O que é gerir uma escola democraticamente?

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Gestão Democrática 
 
A gestão democrática do ensino público é um dos princípios estabelecidos 
na Constituição Federal/88, e a concepção de educação como formação 
humana contida no texto da LDB. n.º 9.394/96 reafirma o princípio da 
gestão democrática do ensino público. Para gerir democraticamente o 
ensino e a escola, é necessário 
 
A) desenvolver ações que promovam a participação de todos de acordo 
com uma programação estipulada pelo corpo docente. 
 
B) aplicar corretamente os recursos financeiros arrecadados pela escola. 
 
C) desenvolver atividades na escola que serão executadas pelos alunos que 
tiverem de acordo com desempenho escolar. 
 
D) assim também estimular a participação de diferentes pessoas na 
articulação dos aspectos financeiros e administrativos da escola. 
 
E) programar com os docentes reuniões de planejamento para análise 
do resultado das avaliações, visando à melhoria da qualidade do 
ensino.

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maiúsculo que Roberto DaMatta apresenta não é um conjunto de instituições ou de 
fatos históricos, e sim o fundamento da nossa identidade. Nossa brasilidade é um estilo, uma 
maneira particular de construir e perceber a realidade.
DAMATTA, Roberto. O que faz do brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986.
Então, quais são as movimentações da sociedade visando a superação desse 
contexto? As ações afirmativas têm constituído um espaço de ação em relação ao 
reconhecimento do multiculturalismo. O que são ações afirmativas? Qual o objetivo 
desse tipo de ação? Qual é o público-alvo? Conheça mais sobre ações afirmativas 
na continuação do conteúdo.
4 GESTÃO DEMOCRÁTICA E OS DESAFIOS DA INCLUSÃO
As reflexões acerca da inclusão e da gestão democrática compõem o cenário 
mais amplo da reforma educacional brasileira ao longo dos anos 1990 que atribui 
outros significados à organização escolar. Para compreender essas transformações 
é necessário ter em vista o caráter privilegiado da escola como ambiente de 
sistematizar, socializar e transmitir valores e conhecimentos (MICHELS, 2006).
A gestão escolar recebe influências da concepção vigente sobre administração 
nos padrões capitalistas e acaba por manifestar a relação dominante de exclusão social, 
reforçando os paradigmas sociais vigentes. É importante destacar que a escola é um 
espaço de reprodução das relações sociais, ou seja, as dinâmicas de dominação e 
exclusão social presentes na sociedade também determinam a dinâmica escolar.
A escola passa a ser espaço da reprodução e da transformação social, 
bem como espera-se da escola espaços de promoção da democracia 
[...] a escola hoje é conclamada a ser democrática, ‘para todos’, uma 
escola inclusiva. Porém, se não levarmos em consideração os aspectos 
apresentados anteriormente, corremos o risco de fazer uma análise 
ingênua sobre seu papel social (MICHELS, 2006, 407).
DICAS
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UNIDADE 1 | DIVERSIDADE E CIDADANIA
Nesse modelo de gestão o diretor ocupa posição de centralidade no 
ambiente escolar:
A administração escolar, estruturada nessa lógica, tem o diretor de escola 
como o representante da lei e da ordem, responsável pela supervisão 
e pelo controle das atividades nela desenvolvidas, possuindo o poder 
de dar a última palavra sobre as decisões tomadas. Cabe aos demais 
participantes da instituição o cumprimento de funções e atribuições, 
conforme o estabelecido. Essa postura do diretor acaba atendendo aos 
interesses de alguns em detrimento dos interesses da maioria, colocando 
a escola contra os reais interesses da sociedade, uma vez que não 
distribui igualmente o saber historicamente acumulado, privilegiando 
em suas ações a classe dominante, revelando-se ineficiente no seu papel 
de educar a todos. Consequente desse modelo de administração, no 
interior das escolas predomina o excesso de normas e regulamentos 
burocráticos desvinculados da realidade, prejudicando todo o processo 
educacional (MATTOS, 2010, p. 3).
O diretor ocupa um duplo papel que, por vezes, se torna contraditório. 
De um lado, cabe ao diretor o papel de educador da administração do projeto 
pedagógico e, de outro, de administração da instituição de acordo com as 
orientações dos órgãos superiores (MATTOS, 2010).
Diante desse modelo surge o debate da gestão democrática. O propósito da 
gestão democrática é promover uma gestão escolar pautada pelos ideais da democracia. 
Caro acadêmico, quais seriam as práticas e atitudes que configuram uma 
gestão democrática? Como a gestão democrática pode contribuir para a inclusão e 
respeito às diversidades?
Observe com atenção a tirinha do cartunista Bill Watterson com os 
personagens Calvin e Haroldo:
FONTE: Disponível em: <http://jaque00735812.blogspot.com.
 br/>. Acesso em: 25 ago. 2016.
TÓPICO 3 | DIVERSIDADE COMO PRÁTICA: MULTICULTURALISMO, ALTERIDADE E GESTÃO DEMOCRÁTICA
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A gestão democrática representa uma forma de administrar contando com 
a participação coletiva. Todos os sujeitos envolvidos na escola devem contribuir 
no processo de tomada de decisão. Gerir a escola democraticamente é uma forma 
