Foi fator relevante para o pioneirismo português na expansão marítima e comercial europeia

No estudo das grandes navegações, observamos que a recuperação comercial européia – deflagrada a partir dos fins do século XIV – foi de fundamental importância para o estabelecimento dessa transformação histórica. Com o passar dos anos, a elevação demográfica e a ampliação dos mercados consumidores instigaram vários comerciantes a buscarem as riquezas provenientes do mundo oriental. Contudo, o monopólio dos turcos, árabes e italianos freava o desenvolvimento de tal comércio.

Buscando contornar essa situação, diversos homens promoveram uma ruptura com a antiga reclusão medieval e se lançaram ao mar em busca de novas e lucrativas rotas comerciais. Paralelamente, diversos Estados Nacionais tinham o pleno interesse na franca expansão destes empreendimentos, tendo em vista a grande quantidade de impostos que poderiam ser potencialmente arrecadados. É dessa maneira que enxergamos o início das chamadas Grandes Navegações.

Nesse novo cenário, Portugal desempenhou um papel de vanguarda em relação às demais nações européias que, somente algum tempo depois, estavam preparadas para a aventura marítima. Entretanto, para que pudessem “sair na frente”, os lusitanos foram favorecidos por uma série de condições históricas que não eram igualmente observadas no contexto social, político e econômico de outras regiões da Europa. Dessa forma, temos a necessidade de entender como foi possível o chamado pioneirismo lusitano.

Um primeiro fator bastante considerável orbita em torno da situação política de Portugal. No processo de formação das monarquias nacionais, a maioria dos povos europeus demandou vários anos em guerras e conflitos que impediram a consolidação de um governo sólido e centralizado. Contrariando essa tendência, os portugueses formaram seu Estado independente no século XII com a chamada Revolução de Avis, de 1385.

Ao fim desse processo revolucionário, a crescente classe mercantil lusitana foi visivelmente favorecida por uma série de governos interessados na expansão marítimo-comercial. Além disso, a própria burguesia deste país foi capaz de consolidar laços comerciais em vários pontos da Europa ao manter relações econômicas com os povos nórdicos e outros negociadores presentes na Inglaterra, Península Itálica e na região de Flandres.

Como se não bastasse os vários contatos mercantis e o apoio político da própria realeza, Portugal era privilegiado com uma região litorânea que dava acesso aos mares do Norte e Mediterrâneo, e abria portas para todo o Oceano Atlântico. Além disso, no início do século XV, o infante dom Henrique incentivou a reunião de vários cartógrafos, navegadores, estudiosos e construtores. Dessa reunião, efetivou-se na região a chamada Escola de Sagres, que permitiu o desenvolvimento de várias técnicas de navegação.

Dessa forma, podemos avaliar os vários fatores que permitiram a expansão marítima portuguesa. A partir do século XV, iniciaram a conquista de vários pontos do continente africano, colonizaram algumas ilhas atlânticas e, tempos depois, foi uma das primeiras nações a empreenderam a conquista do continente americano.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

  • Tratado de Tordesilhas - Linha divide mundo entre Portugal e Espanha
  • Expansão marítima - Inglaterra, França e Holanda contestam Tordesilhas
  • Grandes navegações - A expansão marítima espanhola

A descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500, foi o resultado de uma persistente e bem sucedida política de expansão marítima colocada em prática ao longo de muitos anos pela monarquia portuguesa.

A construção das grandes embarcações e a organização de expedições marítimas que passaram a explorar os oceanos nos séculos 14 e 15 dependeram do progresso da náutica, com o desenvolvimento de instrumentos e de técnicas de navegação. Isso tudo só pôde se concretizar à medida que eram destinados expressivas somas de riquezas, as quais somente o tesouro de um Estado organizado e forte poderia suportar.

Dinastia de Avis

O pioneirismo português nas grandes navegações marítimas - que culminaram nas descobertas de novas terras, na expansão do comércio e na propagação da fé cristã - se iniciou em 1385, data da subida ao trono de dom João 1º, conhecido como Mestre de Avis. O reinado de dom João inaugurou em Portugal a dinastia de Avis. Ele obteve o apoio da nobreza e dos comerciantes do reino, setores sociais que naquele período eram mais influentes política e economicamente.

