Explique Por que quando uma pessoa está resfriada não sente bem o cheiro dos alimentos

Entenda as principais diferenças entre o resfriado comum, gripe e Covid-19

06/10/2020 - Anna Regadas

A Covid-19, gripe e resfriado são três doenças que afetam o trato respiratório e apresentam sintomas semelhantes. Por conta disso muitos pacientes podem se confundir em relação à sua condição, e em certos casos isso pode minimizar o cuidado necessário à prevenção contra o novo coronavírus. Conversamos com a otorrinolaringologista (RQE 7546), Janaina Gonçalves da Silva Leite, que esclareceu […]

Explique Por que quando uma pessoa está resfriada não sente bem o cheiro dos alimentos

A Covid-19, gripe e resfriado são três doenças que afetam o trato respiratório e apresentam sintomas semelhantes. Por conta disso muitos pacientes podem se confundir em relação à sua condição, e em certos casos isso pode minimizar o cuidado necessário à prevenção contra o novo coronavírus. Conversamos com a otorrinolaringologista (RQE 7546), Janaina Gonçalves da Silva Leite, que esclareceu as principais diferenças entre as doenças e destacou a importância da avaliação médica para o diagnóstico correto.

De acordo com Janaina, o resfriado comum é uma infecção das vias áreas superiores, do nariz e garganta, por diversos tipos de vírus, como o adenovírus, rinovírus. Já a Covid-19 é uma infecção causada pelo Sars-Cov2. “Parece ser um resfriado comum, só que tem algumas nuances. E uma delas é que ele pode provocar problemas no nervo do olfato, no nervo que faz a gente sentir os cheiros. A pessoa portanto pode apresentar uma hiposmia que significa sentir poucos cheiros, e até mesmo a anosmia, que é a ausência completa dos cheiros”, ressaltou.

Os espirros são comuns em resfriados, mas raros tanto em gripes quanto em Covid-19. O nariz entupido aparece frequentemente em resfriados, às vezes em gripes e, raramente, em casos do novo coronavírus. A dor de cabeça é rara em resfriados, comum em gripes e pode surgir em infecções pelo novo coronavírus. Dentre as diferenças, a otorrinolaringologista, destacou que a Covid-19 tem sintomas nasais mais brandos de congestão, espirros, coriza que os outros vírus do resfriado comum

Como explica a especialista, a perda de olfato tem sido um sintoma bem agudo nos pacientes com Covid-19, e ele pode aparecer em qualquer momento da doença, às vezes nos primeiros dias, mas também no final. Outro sintoma comum é não sentir o gosto das comidas, denominado de ageusia. Mas somente por esses sintomas não é possível diferenciar a Covid-19 de outras doenças infeciosas.

De acordo com o infectologista Keny Colares, a perda de olfato que se tem quando tá resfriado ou com alergia, se deve à congestão nasal. O nariz fica entupido e a pessoa sente menos o cheiro das coisas porque a respiração não consegue passar direito pelo nariz e passa geralmente. Já no caso da Covid-19, o doutor ressalta que a perda da olfato acontece de forma mais intensa. “A pessoa realmente de uma hora para outra fica praticamente sem o olfato, mas também com pouco tempo se recupera. Então, a intensidade é maior e assim, o mecanismo é bem diferente, não é simplesmente porque o nariz tá entupido como acontece quando a gente tá resfriado”, frisou.

Segundo a otorrinolaringologista, é comum hoje ter associação imediata da perda de olfato ao novo coronavírus. “Como tivemos uma grande quantidade de pessoas que entraram em contato e esse vírus provoca em algumas pessoas a perda de olfato houve essa associação, que sempre que a pessoa perde o olfato é Covid, mas a gente não tem como garantir pois existe um outro vírus que é muito corrente, o Influenza, que também provoca perda de olfato. Existem ainda alguns outros vírus que ocasionam o resfriado e que também provocam a perda de olfato. Então só por um sintoma, não dá pra diferenciar completamente”, esclarece.

A especialista ressaltou que somente com exames e a avaliação médica será possível se chegar a um diagnóstico. “Os pacientes a depender do tempo que apresentaram os sintomas vão precisar fazer exames e só ai vamos poder certificar se foi Covid ou não”, afirmou.

Foto: Mateus Dantas

Recursos do assunto

Visto que os distúrbios do olfato e do paladar raramente constituem uma ameaça para a vida de uma pessoa, é possível que não recebam uma atenção médica adequada. No entanto, esses distúrbios podem ser muito frustrantes, pois podem afetar a capacidade que a pessoa tem de desfrutar da comida e de bebidas e de apreciar aromas agradáveis. Eles também podem afetar a capacidade de percepção de substâncias químicas e gases potencialmente nocivos, o que pode ter sérias consequências. Ocasionalmente, a deterioração do olfato e do paladar deve-se a uma doença grave, como um tumor.