de respeitar a diversidade e promover a inclusão, pois quando o coletivo participa 
das decisões, as demandas dos diferentes grupos recebem atenção. Observe a 
descrição desse modelo:
Nesse novo modelo de administração, a organização hierárquica cede 
lugar à horizontalidade do poder e das competências, a visão integral 
da escola e dos objetivos a realizar substitui a percepção fragmentada 
da realidade, a ação solidária e a cooperação em direção ao alcance dos 
objetivos definidos coletivamente toma o lugar da divisão rígida do 
trabalho. As incertezas, as ambiguidades, as contradições e tensões são 
percebidas como fatores a serem superados no espaço de negociações 
com vista à construção de consensos capazes de contemplar os interesses 
coletivos (MATTOS, 2010, p. 4).
Através da gestão democrática a escola pode assumir uma postura 
transformadora em relação à sociedade, pois recebe a todos sem exclusão e 
permite a todos as mesmas oportunidades de apropriação do conhecimento e 
desenvolvimento da postura crítica e da cidadania (MATTOS, 2010).
A onda (2008) - Alexander Grasshof
Em A Onda (2008), filme de roteiro simples e excelente valor de produção – remake 
de um filme de 1981, dirigido por Alexander Grasshoff –, somos apresentados ao que 
seria um típico colégio alemão do início do século XXI. Os alunos aderem à moda do hip 
hop, escutam rappers norte-americanos e dividem o lazer entre atividades esportivas, 
festas e jogos de videogame, sendo retratados de maneira idêntica àquela de outras 
produções cinematográficas mundo afora. A alguns falta uma perspectiva de vida, a 
outros, estabilidade (seja por motivos econômicos ou familiares), e todos são flagelados 
pelas agonias e dilemas que definem a transição da infância para a vida adulta. Na semana 
marcada para a realização de workshops em ciência política, caberá ao carismático e 
rebelde professor Rainer Wenger, interpretado por Jürgen Vogel, liderar o grupo de 
trabalho sobre “Autocracia”, termo moderado, que visaria não machucar as sensibilidades 
dos espectadores com palavras tão conhecidas como Fascismo ou Nacional Socialismo. 
Wenger, longe de representar o clichê do professor conservador, de colete de lã e terno, 
UNI
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UNIDADE 1 | DIVERSIDADE E CIDADANIA
surge na tela vestindo uma jaqueta de couro e dirigindo seu carro ao som de Rock’Roll 
Highschool, da banda Ramones. Logo nos primeiros minutos da película vemos a resistência 
de Wenger em assumir o comando da classe, estando muito mais interessado na turma 
de “Anarquismo”, inclusive por suas experiências no bairro de Kreuzberg, histórico reduto da 
militância de esquerda em Berlim.
FONTE: A onda fascista. Cine História. Disponível em: <http://www.
revistadehistoria.com.br/secao/cine-historia/a-onda-fascista>. Acesso em: 1º ago. 
2016.
Entretanto, a realidade da grande maioria das escolas demonstra que 
prevalecem práticas exclusivas e a transmissão de conteúdos vinculados a interesses 
das classes dominantes e, consequentemente, desvinculados dos interesses de 
grande parte da população.
Dessa forma, a escola nega sua real função educacional, uma vez que 
ao invés de tornar-se instrumento de ação política da classe dominada, 
torna-se instrumento da classe dominante, reafirmando ainda mais o 
antagonismo entre as classes e distanciando cada vez mais a classe de 
trabalhadores da verdadeira consciência crítica e intencional. Diante 
dessa afirmativa é que se faz necessário o desenvolvimento de uma 
ação educativa transformadora, alicerçada por uma administração 
escolar democrática, que recuse o modelo da administração empresarial 
capitalista, que até então tem permanecido nas instituições escolares, no 
intuito de articular-se aos interesses de toda a população e não apenas 
de alguns (MATTOS, 2010, p. 6).
A inclusão é fundamental para a gestão democrática, pois pensar em 
democracia passa pelo reconhecimento

O que significa gerir uma escola democraticamente?

Gerir democraticamente a educação implica exercitar o diálogo respeitando as diferenças em vista de processos que sejam efetivados no cotidiano onde não tenha lugar para estrelismos e exclusões.

O que significa gerir com democracia?

É um modo de governar-se mediante um autogoverno popular. Um governo, por sua vez, é uma instituição de tomada de decisões obrigatórias para todos os envolvidos. Logo, se a democracia é uma forma de governo; e o governo, um modo de tomada de decisões: a democracia é um modo de tomada de decisões.

Como deve ser a gestão democrática da escola?

A gestão escolar democrática se faz a partir da participação, transparência e autonomia. A comunidade escolar precisa de meios para exercer seus direitos frente à gestão escolar, e ela, por outro lado, tem o dever de criar condições para garantir a qualidade no ensino e aprendizagem dos estudantes.

Qual o objetivo da gestão democrática na escola?

A gestão escolar democrática é um exemplo de método administrativo que busca facilitar a integração dos processos na escola. O seu objetivo é envolver toda a comunidade — pais, alunos, professores, funcionários e diretores — nas decisões que impactam o dia a dia do ambiente escolar.