O ciclo da água na Amazônia pode influenciar nos ecossistemas do planeta terra resumo

Data: 05/02/2020
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O ciclo da água na Amazônia pode influenciar nos ecossistemas do planeta terra resumo

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A floresta Amazônica, distribuída entre Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela e Brasil, abriga uma imensa biodiversidade. São inúmeros os benefícios da Amazônia, por exemplo: uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, tem capacidade de bombear mais de 300 litros de água para atmosfera.

A floresta amazônica é fundamental para impedir o avanço das mudanças climáticas. Seus rios respondem por quase um quinto da água doce que deságua nos oceanos, e a umidade de parte da Bacia Amazônica atinge e regula o clima de países como a Argentina e Uruguai.

Cientistas apontam que os efeitos do desmatamento na região são alarmantes e atinge níveis recordes desde o início de 2019. “Se passarmos de 20 a 25% de desmatamento, a Amazônia corre risco de se tornar uma savana degradada”, disse à EBC, Carlos Nobre – pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP.

O físico Paulo Artaxo, da USP, comenta sobre o papel da Amazônia nos ciclos da água e do carbono no Brasil e no mundo:

Notícia

Mérito do trabalho publicado por autores brasileiros, norte-americanos e franceses é fornecer o estado da arte de tudo que o sensoriamento remoto já revelou sobre o ciclo hidrológico da Amazônia e que não poderia ser descoberto de outra forma, devido à extensão e à variabilidade da bacia

O ciclo da água na Amazônia pode influenciar nos ecossistemas do planeta terra resumo

Agência Espacial Europeia

Fonte

UFV | Universidade Federal de Viçosa

Data

terça-feira, 8 fevereiro 2022 06:20

Áreas

Geociências. Hidrologia. Monitoramento Ambiental. Recursos Hídricos. Sensoriamento Remoto.

O mundo todo está com os olhos voltados para a floresta Amazônica por muitos motivos. Os olhos da ciência, por exemplo, buscam reconhecer e explicar o potencial fabuloso da floresta. De tão imensa, é preciso usar satélites para enxergá-la em detalhes. Um artigo científico publicado na revista científica Reviews of Geophysics, com participação de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), reúne tudo o que as técnicas de sensoriamento remoto já revelaram sobre os processos hidrológicos e as mudanças ambientais na Amazônia, desde que começaram a ser utilizadas, nos anos 1980. O trabalho tem tido grande repercussão na comunidade científica internacional e pode até mesmo orientar políticas públicas para monitoramento e preservação dos recursos hídricos.A repercussão internacional de um trabalho científico é medida pela qualidade de suas informações, mas também pela relevância do tema. A bacia hidrográfica da Amazônia é a maior do mundo. Abrange cerca de seis milhões de quilômetros quadrados e um terço da América do Sul. Os rios que formam esta bacia representam 20% da quantidade total de água doce que chega ao oceano Atlântico a cada ano. O que acontece na Amazônia repercute no clima e na agricultura no Brasil e também impacta a circulação atmosférica global. Além disso, as águas superficiais da Amazônia são uma importante fonte e sumidouro de dióxido de carbono e a maior fonte natural de metano nos trópicos. Tudo isso faz com que atividades predatórias como a mineração, o garimpo e o desmatamento interfiram neste fino equilíbrio planetário sustentado pela floresta e suas águas. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); O mérito do trabalho publicado por autores brasileiros, norte-americanos e franceses é fornecer o estado da arte de tudo o que o sensoriamento remoto já revelou sobre o ciclo hidrológico da Amazônia e que não poderia ser descoberto de outra forma, devido à extensão e à variabilidade da bacia. São 97 páginas, 24 delas só de referências bibliográficas. “É um artigo de referência, que não apenas sintetiza o conhecimento acumulado, como também reconhece incertezas e sugere o desenvolvimento de novos modelos que apontam para a necessidade de abordagens mais integrativas em futuras pesquisas”, explicou o Dr. Marcos Heil Costa, professor do Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental (DEA) da UFV e um dos autores do artigo.O professor Marcos foi pioneiro na utilização de imagens espaciais em modelos capazes de predizer o impacto de ações humanas e das mudanças climáticas na Amazônia. Ele e o pesquisador Gabriel Abrahão, doutorando do DEA, foram os responsáveis pela seção do artigo que trata das mudanças ambientais que converteram áreas de florestas em pastagens, terras agrícolas, barragens artificiais ou mineração. Essas mudanças no uso do solo amazônico, segundo os pesquisadores da UFV, influencia os processos de formação de chuvas na Amazônia, alterando os ciclos hidrológicos.A primeira autora do trabalho é a pesquisadora Dra. Alice Fassoni, ex-aluna do curso de Engenharia Ambiental da UFV. Ela explicou que muitas técnicas que foram desenvolvidas e testadas na Amazônia passaram a ser usadas como modelos globais. “O conhecimento sobre a hidrologia avançou junto com as técnicas de sensoriamento remoto. Por exemplo, os algoritmos para estimativa de nível de água a partir de altimetria de radar foram avaliados pela primeira vez nos rios largos da bacia amazônica, e as primeiras estimativas das variações do armazenamento total de água sobre os continentes pelo satélite Grace, foram feitas para a Amazônia”, lembrou a Dra. Alice.Segundo os autores, a revisão de tudo o que já foi publicado sobre o tema permite concluir que já há muitas informações acumuladas, mas ainda faltam trabalhos que apliquem essas técnicas em alternativas urgentes para preservação dos ecossistemas. “Aprendemos muito sobre como a hidrologia da Amazônia funciona, mas essas técnicas ainda são relativamente pouco usadas para entender o impacto das ações humanas na água na região. Tecnologias que já existem podem ser usadas, por exemplo, para medir o impacto da construção de barragens, da mineração ilegal e do desmatamento sobre a quantidade de sedimentos nos rios, que são essenciais para os ecossistemas da região. Ao revisar, descobrimos que esse potencial ainda é muito pouco explorado. Este conhecimento pode ser usado para democratizar a informação que fica no laboratório e propor um manejo mais sustentável para a maior bacia do mundo”, concluiu Gabriel Abrahão.Acesse o artigo científico completo (em inglês).Acesse a notícia completa na página da UFV.Fonte: Léa Medeiros, UFV. Imagem: Rio Amazonas (imagem capturada por satélite). Fonte: Agência Espacial Europeia.

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