Ao prestar socorro para alguém você deve prevenir se isto significa

Saiba como a MedNet pode ajudar sua empresa no treinamento de primeiros socorros, essencial para garantir a segurança e integridade de seus colaboradores.

Assim como outras medidas importantes para a saúde, como obtenção de equipamentos de segurança e manutenção das estruturas, essa é mais uma das obrigatoriedades voltadas ao bem-estar no trabalho.

Como sabemos, esse assunto pode parecer confuso para a maioria das empresas, afinal, existem uma série de normas que estão relacionadas à integridade dos funcionários, mas que não têm relação aos primeiros socorros. Neste texto, resolvemos juntar tudo o que você precisa saber sobre o tema. Confira!

O que são primeiros socorros?

Os primeiros socorros se caracterizam como uma série de técnicas e procedimentos prestados inicialmente a uma vítima que sofreu um acidente ou que teve algum mal súbito. O objetivo é, independente da gravidade, manter o indivíduo com os sinais vitais estáveis enquanto espera a chegada do atendimento profissional adequado.

No Brasil, existem algumas leis que tratam da obrigação dos primeiros socorros em locais públicos e privados. A que regulamenta de forma geral essa atividade é a Lei nº2.848 de 1940, especificamente o art.135. Nele, define-se que é um crime não prestar socorro a uma pessoa em situação de perigo, levando à detenção de um a seis meses ou pagamento de multa.

Além dessa lei, existem também o Regime Jurídico da Proteção da Segurança e Saúde no Trabalho e a norma regulamentadora 07. Ambas tratam das diretrizes dos primeiros socorros especificamente para empresas e serão tratadas com mais detalhes ao longo deste texto.

Por que é tão importante o treinamento de primeiros socorros na empresa?

De maneira geral, as técnicas de primeiros socorros são fundamentais para garantir a integridade de indivíduos em diversas situações. Ter conhecimento a respeito das técnicas necessárias e ter os materiais para a prática é uma maneira de salvar vidas.

Especificamente, no caso do ambiente empresarial, não é possível garantir que em uma situação de acidente ou qualquer outro imprevisto que vá contra a vida dos funcionários, o atendimento profissional será realizado há tempo. Isto porque, a localização da empresa pode ser de difícil acesso, mesmo uma ambulância pode ter bastante dificuldade de chegar. Dependendo da gravidade em que a vítima se encontra, ter assistência inicial faz toda a diferença para salvar uma vida.

Além disso, um dos fatores principais para que a empresa invista em treinamento de primeiros socorros está na sua obrigatoriedade. Esse tipo de ação é previsto na NR-07 (Norma Regulamentadora), ali está determinado que, anualmente, as empresas realizem treinamentos de primeiros socorros. Em caso de não cumprimento, há a cobrança de multas. Esta norma também estabelece:

• a empresa deve garantir a implementação do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional);
• financiar todos os procedimentos relacionados ao programa;
• ter um médico do trabalho, empregado ou não para coordenar o PCMSO.

O que é a lei de primeiros socorros para as empresas?

Além da NR-07 que trata, exclusivamente, do treinamento de primeiros socorros, existe outra lei que visa garantir a efetivação das práticas. É a Lei nº 102/2009 — Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho. 

Esta legislação tem o objetivo de garantir a segurança no ambiente de trabalho e determina que uma empresa ou estabelecimento independentemente do segmento, precisa ter uma estrutura que certifique a realização de procedimentos de emergência e primeiros socorros. Para isso, é fundamental que a empresa tenha um kit de primeiros socorros.

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Como treinar os colaboradores para os primeiros socorros?

Em um primeiro momento, não é necessário que todos os funcionários sejam capacitados a realizar os primeiros socorros. Contudo, pelo menos, um indivíduo deve ser treinado para a prática. Além disso, existem outras medidas importantes para preparar o ambiente de trabalho.

Inicialmente, é preciso criar o que chamamos de CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). É uma exigência obrigatória para qualquer companhia que tenha mais de 20 funcionários e está prevista na NR-5. Ela também é um mecanismo para a melhoria na segurança dos colaboradores.

