Quais são as consequências da Revolução Francesa em Portugal e no Brasil?

Quais são as consequências da Revolução Francesa em Portugal e no Brasil?

A resposta da Igreja

A Revolução Francesa começou em 1789 e era anti-clerical e muito violenta. Os revolucionários queriam apagar todos os traços do cristianismo e, portanto, executaram milhares de católicos e confiscaram propriedades da Igreja.

Mais tarde, Napoleão Bonaparte conquistou Roma e os Estados Pontifícios. Em 1801, o Papa Pio VII assinou um tratado com Napoleão. Isto foi seguido por um reavivamento da Igreja na França, embora a Igreja ainda fosse muito limitada em sua liberdade. Depois que Napoleão foi derrotado em 1815, a Santa Sé recuperou o controle sobre a maioria dos Estados Papais.

A Revolução Francesa levou à opressão da Igreja. Papas e bispos assumiram posições defensivas. A vida religiosa floresceu novamente.

Isto é o que dizem os Papas

A Revolução Francesa [foi] uma tentativa de estabelecer o domínio da razão e da liberdade como uma realidade política ... A Europa do Iluminismo ficou fascinada com esses eventos, mas depois, conforme se desenvolveram, tiveram motivos para refletir de novo sobre a razão e liberdade. [Papa Bento XVI, Spe Salvi, 19]

A Revolução Liberal do Porto foi um levante militar que aconteceu em 1820 e foi apoiado pelas elites de Portugal. Aconteceu por conta da crise política e econômica que o país enfrentava com a transferência da Corte para o Brasil. As Cortes exigiam o estabelecimento de uma monarquia constitucional em Portugal.

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Tópicos deste artigo

  • 1 - Antecedentes
  • 2 - Causas
  • 3 - Revolução Liberal do Porto
  • 4 - Consequências

Antecedentes

A Revolução Liberal do Porto foi resultado da conjuntura política, econômica e social de Portugal. O país passava por momentos conturbados por conta dos acontecimentos relacionados com o período napoleônico. Tudo começou quando os franceses decidiram impor um bloqueio para impedir o comércio com a Inglaterra, o Bloqueio Continental.

Quais são as consequências da Revolução Francesa em Portugal e no Brasil?
O fato de d. João VI estar no Rio de Janeiro desagradava às elites portuguesas.[1]

Com esse bloqueio, Napoleão Bonaparte proibia todos os reinos europeus de comerciar com a Inglaterra, e isso era uma grande preocupação para os portugueses porque a Inglaterra era o seu grande parceiro econômico. Em 1807, o regente de Portugal, d. João VI, teve de decidir entre acatar as pressões francesas ou irritar seu aliado inglês.

A saída encontrada por Portugal foi não acatar ao Bloqueio Continental, e d. João VI, para evitar a represália francesa, fugiu para o Brasil com toda a Corte portuguesa. Assim, em novembro de 1807, d. João VI e milhares de pessoas se mudaram para a colônia, dando início ao período que ficou conhecido na história brasileira como Joanino.

D. João VI e a Corte portuguesa chegaram ao Brasil em fevereiro de 1808. Nesse período, o Brasil passou por transformações profundas que incluíram a abertura dos portos às nações amigas, em 1808, colocando fim em séculos de monopólio comercial; e a elevação do Brasil à condição de reino em 1815, colocando-o em pé de igualdade com Portugal.

Portugal, por sua vez, viu seu território ser invadido por tropas francesas que só foram definitivamente expulsas em 1810. Depois disso, tropas inglesas ficaram estacionadas em Portugal, o exército português ficou sob comando dos ingleses, e o governo de Portugal também ficou em mãos inglesas enquanto o regente (d. João VI) estava no Brasil.

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Causas

Enquanto o Brasil passava por profundas mudanças, Portugal passava por tempos difíceis. A burguesia portuguesa viu sua situação mudar radicalmente com o fim do monopólio comercial com o Brasil e com os Tratados de 1810, que davam condições ideais para que a Inglaterra pudesse comercializar com a colônia.

A situação da economia portuguesa após a expulsão dos franceses não era boa, e as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling afirmam que o país enfrentou uma grave crise agrícola, seus cofres estavam vazios, a inflação aumentava e a quantidade de crédito disponível para o país diminuía cada vez mais|1|.

Esse cenário de grave crise econômica fortaleceu a proposta de que, para resolver os problemas financeiros de Portugal, era necessário reverter as mudanças que estavam em curso no Brasil. Na prática, as elites portuguesas defendiam a necessidade de recolonizar o Brasil para que a exploração da colônia rendesse as somas necessárias para recuperar a economia lusa.

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Politicamente, Portugal também estava em uma situação delicada, pois a família real não residia mais no país e o território português estava sob controle de tropas enviadas pela Inglaterra e governadas por um militar inglês chamado William Carr Beresford. Assim, enquanto o Brasil crescia e prosperava, Portugal vivia tempos difíceis na sua economia e política.

Todo esse contexto manteve uma série de grupos da sociedade portuguesa insatisfeitos. A burguesia viu seus interesses prejudicados pelo fim do monopólio comercial e pela crise econômica, a nobreza via seus privilégios se enfraquecerem com a Coroa instalada no Rio de Janeiro, e os militares viam seu poder abaixo da autoridade inglesa.

