O que controla a reabsorção de água nos rins?

Roteiro da Semana 3 do curso de Fisiologia e Saúde Humana.

Balanço hídrico do organismo


O controle de ingestão e excreção de líquidos corporais

Em condições normais, ocorrem trocas diárias de líquidos e solutos entre o organismo e o ambiente externo, e também entre os diferentes compartimentos corporais. Mesmo assim, o organismo procura sempre manter constante a relação entre o volume total dos líquidos corporais e as concentrações de soluto. Dessa forma, é importante que exista também uma relação entre o ganho e a perda de volume de líquido diário.

Cerca de 200mL de água são adquiridos com a oxidação de carboidratos por dia. Além disso, um adulto consome cerca de 2100mL de água por dia, totalizando 2300mL. Estas são as principais fontes de água do organismo.

Cerca de 700mL de água são perdidos por dia, por evaporação no sistema respiratório, e por difusão através da pele. Como não temos controle sobre esta perda, ela é denominada perda insensível de água. A perda por difusão da pele é minimizada pela camada de células cutâneas cornificadas, ricas em colesterol. Quando se perde esta camada, por exemplo após uma queimadura, a evaporação pode aumentar até 10 vezes, chegando a 3–5 litros por dia. Além disso, outros mecanismos, como a perda de líquidos através de suor e pelas fezes, auxiliam no balanço entre o consumo e a perda de água do organismo. Todo o restante da excreção de água é realizado pelos rins.

Se houver a necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada. Havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada. Este balanço é realizado com a maior ou menor reabsorção de água nos túbulos renais.

O principal regulador do equilíbrio hídrico no organismo é o hormônio antidiurético (HAD), que é liberado pela hipófise e promove a retenção de líquido, concentrando a urina.

O que controla a reabsorção de água nos rins?

Figura 3.4: O cérebro que comanda a nossa vontade de beber é informado se a quantidade de líquido no plasma está baixa. Os quimiorreceptores detectam se o sangue está muito concentrado e informam ao hipotálamo que a hipófise tem que ser ativada. Isto é feito através dos neurônios supra-ópticos que fazem com que a hipófise libere hormônio anti-diurético (HAD). Este atua na última parte do nefron aumentando a absorção de água e concentrando a urina.

Observem que os barorreceptores quando detectam uma queda na pressão arterial atuam através da mesma região hipotalâmica, induzindo a liberação de HAD. O aumento da volemia (volume de líquido no sangue) leva a uma aumento da pressão arterial. Curiosidade -> o álcool inibe a produção de HAD e portanto facilita a formação de grandes volumes de urina; a ingesta de grande quantidade de líquido também favorece a formação de grandes quantidades de urina. Portanto, quando se toma cerveja, que é ingerida em grandes volumes e contem álcool há uma grande necessidade de urinar.

Será que existem outros fatores que devem ser lembrados? Muito bem, podemos pensar o que nos faz ter sede! Muitos são os fatores, mas hoje vamos destacar apenas um: comer comida muito salgada. Sim, o aumento da concentração de sódio no líquido extracelular tem de ser controlado, e uma forma de fazer isto é aumentar a ingestão de água.

Nos casos em que precisamos aumentar a volemia (volume de líquido no sangue), o organismo ainda tem mais uma ferramenta – as glândulas suprarrenais liberam aldosterona, hormônio que leva à reabsorção de sódio e, portanto, de água.

O sistema urinário é um conjunto de órgãos responsável pela filtração do sangue. Entre suas funções estão o controle da quantidade de líquidos no organismo (equilíbrio hídrico) e a eliminação, através da urina, de substâncias tóxicas (excretas) ou em excesso.

Em humanos, o sistema urinário é formado por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga e pela uretra.

Os rins são os órgãos responsáveis pela filtração do sangue. Eles se situam na região dorsal do corpo e possuem uma forma similar a de um grão de feijão (mas, é claro, em tamanho bem maior).

Cada rim é formado por milhares de pequenas unidades filtradoras chamadas de néfrons. O néfron é uma estrutura tubular que se inicia numa porção dilatada denominada cápsula de Bowman. No interior da cápsula de Bowman existe uma rede de pequenos capilares que formam o glomérulo de Malpighi. Os capilares do glomérulo desembocam em um duto coletor que recolhe as substâncias filtradas. Esses dutos se ligam a outros canais, formando estruturas maiores, que acabam por formar um duto único, chamado de ureter.

Agora que já conhecemos a estrutura dos rins, vamos ver qual é o caminho do sangue através desses órgãos. O sangue chega ao rim através das artérias renais e segue através de uma série de arteríolas até o glomérulo de Malpighi.

No interior do glomérulo, o sangue é submetido a uma forte pressão, que força a passagem de substâncias dissolvidas no plasma sanguíneo para o interior da cápsula de Bowman. Entre essas substâncias, podemos citar a água, a ureia, pequenas moléculas de sais, glicose e aminoácidos. As proteínas, por serem moléculas grandes, não conseguem passar através da parede dos glomérulos. A esse conjunto de substâncias filtradas é dado o nome de urina primária ou filtrado glomerular.

