Quais são as possibilidades de trabalho e atuação do pedagogo na contemporaneidade?

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A Possibilidade de Atuacao Do Pedagogo Na Contemporaneidade

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A pedagogia no que se refere aos desafios e possibilidades da profissão do pedagogo. A pedagogia visa os processos educacionais, métodos, formas de ensino. É um campo do conhecimento que busca soluções para a prática educativa na sua integralidade e ao mesmo tempo autenticidade, apresentando um critério para a ação educativa. De forma objetiva conhecer o Pedagogo como um profissional que tem sua formação acadêmica na ciência da educação com novos campos de atuação na contemporaneidade e com oportunidades de atuação em locais não escolares em diferentes ambientes vinculados à educação, compreendendo assim interesses formativos como o a escola, hospital, presídio, empresas, administração escolar,  educação especial e pesquisa científica entre outras. Bem como conhecer os desafios da profissão. A educação é um processo de interação social dos mais importantes para o desenvolvimento social e acontece em todas as corporações, por meio de diversos meios de cooperação e em diferentes espaços, é praticada de forma que o indivíduo fortaleça suas habilidades, adaptando-se à sociedade, assim, a aprendizagem torna-se especializada e considerada um procedimento não institucionalizado.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Campos de atuação. Desafios.  

A Profissão

         A profissão do pedagogo ocorre no nível da aplicabilidade intermediária entre a teoria e a prática e é altamente compatível com outras profissões sociais e de saúde e aberta ao diálogo e ao trabalho em equipe. Com essas suposições, é capaz de responder positivamente aos problemas educacionais específicos e novos que a complexidade contemporânea coloca com urgência, questionando esta profissão. 

         Vamos conhecer os campos de atuação do pedagogo e os desafios da profissão. Dentre os lugares e áreas que o pedagogo pode atuar estão: Sala de aula; Empresas; Administração escolar; Hospitais; Educação Especial; Psicopedagogia e pesquisa científica.

         Pautando sempre nos seguintes autores: DAMIS (1988), KOWARZIK(1983), LIBÂNEO(1985, 1999,2002, 2006), MORINA(2004), NASCIMENTO (2010), VYGOTSKY(1989), Lei nº 7.210.

         O Pedagogo é o profissional que atua nas diversas áreas da prática educativa direta ou indiretamente vinculadas a organizações e processos de transmissão e assimilação de conhecimentos e modos de ação, mudanças de comportamento, visando a formação humana considerando sua história e seu contexto.

A DIDÁTICA E AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO – UM BREVE HISTÓRICO

         O termo Didática foi instituído pelo teórico João Amós Comênius, na obra Didática Magna e significa a "A Arte de Ensinar".

         O pedagogo alemão Schimied Kowarzik chama a didática de  ‘pedagogia da ciência’, sendo da teoria e da prática da educação, investigar teoricamente o fenômeno educacional, formular diretrizes para a prática a partir da própria ação, propondo princípios e normas relacionadas aos fins e aos meios de educação.(KOWARZIK, 1983, p.56).

         Segundo (LIBÂNEO, 2006, p.12), a didática está  entre os termos “atividade docente e atividade organizacional administrativa '' (gestão correlatadas). Desta forma, não é apenas a atividade pedagógica descaracterizada, mas também a atividade organizacional.

         DAMIS (1988, p. 13), relata a evolução da Didática em paralelo com a história da educação quando diz:

Desde os jesuítas, passando por Comênio, Rousseau, Herbart, Dewey, Snyders, Paulo Freire, Saviani, dentre outros, a educação escolar percorreu um longo caminho do ponto de vista de sua teoria e prática. Vivenciada através de uma prática social específica – a pedagogia -, esta educação organizou o processo de ensinar-aprender através da relação professor aluno e sistematizou um conteúdo e uma forma de ensinar (transmitir-assimilar) o saber erudito produzido pela humanidade. (DAMIS, 1988, p. 13).

Observamos o quadro a seguir e as principais tendências pedagógicas. 

 Quadro 1: Visão de mundo - Tendências pedagógicas. 

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/40132/

         No Brasil interesses sobre o estudo da didática  encontraram forte expressão no movimento ditatorial de 1964; a ditadura promoveu, no Brasil, melhor inserção dos elementos de ruptura engendrados em 1968, a partir das barricadas da juventude francesa, elementos que, certamente favoráveis às massas trabalhadoras, muito positivamente teriam influenciado para uma formação crítica do pedagogo e sua forma de ensinar.

