Quais são os tipos de circuncisão?

Um homem circuncidado tem menos probabilidade de contrair HIV? E o risco de a sua parceira desenvolver cancro diminui? Esclareça todas as dúvidas.

A circuncisão é uma intervenção cirúrgica em que se remove o prepúcio, a pele que cobre a glande. Avança-se para esta técnica quando o orifício do prepúcio é tão estreito e fibroso que não permite a exposição da glande, o que poderá dificultar a micção ou as relações sexuais. Em Portugal são crescentes os pedidos, por motivos religiosos, para que esta cirurgia se realize. É um procedimento realizado em ambulatório, com anestesia geral, em crianças de todas as idades e adultos. Mas são muitas as ideias erradas que existem e que António Bessa-Monteiro, coordenador de Cirurgia Pediátrica do Hospital Lusíadas Porto, esclarece de seguida:

1.A circuncisão não deve ser feita na infância. Deve aguardar-se pelo início da vida sexual.

Mito. É uma afirmação sem sentido. A circuncisão deve ser feita quando existe indicação para tal. E pode ser muito precocemente. A balanite xerótica obliterante provoca uma fimose tão elevada do prepúcio que o seu orifício estreita e dificulta a micção. Se não se fizer a cirurgia, a fimose pode estender-se ao trato urinário no início da glande com piores consequências.

2. Todas as pessoas com fimose devem ser circuncidadas.

Mito. Se não for uma situação como a balanite xerótica obliterante, o cirurgião pediátrico ou o urologista podem optar por uma cirurgia conservadora que preserve o prepúcio, como o alargamento do orifício prepucial. Depois da intervenção, o pénis fica esteticamente igual e mantém o prepúcio. Outra abordagem é a utilização de uma pomada corticoide.

3. Uma criança que seja circuncidada recupera mais depressa do que um adulto.

Facto. A recuperação é curta em qualquer dos casos, porque não é necessário tirar pontos (os pontos utilizados na cirurgia são absorvidos pela pele). Mas no caso de um adulto, a recuperação demora mais - e pode ser mais dolorosa - por ter ereções com maior frequência.

4. Um pénis não circuncidado requer maiores cuidados de higiene.

Facto. Como não há prepúcio, é mais fácil fazer a higiene do pénis. E liberta menos odor porque não existe a secreção de esmegma.

5. A taxa de infeção devido a uma doença sexualmente transmissível (incluindo o HIV) é menor num homem circuncidado.

É possível. Não está provado, apesar de existirem sugestões no sentido de que, como é a mucosa do prepúcio que facilita a introdução do HIV, se esta foi tirada de um pénis circuncidado este será menos permeável ao vírus.

6. O risco de uma mulher contrair cancro do colo do útero (HPV) é menor quando o seu parceiro é circuncidado.

É possível. A teoria é que a transmissão do HPV é facilitada quando o pénis não é circuncidado, porque tem o esmegma. Mas não existem evidências científicas disso. Desde que haja uma boa higiene, um pénis não circuncidado é igual a um pénis circuncidado.

7. Um homem não circuncidado tem mais prazer.

Mito. Não é no prepúcio que estão os milhares de fibras nervosas que transmitem a sensação de prazer. Essas existem no pénis e lá continuam mesmo quando um homem é circuncidado. Mas é facto que o prepúcio protege a glande. Sem ele, a glande fica mais sensível. No caso da roupa, a glande fica em contacto com outros materiais e a sensibilidade diminui ligeiramente.

8. Depois de circuncidado, o homem tem maior risco de sofrer de disfunção erétil.

Mito. A disfunção erétil nada tem que ver com a circuncisão.

9. A ejaculação precoce é controlada com a circuncisão.

É possível. Mas este não é o caminho clinicamente indicado para controlar a ejaculação precoce.

10. O prazer feminino é diferente quando o parceiro é circuncidado?

Mito. Durante uma relação sexual, o prepúcio retrai e a glande fica sempre exposta, seja o homem circuncidado ou não.

