Quais as mudanças ocorridas a partir do desenvolvimento da agricultura?

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Todos os setores da indústria sofrem transformações ao longo dos anos, mas poucas áreas foram tão modificadas em pouco tempo e com tanta intensidade quanto o meio rural.

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Novas técnicas, um novo perfil do trabalhador, alterações nas demandas e também desafios inéditos surgiram para quem está no campo. Essas mudanças exigem que se esteja constantemente atento e atualizado em relação às novidades. A seguir, conheça algumas dessas das transformações mais evidentes no espaço rural — e comece desde já a lidar com elas.

Expansão da agricultura e otimismo

Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 2016 o agronegócio gerou 23% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e foi responsável por 46% das exportações realizadas pelo país. O agronegócio é cada vez mais valorizado no país e deve essa reputação crescente a vários fatores, dentre eles atingir bons resultados na economia.

Quais as mudanças ocorridas a partir do desenvolvimento da agricultura?
(​Fonte: Ministério da Agricultura/Reprodução)

E não são apenas as grandes empresas que contribuem para esse número: a agricultura familiar ganhou ao longo dos anos importância cada vez mais maior na produção nacional e, hoje, precisa ser valorizada. Realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo Agropecuário de 2017 mostra que essa produção é base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, sendo a maior responsável por fornecer alimentos básicos consumidos pelos brasileiros, como feijão, arroz, milho, leite e trigo.

Tecnologia na agricultura

A maior responsável pelos números positivos do setor tem nome: tecnologia. A modernização do campo permitiu novas dinâmicas de trabalho, acelerou processos, multiplicou resultados e aprimorou até mesmo a qualidade do que é produzido. Ainda de acordo com o relatório da Embrapa, entre 1975 e 2015, avanços tecnológicos foram responsáveis por 59% do aumento do valor bruto da produção agrícola.

Em que locais isso é mais sentido? Os equipamentos foram modernizados em praticamente todas as etapas, otimizando desde o plantio até a colheita e o ensacamento de produtos agrícolas.

Quais as mudanças ocorridas a partir do desenvolvimento da agricultura?

A mecanização de algumas etapas faz com que a produtividade cresça consideravelmente — e a necessidade de manutenção e operação das máquinas mantém a geração de empregos.

Pesquisa e desenvolvimento no campo

Investimentos também foram feitos em pesquisa e desenvolvimento, com resultados bem evidentes. Novas composições de fertilizantes e técnicas de adubação do solo melhoram a colheita, que está cada vez mais protegida contra pragas.

Parcerias com universidades são hoje valiosas para aproximar as últimas descobertas do setor com o empresário e produtor rural, que pode aplicar as novidades o mais rápido possível.

Mudanças no perfil da população rural

Por fim, o perfil da população do campo se alterou bastante com o tempo. Houve um esvaziamento populacional do meio rural, com a população migrando para as cidades e diminuindo a ocupação das regiões hoje utilizadas para agropecuária.

Segundo o Censo Agropecuário de 2017, isso resulta também no aumento da média de idade da população no espaço rural. Pessoas com mais de 65 anos representam 21,4% dos moradores dessas regiões — porcentagem que era de 17,5% em 2006. Ao mesmo tempo, o percentual de jovens entre 25 e 45 anos apresentou queda, o que mostra que manter a população na região e interessada em trabalhar na área é um dos desafios de quem está atualmente no setor.

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Fontes: Embrapa, IBGE.

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15082515cookie-check4 mudanças do meio rural nos últimos anos

Notícias

Criando raízes há cerca de 12.000 anos, a agricultura desencadeou tamanha mudança na sociedade e na forma como as pessoas viviam que seu desenvolvimento foi apelidado de “Revolução Neolítica “. Os estilos de vida tradicionais de caçadores-coletores, seguidos pelos humanos, desde sua evolução, foram postos de lado em favor de assentamentos permanentes e um suprimento confiável de alimentos.