          O movimento tecnocrático-educacional que monitorou a ditadura pós-64 incrementou um modelo de pedagogo que atenderia aos interesses do Estado, e prescreveu a hierarquização de diversas funções: administração, supervisão, planejamento, inspeção escolar etc. “O sistema de governo contribuía com a dominação nos diferentes escalões e instâncias, favorecendo que se buscasse subjugar consciências, ou congraçar-se com as consciências subalternizadas”, isto é, as pessoas pouco dispostas a abraçar o dinamismo da história, ajudar a explicitar contradições e encaminhar-se para a ruptura. (LIBÂNEO, 2002, p.10).

         A partir dos anos 80, com a expansão de diversos movimentos sociais e populares em defesa das crianças e dos adolescentes, se iniciou uma luta de enfrentamento baseada teórica e praticamente no marxismo. No sentido da resistência às forças conservadoras em visão crítica, foram fortes as influências de Marx, de Gramsci, de Althusser.

         O sentido era o de que a escola tomasse consciência da sua condição de espaço reprodutor de inaceitáveis dominações. Via-se que ela, ao invés, poderia ser o espaço de lutas contra grupos hegemônicos que, não por acaso, se apoderaram do Estado. (LIBÂNEO, 2002, p.13).

         A escola deixaria de ser o espaço da formação para a submissão, fazendo-se o lugar da autoconstrução e da construção de trabalhadores conscientes, jovens e adultos autônomos e responsáveis. Admitidos tanto a explicitação das contradições, como o movimento dinâmico da história, se popularizou a outra categoria, a da ruptura, bem compreendida a partir das concepções críticas de totalidade.

         Saindo do modelo escolar tradicional e passando pelo novo modelo escolar e Libertárias e Libertando as pedagogias O autor Libâneo (2002) nos mostrar os fundamentos da educação à luz de diferentes propostas didático-pedagógicas, onde  o educador,  a aprendizagem,  e a formação de um aluno e professor interações que apoiam. “A identidade profissional dos professores é, assim, vista como uma construção social marcada por múltiplos fatores que se integram, resultando numa série de representações”. (LIBÂNEO, 2002, p.17).

         Para LIBÂNEO; PIMENTA, 2002:

O perfil do pedagogo nos dias de hoje tem sido a preocupação constante de educadores comprometidos com o trabalho pedagógico. Selma Garrido Pimenta e José Carlos Libâneo têm debatido a respeito da temática do papel do pedagogo e da pedagogia e são parâmetros de análise para as discussões iniciais (LIBÂNEO; PIMENTA, 2002, p. 13).           

         Libâneo (1985) defende a Pedagogia Crítico-Social dos conteúdos, com a qual a perspectiva Crítico-Superadora dialoga como uma forma de transformação qualitativa, que observa a dinâmica da realidade, com uma visão de totalidade na construção do conhecimento, com a finalidade da formação de um sujeito que esteja inserido na sociedade, pois, ele consegue fazer a relação entre os dados da realidade e os conteúdos apreendidos, entendendo o significado deles para sua vida.

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO E OS DESAFIOS DA PROFISSÃO

         O papel de liderança que o profissional pedagogo pode exercer dentro da escola englobam à docência em sala de aula, a supervisão, orientação, gestão escolar, técnicos pedagógicos, professor de apoio, segundo professor, professor de reforço escolar, coordenação, inspeção escolar, essas funções que o pedagogo   assume no ambiente escolar, deve ser compreendido como sendo a capacidade de ouvir e ser ouvido, de conduzir os trabalhos de acordo com o diálogo, com as competências necessárias.

         Quanto o papel na gestão, supervisão e orientação em ambientes escolares, mostra como esses profissionais são uma ferramenta vital para a sobrevivência no atual ambiente escolar e como a implementação de propostas pedagógicas facilita o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e a melhoria da qualidade de ensino.

          A ação desses profissionais é atribuída a funções complexas, de apoio e parceria com o professor o tipo de relação que ele estabelece com o grupo de professores, ao qual lidera, passa a ser a essência do desenvolvimento de seu trabalho. O supervisor escolar e orientador devem trabalhar junto aos professores e famílias dos educandos.