A CIPA deve contar com uma quantidade de membros que representem tanto os empregadores quanto os funcionários. Isso quer dizer que se o empregador escolher três pessoas, os funcionários também possuem o direito de escolher três, totalizando seis membros. 

Essas pessoas passarão por um treinamento para conhecer os princípios dos primeiros socorros, estando aptos a desempenhar a função, além de fiscalizar as medidas de saúde da empresa.

Além do treinamento e criação da CIPA, a companhia pode desenvolver o SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes). Um evento com objetivo de divulgar e ensinar iniciativas voltadas aos primeiros socorros, mestrado pelos próprios participantes da comissão.

Outra iniciativa é contratar uma empresa terceirizada especialista em oferecer treinamento de primeiros socorros para os funcionários. Essa é uma iniciativa que pode servir tanto para capacitar os membros da CIPA, quanto, caso a sua empresa tenha menos de 20 funcionários e a gestão não queira criar a comissão.

É importante deixar claro que essa é uma decisão que precisa de atenção. É fundamental analisar quais são os antecedentes da terceirizada, avaliar seus clientes e também quais as qualificações dos professores. Dessa forma, se faz uma escolha segura de contratação desse tipo de serviço. 

O que é apresentado em um curso básico de primeiros socorros?

Cada empresa tem um critério diferente para aplicar os ensinos de primeiros socorros. Entretanto, existem alguns padrões nessa prática. O que se deve saber inicialmente é que a carga horária é em média de oito horas. Os períodos em que as aulas acontecem devem concordar com a jornada de trabalho dos empregados, isto significa que a companhia não pode escolher um horário antes ou depois do expediente.

Quais são os procedimentos tratados no curso?

Geralmente, são usadas algumas técnicas básicas para salvar a vida das vítimas. Aqui, vamos explicar cinco dos procedimentos mais comuns. Confira!

1. Massagem cardíaca

Quando a vítima tem um quadro de parada cardíaca, um dos procedimentos necessários é a massagem. Geralmente, assim que o indivíduo tem os primeiros sintomas, como passar mal, ter dores no peito e desmaiar. Nesse momento, além de chamar a ajuda profissional, é necessário realizar a técnica.

Primeiro, a mão deve estar sobre o tórax entre os mamilos, estica-se os braços e faz movimentos pressionando o peito em intervalos. Geralmente, também é feita a respiração boca a boca até a vítima se reanimar.

2. Desengasgo

Esse é um procedimento de primeiros socorros realizado em casos de engasgo de algum objeto, comida, etc. Um dos primeiros sintomas é a falta de ar e, em alguns casos, a tosse, já que as vias aéreas estão bloqueadas.

Nesse momento, deve-se observar que se a pessoa estiver tossindo significa que ela ainda tem condições de respirar, sendo necessário incentivá-la a continuar para que o objetivo saia naturalmente. Porém, se ele estiver com falta de ar é preciso executar a técnica de Heimlich.

3. Estancar sangramentos

Nesse procedimento, é preciso estar atento ao nível do corte, a maioria não há necessidade de cuidados extremos. Porém, se forem danos muito profundos é necessário estancar o sangramento para evitar hemorragia.

O que geralmente se faz é evitar tocar diretamente no local (é interessante utilizar uma luva ou uma sacola plástica limpa). Posiciona-se a pessoa deitada e deve elevar a região que está com o corte. Limpa-se a ferida superficialmente e faz pressão por pelo menos 20 minutos até o sangramento parar.

4. Cuidar de queimaduras

As queimaduras são ferimentos que possuem diferentes níveis de dano. As de primeiro grau, por exemplo, não são tão graves e podem ser cuidadas pela vítima. Entretanto, as de segundo e terceiro grau já necessitam de cuidados mais intensos.

Primeiramente, é fundamental que a vítima esteja longe do local em que sofreu a queimadura. Em seguida, é preciso levá-la para lavar a região com água corrente e limpa. É importante deixar claro que não deve estar fria e nem se deve usar gelo. Proteja o local com um pano limpo e espere até que o atendimento chegue.

