A economia voltou a crescer em 2017, após 2 anos seguidos de queda na atividade. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 1,0% no ano, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (1) pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Show
Ainda que a alta seja modesta diante do tamanho do tombo da economia nos últimos dois anos, o PIB de 2017 ficou acima do que se esperava no começo do ano. Na primeira pesquisa "Focus" de 2017, a média das projeções de cerca de 100 analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central apontava para um crescimento de 0,5%. A recuperação da economia foi alcançada com ajuda da supersafra de grãos, da desaceleração da inflação em 2017 e da queda da taxa de juros. Outros fatores, como a liberação dos saques das contas inativas do FGTS e a alta no preço do petróleo e do minério de ferro também ajudaram. 1 de 11 Variação trimestral do PIB do Brasil até 2017 — Foto: Arte/G1 Variação trimestral do PIB do Brasil até 2017 — Foto: Arte/G1 Veja abaixo 10 fatores que explicam o crescimento da economia em 2017: 1 - Supersafra2 de 11 Favorecida pelo clima, agropecuária teve colheita recorde em 2017 — Foto: Sedec-MT/Divulgação Favorecida pelo clima, agropecuária teve colheita recorde em 2017 — Foto: Sedec-MT/Divulgação Boa parte do crescimento da economia em 2017 veio do campo, já que o PIB da agropecuária cresceu 13% em 2017. Sozinho, o setor respondeu por cerca de 0,7% do crescimento da economia no ano passado, segundo cálculos da economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro/Ibre, da FGV. Favorecida pelo clima, a safra agrícola cresceu 29,5% na comparação com 2016, para o recorde de 240,6 milhões de toneladas, segundo a última estimativa divulgada pelo IBGE. "O PIB acabou surpreendendo em grande parte por causa da safra agrícola, que veio muito boa, ajudou a conter a inflação mais do que o esperado, os juros caíram mais do que o esperado, e teve um efeito multiplicador na atividade", afirma Luiz Fernando Castelli, economista da GO Associados 2 - Queda da inflação3 de 11 Consumidora faz compras em supermercado; hipermercado — Foto: Fabio Tito/G1 Consumidora faz compras em supermercado; hipermercado — Foto: Fabio Tito/G1 A inflação oficial do Brasil fechou 2017 em 2,95%, menor patamar desde 1998 e pela primeira vez abaixo do piso da meta fixada pelo governo. A redução dos preços dos alimentos foi o principal fator que segurou a inflação. Com a meteorologia a favor e safra recorde, os alimentos ficaram 1,87% mais baratos em média no ano, segundo o IBGE. O preço do feijão carioca, por exemplo, caiu 46%, o do açúcar, 22,32%, e o do arroz, 10,86%. Se os itens relacionados a alimentação no domicílio fossem retirados do cálculo do IPCA, a variação acumulada em 12 meses teria ficado em 4,4%. “A desaceleração da inflação ajuda na recuperação da confiança, que no momento seguinte acaba sendo convertida em maior consumo", explica Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating 3 - Queda dos juros4 de 11 Copom reduz a taxa Selic pela 11ª vez seguida, para 6,75% ao ano — Foto: Arte/G1 Copom reduz a taxa Selic pela 11ª vez seguida, para 6,75% ao ano — Foto: Arte/G1 Com a inflação em desaceleração, o Banco Central foi reduzindo a taxa de juros básicos da economia para mínimas históricas. Em fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou o 11º corte consecutivo na Selic, que caiu para 6,75% ao ano. "Com a queda da inflação e dos juros, criou-se condições para o PIB ser melhor no 2º semestre e para uma recuperação mais disseminada", afirma Silvia Matos, destacando também a contribuição da queda dos juros para a redução do endividamento de empresas e famílias. 4 - Saques das contas do FGTS5 de 11 Trabalhadores lotaram agências da Caixa no ano passado para sacar saldo de contas inativas do FGTS — Foto: Vitor Santana/G1 Trabalhadores lotaram agências da Caixa no ano passado para sacar saldo de contas inativas do FGTS — Foto: Vitor Santana/G1 Para ajudar a reaquecer a economia, o governo federal anunciou, no ano passado, medidas como a liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e do PIS/Pasep para idosos. Somente os saques das contas do FGTS injetaram cerca de R$ 44 bilhões na economia em 2017, beneficiando 25,9 milhões de trabalhadores. Embora muitos tenham usado o dinheiro para quitar dívidas, o comércio também conseguiu fisgar parte desse dinheiro extra, o que permitiu o consumo das famílias voltar a crescer a partir do 2º trimestre, após 9 trimestres de queda. 