O olfato e o paladar estão intimamente relacionados. As papilas gustativas da língua identificam os sabores, ao passo que os nervos localizados no nariz identificam os odores. Ambas as sensações são transmitidas ao cérebro, que integra as informações para que os sabores possam ser reconhecidos e apreciados. Alguns sabores - como o salgado, o amargo, o doce e o ácido - podem ser reconhecidos sem que o sentido do olfato intervenha. No entanto, sabores mais complexos (como o da framboesa) requerem ambos os sentidos, paladar e olfato, para serem reconhecidos.

Os distúrbios mais frequentes do olfato e do paladar são a perda parcial do olfato (hiposmia) e a perda total do olfato (anosmia). Visto que distinguir um sabor de outro depende enormemente do olfato, as pessoas costumam perceber primeiro que a sua capacidade de sentir odores está diminuída quando a comida lhes parece insípida.

Como as pessoas sentem os sabores

Para distinguir a maioria dos sabores, o cérebro precisa da informação sobre ambos, cheiro e sabor. Essas sensações são transmitidas ao cérebro a partir do nariz e da boca. São várias as regiões do cérebro que integram a informação, permitindo às pessoas reconhecer e apreciar os sabores.

Uma pequena área da membrana mucosa que reveste o nariz (o epitélio olfativo) contém células nervosas especializadas, denominadas de receptores olfativos. Estes receptores contêm prolongamentos pilosos (cílios) que detectam os odores. As moléculas transportadas pelo ar, que entram pelas fossas nasais, estimulam os cílios, desencadeando um impulso nervoso nas fibras nervosas contíguas. As fibras prolongam-se para cima, através da estrutura óssea que forma o teto da cavidade nasal (placa cribriforme), e conectam-se aos prolongamentos das células nervosas (bulbos olfativos). Estes bulbos formam os nervos cranianos do olfato (nervos olfatórios). O impulso viaja através dos bulbos olfativos e ao longo dos nervos olfatórios até o cérebro. Este interpreta o impulso como um odor específico. Além disso, a área do cérebro onde se armazena a memória dos odores - o centro do olfato e da gustação na parte medial do lobo temporal - é estimulada. A memória permite a uma pessoa distinguir e identificar muitos odores diferentes, assimilados ao longo da vida.

Milhões de pequenas papilas gustativas cobrem a maior parte da superfície da língua. Uma papila gustativa contém diversos tipos de receptores gustativos ciliados. Cada tipo detecta um dos cinco sabores básicos: doce, salgado, ácido, amargo ou saboroso (também chamado de umami, o sabor do glutamato monossódico). Estes sabores podem ser detectados em toda a língua, mas certas áreas são mais sensíveis a cada sabor. A doçura é mais facilmente identificada pela ponta da língua, enquanto que o salgado é melhor apreciado nas laterais anteriores da língua. A acidez é mais apreciada ao longo das laterais da língua e as sensações amargas são facilmente detectadas no terço posterior da língua.

Os alimentos colocados na boca estimulam os cílios, desencadeando um impulso nervoso nas fibras nervosas contíguas, que estão ligadas aos nervos cranianos do paladar (o nervo facial e o glossofaríngeo). O impulso viaja ao longo desses nervos até o cérebro, que interpreta a combinação de impulsos originados nos diferentes tipos de receptores gustativos como um sabor distinto. A informação sensorial a respeito do cheiro, sabor, textura e temperatura da comida é processada pelo cérebro para produzir um sabor distinto quando a comida entra na boca e é mastigada.

O sentido do olfato pode ser afetado devido a alterações no nariz, nos nervos que vão do nariz ao cérebro ou no próprio cérebro. Por exemplo, quando as passagens nasais estão obstruídas devido a um resfriado comum, a capacidade de percepção dos odores pode estar reduzida pela impossibilidade de os odores chegarem aos receptores do olfato (células nervosas especializadas que se encontram na membrana mucosa que reveste o nariz). Tendo em conta que a capacidade olfativa afeta o paladar, as pessoas gripadas costumam achar que os alimentos não têm um gosto bom. Os receptores do olfato podem ser lesionados, temporariamente, pelo vírus influenza (gripe). Algumas pessoas não conseguem sentir cheiros nem sabores durante vários dias, ou mesmo semanas, depois de um surto de gripe e, em casos raros, a perda do olfato ou do paladar torna-se permanente. Perda súbita de olfato também pode ser um sintoma precoce da doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19 Coronavírus e síndromes respiratórias agudas (MERS e SARS) Os coronavírus são uma grande família de vírus que causam doença respiratória, que varia em gravidade desde um resfriado comum até pneumonia fatal. Existem muitos coronavírus diferentes. A maioria... leia mais ), uma doença respiratória aguda que pode ser grave e é causada por um coronavírus recentemente identificado, oficialmente chamado SARS-CoV-2. (Ver Perda do olfato Perda do olfato Anosmia é a perda total do olfato. Hiposmia é a perda parcial do olfato. A maioria das pessoas com anosmia consegue reconhecer substâncias salgadas, doces, ácidas e amargas, mas não consegue... leia mais .)