5. Transporte de vítima

O transporte correto de uma vítima de acidente é um conhecimento muito importante, pois, pode ser determinante para a piora do quadro. Em um primeiro momento se observa o estado do indivíduo, se há algum tipo de fratura. Também nota-se se ela está consciente e como está se sentido.

Em caso de ter alguma fratura, não se deve mover a pessoa até que a ajuda apareça. Se for necessário retirá-la do local, é preciso arrastá-la com um cobertor ou usar uma tábua como maca. Nesse último caso, deve-se mantê-la com a cabeça elevada e evitar movimentá-la demais.

O Kit de primeiros socorros é obrigatório?

As especificações sobre os kits de primeiros socorros estão determinadas na NR-7, ali estão informações sobre PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Ela deixa claro que a empresa é obrigada a manter pelo menos um kit nas dependências. Ele deve conter materiais destinados à prestação dos primeiros socorros e esses itens devem ter relação com as atividades desenvolvidas na empresa.

Contudo, é importante dizer que a lei não especifica em que local se deve colocar o kit ou o que é obrigatório ter. Por isso, a empresa deve prestar atenção em algumas características do ambiente antes de montar.

Primeiro, atenção ao número de colaboradores do local, também ao tipo de atividade exercida. Em relação à localização do kit, ele deve ser posto em uma área estratégica para que seja acessado facilmente, além disso, um local longe do calor e da umidade.

O que deve ter no kit de primeiros socorros?

Como falamos, não há uma especificação do que é obrigatório ter, mas é definido alguns itens que não devem estar no kit. Remédios do tipo analgésico e anti-inflamatórios são proibidos. Isto está especificado no artigo 24 do Decreto 20.931/32 e também no Código Penal, artigos 182 e 184. Nessas legislações determina-se que é crime a prescrição de medicamentos por pessoas sem capacitação técnica.

Sendo assim, alguns itens comuns do kit são:

• tesoura;
• máscara de proteção;
• luvas de látex;
• termômetro;
• pinça;
• algodão hidrófilo;
• esparadrapo;
• gazes;
• ataduras de creme;
• colar Cervical.

Quais cuidados para montar o kit de primeiros socorros?

Como qualquer equipamento relacionado à saúde, o kit de primeiros socorros necessita de alguns cuidados para sua montagem e também preservação. Além de evitar o uso de remédios, é preciso atenção em dois pontos:

• prazo de validade: ter a maleta com os itens é um passo fundamental para o kit, mas isso não significa que não será necessária sua manutenção periódica. Até porque alguns dos conteúdos podem ter prazo de validade e se não utilizados deverão ser descartados e substituídos. Isso é um detalhe importante, pois, dependendo do tempo, esses objetos perdem totalmente a sua serventia.
• avalie os riscos: no momento de montar o kit de primeiros socorros é fundamental que ele seja pensando de acordo com a rotina da empresa. Isto significa que é preciso avaliar quais são os riscos a que os funcionários estão sujeitos e a partir daí escolher ferramentas que estejam de acordo com as necessidades.

O que fazer após o atendimento inicial à vítima?

Assim que a vítima recebe o primeiro atendimento, independente da gravidade, é necessário chamar os profissionais para o atendimento adequado. Principalmente, em casos de fraturas, queimaduras de terceiro grau ou inconsciência. Nesses casos, é ideal ligar para o SAMU (192) e para o Corpo de Bombeiros (193).

Até aqui, falamos sobre os principais tópicos da lei de primeiros socorros para as empresas. Uma iniciativa fundamental para garantir a integridade dos funcionários no dia a dia de trabalho. Além disso, é uma maneira de manter os processos da companhia no mais alto grau de segurança. 

Lembrando que ter um kit de primeiros socorros é uma obrigatoriedade, e que, além da manutenção do conteúdo, é preciso que a empresa invista em treinamento para os seus colaboradores. Nesse caso, ela tem algumas alternativas como a criação do CIPA, e também a contratação de uma empresa terceirizada para ensinar seus funcionários.

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