Quais foram as principais consequências sociais do processo de industrialização europeia?

A Industrialização é o processo de modernização pelo qual passam os meios de produção de uma sociedade. É acompanhada pela ampliação tecnológica e desenvolvimento da economia.

A Industrialização é um processo antigo na humanidade. Ainda durante a Idade Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e de produtividade. Mas isso não quer dizer que houvesse indústrias como conhecemos atualmente ou características do capitalismo. O progresso passou por várias fases tecnológicas. Técnicas mais aprimoradas de agricultura, artesanato e manufatura deram suas contribuições para o desenvolvimento pleno da indústria.

O primeiro país a passar por uma industrialização efetiva foi a Inglaterra. Isso porque a indústria altera não só os meios de produção, mas são impactantes nas relações sociais também. É no século XVIII que ocorre o que é chamado de Primeira Revolução Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos campos e empurrando os trabalhadores para as áreas que se urbanizavam através da produção industrial. Karl Polanyi chama o processo iniciado pela industrialização de “O Moinho Satânico”, pois é nesse período que ocorre uma desarticulação da sociedade, transformando a economia em economia de mercado e estabelecendo o capitalismo como sistema. A Industrialização causa impactos que vão muito além da utilização de máquinas, representa novas formas de organização social pela lógica de lucro que introduz, fazendo com que as relações sociais passem a fazer parte da economia, e não o contrário.

A implantação de um maquinário próprio transforma a sociedade e a forma de trabalho com o intuito de produzir maior riqueza e lucro. A burguesia é a classe que se consolida com o processo de industrialização e, em muitos casos, homens são substituídos por máquinas nos meios de produção. O impacto da industrialização gera um grande aumento na divisão do trabalho, grandes progressos em produtividade industrial, assim como o crescimento da classe média e dos padrões de consumo.

A Inglaterra foi o grande símbolo da Primeira Revolução Industrial, ocasião caracterizada pela própria invenção da máquina a vapor, com aumento da produtividade, maior exploração do trabalho e estabelecimento do sistema capitalista na economia. Outros dois momentos marcantes de industrialização ocorreram posteriormente no mundo.

A Segunda Revolução Industrial expandiu o grupo de países detentores de tecnologias e produções industriais. É uma fase caracterizada pela descoberta e uso da energia elétrica, além do uso e valorização do petróleo como fonte de energia. Essa industrialização do século XIX esteve inserida no contexto do Neocolonialismo ou Imperialismo, no qual os países buscavam por áreas de influência no mundo, onde pudessem vender seus produtos industrializados e obter as matérias-primas necessárias para o sustento de suas indústrias. Essa disputa pelos países industrializados há mais tempo e os que ingressavam no capitalismo ocorreu, sobretudo, nos territórios da África e da Ásia. O clima de tensão, contudo, pairou na Europa, e o aumento das hostilidades entre os países que concorriam por regiões de influência acarretou na Primeira Guerra Mundial.

Já a Terceira Revolução Industrial é mais recente e vivemos constantemente sob seus impactos. Essa fase é caracterizada pelo grande avanço da informática e da telemática. É conhecida também como Revolução do Silício, a qual informatizou e tornou mais rápida as relações de produção, econômica e social.

O Brasil entrou com atraso no processo de Industrialização. Ainda no período Imperial, no decorrer do reinado de Dom Pedro II, houve um surto industrial promovido pelo Barão de Mauá. A situação desagradava os ingleses, que viam com maus olhos seus empreendimentos, e a iniciativa do Barão de Mauá acabou quebrando. Ao longo da Primeira República, outros surtos industriais também aconteceram. Em alguns casos por iniciativas particulares e, mais expressivamente, por conta da Primeira Guerra Mundial que interrompeu o fluxo de produtos industrializados para o Brasil, o qual teve que investir em produção própria para dar conta de suas demandas durante o conflito. Entretanto a industrialização brasileira só se desenvolveu mesmo a partir do governo de Getúlio Vargas que promoveu industrialização de base e a urbanização do país. Juscelino Kubitscheck ampliou a industrialização abrindo espaço para a produção dos bens de consumo e as indústrias internacionais.

