a conclusão de que a Revolução Industrial foi para trazer transformações econômicas-sociais que consistia em ampliar os limites de suas relações comerciais e desenvolver mercados em outros continentes. E nesse esforço para expandir a região desenvolvia com maior rapidez seus recursos minerais, fontes de energia e outros.

Bibliografia

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AQUINO, R. S. L. de; ALVARENGA, F. J. M. de; FRANCO, D. de A & LOPES, O .
G.P.C. História das sociedades. Ed. Ao livro técnico S/A . Rio de Janeiro 1985.
AMANAQUE Abril CD-ROM. Ed. Abril Multimídia. 1995

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Qual foi a contribuição dos cercamentos para Revolução Industrial?

Com a Lei de Cercamentos, a burguesia pôde se desenvolver na zona rural, transformando os camponeses em operários e criando as bases para a Revolução Agrícola. A Revolução Industrial transformou o mundo após seu desenvolvimento na Inglaterra, principalmente a partir do século XVIII.

O que a revolução inglesa contribuiu para a Revolução Industrial?

Na área econômica, a revolução garantiu a consolidação do poder da burguesia na Inglaterra e a presença maior de seus representantes no Parlamento. Dessa forma, foram criadas leis que beneficiaram a burguesia e abriram espaço para a instalação das primeiras indústrias em território inglês.

O que foram os cercamentos durante a Revolução Industrial?

Por meio dos cercamentos foi o fenômeno pelo qual as terras de uso coletivo na Grã-Bretanha começaram a ser cercadas para que passassem a ser terras de uso individual. Esse fenômeno se intensificou durante a época da Dinastia Tudor no Século XVI. O cercamento teve início ainda no século XII.

Qual a relação entre a industrialização inglesa e os cercamentos?

Um dos efeitos da lei dos cercamentos na Inglaterra foi a mobilização de uma grande massa de camponeses em direção aos centros industriais. Isso acabou por formar o contingente de pessoas que se transformaria na classe operária inglesa, que foi decisiva para o desenvolvimento da indústria.