Amai ao teu proximo como a ti mesmo

Autor: Adm. Hosp. Rogério Pontes Andrade

Esta é uma conhecida frase do mais conhecido dos homens: Jesus Cristo. Independente de religiões, há de se reconhecer que Jesus foi o maior líder que a humanidade já viu.

Tanto é verdade que 2 bilhões de pessoas em todo mundo seguem seus ensinamentos através das religiões cristãs, nosso calendário inicia-se no ano de seu nascimento, as maiores festas do calendário são em comemoração a datas relacionadas à sua vida: Natal (nascimento) e Páscoa (ressurreição).

No evangelho de Mateus, capítulo 19, versículo 19, Jesus diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, no mesmo evangelho, capítulo 5, versículo 44, Jesus diz: “Amai aos vossos inimigos”. Mas como nos dias de hoje podemos interpretar estas palavras?

Muito do Novo Testamento foi originalmente escrito em grego, e os gregos usavam várias palavras diferentes para descrever as muitas faces do amor. Uma dessas palavras era eros, da qual se deriva a palavra erótico, e significa sentimentos baseados em atração sexual e desejo ardente. Outra palavra grega para amor, storgé, é afeição, especialmente com a família e entre os seus membros. Nem eros nem storgé aparecem nas escrituras do Novo Testamento. Outra palavra grega para amor era philos, ou fraternidade, amor recíproco. Uma espécie de amor condicional, do tipo “você me faz o bem e eu faço o bem a você”. Finalmente, os gregos usavam o substantivo agapé e o verbo correspondente agapaó para descrever um amor incondicional, baseado no comportamento com os outros, sem exigir nada em troca.

Quando Jesus fala de amor no Novo Testamento, usa a palavra agapé, um amor traduzido pelo comportamento e pela escolha. O verbo “amar” utilizado por Jesus, não significa exatamente o “sentimento” amor, mas sim um “comportamento”, no sentido de fazermos para os outros aquilo que gostaríamos que os outros fizessem para nós, sejam nossos amigos ou nossos inimigos.

No trabalho, isto significa pensar em como o nosso colega que depende de nosso trabalho (todos nós dependemos de alguém em qualquer trabalho), está recebendo nosso trabalho: será que estou pensando em quais dificuldades o próximo colega está enfrentando por causa do meu trabalho?

Significa também dar condições aos colegas para trabalharem bem, mantendo a harmonia na organização do setor, no relacionamento bom e profissional com todos os colegas de todos os setores, dando elogios quando houver mérito e ajudando sempre que preciso.

James C. Hunter, no livro O Monge e o Executivo, diz que para conseguirmos demonstrar este “amor” no trabalho devemos “servir”, ou seja, se quisermos receber algo, em primeiro lugar devemos ajudar nossos colegas, chefes, subordinados, clientes, fornecedores a melhorarem sempre para assim termos condições de receber aquilo que desejamos. Mas quando nossas expectativas são realizadas devemos fazer a seguinte reflexão: será que eu “servi” tudo que poderia ter servido? Será que criei as condições necessárias?

Lembre-se: a vida é um grande espelho, a forma como você vê aqueles que o cercam, pode ser um reflexo daquilo que “você” é, e não um retrato do que realmente os outros são. “Ame o seu próximo como a ti mesmo”, afinal, assim você estará cultivando acima de tudo o amor próprio, sem egoísmos!

Amar o próximo como a ti mesmo significa reconhecer em outros a mesma dignidade que há em sua própria vida; significa oferecer ao outro o mesmo cuidado e consideração que você dedica a si mesmo.

Em seu ministério terreno, o Senhor Jesus deu grande importância à questão do amor ao próximo. Certa vez um fariseu lhe perguntou sobre qual seria o grande mandamento da lei. Em outras palavras, ele queria saber qual dos 613 mandamentos identificados na religião judaica, era o mais importante.

Jesus respondeu a pergunta do fariseu com um mandamento duplo: o primeiro e maior de todos os mandamentos é aquele que ensina que devemos amar a Deus sobre todas as coisas (Mateus 22:37,38; cf. Deuteronômio 6:5). Já o segundo mandamento é aquele que diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39; cf. Levítico 19:18).

É evidente que o verdadeiro amor ao próximo é um amor sacrifical e abnegado; pois envolve buscar o bem-estar do próximo sem qualquer interesse próprio. Jesus não apenas ensinou sobre a necessidade de o homem amar o próximo como si mesmo, mas também demonstrou na prática esse compromisso. Assim, sua conduta serve de exemplo a todos os cristãos (1 João 3:16).

Por que devemos amar o próximo?

Devemos amar o próximo como a nós mesmos porque essa é a vontade de Deus; é uma ordem divina! O “amar o próximo como a ti mesmo” deve ser o comportamento esperado à luz da verdade de que os seres humanos carregam a imagem divina.

