Quais as características que tornam o governo de Amenófis IV inédito na história do Egito?

Amenófis IV viveu entre 1379 a1362 a.C.(1372 a 1354 segundo outros autores). O Egito era uma região politeísta, o que era normal em seu período. O nome Amenófis que tem sua etimologia tirada de Amon, um deus egípcio. Após a luta longa para expulsão dos hicsos, sobreveio uma tremenda corrupção no clero egípcio. As causas dessa corrupção no Novo Império ficaram desconhecidas, mas é certo de que os sacerdotes, ávidos de dinheiro, exploravam a superstição e o terror das massas, mercantilizando e aviltando a religião.

Quando Amenófis IV recebeu a coroa do Egito, ele se deparou com um poder clerical que dominava as massas. Alguns sacerdotes desejavam que Rá fosse o deus-supremo, outros desejavam que Ptah fosse o grande deus do Egito, e ainda havia outros sacerdotes que defendiam a causa de Amon. Amenófis IV não escolheu nenhum desses deuses e sim o desconhecido deus Aton, que significa Raios de Sol. Até seu nome foi mudado em razão dessa defesa a Aton, passando a se chamar Akhenaton ou Ikenaton que significa “serviçal para com Aton”.

Tentando neutralizar o poder religioso dos sacerdotes, Akhenaton tentou fazer uma extraordinária reforma religiosa, tentando destruir o politeísmo egípcio, substituindo-o pelo culto exclusivo de Aton. Foram confiscados todos os bens dos templos de Amon e repassados para Aton. Imagens e inscrições e outros deuses foram destruídas

Tudo indica que esse era um grande golpe político, pois neutralizando o poder sacerdotal do clero, certamente Akhenaton seria um grande faraó, livre de uma oposição ativa. Isso é tão claro que, Akhenaton abandou Tebas e fundou uma nova capital, Iketaton que significa, “lugar da glória efetiva de Aton”. Hoje essa cidade é chamada de Tel-el-Amarna.

O plano de Akhenaton não progrediu com sucesso, pois dois genros seus ocuparam seu lugar após sua morte e restabeleceram a corte de Tebas e o antigo culto a Amon. A viúva de Akhenaton, Nefertite continuou com o culto a Aton.

Por Prof. Yuri Almeida

O estabelecimento do Novo Império teve início com o processo de união da população egípcia contra a dominação exercida pelos hicsos em seus territórios. Com o apoio de Amósis I, uma grande revolta contra a presença estrangeira conseguiu finalmente desencadear as lutas que deram fim à hegemonia dos hicsos. A grande mobilização gerada por esse episódio fortaleceu o exército egípcio e propagou ações militaristas que ampliaram as fronteiras do império.

Segundo apontado por recentes pesquisas, foi nessa mesma época que os hebreus haviam se instalado no Egito, aproximadamente no século XIII a.C.. Com relação a este fato, devemos assinalar que, após a saída dos hicsos, o governo egípcio converteu a população hebraica à condição de escravos. Mediante tal mudança, os hebreus deram início ao seu processo de retirada do território egípcio, feito que contou com a liderança político-religiosa de Moisés.

Entre as mais importantes conquistas territoriais realizadas nessa época, destacamos o controle sobre as regiões da Mesopotâmia e das proximidades do Sudão. O controle sobre uma ampla porção de terras também fomentou a formação de atividades comerciais mais intensas, que incluía a importação de madeira da Fenícia, de metais preciosos vindos da Núbia e da resina proveniente da Grécia e outras regiões do mundo Oriental. De fato, esse foi um período de expressiva prosperidade econômica.

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O visível fortalecimento do poder monárquico abriu portas para a constituição de uma reforma religiosa que foi imposta pelo faraó Amenófis IV. Buscando limitar a influência exercida pelos sacerdotes, este governante aboliu o culto politeísta no Egito e passou a reconhecer somente o culto ao deus Aton. Com tal mudança, pôde fechar vários templos dedicados a outras divindades e confiscar os bens administrados por grande parte da classe sacerdotal.

A mudança provocada por Amenófis IV não perdurou no interior da sociedade egípcia. Tutancâmon, filho de Amenófis, assim que chegou ao poder tratou de restabelecer as antigas tradições religiosas politeístas com a recuperação dos templos que haviam sido abandonados. Chegado o governo de Ramsés II (1292 – 1225 a.C.), os egípcios tiveram que enfrentar a cobiça de outros povos estrangeiros. Nesse período, as forças militares do Egito se encarregaram de expulsar os hititas do Vale do Rio Nilo.

No final do Novo Império, as disputas políticas entre os faraós e os sacerdotes foram responsáveis pelo enfraquecimento político da nação. Por volta de 1100 a.C., o império egípcio foi novamente dividido em Alto e Baixo Egito. A dissolução acabou permitindo que os assírios avançassem sob o território. Em 662 a.C., o rei Assurbanipal conseguiu subjugar o politicamente combalido governo egípcio. Daí em diante, outras civilizações dominaram o Egito.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

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SOUSA, Rainer Gonçalves. "Egito Antigo – Novo Império"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/novo-imperio.htm. Acesso em 06 de janeiro de 2023.

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Quais as inovações de Amenófis IV?

Essa disputa de poder culminou por volta do século XIV a.C., período em que o faraó Amenófis IV realizou uma reforma religiosa que tinha como justificativa maior a limitação dos poderes da classe sacerdotal egípcia. Para que isso fosse possível, Amenófis oficializou o culto monoteísta no Egito.

Quais foram as principais características do Novo Império egípcio?

Principais características do Novo Império Egípcio: - Período de formação de um império militarista. - Foi nesse período histórico que os hebreus, liderados por Moisés, fugiram do Egito. Esse fato, que é relatado no Antigo Testamento da Bíblia, ocorreu por volta de 1.250 a.C.

Qual ou quais as consequências destas mudanças implementadas por Amenófis IV ocorreram no Egito daquele período?

Com tal mudança, pôde fechar vários templos dedicados a outras divindades e confiscar os bens administrados por grande parte da classe sacerdotal. A mudança provocada por Amenófis IV não perdurou no interior da sociedade egípcia.

Quem foi o faraó Amenófis quarto?

Nome do faraó egípcio, casado com Nefertiti, que reinou aproximadamente entre 1370 e 1357 a. C., filho de Amenófis III e da rainha Tiy, e que se denominou também Akenaton, ou seja, filho de Áton, deus do Sol.