Especialidades em foco neste artigo

Circuncisão é uma operação cirúrgica que remove o prepúcio, uma pele que cobre a glande do pênis. É um termo oriundo do latim, que significa cortar ao redor. A cirurgia de circuncisão é realizada há mais de 5 mil anos, muito por motivos religiosos, como muçulmanos e judeus.

A circuncisão masculina é o tipo mais praticado desde o século XIX. Em alguns países, como os Estados Unidos, é considerada uma operação muito vulgar, pois se diz que a remoção da pele favorece a masturbação e a prática de atos sexuais.

Há muitos anos, a circuncisão era mais comum, mas atualmente, tirando em casos religiosos, a prática regular de hábitos de higiene está substituindo os benefícios da cirurgia.

Um possível motivo para o início da cirurgia de circuncisão é que, em muitas culturas, o início da puberdade é um momento especial. Assim, a cirurgia seria como um ritual de passagem, demonstrando a entrada do jovem na vida adulta.

Circuncisão na Bíblia

Na Bíblia, mais concretamente no Velho Testamento, a circuncisão aparece como uma marca do povo de Deus, algo que era um mandamento de Deus. Antigamente, em Israel, a circuncisão era sempre feita no oitavo dia.

No Novo Testamento, com a vinda de Jesus e nos dias de hoje, a marca do povo de Deus se encontra no coração, porque aqueles que aceitam Jesus e vivem de acordo com os seus mandamentos têm um coração novo e uma vida transformada. O apóstolo Paulo explica isso mesmo em Romanos (capítulo 2, versículo 29), onde introduz o conceito de "circuncisão do coração".

Circuncisão feminina

A circuncisão feminina, também chamada de mutilação genital feminina (MGF), é uma prática realizada em vários países, principalmente na África e na Ásia. É uma operação que amputa o clitóris da mulher, para que ela não sinta prazer na relação sexual. Não há fundamentos religiosos para essa operação, é apenas uma forma de controlar as mulheres e torná-las dependentes dos homens.

A circuncisão feminina é uma prática que gera danos irreparáveis tanto no âmbito físico como psicológico e, em muitos casos, causa mesmo a morte de muitas meninas.

Waris Dirie, autora do livro Flor do Deserto e embaixadora da ONU contra a circuncisão feminina, afirma que a dor é indescritível. A modelo foi circuncidada quando tinha 5 anos.

Em determinadas culturas, muitas pessoas acreditam que se essa mutilação não ocorrer a mulher não conseguirá encontrar um marido, já que uma mulher circuncidada é sinal de pureza. Mulheres que não apresentam tal condição são muitas vezes excluídas pelo resto da sociedade.

Circuncisão no caso de fimose

A circuncisão (postectomia) é a cirurgia aconselhada para solucionar o problema da fimose. A fimose é a impossibilidade de puxar completamente para trás a pele do prepúcio que reveste a glande.

Normalmente o prepúcio se solta de forma natural antes dos 3 anos. Na fimose, isso não acontece, pois há uma espécie de anel apertando essa extremidade, o que impede que o prepúcio seja recolhido.

Veja também: eunuco.

Qual é a verdadeira circuncisão?

Circuncisão é uma operação cirúrgica que remove o prepúcio, uma pele que cobre a glande do pênis. É um termo oriundo do latim, que significa cortar ao redor. A cirurgia de circuncisão é realizada há mais de 5 mil anos, muito por motivos religiosos, como muçulmanos e judeus.

Qual parte é cortada na circuncisão?

Circuncisão masculina é a remoção do prepúcio do pénis humano. No procedimento mais comum, o prepúcio é aberto, as aderências removidas e a pele separada da glande. Posteriormente é colocado um grampo próprio para estabilizar o pénis e a pele do prepúcio é cortada.

Qual a diferença entre circuncisão e postectomia?

resposta Circuncisão e operação de fimose (postectomia) são a mesma cirurgia, feita para retirar parte do prepúcio (pele) que recobre a glande (cabeça do pênis).

O que corta na circuncisão?

A circuncisão é uma intervenção cirúrgica em que se remove o prepúcio, a pele que cobre a glande.