A agricultura transformando a História – Revolução Neolítica

O cultivo de alimentos e bens por meio da agricultura produz a grande maioria do suprimento mundial de alimentos. Achados arqueológicos indicam que essa prática tem ocorrido nos últimos 12.000 anos, e amplamente se estabelecido em apenas 7.000 anos, quando áreas maiores começaram a ser cultivadas e comunidades foram se fixando e formando povoados.

Ain Ghazal foi o nome dado a uma vila encontrada no centro da Jordânia. Arqueólogos estimam que entre 7200 a 6000 a.C se iniciou a maior ocupação da região. Seus habitantes viviam em casas de pedra com vigas de madeira no telhado, as paredes e o piso brilhando com gesso branco.

Mas, por mais fascinante que essa estrutura fosse, o que realmente impressionou os arqueólogos foram os arredores da vila. Ain Ghazal foi uma das primeiras aldeias que surgiu após o alvorecer da agricultura. Ao redor do assentamento, foram identificados resquícios arqueológicos que mostravam o cultivo de cevada, trigo, grão de bico e lentilhas. Além disso, o pastoreio de ovelhas e cabras nas colinas circundantes também já era realizado.

Desde então, a agricultura tem transformado radicalmente as sociedades humanas e alimentado uma população global que cresceu de 4 milhões para 7 bilhões desde 10.000 a.C., e ainda está crescendo. 

Foi a partir da primeira revolução agrícola, que os habitantes do planeta começaram a mudar seus hábitos, sua vida e sua dinâmica de sociedade. Desde Ain Ghazal, os acontecimentos e o desenvolvimento são reflexos dessas mudanças que atingem o mundo contemporâneo em que vivemos.

A revolução agrícola da antiguidade

A revolução agrícola mudou nossa espécie e nosso planeta. À medida que grupos de caçadores-coletores começaram a domesticar plantas e animais, abandonaram a vida nômade, construindo vilas e cidades que duraram milhares de anos.

Acredita-se que a mudança para a agricultura tenha ocorrido de forma independente em várias partes do mundo, incluindo o norte da China, a América Central e o Crescente Fértil, uma região do Oriente Médio que abrigou algumas das primeiras civilizações.

Com o tempo, algumas plantas e animais tornaram-se domesticados ou dependentes dessas e de outras intervenções humanas, para sua propagação ou sobrevivência a longo prazo. Na década de 1990, os arqueólogos concluíram que a agricultura no Crescente Fértil começou na Jordânia e em Israel, uma região conhecida como sul do Levante.

Por que as pessoas abandonaram a caça e a coleta para a agricultura? 

Existem muitas razões plausíveis, todas as quais provavelmente desempenharam algum papel em momentos e regiões diferentes:

  • As mudanças no clima, tornando o ambiente muito frio ou muito seco para depender de fontes de alimentos selvagens;
  • A maior densidade populacional pode ter demandado mais alimentos do que poderiam ser colhidos na natureza, e a agricultura fornecia mais alimentos por área, mesmo que exigisse mais tempo e energia;
  • A caça excessiva pode ter ajudado a levar os mamutes peludos e outras espécies da megafauna à extinção;
  • O processo de domesticação das plantas, teria tornado a agricultura um estilo de vida mais viável.

Expansão do agro

Muitos grupos diferentes começaram a experimentar maneiras de produzir alimentos extras, o que eventualmente lhes permitiu adotar uma nova forma de vida: estabelecer-se em grupos sociais mais estáveis.

Cereais como o trigo emmer, o trigo einkorn – trigos ancestrais – e a cevada, estavam entre as primeiras safras domesticadas pelas comunidades agrícolas no Crescente Fértil. Esses primeiros fazendeiros também domesticaram lentilha, grão de bico, ervilha e linho.