A industrialização brasileira teve início quase um século e meio após a primeira Revolução Industrial, na Inglaterra, na segunda metade do século XVII. Os principais obstáculos estavam na exiguidade do mercado interno e nas baixas tarifas de importação de produtos manufaturados. Mas o principal entrave só seria superado no final do século XIX: a escravidão

Foto: Reprodução

Quais foram as principais consequências sociais do processo de industrialização europeia?

Família de imigrantes italianos alojada na Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo, no início do século XX

Num tempo em que se discute uma possível onda de desindustrialização na economia brasileira, vale a pena examinar as dificuldades existentes para o país superar seu padrão agroexportador, ao longo da segunda metade do século XIX.

Nosso principal produto do período era o café. Suas características como estimulante o tornariam uma espécie de marca da Revolução Industrial na Europa, quando regimes de trabalho de dois e de três turnos disseminaram-se por fábricas iluminadas por luz elétrica. Utilizado como antídoto para o sono de operários que atravessavam noites em manufaturas e difundido como iguaria requintada em ambientes sociais, o café conheceu demanda crescente nos países centrais.

O produto, que prospera em climas tropicais, começou a ganhar peso na economia a partir da década de 1840. Já existia uma cultura expressiva antes disso, mas nessa época o Brasil passa a ser responsável por 40% da produção mundial. A frutinha vermelha se espalhou pelos campos do sudeste e em breve seria o centro da pauta de exportação. Pelos cem anos seguintes, o café reorganizaria toda a economia, a sociedade e a vida política nacional.

TERRA E ESCRAVIDÃO Até 1888, a produção cafeeira seria resultado do trabalho escravo em vastas propriedades agrícolas que paulatinamente tomaram conta das províncias do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais e da Bahia. O café teve a característica de organizar todo um subsistema econômico de negócios ligados à exportação, como casas de financiamento, armazenamento, embalagem, expedição, navegação e comercialização. Seu cultivo, em regiões próximas à Corte, acarretou a redução do peso político e econômico do nordeste, marcado pela cultura canavieira.

O novo ciclo histórico balizou a economia e fomentou centralização do Estado nacional em formação. O governo imperial e as oligarquias que giravam ao seu redor se fortaleceram perto da metade do século, após o fim de uma série de rebeliões provinciais iniciadas após a Independência.

Ao dinamizar a atividade econômica, o café ensejou algumas iniciativas governamentais destinadas a aumentar a arrecadação fiscal e a consolidar a unidade política e territorial do país. As principais medidas institucionais foram a Tarifa Alves Branco, de 1844, a Reforma Monetária, de 1846, o Código Comercial, a Lei de Terras e o fim do Tráfico Negreiro, em 1850.

Foto: Acervo Gilberto Maringoni

Quais foram as principais consequências sociais do processo de industrialização europeia?

Uma visão da época. Enquanto o trem do progresso conduz o abolicionismo, a economia escravista segue em lombo de burro. Revista Illustrada, agosto de 1887

TRAVAS À MODERNIZAÇÃO Poucas atividades econômicas de monta prosperavam fora da lógica agroexportadora. A possibilidade de se iniciar um ciclo industrializante esbarrava em vários entraves estruturais, entre eles a exiguidade do mercado interno. A modalidade que poderia florescer seria a indústria têxtil, com demandas até nas camadas mais pobres da população. Mas a adoção do tear mecânico pela Grã-Bretanha – uma das marcas da primeira fase da Revolução Industrial do século XVIII – barateou preços e inibiu a concorrência internacional. Aliado a isso, as baixas tarifas alfandegárias praticadas pelo Brasil em relação às mercadorias inglesas contribuíam para sufocar a produção local. Uma série de medidas favoráveis aos ingleses no plano comercial, em vigor entre 1808 e 1843, acentuava esses desequilíbrios.

Foto: Acervo Gilberto Maringoni

Quais foram as principais consequências sociais do processo de industrialização europeia?

Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, pioneiro da industrialização no Brasil. Revista Illustrada, novembro de 1889

À Inglaterra interessava expandir seus mercados de produtos industrializados e de crédito e aumentar seu leque de fornecedores de matérias primas, no início do século XIX. Para isso, Londres apoiou não apenas política e economicamente os países em fase de libertação, como em alguns casos deu suporte militar. Isso aconteceu no Chile, na Venezuela e no Brasil. A ascendência do país europeu sobre a América Latina se consolidou através de vultosos empréstimos concedidos aos novos Estados para viabilizarem suas independências e um processo de construção nacional. As contrapartidas logos se materializariam.

