Diferença de deficiente auditivo e surdo

No meu dia a dia como tradutora e intérprete de Libras, vejo que é uma das dúvidas mais frequentes sobre qual o termo mais adequado.

É uma das dúvidas mais comuns e que gera muita confusão nas redes sociais e até mesmo em empresas e entre profissionais da comunicação. De vez em quando vejo reportagens que não conseguem manter uma consistência terminológica, ora usam "deficiente físico", "deficiente auditivo", ora, usam "surdo". E por falta desse conhecimento, acabam fazendo a uma grande confusão entre conceitos de identidades muito diferentes.

Algumas pessoas acham o termo "Surdo" agressivo ou constrangedor, mas na verdade não é, tem vários surdos YouTubers que deixam isso muito bem explicado, é uma questão e identidade!

Veja o canal: Vi Surdo.

Na perspectiva social e clínica

Surdo: pessoa que nasce surda (surdez severa/profunda), que compreende o mundo por experiências visuais, usa Libras como língua social e tem o português como segunda língua na modalidade escrita (quando tem acesso à uma boa escolarização). Nesse caso, não desenvolve a oralidade espontaneamente.

Para não generalizar; uma minoria de surdos tem acesso à educação básica, graduação, pós, mestrado e doutorado tem um bom conhecimento do português escrito. Mas como na sociedade em geral, isso é muito relativo e heterogêneo, então, há muitos surdos analfabetos na língua portuguesa.

Pessoa com deficiência auditiva (D.A.) ou ensurdecido: pessoa que nasce com audição, ou com com um bom resíduo auditivo, aprende o português como primeira língua e perde ou vai perdendo a audição em qualquer fase da vida, também conhecido como ensurdecido. Em alguns casos, a pessoa tem boa referência do português falado e escrito, se comunica preferencialmente pelo português faz leitura labial, lê legendas mas também pode usar a Libras.

São perfis de públicos muito diferentes, com histórias e conhecimentos distintos sobre a cultura ouvinte e o português na modalidade oral-auditiva.

É uma questão de contexto, quando falamos em dia nacional dos surdos, dia 26 de setembro, por exemplo, comemora-se a criação do INES, uma escola para surdos que usa a língua de sinais como meio de comunicação no ensino, aí que surge o primeiro registro de um pequeno dicionário de língua de sinais, a Iconographia dos surdos-mudos (termo antigo, usado na época), publicado em 1875.

Então, não tem certo ou errado, depende de qual público você está falando, alinhe conceito/intenção ao termo correto, esta é minha dica para você não confundir.

Qual o termo adequado

Se quer se referir às pessoas que usam Libras, então, o termo correto é Surdo!

Se está falando de público que usa o português, legenda... prefira o termo pessoa com deficiência auditiva.

Conseguiu entender as diferenças?

Se valeu, avisa nos comentários!

Em nossa sociedade não estamos acostumados a conviver com pessoas com deficiência, o que leva, entre muitos outros problemas, a falta de conhecimento sobre o assunto por maior parte da população. Como consequência, cria-se uma confusão acerca das nomenclaturas e as formas de tratamento de pessoas que pertencem a esse grupo. Muitos não sabem, por exemplo, distinguir a surdez da deficiência auditiva. Mas, afinal, qual é a diferença entre eles?

Primeiramente, ambos os termos estão corretos, mas não são sinônimos. Pessoas com deficiência auditiva tem necessidades diferentes de pessoas surdas, por isso requerem abordagens distintas. E a diferença entre os dois vai além do diagnóstico médico, pois também podem ser interpretados dentro de um âmbito social e cultural.

Quando analisamos do ponto de vista médico, o principal ponto de distinção entre a surdez e a deficiência auditiva é o grau de perda de audição. Também é considerado como o problema se desenvolveu e a capacidade de ouvir que a pessoa ainda apresenta. No caso, os deficientes auditivos têm um grau de perda auditiva enquanto os surdos apresentam total ausência de audição.

A deficiência auditiva
É entendido como deficiência auditiva a diminuição da capacidade de ouvir sons, seja em uma ou ambas as orelhas. A OMS classifica como deficientes auditivos as pessoas que possuem perda auditiva de leve a grave. Por isso, geralmente, essas pessoas já ouviram sons em algum momento da vida, aprenderam a se comunicar com a linguagem oral e podem recorrer a aparelhos auditivos.

Mesmo que possa evoluir para uma perda total da audição, se possui um grau de perda auditiva é considerado deficiente auditivo.

A deficiência auditiva pode ser classificada em três tipos:

  • Perda auditiva condutiva: quando há uma falha de transmissão das vibrações sonoras, do ouvido externo ao ouvido interno. Algumas causas são: infecções no ouvido, tímpano perfurado, acúmulo de cera e otosclerose.
  • Perda auditiva neurossensorial: ocorre quando há um dano no ouvido interno, nas células ciliadas mais especificamente. É resultante do processo de envelhecimento natural, mas também pode ser causada por exposição a ruídos altos, o uso de medicamentos ototóxicos, entre outros.
  • Perda auditiva mista: é quando ocorre uma perda tanto nas estruturas do ouvido médio quanto nas do ouvido interno.

A surdez

A pessoa surda é tem completa ausência de audição e pode ser de origem congênita ou não. Muitos apresentam o problema desde o nascimento e, como consequência, aprenderam a se comunicar através de formas não-verbais, como a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Existe outra definição da surdez que parte da perspectiva cultural, ou seja, entendem como surdos aqueles que fazem uso da linguagem de sinais, mas também valorizam o desenvolvimento de projetos de arte, educação e lazer voltados para comunidade surda. Dessa forma, eles veem a perda da audição como uma forma de aproveitar o mundo e não como uma limitação. Portanto, aqueles que não se identificam com essa cultura, são considerados deficientes auditivos.

A surdez pode duas possíveis origens:

  • Surdez congênita: é aquela desenvolvida no útero ou no momento do nascimento. Pode ser causada por doenças maternas, desordens genéticas ou até mesmo no parto.
  • Surdez adquirida: é aquela desenvolvida após o nascimento. Pode ocorrer de forma abruta, como por um traumatismo; ou gradual, por uma evolução de uma perda auditiva.

Assim, podemos perceber as distinções entre a surdez e a deficiência auditiva. Apesar de a perspectiva médica ser a mais utilizada, devemos respeitar a percepção pessoal de cada um e a forma como ele se define.

É certo falar deficiente auditivo?

Portanto, o uso correto dos termos são: Deficiente Auditivo ou Pessoa com Deficiência Auditiva: pode ser relacionado a quem tiver perda auditiva, seja moderada ou total. Geralmente é comum para pessoas que não escutam bem, mas ainda escutam algo.

O que é um deficiente auditivo?

De acordo com os critérios estabelecidos pela OMS, deficiência auditiva equivale à redução na capacidade de ouvir sons em uma ou ambos os ouvidos. Assim, pessoas com perda auditiva que varia de leve a severa se enquadram no grupo com deficiência auditiva.

Como se chama uma pessoa que é surda?

Aliás, ouvinte é o termo correto para se referir às pessoas que ouvem. A pessoa surda não é necessariamente muda, inclusive, são pouquíssimos os surdos que não têm alguma manifestação vocal. Muitos surdos são oralizados e falam corretamente o idioma que aprenderam.