Para reverter esse quadro, começou a ganhar força em Portugal ideais liberais, que defendiam a elaboração de uma Constituição, o estabelecimento de uma monarquia constitucional, a expulsão dos ingleses e a recolonização do Brasil. Isso fez com que, entre a burguesia, os militares e a nobreza, movimentos políticos começassem a se reunir secretamente para promover mudanças no país.

Em 1817, chegou a acontecer um movimento encabeçado pelos militares e que ficou conhecido como Conspiração de Lisboa. Essa conspiração tinha inspiração liberal e não teve sucesso, tendo seu líder, o general Gomes Freire de Andrade, executado por ordem de William Beresford. A repressão aos envolvidos nessa conspiração causou revolta em Portugal e mostrou que uma forte insatisfação pairava na sociedade lusa.

Revolução Liberal do Porto

Quais são as consequências da Revolução Francesa em Portugal e no Brasil?
Um levante militar em agosto de 1820 deu início à Revolução Liberal do Porto.

A partir de 1818, uma organização secreta chamada Sinédrio foi criada, e vários de seus membros eram vinculados à maçonaria. Seus membros reuniam-se para debater possibilidades de colocar fim na regência de Beresford e estabelecer uma monarquia constitucional em Portugal.

A Revolução Liberal do Porto foi planejada pelos membros do Sinédrio e foi fortemente influenciada por outras revoluções liberais que se passaram em países europeus. O Sinédrio conseguiu alinhar-se com militares portugueses, e, em 24 de agosto de 1820, os militares portugueses deram início ao movimento.

A revolução se iniciou na cidade do Porto, no norte de Portugal. Lá os militares ocuparam a Câmara Municipal, formando a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino. Essa junta apresentou seus objetivos à nação em um documento chamado Manifesto da Nação Portuguesa aos Soberanos e Povos da Europa, e, além dos militares, recebeu o apoio da burguesia, do clero e da nobreza lusa.

O movimento se espalhou por Portugal e alcançou Lisboa, fazendo com que a junta do Porto se unisse com uma junta formada em Lisboa. O lema dos liberais que haviam se rebelado em Portugal era o de promover a “regeneração” do país, isto é, garantir a liberdade econômica e a independência do país por meio de uma monarquia constitucional.

Como consequência dessa revolução, foram convocadas as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, que visava a cumprir o primeiro grande objetivo dos liberais portugueses: elaborar uma Constituição para Portugal. A elaboração de uma Carta seria a confirmação do fim do absolutismo e da sujeição ao poder real.

O trabalho das Cortes na elaboração de uma Constituição para Portugal só se iniciou em janeiro de 1821, e, nesse período, foi imposto interinamente a adoção da Constituição promulgada na Espanha em 1812.

Outras exigências que passaram a ser feitas pelos portugueses na Revolução Liberal foram:

  • O retorno do rei d. João VI a Lisboa como forma a centralizar novamente o império português em Portugal;
  • Que o rei jurasse obediência à Constituição;
  • Recolonizar o Brasil com o intuito de promover a recuperação econômica de Portugal com base na exploração da colônia.

A notícia do início da Revolução Liberal do Porto demorou cerca de 40 dias para chegar ao Brasil, mas os impactos dela em nosso país não foram pequenos. O rei d. João VI, acuado pelos acontecimentos, concordou em retornar para Portugal.

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Consequências

Na prática, a Revolução Liberal do Porto promoveu mudanças na política em Portugal de maneira forçada. A monarquia constitucional foi adotada quando foi promulgada a Constituição de 1822, e, com isso, o poder de d. João VI foi reduzido drasticamente. Além disso, foram adotadas as liberdades individuais que faziam parte do pensamento liberal da época.

Do ponto de vista português, a Revolução Liberal do Porto foi prejudicial, uma vez que a pressão da burguesia portuguesa pela recolonização do Brasil contribuiu para que as relações entre Brasil e Portugal ficassem abaladas. A insatisfação que se estabeleceu aqui pelas tentativas lusas de recolonização resultou no movimento pela nossa independência, consumada em setembro de 1822.

Notas

|1| SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 201.

Créditos da imagem:

[1] StockPhotosArt e Shutterstock

Por Daniel Neves
Professor de História

Quais foram as consequências da Revolução Francesa no Brasil?

Entre as várias consequências, podem-se destacar algumas: Universalização dos direitos sociais e das liberdades individuais. Fim dos privilégios e dos resquícios do feudalismo na França. Início da queda do absolutismo na Europa.

Quais as consequências da Revolução Francesa em Portugal?

Resposta verificada por especialistas. Uma das consequências diretas da Revolução Francesa em Portugal e no Brasil foi a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808.

Qual é a consequência da Revolução Francesa?

Consequências da Revolução Francesa Ampliação dos direitos e privilégios da burguesia; Fortalecimento do capitalismo; Fim do absolutismo francês; Originou uma Constituição.

Quais são as principais causas da Revolução Francesa?

Podemos mencionar 4 como sendo as causas principais da revolução:.
O pensamento iluminista;.
A influência da Revolução Americana na economia e no imaginário da França;.
A desigualdade entre diferentes grupos sociais;.
Uma grande crise econômica que gerou fome e mortes..