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Por volta de 6.000 a.C., a maioria dos animais de fazenda com os quais estamos familiarizados hoje, foi domesticada. Por volta de 5000 a.C., a agricultura era praticada em todos os principais continentes, exceto na Austrália.

A domesticação é um processo biológico no qual, sob seleção humana, os organismos desenvolvem características que aumentam sua utilidade, como quando as plantas fornecem sementes, frutos ou tubérculos maiores do que seus genitores selvagens.

A agricultura tornou as civilizações possíveis. Ao longo da história, o aumento da produtividade agrícola foi peça chave durante o crescimento populacional.

As inovações na produção e distribuição de alimentos ajudaram o abastecimento de alimentos a acompanhar o crescimento populacional. As safras antes só dos indígenas das Américas, como milho, batata-doce e mandioca, se espalharam pelo globo. Os nutrientes fornecidos por essas culturas super férteis ajudaram a prevenir a desnutrição, favorecendo um aumento generalizado da população, principalmente, após o século 18.

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A expansão das ferrovias, canais de transporte e novas máquinas para armazenamento e movimentação de grãos ajudaram os Estados Unidos a se tornarem um grande exportador de excedentes de trigo e milho, fornecendo grande parte desses alimentos para a Europa em épocas de escassez.

E em décadas mais atuais as melhorias no transporte refrigerado permitiram que os agricultores enviassem alimentos perecíveis para distâncias maiores.

No Brasil não foi diferente. O desenvolvimento da agricultura ocorreu desde os primeiros habitantes do país e foram sendo modificados e aprimorados durante as colonizações, onde os estrangeiros que entravam nas terras brasileiras, traziam consigo novas espécies vegetais e novas técnicas de como cultivar.

Quais as mudanças ocorridas a partir do desenvolvimento da agricultura?

O agro no desenvolvimento do Brasil

Com a descoberta do Brasil pelos europeus, os colonizadores encontraram nas nossas terras uma grande oportunidade para expandirem sua agricultura. De maneira geral, as plantas mais cultivadas no Brasil eram oriundas de outros países, logo após o descobrimento. 

O trigo e a cana-de-açúcar, por exemplo, ao que tudo indica, foram introduzidos em 1534, na Capitania de São Vicente, hoje São Paulo. Desde aí, outras espécies de plantas foram sendo introduzidas e se adaptando ao nosso clima tropical. Dessa forma, o agronegócio se tornou muito importante para o país.

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Nos municípios brasileiros que têm a agricultura como base da economia, existe maior oferta de emprego, crescimento das cidades e qualidade de vida. Existe um impacto positivo que esperamos de quem tem o compromisso de levar comida boa do campo à mesa.

E isso começou na década de 1971, quando as fronteiras agrícolas modernas do Brasil começaram a ser ocupadas, tornando áreas intensivas em capital e tecnologia. E com isso, algumas cidades tornaram-se centros de referência, tecnologia e desenvolvimento.

É evidente que existe correlação entre modernização agrícola e aumento da urbanização nos principais municípios produtores de grãos da fronteira agrícola moderna. Nesses locais, o percentual da taxa de urbanização é superior ao dos seus respectivos estados.

Exemplos são as cidades de Dourados (MS), Rio Verde (GO), Barreiras (BA), Uberlândia (MG) e Rondonópolis (MT), que surgiram como pequenos vilarejos e se tornaram importantes centros regionais. Verdadeiras conexões entre as suas regiões e o restante do território nacional. 

Além disso, nas últimas décadas, o Brasil também se tornou um grande provedor de alimento para o mundo e, atualmente, somos um dos grandes líderes agrícolas do planeta. Aumentamos a produção e a produtividade da agropecuária. Com isso, passamos a exportar grandes quantidades de alimentos e ainda diminuir o custo relativo da nossa cesta básica.