5 - Aumento do consumo das famílias6 de 11 Black Friday ajudou a impulsionar vendas do comércio em novembro — Foto: Celso Tavares/G1 Black Friday ajudou a impulsionar vendas do comércio em novembro — Foto: Celso Tavares/G1 O consumo das famílias cresceu 1,0% em 2017, após 2 anos seguidos de queda. O comércio varejista, por exemplo, cresceu 2%, impulsionado pelas vendas de móveis e eletrodomésticos, que voltaram a subir. Os gastos das famílias têm o maior peso na composição do PIB. A queda acentuada da inflação também proporcionou no ano passado ganhos reais nos salários dos trabalhadores com carteira assinada. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 8 em cada 10 acordos salariais tiveram aumento acima da inflação no ano passado, ante um percentual de 27% no ano anterior. Segundo o IBGE, o rendimento médio real do brasileiro cresceu 1,6% no 4º trimestre na comparação anual. "A renda do trabalhador cresceu por conta da desinflação", resume Matos. 6 - Aumento da massa de rendimentos7 de 11 Desempregados procuram vagas em cartazes no centro de São Paulo. — Foto: Paulo Whitaker/Reuters Desempregados procuram vagas em cartazes no centro de São Paulo. — Foto: Paulo Whitaker/Reuters Apesar do número ainda elevado de desempregados, a população ocupada cresceu no ano passado. É verdade que a recuperação tem sido sustentada pelo aumento do trabalho precários. Mas o número de brasileiros com algum tipo de remuneração cresceu, e isso contribuiu para o aumento do consumo no país. Segundo o IBGE, a massa salarial (soma da remuneração de toda a população ocupada) cresceu 3,6% no acumulado em 1 ano, com um acréscimo de mais R$ 6,6 bilhões no bolo de rendimentos somente no 4º trimestre. "O que determina o consumo não é a renda exclusivamente, e sim o conjunto entre renda e emprego, que é a massa salarial. Então, mesmo que a renda não cresça, se a população ocupada sobe, aumenta o consumo", afirma Agostini. 7 - Melhora da confiança8 de 11 Indústria voltou a contratar, com salários maiores em funções como ajustador mecânico e alimentador de linha de produção — Foto: Nigel Roddis/Reuters Indústria voltou a contratar, com salários maiores em funções como ajustador mecânico e alimentador de linha de produção — Foto: Nigel Roddis/Reuters Com a melhora do consumo e dos principais indicadores econômicos, a confiança de empresários e consumidores voltou no ano passado para o patamar considerado de otimismo. A confiança da indústria terminou 2017 no melhor nível em quase 4 anos, segundo o termômetro da FGV. Já confiança do consumidor também fechou em alta, acima da registrada em 2015 e 2016, embora o endividamento das famílias ainda leva à cautela em alguns tipos de gastos. "Está começando a haver alguma recomposição das margens de lucro das empresas e a gente já começa a ver alguma recuperação do mercado de trabalho. Com os juros em queda, inflação baixa e recuperação do crédito, melhora a confiança e isso ajuda as famílias a voltarem a consumir", avalia Castelli. 8 - Retomada dos investimentos9 de 11 Neodent, empresa de implantes dentários Neodent, está entre as empresas que voltaram a investir na modernização e ampliação da capacidade produtiva — Foto: Divulgação Neodent, empresa de implantes dentários Neodent, está entre as empresas que voltaram a investir na modernização e ampliação da capacidade produtiva — Foto: Divulgação Os investimentos encolheram 1,8% em 2017, mas a expansão no 2º semestre aponta uma tendência de recuperação após 4 anos seguidos de retração. Entre os setores que conseguiram sair à frente na retomada dos investimentos estão o automotivo e a indústria com foco na exportação. Já o setor de infraestrutura continua pressionado pelo corte de gastos públicos. "A alta dos investimentos no 4º trimestre foi até maior que a do consumo das famílias, que perdeu um pouco de fôlego. Isso mostra que, apesar de algumas incertezas na economia, as empresas começam a desengavetar alguns projetos, e estão voltando a investir com base na melhora da confiança e da queda dos juros", afirma Castelli. 