Show
Você sabe o que são a Indústria Cultural e a Escola de Frankfurt? Estes são temas estudados pela sociologia, mas que, no Enem, podem aparecer também em questões de geografia e história. Por isso, neste artigo, vamos conversar sobre o que foi a Escola de Frankfurt, o que é a Indústria Cultural e como esses dois assuntos caem no Enem.
O que foi a Escola de Frankfurt?Na década de 1920, surgiu na Universidade de Frankfurt, na Alemanha, um movimento filosófico e sociológico do qual nasceu a Escola de Frankfurt e, mais tarde, o conceito de Indústria Cultural. Liderada por intelectuais como Theodor Adorno, Max Horkheimer e Walter Benjamin, esse movimento buscava fazer uma releitura dos estudos do marxismo e discutir a respeito das estruturas sociais da época. O objetivo desses cientistas sociais era estabelecer um novo parâmetro de análise social. Isso porque eles acreditavam que as teorias de Marx já não conseguiam mais abarcar todas as mudanças sociais e tecnológicas que o século XX estava vendo e precisava ser revista. O movimento iniciado por eles ganhou o nome de Teoria Crítica, se tornando oposição da Teoria Tradicional, e propunha que se fizesse uma crítica do desenvolvimento social a partir de teorias iluministas e do marxismo, mas sem perder os ideais da esquerda. Podemos apontar alguns momentos-chave na criação da Escola de Frankfurt a partir da Teoria Crítica. Em 1922, Felix Weil reuniu intelectuais marxistas para a Primeira Semana de Trabalho Marxista. O evento resultou na criação do Instituto de Pesquisa Social, subsidiado pelo governo alemão. O instituto era vinculado à Universidade de Frankfurt e chamado, na época, de Escola de Frankfurt por seus membros. Porém, no ano de 1933, o instituto foi fechado devido aos avanços do Nazismo na Alemanha, fazendo com que a nova sede do Instituto de Pesquisa Social mudasse para Genebra, na Suíça. Foi apenas depois do término da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1950, que a o instituto voltou à Universidade de Frankfurt e recebeu o nome oficial de Escola de Frankfurt. Hoje, podemos dizer que a Escola de Frankfurt é uma vertente da teoria social e filosófica.
Os principais autores da Escola de FrankfurtPodemos dividir os pensadores da Escola de Frankfurt em duas gerações, sendo que existe uma terceira em curso neste momento. A primeira geração de autores é formada pelos intelectuais que originaram o pensamento frankfurtiano e a Teoria Crítica. Confira abaixo:
Além destes, a primeira geração também conta com as contribuições dos teóricos associados ao Instituto de Pesquisa Social, Walter Benjamin e Ernst Bloch. Já a segunda geração, conta os seguintes nomes:
O conceito de Indústria CulturalFoi em uma obra escrita por Theodor Adorno e Max Horkheimer que o termo Indústria Cultural surgiu pela primeira vez. Intitulado “Dialética do Esclarecimento", o livro de 1947 falava sobre como o sistema político utiliza a produção de bens de cultura (cinema, literatura, música, etc.) como mercadoria a fim de doutrinar e controlar as massas. Existem dois aspectos a observarmos sobre o pensamento dos autores na obra:
Esses dois aspectos resultam no conceito de Indústria Cultural. Um sistema político, sob este olhar, produziria massivamente bens culturais para a população que refletem seus valores sem se preocupar em aflorar nela o pensamento crítico, assim como a arte faz, mas a homogeneização de opiniões. A cultura é vendida como mercadoria nesse contexto, não diferenciando o consumo de um livro de um sabonete, por exemplo, como os autores explicitam no livro. O resultado seria uma população alienada da realidade e não cidadãos críticos.
A Cultura de MassasNa obra, Adorno e Horkheimer identificaram que existem dois tipos de culturas autênticas, a cultura erudita e a popular. Sendo a cultura erudita um tipo de cultura menos intuitiva, que depende do pensamento crítico e conhecimentos específicos. Enquanto a cultura popular seria mais intuitiva, ampla e tradicional. Detalhe importante tanto sobre a cultura erudita quanto sobre a cultura popular é que elas são produzidas pelas pessoas para as pessoas. E qualquer movimento cultural fora estes dois, sendo produzido por entidades para o povo, derivaria da Indústria Cultural e seria chamado de Cultura de Massas. Ou seja, a cultura de massas não é vista pelos autores como uma expressão autêntica de cultura, mas tendo o objetivo de apelar ao maior número de pessoas possível. A cultura de massas focaria, então, mais no incentivo ao consumo e no lucro gerado para os produtores do que no ganho intelectual para o consumidor. Confira algumas das características principais da cultura de massas:
Leia também: A diferença entre a cultura erudita e popularQuestões do Enem sobre Indústria Cultural para praticarE agora que você já tem um bom panorama sobre o que são a Indústria Cultural e a Escola de Frankfurt, vamos entender como esses conteúdos aparecem no Enem. Abaixo, trouxemos algumas questões que já caíram no Enem e abordam estes assuntos. As respostas, você encontra na conclusão deste artigo. Questão 1 – Enem 2016Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a): A) legado social.B) patrimônio político. C) produto da moralidade. D) conquista da humanidade. E) ilusão da contemporaneidade. Questão 2 – Enem 2015Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000 (adaptado). O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a): A) aumento do poder aquisitivo.B) estímulo à livre concorrência. C) criação de novas necessidades. D) formação de grandes estoques. E) implantação de linhas de montagem. ConclusãoEsperamos que, ao chegar ao final deste artigo, as suas dúvidas sobre o que são a Indústria Cultural e a Escola de Frankfurt tenham sido esclarecidas. Agora, confira as respostas das questões acima:
Leia também:
Quem foram os primeiros filósofos a estudar a cultura de massa?Os filósofos e sociólogos alemães da Escola de Frankfurt (representantes da teoria crítica) Theodor Adorno e Max Horkheimer foram os primeiros a falar de uma cultura de massa.
Quais os filósofos e sociólogos que criaram o termo cultura de massa?Os termos “cultura de massa” e “indústria cultural” foram cunhados pelos filósofos e sociólogos judeus alemães da Escola de Frankfurt: Theodor Adorno e Max Horkheimer, no livro Dialética do esclarecimento.
Quais os filósofos que criaram o termo cultura de massa ou cultura industrial criaram com qual objetivo?O termo foi desenvolvido por dois pensadores que foram parte do corpo intelectual da Escola de Frankfurt, Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1903-1969). Os autores desenvolveram as ideias sobre a indústria cultural se baseando nos pensamentos de Marx.
Quais são os principais teóricos da indústria cultural e da cultura de massa?Cultura de Massa, portanto, se refere ao processo de mercantilização da cultura por parte da indústria. A arte torna-se um produto, uma mercadoria a ser comercializada. Na sociologia, a cultura de massas e a indústria cultural foram alvo dos estudos dos filósofos e sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer.
|