A Bíblia diz que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Então o grande propósito da criação do homem é a glória de Deus. Portanto, cada pessoa é, em certa medida, refletora da imagem de Deus e um testemunho de Sua glória. Claro que a imagem de Deus no homem foi prejudicada por causa do pecado, mas não foi perdida.

Assim, essa verdade bíblica nos faz perceber que ao amarmos o próximo como a nós mesmos, também estamos expressando o nosso amor para com Deus. Quando amamos o próximo conforme o modelo bíblico, estamos reconhecendo a grandeza da obra de Deus e zelando pelo testemunho de Sua glória. Nesse sentido, quando você ama o próximo como a ti mesmo, você também está mostrando que o seu amor para com Deus é realmente verdadeiro.

Uma característica indispensável de uma pessoa que ama a Deus, é ter prazer em cumprir a vontade d’Ele. Deus expressa sua vontade através de sua Lei registrada nas Escrituras. Por isso o salmista diz: “Oh! Como eu amo a tua Lei! Medito nela o dia inteiro” (Salmo 119:97).

Conforme Jesus ensinou, a questão do amor ao próximo é parte essencial da Lei de Deus. O modelo da lei moral do Senhor expresso nos Dez Mandamentos é um exemplo claro disso. Os primeiros quatro mandamentos tratam do relacionamento do homem com Deus; enquanto que os outros seis mandamentos tratam do relacionamento do homem com o seu próximo.

Por isso Jesus resumiu toda a lei moral e espiritual em dois grandes mandamentos que tratam do amor; um amor que, primeiro, deve ser dirigido a Deus, e, em seguida, ao homem. Mas perceba que Jesus também disse que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro. Então a ideia aqui é muito clara: se alguém ama a Deus sinceramente, então naturalmente também deverá amar o próximo da forma apropriada.

Isso explica por que na Carta aos Romanos lemos que “quem ama o próximo tem cumprido a Lei” (Romanos 13:8-10). Em sua epístola, Tiago também enxergou esse mandamento como uma lei régia (Tiago 2:8). O apóstolo João, dedicou grande parte de sua primeira epístola a denunciar muito claramente o erro das pessoas que não amam a seu próximo.

Amai ao teu proximo como a ti mesmo

Você pode amar o próximo como a ti mesmo amando, primeiramente, a Deus. Como foi dito, os dois mandamentos – amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a ti mesmo, estão intimamente ligados. O primeiro resulta no segundo; e o segundo jamais poder ser cumprido plenamente sem o primeiro.

O amor a Deus não pode ser separado do amor ao próximo. É impossível alguém amar a Deus verdadeiramente e odiar o seu próximo; bem como também é impossível alguém amar o seu próximo como a si mesmo e não amar a Deus.

Aqui alguém pode argumentar que há muitos incrédulos que demonstram um amor notável pelos outros. Mas a verdade é que esse tipo de pessoa possui uma visão muito limitada sobre o conceito do amor. Em última análise, a caridade que ela pratica apenas serve para alimentar seu ego ou para promover o bem-estar de sua consciência confusa.

Portanto, amar o próximo como a ti mesmo origina-se de amar a Deus sobre todas as coisas (João 4:21; Mateus 5:43; 7:12; 19:19). W. Wiersbe diz que se amamos a Deus, experimentamos o amor dele dentro de nós e expressamos esse amor a outros. Nós não vivemos em função de regras, mas sim de relacionamentos: um relacionamento de amor com Deus que torna possível nos relacionarmos em amor com os outros.

Na Parábola do Bom Samaritano Jesus fornece um modelo perfeito de como devemos amar o próximo, ainda que esse próximo seja nosso inimigo (Lucas 10:25-37).

Quem disse Amai o próximo como a ti mesmo?

Quando Jesus disse: "Ame o seu próximo como a si mesmo", Ele não estava dizendo que antes de amar os outros, devemos antes amar a nós mesmos. Essa é a interpretação mais comum que ouvimos, mas não é correta.

O que Jesus quis dizer com amar ao próximo como a ti mesmo?

Ele acreditava firmemente que o Espírito desempenha a função de nutrir o nosso amor ao próximo. Ele ensinou o seguinte: “Quando conseguirem o Espírito de Deus, se sentirão cheios de bondade, caridade e paciência, e passarão o dia dispostos a ceder a todos o que gostariam de ter para vocês mesmos.

O que diz Mateus 22 37?

37 E Jesus disse-lhe: aAmarás ao Senhor teu Deus de todo o teu bcoração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38 Este é o primeiro e grande mandamento. 39 E o segundo, semelhante a este, é: aAmarás o teu próximo como a ti mesmo.

O que a Bíblia fala sobre amar a si mesmo?

Jamais deve ser egoísta! Por tanto, ame-se! Você é especial para Deus e amado por Ele. Ame ao Senhor com todo teu coração, alma e mente e ame teu próximo como você ama a si mesmo.