         Na educação especial esse profissional atua como segundo professor, psicopedagogo, neuropsicopedagogo, professor de AEE e outras áreas inclusivas, a inclusão é um direito e um dever de todos, pois conforme a nossa Constituição Federal de 1988 traz que todos são iguais perante a lei.

         Segundo MORINA (2004, p. 43) “a inclusão pode ser definida como um modelo de educação que propõe escolas aonde todos possam participar”. Trata-se assim de uma filosofia educativa que pretende melhorar a aprendizagem e participação ativa de todo o aluno em um contexto educativo comum. O modelo de educação inclusiva se concebe como um processo inacabado que desafia a qualquer situação de exclusão, procurando mecanismos para eliminar as barreiras que obstaculizam uma educação para todos.

         Com relação a atuação do pedagogo nas empresas, o pedagogo passa ser peça chave no trabalho empresarial, servindo como mediador das esferas do sistema organizacional, segundo CARNEIRO, MACIEL, apud NASCIMENTO (2010, p.62):

Tendo em vista o desenvolvimento de novas habilidades, atendendo as demandas do mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que contempla o desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários. À medida que a sociedade se tornou tão complexa, há que se expandir a intencionalidade educativa para diversos contextos, abrangendo diferentes tipos de formação necessários ao exercício pleno da cidadania. Nessa perspectiva, as referências e reflexões sobre as diversas formas e meios de ação educativa deverão também constar do rol de atribuições de um pedagogo, e, mais que isto, referendar seu papel social transformador (CARNEIRO, MACIEL., s.d. apud NASCIMENTO, 2010, p.62).

         A função do pedagogo em relação a docência do ensino superior, é uma atividade complexa e desafiadora, que exige do professor uma constante disposição para aprender, inovar, questionar e investigar sobre como e por que ensinar. A mediação se torna importante para que o processo de ensino-aprendizagem se constitua. O docente e a mediação na construção dos saberes são necessários para promover a interação entre o aluno  e os colegas e entre o aluno  e o conhecimento.

         Para LIBÂNEO et.al (1999):

A profissão de professor precisa combinar sistematicamente elementos teóricos com situações reais. Por essa razão, ao se pensar um currículo de formação, a ênfase na prática como atividade formadora aparece, à primeira vista, como exercício formativo para o futuro professor. Entretanto, em termos mais amplos, é um dos aspectos centrais na formação do professor, em razão do que traz consequências decisivas para a formação profissional (LIBÂNEO; PIMENTA, 1999, p. 267).

           Muitos são os desafios que o professor irá enfrentar no dia a dia nas escolas, por tanto a formação docente é de extrema importância para realizar o trabalho pedagógico, muitas serão as  dificuldade de aprendizagem que estes alunos trarão consigo, por diferentes motivos, isso está muito além da escola, por mais que a escola tenha um suporte pedagógico qualificado e com todo o aparato didático, muitas crianças podem estar passando por tais dificuldades, pois essas questões também estão associadas ao convívio familiar. Sendo assim, usamos como principal fundamento o teórico Vygotsky (1989) em que afirma que o “desenvolvimento pode ser considerado como um processo através do qual as pessoas, a partir das estruturas disponíveis em cada momento, se apropriam da cultura do grupo social dentro do qual estão imersas”. (VYGOTSKY, 1989, p.127).

          Na atuação prisional as novas diretrizes através da Execução Penal (Lei N o . 7.210 / 84), que procurou legalmente os direitos de garantia para os presos e uma educação que pode ser realizada pelo Estado, bem como por instituições de ensino articuladas, buscando continuamente para responder aos impostos locais de cada prisão, fazendo disso mais uma área de atuação do pedagogo.

         Se recolocar em outra área que não seja a docência em sala de aula torna a profissão ainda mais difícil. Há pouco incentivo por parte das políticas públicas na valorização do professor seja na docência, na gestão, nas empresas ou outros órgãos.  Os principais fatores dos professores estarem evadindo-se da profissão são:

· Muitos professores brasileiros relatam se sentir desvalorizados. Um estudo recente mostrou que quase metade dos professores no Brasil não recomendaria a profissão docente aos alunos.