FAVORES ADUANEIROS Um dos primeiros atos de D. João VI, o monarca português, ao chegar ao Brasil em 1808, foi abrir os portos às “nações amigas”. Em linguagem clara, as mercadorias inglesas teriam taxas aduaneiras menores que produtos de outras partes do mundo. Em 1810, um novo tratado estabelece que a Inglaterra pagaria apenas 15% de tarifas, ou seja, 9% a menos que os cobrados seus concorrentes externos. Eram também 1% mais baixas que as pagas por Portugal. Enquanto essa tarifa perdurou, a concorrência predatória de manufaturados ingleses inibiu a industrialização brasileira.

Houve algumas tentativas fabris no período. Ainda nos tempos de D. João VI (1808-21), o governo construiu no Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro, uma fábrica de pólvora. Pequenas siderúrgicas foram tentadas em Araçoiaba, próximo à Sorocaba, em São Paulo, e em Congonhas do Campo, em Minas. Não foram muito adiante.

Tentando fomentar uma produção local, o governo imperial promulga, a partir de 1844, uma série de medidas sobre o comércio internacional. A principal delas, como já mencionado, foi a Tarifa Alves Branco, nome de seu proponente, o ministro da fazenda Manuel Alves Branco (1797-1855). Através dela, as taxas sobre importações de determinados produtos seriam elevadas em percentuais que variavam de 30% a 60%. Tinha por objetivo fortalecer o caixa do tesouro.

O ministro assim justifica sua proposta, na mensagem ao Parlamento, em 1844: “Nenhuma nação deve fundar exclusivamente todas as suas esperanças na lavoura, na produção da matéria bruta, nos mercados estrangeiros. Um povo sem manufaturas fica sempre na dependência de outros povos e, por conseguinte, nem pode fazer concessões vantajosas, nem avançar um só passo na carreira da sua riqueza”.

TRABALHO ESCRAVO Apesar de encarecer a compra de produtos estrangeiros, a tarifa era insuficiente para alavancar a atividade industrial. Além do reduzido mercado interno e da concorrência externa, havia outro fator a inibir a implantação de manufaturas. Era a permanência do regime de trabalho escravo.

Aparentemente barato para o empreendedor, o custo do cativo era alto em períodos de entressafra. O fazendeiro acabava imobilizando um capital humano que deveria ser alimentado e mantido constantemente, sob pena de perder investimento.

Foto: João Manuel Cardoso de Mello

Quais foram as principais consequências sociais do processo de industrialização europeia?

Foram dispensados às
fábricas de algodão vários
incentivos, como isenção de
tarifas para a importação
de máquinas, isenção de
impostos sobre transportes
internos e externos etc., e, em
1847, confirmou-se a dispensa
de direitos alfandegários sobre
matérias primas destinados
às fábricas nacionais

João Manuel Cardoso de Mello,
em O capitalismo tardio

O economista João Manuel Cardoso de Mello discorda da opinião de que a indústria brasileira não se desenvolveu antes de 1850 apenas por falta de proteção contra a concorrência externa. Em seu livro O capitalismo tardio, ele diz que em 1846:

Foram dispensados às fábricas de algodão vários incentivos, como isenção de tarifas para a importação de máquinas, isenção de impostos sobre transportes internos e externos etc., e, em 1847, confirmou-se a dispensa de direitos alfandegários sobre matérias primas destinados às fábricas nacionais.

Nem assim houve um surto industrializante. Mais adiante, ele continua:

O verdadeiro problema começa aí: há que se explicar porque o nível de proteção, que jamais foi baixo, revelou-se insuficiente.

Seu raciocínio volta-se para a economia escravista. E pergunta:

Não seria possível revitalizar a produção mercantil e escravista revigorando as exportações ou implantando a grande indústria escravista?

Sobre isso, o economista é categórico ao responder que não. “Os custos da indústria escravista deveriam ser marcadamente superiores aos da indústria capitalista”. Seus lucros seriam menores. Isso acontece, em primeiro lugar, pelo fato de o pagamento da força de trabalho ser adiantado quando há escravos. De outra parte, quando há assalariados, o pagamento é feito após o trabalho ser realizado. Além disso, o escravo tem de ser coagido a produzir, enquanto o trabalhador livre desempenha suas funções em troco de um salário.