O filtrado glomerular segue por uma série de alças e dutos até atingir o duto coletor. Durante esse percurso, parte da água e algumas substâncias importantes, como, por exemplo, vitaminas e sais minerais, são reabsorvidos e voltam para a circulação sanguínea. O sangue filtrado deixa o rim através da veia renal.

O produto resultante após a filtração e reabsorção é chamado de urina. A urina deixa os néfrons através dos dutos coletores e chega ao ureter. O ureter leva a urina até a bexiga urinária. A bexiga é um órgão elástico que armazena a urina até ela ser eliminada. Da bexiga parte um canal, chamado uretra, que transporta a urina da bexiga para o meio externo.

Controle da reabsorção de água

Uma das funções do sistema urinário é manter o equilíbrio hídrico do organismo. Ou seja, eliminar ou reabsorver líquidos de acordo com a concentração destes na circulação sanguínea.

Esse controle é realizado por um hormônio chamado de hormônio anti-diurético ou ADH (sigla para o termo em inglês: antidiuretic hormone). O ADH é liberado pela hipófise, uma glândula do sistema endócrino. O hormônio atua nos dutos que deixam os néfrons, favorecendo a reabsorção e, assim, aumentando a quantidade de líquido que retorna ao sangue. Portanto, o resultado é a formação de uma urina mais concentrada. Quando a concentração de líquidos no sangue volta ao normal, a liberação de ADH é inibida e a urina se torna mais diluída.

Problemas do sistema urinário

Existem diversas disfunções ou doenças que afetam os órgãos do sistema urinário. Entre elas, podemos citar a incontinência urinária, a cistite, os cálculos renais e a nefrite.

A incontinência urinária atinge principalmente as mulheres e sua incidência aumenta com a idade. Existem diversos tipos de incontinência, mas, de maneira geral, o problema é caracterizado pela eliminação involuntária de urina através da uretra.

Existem diversas causas para a incontinência urinária, tais como comprometimento da musculatura que controla a micção, inflamações no sistema urinário e doenças que comprimem a bexiga. O tratamento varia de acordo com a causa que provoca a incontinência.

Cistite é o nome dado ao processo de inflamação ou infecção da bexiga, geralmente provocado por bactérias. Alguns dos sintomas da cistite são: aumento da frequência de micção, dor ou ardência ao urinar, febre e dores na região da bexiga. O tratamento é realizado através da administração de antibióticos, receitados de acordo com o tipo de bactéria infectante.

Durante os processos de filtração e reabsorção do sistema urinário pode ocorrer a formação de pequenos cristais de sais minerais e outras substâncias. Dependendo do tamanho dos cristais e de características individuais do organismo, estes podem passar despercebidos ou provocar uma doença conhecida como cálculo renal. No segundo caso, a pessoa sente fortes dores na região dos rins e muita dor ao urinar. Dependendo do tamanho do cálculo, ele pode ser eliminado naturalmente com a urina, ou pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para a sua remoção.

A nefrite é uma inflamação nos néfrons que provoca lesões nos glomérulos de Malpighi. Existem dois tipos principais de nefrite: a aguda e a crônica.

A nefrite aguda pode ser causada por alguns vírus ou bactérias. A forma crônica pode ser uma evolução da nefrite aguda ou pode ser uma doença autoimune. No caso da nefrite autoimune, as células do sistema imunológico não reconhecem os glomérulos e passam a atacá-los, provocando as lesões. Retenção de líquidos e aumento da pressão arterial são alguns dos sintomas dessa doença.

Devido ao mau funcionamento dos néfrons, o sangue não é filtrado de maneira apropriada e substâncias tóxicas começam a se acumular no organismo. Em casos muito graves é necessário realizar hemodiálise. A hemodiálise é um procedimento no qual uma máquina realiza a filtração do sangue, ou seja, realiza a função dos rins, desintoxicando o organismo.

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Quem controla a reabsorção de água?

O hormônio antidiurético (ADH) regula o teor de água no corpo humano, determinando o controle da reabsorção de água nos túbulos renais.

Qual glândula controla a reabsorção de água nos rins?

A reabsorção de água pelos rins está sob controle do hormônio antidiurético, também conhecido pela sigla ADH. Esse hormônio é sintetizado no hipotálamo (uma região do encéfalo) e liberado pela parte posterior da glândula hipófise.

Como ocorre a reabsorção de água nos rins?

O material proveniente da filtração segue para os túbulos renais, local onde ocorre a reabsorção. Nessa etapa, as substâncias importantes que não devem ser perdidas são reabsorvidas. Quase 99% da água filtrada no corpúsculo, por exemplo, é absorvida. A grande reabsorção é também verificada para glicose e aminoácidos.

Onde é feita a reabsorção de água?

Intestino grosso faz a reabsorção de água e eletrólitos.