9 - Alta nos preços do petróleo e minério de ferro10 de 11 Petrobras iniciou no final do ano passado produção no bloco de Libra, no pré-sal — Foto: Divulgação Petrobras iniciou no final do ano passado produção no bloco de Libra, no pré-sal — Foto: Divulgação Embora tenham peso relativamente pequeno no PIB, as exportações também foram destaque no ano. A balança comercial brasileira encerrou 2017 com superávit de US$ 67 bilhões, o melhor resultado em 29 anos. O saldo recorde foi puxado principalmente pelo aumento de 28,7% nas exportações de commodities em 2017, como minério de ferro, petróleo e produtos agrícolas, que representaram quase metade das exportações. O crescimento, entretanto, se deu mais por conta do preço (alta de 10,1%) do que pelo volume de vendas (7,6%). Segundo dados do Ibre/FGV, o valor do minério de ferro saltou 44% no ano, e petróleo e derivados, 32%, o que acabou favorecendo o desempenho de empresas como Vale e Petrobras. 10 - Ambiente internacional favorável11 de 11 Entrada da sede da B3, que subiu 26,8% em 2017 e continua renovando recordes em 2018 em meio ao fluxo positivo de compras de ações por investidores estrangeiros — Foto: Paulo Whitaker/Reuters Entrada da sede da B3, que subiu 26,8% em 2017 e continua renovando recordes em 2018 em meio ao fluxo positivo de compras de ações por investidores estrangeiros — Foto: Paulo Whitaker/Reuters O PIB brasileiro também contou com uma ajudinha externa. Se 2017 começou com temores sobre os impactos da chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o ano terminou com o mundo em ritmo maior de crescimento, juros ainda baixos e elevado apetite por ativos de risco em países emergentes como o Brasil. Em 2017, o ingresso de dólares na economia brasileira voltou a superar as retiradas e o fluxo de capital de investidores estrangeiros continua favorável. Somente na Bolsa, as compras de ações por investidores estrangeiros superaram as vendas em R$ 14,6 bilhões em 2017. Castelli destaca, que nem mesmo as incertezas sobre políticas fiscais, afetaram a entrada de dólares no país. "Não sabemos até quando, mas o cenário externo continua favorável e essa elevada liquidez ainda está ajudando a valorizar os preços dos nossos ativos". O que ainda preocupaApesar das surpresas positivas em 2017, há diversos fatores que ainda preocupam na economia brasileira e que podem afetar o crescimento de 2018. Segundo os economistas, há incertezas relacionadas às eleições presidenciais, o desemprego ainda está elevado e há dificuldades de realizar o ajuste das contas públicas. "O desemprego continua muito alto e nem todo mundo consegue emprego. Quando consegue, pode ser de má qualidade. A renda cresce, mas muito menos ro que já cresceu no passado. Isso pode explicar um pouco esse ainda elevado mau humor em relação à situação do país", afirma Matos. Para Castelli, o crescimento lento será a tônica da recuperação, que deverá se consolidar em 2018. "Eu acredito que ao longo do ano a população vai sentir alguma melhora, mas ainda é pouco perto do que se perdeu nestes últimos anos" Quais são os principais fatores que explicam o crescimento da população brasileira?O intenso crescimento brasileiro se deve, sobretudo da cultura de famílias com um grande número de filhos, dos fluxos migratórios que ocorreram ao longo do processo de povoamento do país, a melhoria das condições médico-sanitárias, além da criação de vacinas e métodos de tratamento de doenças.
Quais os principais fatores que determinam o crescimento da população?Inúmeros fatores influenciam o crescimento populacional, mas os principais são natalidade, migração, qualidade de vida, geração de empregos e desenvolvimento social.
Quais foram os principais fatores que influenciaram o crescimento da população brasileira entre os séculos?Os principais fatores que influenciaram o crescimento da população brasileira entre os séculos XIX e XX foram a industrialização, urbanização e crescimento econômico, motivados pela relativa estabilidade política nacional.
Quais são os fatores que influenciam o tamanho de uma população?Uma determinada população pode crescer por influência da imigração e da taxa de natalidade, como pode diminuir pela emigração e pela taxa de mortalidade.
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