Um patrão que mecaniza parte de sua produção dispensa trabalhadores que se tornam ociosos. Um senhor de escravos, que comprou seus trabalhadores, jamais irá se livrar deles para reduzir custos. Pagou pelos cativos. Soltá-los significaria perder dinheiro. Assim, o escravismo mostrou-se impeditivo para o progresso técnico na produção capitalista.

Foto: Marc Ferrez

Quais foram as principais consequências sociais do processo de industrialização europeia?

Estrada de Ferro Minas-Rio, estação de Cruzeiro em fins do século XIX. A cultura do café foi decisiva para o desenvolvimento da ferrovia

FIM DO TRÁFICO Entre todas as medidas da época, uma foi definidora para o crescimento econômico: a extinção do tráfico entre a África e o Brasil, por pressão inglesa. A questão arrastava-se desde pelo menos 1826, quando o governo assinou um tratado com a Inglaterra, obrigando-se a eliminar o comércio atlântico nos três anos seguintes. O acordo tornou-se letra morta.

Foto: Reprodução

Quais foram as principais consequências sociais do processo de industrialização europeia?

Fábricas no bairro do Brás, São Paulo, 1910. A industrialização se implantou nos primeiros anos do regime de trabalho livre

A superação do trabalho escravo vinha das primeiras décadas do século, quando o laissez-faire se afirmou como doutrina dominante, conforme assinala Karl Polanyi, em A grande transformação:

Foi somente nos anos 1820 que ele (o liberalismo econômico) passou a representar os três dogmas clássicos: o trabalho deveria encontrar seu preço no mercado, a criação do dinheiro deveria juntar-se a um mecanismo automático e os bens deveriam ser livres para fluir de país a país, sem empecilhos ou privilégios. Em resumo, um mercado de trabalho, o padrão-ouro e o livre-comércio.

Em 1845, o Parlamento inglês aprova uma norma declarando lícita a apreensão de qualquer embarcação que traficasse africanos em qualquer lugar do mundo. A ação é fulminante. A potência europeia se arroga ao direito de realizar apreensões mesmo em águas brasileiras. A carga é tamanha, que o Brasil cede em 1850. O tráfico é abolido. Acaba-se ali o mais bem sucedido negócio brasileiro, que resultava na importação anual de cerca de 50 mil escravos, como examinou Caio Prado Jr. em seu clássico História Econômica do Brasil.

Com isso, as vultosas somas de capital empregadas no tráfico tiveram de se alocar em outros ramos de atividades, o que provocou uma injeção considerável de dinheiro na economia. De imediato, o país conheceu um período de expansão monetária e de ampliação e diversificação dos investimentos, entre 1850 a 1857. Esta fase, na vida social da Corte, inclui um culto ao luxo e à ostentação por parte da oligarquia e vários melhoramentos urbanos, como empresas de transporte, a iluminação a gás e canalização de córregos.

CAMINHOS DE FERRO Ao longo dos anos, a expansão do café levou o plantio a se afastar cada vez mais da costa, em busca de terras novas. O transporte era feito por estradas precárias, em lombo de burro e outros animais de carga. Uma ligação segura, econômica, contínua e rápida das regiões produtoras com os portos de exportação mostrava-se um gargalo cada vez mais preocupante. A solução colocada no horizonte era o último avanço tecnológico europeu na matéria: a ferrovia.

Foto: Revista Illustrada nº. 4 15, de 2 8 de julho de 18 85

Quais foram as principais consequências sociais do processo de industrialização europeia?

Esta charge de Ângelo Agostini, de 1885, vale por um pequeno ensaio. Ela mostra a articulação estreita entre a escravidão, a organização do Estado (monarquia incluída) e da produção agrícola

A partir de 1852, por iniciativa de Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, os primeiros quilômetros de trilhos foram implantados em parte do trajeto do Rio de Janeiro a Petrópolis. A partir dali, com idas e vindas, a nova modalidade de transportes se consolidou. Entre 1858 e 1900, a extensão da malha ferroviária se expandiria 140 vezes no país, passando de 109 quilômetros para 1530 quilômetros. A principal mola propulsora dessa difusão foi o café e os trilhos foram assentados, em sua maior parte, no sudeste.