Com isso, dom João 1º pôde promover uma acentuada e progressiva centralização do poder monárquico, o que fez Portugal surgir como um Estado independente e bem armado militarmente. O país alcançou a estabilidade política e a paz interna, fatores que propiciaram o florescimento e crescimento do comércio estimulando, desse modo, as riquezas do reino. Essas condições foram fundamentais para colocar em prática a política de expansão marítima destinando recursos para as grandes navegações.

Posição geográfica de Portugal: de cara para o Atlântico

Em sua origem, a expansão marítima portuguesa esteve associada aos interesses mercantis da burguesia do reino, ávida na busca de lucros por meio do comércio marítimo com outras regiões, sobretudo com o Oriente.

Essa era uma forma de superar as limitações do mercado europeu, que estava em crise pela carência de mão-de-obra, pela falta de produtos agrícolas e a escassez de metais preciosos para cunhagem de moeda. Interessava a essa burguesia apoiar o poder real no empreendimento da expansão marítima, por meio das navegações oceânicas e dela extrair seus benefícios.

Portugal também gozava de uma localização geográfica privilegiada na península ibérica. Grande parte do seu território está voltada para o oceano Atlântico. Essa posição geográfica, juntamente com as condições sociais e políticas favoráveis, permitiram ao país se projetar como potência marítima. Coube ao infante D. Henrique - filho de D. João 1o - as iniciativas para fazer Portugal inaugurar as grandes navegações oceânicas.

Escola de Sagres

D. Henrique era um amante das ciências e, sob sua iniciativa, foi fundada a Escola de Sagres, que reuniu diversos especialistas como cartógrafos, astrônomos e marinheiros que possuíam conhecimento do que de mais avançado se sabia na época sobre a arte de navegar.

Foi na Escola de Sagres que foram realizados, em 1418, os primeiros estudos e projetos de viagens oceânicas. Foi nela que foram aprimoradas embarcações como a caravela e aperfeiçoados os instrumentos náuticos necessários a longas viagens, como a bússola e o astrolábio, que haviam sido inventados no Oriente.

Portugal passou a obter sucessivos êxitos no empreendimento ultramarino. O marco inicial foi a conquista de Ceuta, em 1415, localizada na costa do Marrocos. Em seguida, empreendeu esforços para chegar às Índias pelo mar, contornando a África.

Primeiro os portugueses conquistaram as ilhas atlânticas dos arquipélagos dos Açores, Madeira e Cabo Verde (1425-1427) para em seguida explorar a costa africana.

Em 1488, a esquadra comandada por Bartolomeu Dias conseguiu transpor o Cabo da Boa Esperança, localizado no extremo sul da África. Dez anos depois, a esquadra comandada por Vasco da Gama conseguiu ir adiante e navegar pelo oceano Índico, aportando em Calicute, extremo sul da Índia, em 20 de maio. Ambos os navegadores estavam a serviço de Portugal.

Qual foi o fator relevante para o pioneirismo português na expansão marítima & europeia dos séculos 15 e 16?

Além do alcance precoce da estabilidade política, os portugueses foram auxiliados pela intensa troca de informações que acontecia entre os navegadores daquela época. Sob tal aspecto, destacamos o importante papel desenvolvido pela chamada Escola de Sagres.

Que fatores explicam o pioneirismo português na expansão marítima europeia?

Alguns fatores explicam esse pioneirismo de Portugal: náutico; • Interesse da sociedade na expansão do comércio; • Investimentos estrangeiros no comércio; • Posição geográfica. No século XV, Portugal era uma nação politicamente estável.

Qual elemento contribuiu para o pioneirismo português no processo de expansão marítima europeia durante os séculos?

O primeiro motivo que levou os portugueses ao empreendimento das Grandes Navegações foi a progressiva participação lusitana no comércio europeu no século XV, em razão da ascensão de uma burguesia enriquecida que investiu nas navegações no intuito de comercializar com diferentes partes do mundo.

O que foi o pioneirismo português Brainly?

Grandes Navegações iniciaram-se no século XV e foram responsáveis pela exploração do Oceano Atlântico. O país pioneiro nesse acontecimento foi Portugal. As Grandes Navegações foram navegações oceânicas realizadas ao longo do século XV que permitiram a exploração do Oceano Atlântico.