Como as florestas podem diminuir o efeito estufa do aquecimento global?

Como as florestas podem diminuir o efeito estufa do aquecimento global?

Pesquisa indica que preservação e regeneração de florestas secundárias pode mitigar os efeitos do aquecimento global

“Science” publica pesquisa de docente da UFSB que mostra que preservação e regeneração de florestas secundárias pode mitigar os efeitos do aquecimento global

O estudo internacional é assinado por 60 cientistas, e um deles é o professor Daniel Piotto, pesquisador e docente na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Um artigo publicado na revista Science Advances nesta sexta-feira, 13, traz dados sobre o potencial de sequestro de carbono em florestas secundárias em 43 regiões da América Latina. O estudo internacional é assinado por 60 cientistas, e um deles é o professor Daniel Piotto, pesquisador e docente na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

O trabalho estimou as áreas com menos de mil metros de altitude cobertas por florestas secundárias (entre 0 e 60 anos de idade) em 43 regiões da América Latina. Com isso, a equipe calculou o potencial de estoque de carbono nessas florestas jovens, criando uma projeção assumindo que essas matas sejam mantidas intactas nos próximos 40 anos. “Estoque de carbono”, neste caso, indica o acúmulo desse elemento em raízes, tronco, galhos e folhas das árvores ao longo da vida. Isso ocorre por meio do processo de fotossíntese, durante o qual os vegetais “consomem” dióxido de carbono, o gás carbônico, e liberam oxigênio.

Dentre os países estudados, o Brasil lidera em termos de potencial de sequestro de carbono em florestas secundárias, detendo 71% do total estimado, seguido pelo México, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. Os dados se referem a áreas florestais e campos agrícolas abandonados, conforme medição em 2008.

A projeção apresentada no estudo considera que, se essas florestas secundárias forem totalmente preservadas, o total de dióxido de carbono, ou gás carbônico, retirado da atmosfera em 2048 por essas matas equivaleria a todas as emissões desse gás, da queima de combustíveis fósseis aos processos industriais, em todos os países da América Latina e do Caribe de 1993 a 2014 – um total de 22 anos de lançamento massivo de carbono em mais de 30 países.

A regeneração de florestas ajuda a reduzir a quantidade de gás carbônico na atmosfera, mas não o bastante para retirar a necessidade de redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, áreas de floresta contribuem para a regulação do ciclo hidrológico. Isso implica, entre outros benefícios, a regulação de regimes de chuvas, o que interessa a todos, no meio rural e nas cidades.

O artigo pode ser acessado neste link: http://advances.sciencemag.org/content/2/5/e1501639

Fonte: Universidade Federal do Sul da Bahia / Jornal da Ciência

in EcoDebate, 17/05/2016

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    Publicado: Sexta, 23 de Setembro de 2016, 16h33 | Última atualização em Terça, 19 de Novembro de 2019, 15h32

    As florestas e os ecossistemas naturais armazenam grandes quantidades de carbono, tanto na estrutura da vegetação quanto no solo. Na comparação com as florestas de climas temperados, as florestas tropicais são mais densas e com menores flutuações sazonais no fluxo de carbono, constituindo-se como importantes estoques de carbono que contribuem para a estabilidade do clima global. As florestas tropicais ainda abrigam cerca de 50% da biodiversidade terrestre, desempenham um papel fundamental para regular a oferta de recursos hídricos e para a conservação dos solos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,6 bilhões de pessoas dependiam das florestas para a subsistência no ano de 2011.

    O desmatamento e a degradação florestal são atividades que emitem gases causadores do efeito estufa (GEE), sobretudo gás carbônico (CO2), que causam a mudança do clima. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, o setor de Florestas e Outros Usos da Terra teve participação de 12% nas emissões globais no período de 2000 a 2009.

    Além de contribuir para o efeito estufa, o desmatamento gera outros impactos negativos para a sociedade e o meio ambiente. Ameaçando espécies da fauna e da flora com a destruição de habitats, afetando diretamente o meio de vida de milhões de pessoas, comprometendo a oferta hídrica de outros tantos milhões e contribuindo para a perda de solos férteis e a erosão. O desmatamento e as queimadas afetam também o clima local reduzindo a umidade nas áreas atingidas e podendo afetar o fluxo das chuvas no território.

    REDD+ foi criado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para incentivar países em desenvolvimento a conservar e a recuperar suas florestas. A conservação e recuperação de florestas traz benefícios para a mitigação e adaptação à mudança clima, frente a seus efeitos adversos, ao mesmo tempo em que proporcionam benefícios para a conservação da biodiversidade e oferece serviços ecossistêmicos para os povos que vivem na floresta, e também para as populações que vivem nos centros urbanos, como a regulação do clima.  

    Clique aqui para fazer o download da Nota Informativa sobre "Florestas tropicais, mitigação e adaptação à mudança do clima".

    Fim do conteúdo da página

    Por que o desmatamento de florestas podem contribuir para o efeito estufa?

    Desmatamento de florestas vai provocar um aquecimento do clima global muito mais intenso do que o estimado originalmente, devido às alterações nas emissões de compostos orgânicos voláteis e as co-emissões de dióxido de carbono com gases reativos e gases de efeito estufa de meia-vida curta.

    O que as árvores ajudam no aquecimento global?

    Como as árvores reduzem o aquecimento global e combatem as alterações climáticas. As árvores são o maior sumidouro de carbono da natureza. Absorvem-no da atmosfera, convertem-no em glucose para as suas células, e armazenam-no nas suas folhas, ramos e raízes à medida que crescem.

    Por que as florestas têm grande importância no controle do efeito estufa?

    Isso porque toda área florestal bem conservada tem ligação direta com a manutenção da concentração de CO2 estocado e com o regime de chuvas, pois é da floresta que emana parte da umidade que possibilita melhor qualidade de vida para a população.