Os excedentes advindos da cultura cafeeira e novos mecanismos de arrecadação fiscal possibilitaram o financiamento da expansão. Após a Guerra do Paraguai (1864-70), o Brasil não apenas era responsável por metade da produção mundial, como tinha o poder de impor os preços da commodity.

Sérgio Buarque de Hollanda refere-se à situação da seguinte forma:

O ano de [18]72 foi aliás de notável prosperidade para o país. As abundantes colheitas, somadas à constante alta do café no mercado internacional, deram grandes lucros aos fazendeiros. (...) Tudo fazia crer que entrara o país definitivamente numa era de recuperação, depois do abatimento proveniente da guerra.

RELAÇÕES CAPITALISTAS O setor exportador consolidava-se como pólo dinâmico da economia e principal elo do país com o mercado mundial. Motor da prosperidade oligárquica, o café, quase uma monocultura, também expunha o país às vicissitudes e oscilações da demanda internacional.

Havia outras atividades de monta ligadas à exportação, como a borracha e a cana. Mas, a essa altura, a supremacia do café era incontestável. A crescente complexidade dos negócios cafeeiros criara capilaridade entre o setor produtivo rural, os agentes de comércio, o sistema de transportes, as casas financiadoras de crédito, o processo de estocagem, a seleção de grãos e o ensacamento, e o sistema portuário, disseminando relações econômicas capitalistas. As cidades maiores deixam paulatinamente de serem meras organizadoras da vida rural, para tornarem-se o centro efetivo dos negócios, que necessitavam urgentemente de capitais externos para se expandir.

As últimas décadas do século XIX marcam a inserção das economias latino-americanas numa inédita divisão internacional do trabalho. O estabelecimento inconteste do império britânico, e a prosperidade acentuada da economia mundial, após 1870, irrigam o sistema internacional com migração maciça de capitais e pesados investimentos nos setores ligados à exportação em alguns países do Sul.

A Abolição e a paulatina implantação do trabalho assalariado, a partir de 1888, consolidam a dinâmica capitalista na economia, que se materializa numa incipiente indústria de manufaturas e em negócios ligados à exportação de café, como casas bancárias, estradas de ferro, bolsa de valores etc. Tais fatores vão se irradiando pela base produtiva brasileira, fazendo com que parte da oligarquia agrária se transforme numa incipiente burguesia, estabelecendo novas relações sociais e mudando desde as características do mercado de trabalho, até o funcionamento do Estado. Para esta economia, a escravidão era uma relação social obsoleta.

O novo padrão de acumulação daí advindo abala o que resta da economia colonial, com suas características internas – latifúndio e escravidão –, e o país se adapta ao livre mercado concorrencial, no qual o setor exportador de produtos primários é a fonte do dinamismo econômico.

Estavam dadas as condições para o início de nosso primeiro surto industrializantes, após a proclamação da República.

Quais as principais consequências da industrialização na Europa?

As principais consequências da Revolução Industrial foram as novas relações de trabalho; a consolidação do capitalismo; a industrialização dos países; a expansão do imperialismo; o exodo rural e a urbanização; os avanços nos campos da medicina, do transporte e das telecomunicações; o aumento da capacidade produtiva e ...

Quais são os impactos sociais do processo de industrialização?

Esse processo modificou também todas as relações sociais e econômicas em função da industrialização, pela qual haverá aumento na divisão de trabalho, com o consequente aumento da produtividade (industrial e agrícola), da renda per capita e do estabelecimento da classe média e do padrão de consumo atual.

Quais as principais modificações sociais ocorridas na Europa durante a Revolução Industrial?

As principais delas são a urbanização, o crescimento demográfico e o surgimento do operariado, com a exploração do trabalho. Além disso, ocorreu uma mudança da noção de tempo.

Quais são os principais problemas sociais da Revolução Industrial?

Aspectos negativos da Revolução Industrial.
crescimento desordenado das cidades;.
poluição ambiental;.
aumento do desemprego;.
surgimento do consumismo;.
problemas sociais;.
condições de subsistência da classe trabalhadora;.
jornada de trabalho muito intensa;.
alta concentração populacional..