· Brasil superlotadas. Além disso, muitos professores no Brasil estão trabalhando em duas escolas diariamente. Isso se deve à falta de professores em muitas comunidades. Como resultado, eles ensinam em turnos de quatro horas com pouco tempo para o planejamento e estudo das aulas.

· A formação de professores não acontece em todos os municípios.

· Os salários dos professores no Brasil estão abaixo da média. De acordo com a OCDE, em 2018, o salário médio máximo para professores no Brasil era de R$ 24.100. Isso é em comparação com a média de US $ 45.900 por ano nos países vizinhos.

·  Isso coloca muitos professores em um nível socioeconômico mais baixo . Além disso, nos últimos anos, os baixos salários também contribuíram para várias greves de professores no Brasil , algumas das quais se tornaram violentas.

· A violência recente resultou na morte de dois professores. Em março de 2019, dois professores e cinco alunos foram mortos em um tiroteio em uma escola pública de Suzano. O incidente foi um dos vários 2000, que ainda são raros no Brasil, mas estão causando preocupação com a segurança das salas de aula e de professores e alunos.

· O uso da tecnologia como recurso educacional está crescendo.  O número de recursos educacionais disponíveis, incluindo aplicativos, planos de aula pré-preparados e vídeos online, aumentou significativamente, mas não suporta toda a demanda. 

        Infelizmente, tem havido alguns sinais preocupantes do mercado de trabalho de professores. Em primeiro lugar, as taxas de saída têm aumentado com o tempo. Baixos salários, condições precárias de trabalho, pouca perspectiva de progressão na carreira, trabalho importante e desgastante, mas sem reconhecimento; é preocupante a situação em que se encontra a educação em nosso país, poucos concursos públicos para efetivação são alguns desafios da profissão. O outro fator importante é a carga de trabalho. A jornada de trabalho dos professores tem aumentado ao longo do tempo.

CONSIDERAÇÕES

         Evidenciou-se que a intencionalidade é ferramenta, que associada aos aspectos políticos e jurídicos sociais, mostra-se um recurso pedagógico rico em possibilidades, legitimidades e adaptações importantes na formação dos indivíduos.

         Quando se pensa em educação, parece antagônico imaginá-la no ambiente prisional e nos hospitais, empresas e fora de instituições escolares. As dificuldades enfrentadas para implementar uma educação de qualidade nesses ambientes, com capacidade de ajudar e transformar o indivíduo. A partir dessa nova visão, busca-se um profissional que atenda às necessidades educacionais e desenvolva projetos visando o aprimoramento, a atuação, o desenvolvimento, a reintegração, a reintegração e a promoção da cidadania.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DAMIS. O. T. Didática: suas relações, seus pressupostos. In: VEIGA. I. P. A. (coord.). Repensando a didática. Campinas: Papirus, 1988.

KOWARZIK, Schmied W. Pedagogia Dialética . De Aristóteles a Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, 1983.

Lei de Execução Penal nº 7.210 de 11 de julho de 1984. Disponível em: https://www. camara. leg.br. Acessado em: 11 de setembro de 2021.

LIBÂNEO, J. “Ainda as perguntas: o que é pedagogia, quem é o pedagogo, o que deve ser o curso de Pedagogia” IN: PIMENTA, S. G. (Org.) Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002.

LIBÂNEO, J.C. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortêz, 2006.

LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1985.

LIBÂNEO, J. C; PIMENTA, S. G. Formação de profissionais da educação: visão crítica e perspectiva de mudança Educação & Sociedade: Revista quadrimestral de ciência da educação. Campinas: CEDES, 1999.

MORINA. A. Teoria e prática da educação inclusiva. Archidona: Cisterna, 2004.

NASCIMENTO. A. S et all. A atuação do pedagogo em espaços não escolares: desafios e possibilidades. Pedagogia em Ação, v. 2, n. 1, p. 1-103, fev./jun. 2010.

QUADRO 1: Visão de mundo - Tendências pedagógicas. Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/40132/. Acessado em: 09 de setembro de 2021.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes. 1989.

Quais são as possibilidades de atuação de um pedagogo?

Qual a importância do pedagogo na sociedade contemporânea?

Quais as possibilidades de atuação do pedagogo neste novo campo de educação?

Qual a importância do pedagogo na sociedade contemporânea e quais os principais desafios para a profissão?