A partir de 1975, identificamos expressivo crescimento de produtividade. De uma produção que girava em torno de 1.500 kg/ha, em média, atingiu-se cerca de 4000 kg/ha em algumas culturas, nos tempos atuais. De importador de alimentos, o Brasil se transformou, em 50 anos, em um dos maiores exportadores mundiais.

A produção de cereais, por exemplo – milho, arroz, trigo – aumentou de 0,29 para 0,39 toneladas por pessoa entre 1961 e 2014, como resultado do aumento da produtividade ao longo do tempo. Um exemplo mais palpável pode ser visto na produção mundial de arroz.

Se compararmos o ano de 1961 com o de 2018 encontramos um aumento de aproximadamente 73% na produção associado a um crescimento de apenas 31% em novas terras. Enquanto, nesse mesmo período, a população cresceu mais de 60%.

Quais as mudanças ocorridas a partir do desenvolvimento da agricultura?

Agricultura e economia do Brasil

Não dá para negar a importância do agronegócio para o Brasil. O setor responde por um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do país, sendo que 1 em cada 3 trabalhadores brasileiros está empregado em lavouras, criações, agroindústria e na produção de insumos. 

Municípios que têm a agricultura como base da economia apresentam, de modo geral, maior evolução no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do que regiões classificadas como “não-agrícolas”.

O IDH é um dado utilizado pela Organização das Nações Unidas para analisar a qualidade de vida de uma população. Ele considera educação, saúde e renda.

Analisando apenas o IDH de regiões onde se cultiva cana-de-açúcar, milho e soja se observa um crescimento de até 73% no IDH nas últimas décadas. Em regiões não agrícolas o crescimento foi de 57%. Em outras palavras, nas regiões onde o agronegócio é forte, toda a sociedade ganha. Áreas que se tornam polos de migração e referência em geração de oportunidades. 

Além disso, a digitalização dos processos e a introdução de ferramentas de precisão no campo, atrai novos talentos e exigem profissionais cada vez mais qualificados, colocando o Brasil também como exportador de tecnologia agrícola. Dessa forma, nossas terras agrícolas continuam a fornecer alimentos e outros produtos para a população humana que continua a crescer rapidamente.

E claro que não podemos esquecer que o desenvolvimento agrícola traz também muitos benefícios para a agricultura familiar. Apesar de ser um termo não muito bem definido globalmente, visto que cada país adota uma classificação, a agricultura familiar tem grande importância no comércio de alimentos básicos do mundo, sendo representada por cerca de 500 milhões de propriedades distribuídas ao redor do mundo.

Além disso, a tecnologia de irrigação, pesquisas de produção em ambientes protegidos e o desenvolvimento de novos insumos agrícolas com alta tecnologia também proporcionaram a ampliação da diversidade dos alimentos, além de ofertar alternativas sustentáveis para os produtores.

Não existe desenvolvimento sustentável sem considerarmos as pessoas. Por isso, empresas e setores alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) têm se empenhado em equilibrar o tripé que define o conceito da sustentabilidade: econômico, ambiental e social.

Principais fontes:

Tauger, M. B., Agriculture in World History. Routledge, 2 ed., 2020.

Contini, E. et al., Agro brasileiro em evolução: complexidade e especialização. Revista de política agrícola, 2020.

Frederico, S., As cidades do agronegócio na fronteira agrícola moderna brasileira. Caderno Prudentino de Geografia, 2011.

Que mudanças surgiram com o desenvolvimento da agricultura?

A revolução agrícola mudou nossa espécie e nosso planeta. À medida que grupos de caçadores-coletores começaram a domesticar plantas e animais, abandonaram a vida nômade, construindo vilas e cidades que duraram milhares de anos.

Quais foram as mudanças que ocorreram depois da descoberta da agricultura?

A descoberta da agricultura permitiu, pela primeira vez, que os seres humanos se instalassem de forma permanente em uma região, não mais precisando se mudar de tempos em tempos em busca de comida e abrigo, sendo a principal causa da transição do modelo nômade para o modelo sedentário.