A sensibilidade excessiva aos odores (hiperosmia) é muito menos frequente do que a perda do olfato. As mulheres grávidas geralmente tornam-se hipersensíveis a odores. A hiperosmia também pode ser psicossomática. Isto é, as pessoas com hiperosmia psicossomática não têm nenhum distúrbio físico visível. É mais provável que a hiperosmia psicossomática se manifeste nas pessoas com uma personalidade histriônica (procura de atenção absoluta através de um comportamento teatral).

Algumas doenças podem distorcer o sentido do olfato, fazendo com que as pessoas sintam odores inócuos como desagradáveis (uma condição chamada de disosmia). Essas doenças incluem as seguintes:

  • Infecções dos seios paranasais

  • Dano parcial dos nervos olfatórios

  • Higiene oral insuficiente

  • Infecções da boca

  • Depressão

  • Hepatite viral, que pode causar disosmia, que resulta em náusea desencadeada por odores antes inofensivos.

As convulsões que têm a sua origem na área do cérebro onde a memória dos odores é armazenada - a zona medial do lobo temporal - podem causar sensações vívidas falsas, transitórias, de odores desagradáveis (alucinações olfativas). Estes odores fazem parte da sensação intensa de que uma convulsão está prestes a ocorrer (chamada de aura) e não indicam um distúrbio do olfato. Infecções no cérebro devidas ao vírus do herpes (encefalite herpética) podem também causar alucinações olfativas.

Na paralisia de Bell (um distúrbio no qual metade da face fica paralisada), o paladar frequentemente fica prejudicado nos dois terços anteriores de um lado da língua (o lado afetado pela paralisia). Mas esta perda pode não ser percebida porque o paladar fica normal ou intensificado no restante da língua. As queimaduras na língua podem destruir, temporariamente, as papilas gustativas. Distúrbios neurológicos, inclusive a depressão e convulsões, podem prejudicar o paladar.

A distorção do paladar (disgeusia) pode ser causada por uma inflamação das gengivas (gengivite) e por muitas das mesmas condições que resultam em perda do paladar e do olfato, incluindo a depressão e as convulsões. O paladar pode ser distorcido por alguns fármacos, como os seguintes:

  • Antibióticos

  • Anticonvulsivantes

  • Antidepressivos

  • Certos fármacos quimioterápicos

  • Diuréticos

  • Fármacos usados para tratar artrite

  • Fármacos para a tireoide

O paladar pode ser testado utilizando-se substâncias doces (açúcar), ácidas (sumo de limão), salgadas (sal) e amargas (aspirina, quinina ou aloé).

OBS.: Esta é a versão para o consumidor. MÉDICOS: Clique aqui para a versão para profissionais

Clique aqui para a versão para profissionais

Explique Por que quando uma pessoa está resfriada não sente bem o cheiro dos alimentos

Direitos autorais © 2022 Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA e suas afiliadas. Todos os direitos reservados.

Explique Por que quando uma pessoa está resfriada não sente bem o cheiro dos alimentos

Porque quando estamos resfriados não sentimos o cheiro dos alimentos?

Quando estamos gripados, nosso olfato fica comprometido, pois o excesso de muco no nariz atrapalha a chegada das moléculas de odor nos receptores do olfato e por causa disso sentimos muito menos o cheiro e consequentemente também o gosto dos alimentos.

Como voltar a sentir o gosto da comida quando está gripado?

Consumir chás quentes de ervas quando estamos gripados ajuda a afinar o muco nas narinas. Isso restaura o olfato e o paladar. Essas bebidas quentes e saborosas também estimulam as papilas gustativas.

Quando não se sente o gosto da comida?

A perda do olfato ou do paladar é um sinal da covid-19. Por esse motivo, os médicos ficam em alerta máximo quando seus pacientes lhes dizem que a comida não tem mais sabor —e é importante fazer o exame o quanto antes para saber se você está infectado com o coronavírus.

Quando sofremos com um forte resfriado a comida parece ter o sabor alterado o que acaba por reduzir ainda mais o apetite por que isso acontece?

Quando o nariz está entupido, perde-se boa parte do olfato e isso influencia diretamente no gosto das comidas, já que este sentido, assim como o paladar, está associado à percepção dos sabores. Na realidade, o olfato é capaz de identificar mais sabores do que o paladar, por mais improvável que isso possa parecer.