Quais são as razões potenciais para não adesão ao tratamento medicamentoso Segundo a Organização Mundial da saúde?

Estudo pioneiro no Brasil revela pouca ades�o medicamentosa � importante doen�a cr�nica

Pouco conhecida, o L�pus Eritematoso Sist�mico (LES) caracteriza-se como uma doen�a cr�nica autoimune de causa desconhecida, acarretada pela produ��o de anticorpos contra as c�lulas do pr�prio organismo, impossibilitando o sistema imunol�gico de combater corpos estranhos. Pela primeira vez no Brasil, foi realizado um estudo avaliando a ades�o � terap�utica medicamentosa contra a doen�a, que resultou na defesa de disserta��o de mestrado em Sa�de P�blica na ENSP, por Marise Oliveira dos Santos.

O trabalho 'Avalia��o da Ades�o � Terap�utica Medicamentosa em Pacientes com L�pus Eritematoso Sist�mico Atendidos em Hospital Universit�rio na Cidade do Rio de Janeiro, Brasil' teve como orientador o pesquisador da ENSP, Jos� Fernando Verani, do Departamento de Epidemiologia e M�todos Quantitativos em Sa�de (Demos) e, segundo o professor, foi o primeiro estudo utilizando a modelagem hierarquizada na an�lise da ades�o � terap�utica medicamentosa, al�m de descrever, tamb�m pela primeira vez, o perfil s�cio demogr�fico do paciente com L�pus no Rio de Janeiro.

Quais são as razões potenciais para não adesão ao tratamento medicamentoso Segundo a Organização Mundial da saúde?

A mestranda buscou, em sua disserta��o, estimar a preval�ncia da ades�o � terap�utica medicamentosa e analisar associa��es com as caracter�sticas do regime de tratamento, da doen�a, das quest�es demogr�ficas, sociais e econ�micas, e dos profissionais e servi�os de sa�de em pacientes com LES. Para tal, foi desenvolvido um estudo com delineamento transversal em amostra aleat�ria composta de 246 mulheres com LES atendidas em hospital universit�rio na cidade do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados entre mar�o e agosto/2008, por meio de entrevistas individuais e revis�o de prontu�rios.

O pesquisador Fernando Verani explicou que um dos aspectos importantes que frequentemente prejudica a obten��o dos resultados pretendidos com a terap�utica medicamentosa � a n�o ades�o � prescri��o m�dica. Segundo a Organiza��o Mundial de Sa�de, os portadores de doen�as cr�nicas s�o potenciais candidatos ao seguimento inadequado � terap�utica medicamentosa. Estudos relatam que a baixa ades�o no L�pus Eritematoso Sist�mico (LES) pode conduzir � reca�das e potenciais danos ao organismo, aumento da frequ�ncia �s consultas e admiss�es hospitalares, conclus�es erradas sobre a efic�cia da terap�utica e perda de recursos das institui��es de sa�de. Em pa�ses em desenvolvimento existem poucas informa��es a cerca de quais fatores estariam mais relacionados � ades�o no LES.

Os resultados apresentados por Marise Santos mostram que houve predom�nio da doen�a em mulheres negras e pardas, geralmente na faixa et�ria entre a segunda e quarta d�cada de vida, e com uma m�dia de 5 medicamentos diferentes em uso para o tratamento do LES. Dentre as pacientes entrevistadas, 31,7% (n=78) foram classificadas como aderentes. As raz�es citadas para n�o ades�o foram o descuido com os hor�rios de administra��o (52,43%), o esquecimento (38,21%), devido a algum tipo de rea��o adversa aos medicamentos (13,8%) e a interrup��o do tratamento por melhora dos sintomas (7,72%). A regress�o m�ltipla hierarquizada revelou que os fatores associados com a ades�o foram: o comportamento frente � presen�a de rea��es adversas aos medicamentos, as altera��es hematol�gicas, a presen�a de manifesta��es muco-cut�neas, a legibilidade do receitu�rio m�dico, a escolaridade e o apoio familiar.

Durante sua exposi��o, dispon�vel na Biblioteca Multim�dia da ENSP, a mestranda informo que o estudo indica que a ades�o � terap�utica medicamentosa no LES � um fen�meno complexo e multifatorial. Uma an�lise hierarquizada revelou-se uma boa alternativa para avaliar a ades�o, pois permitiu visualizar as diversas etapas da an�lise. A identifica��o e an�lise dos fatores que podem levar � n�o ades�o � terap�utica medicamentosa, nos pacientes com LES, permitir�o desenvolver a��es de sa�de p�blica para reduzir as barreiras no tratamento, assim como os custos assistenciais e, principalmente promover melhor qualidade de vida dos pacientes.

Quais são as razões potenciais para não adesão ao tratamento medicamentoso Segundo a Organização Mundial da saúde?

Por fim, Marise dos Santos chamou aten��o para o fato de que os pacientes com L�pus n�o t�m acesso a programas de fornecimento de medicamentos pelo SUS. Seus resultados revelaram que apenas 6,4% dos pacientes obt�m seus medicamentos gratuitamente no SUS. Outro fato destacado foi a inexist�ncia de Programas de fornecimento de medicamentos espec�ficos para o L�pus pelo Minist�rio da Sa�de e secretarias estaduais de sa�de.

Al�m disso, algumas recomenda��es pr�ticas que poderiam ser implementadas como forma de aumentar a ades�o � terap�utica medicamentosa no L�pus, tais como a manuten��o de um sistema de registro leg�vel e de f�cil acesso aos dados individuais do paciente e do esquema terap�utico; estimular a inclus�o da rede familiar e social do paciente no tratamento, para que se sintam apoiados e encorajados no seguimento da terap�utica prescrita; ou promover uma boa articula��o entre os diferentes elementos da equipe multiprofissional de sa�de com a inser��o do Farmac�utico no acompanhamento do paciente.

Quais as principais causas da não adesão ou abandono do tratamento medicamentoso?

Os fatores relacionados com a não adesão ao tratamento descritos na literatura estão relacionados com características individuais do paciente, à doença em si, aos medicamentos utilizados e à interação entre o paciente e os serviços de saúde, entre outros20.

Quais as principais formas de não adesão ao tratamento?

Desta forma, o Ministério da Saúde afirma que existem dois tipos de pacientes que não seguem o tratamento: Involuntários: por falhas de conhecimento ou interpretação das instruções da equipe de saúde, esquecimento dos horários e desorganização.

Quais os fatores que influenciam o processo de adesão ao tratamento?

Vários fatores podem influenciar na adesão ao tratamento e podem estar relacionados ao paciente (sexo, idade, etnia, estado civil, escolaridade e nível socioeconômico); à doença (cronicidade, ausência de sintomas e conseqüências tardias); às crenças de saúde, hábitos de vida e culturais (percepção da seriedade do ...

Quais os fatores que comprometem a adesão ao tratamento medicamentoso pelo paciente?

O levantamento dos fatores que interferem na adesão terapêutica medicamentosa incluiu dados relacionados aos aspectos biossociais e culturais dos indivíduos, bem como a processos comportamentais de adaptação e compreensão da doença e do tratamento.