A pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada

1 COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 1ª PROVA PARCIAL DE LÍNGUA P...

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

1ª PROVA PARCIAL DE LÍNGUA PORTUGUESA Aluno(a):

Ano:

Turma:

Data: 18/03/2011

Professora:

Regiane Aparecida de Souza

Nota:

Valor da Prova:

30 pontos

Assinatura do responsável:

Orientações gerais: 1) Número de questões desta prova: 9 2) Valor das questões: Redação (1): 6,0 pontos. Abertas (2): 6,0 pontos cada. Fechadas (6): 2,0 pontos cada. 3) Provas feitas a lápis ou com uso de corretivo não têm direito à revisão. 4) Aluno que usar de meio ilícito na realização desta prova terá nota zerada e conceituação comprometida. 5) Tópicos desta prova: - Tipos de sujeito - Tipos de predicado - Funções da linguagem - Interpretação de texto - Redação

TEXTO PARA 1ª QUESTÃO O amor em lágrimas Ouve o mar que soluça Na solidão Ouve, amor, o mar que soluça Na mais triste solidão. E ouve, amor, os ventos que voltam Dos espaços que ninguém sabe Sobre as ondas se debruçam E soluçam de paixão. E ouve, amor, no fundo da noite Como as árvores ao vento Num lamento se debruçam Se debruçam para o chão. Deixa, amor, que um corpo sedento Como as árvores e o vento No teu corpo se debruce E soluce de paixão. (Vinicius de Moraes)

1ª P.P. / Língua Portuguesa / Regiane / 2º / pág : 1

1ª Questão:

Nota =

Com base no texto, responda: a) Quais funções da linguagem estão presentes no poema? Justifique com suas próprias palavras. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

b) Que figura de linguagem está presente em todas as estrofes? Justifique. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ c) Retire dois versos: um que exemplifique sujeito simples e outro que exemplifique sujeito oculto. SUJ.SIMPLES___________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ SUJ.OCULTO___________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

TEXTO PARA A QUESTÃO 2 Cidadezinha qualquer Casa entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar Um homem vai devagar Um cachorro vai devagar Um burro vai devagar Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. (Carlos Drummond de Andrade) 2ª Questão:

Nota =

Considerando-se o modo de elaboração da mensagem e o desfecho desse poema de Carlos Drummond, é correto afirmar que: a) ( b) (

) além da função poética, predomina a função emotiva da linguagem. ) além da função referencial, predomina a função emotiva da linguagem.

1ª P.P. / Língua Portuguesa / Regiane / 2º / pág : 2

c) ( d) ( e) (

) além da função poética, predomina a função apelativa da linguagem. ) além da função referencial, predomina a função apelativa da linguagem. ) predomina a função fática da linguagem.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 3 E 4 Leia os seguintes fragmentos do segundo capítulo de Iracema, de José de Alencar. Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do guará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.

3ª Questão:

Nota =

Na primeira edição desse romance, em vez de “ema” aparecia a palavra “corça” no trecho “Mais rápida que a ema selvagem” (L. 4). Essa alteração foi feita para: a) ( b) ( c) ( d) ( e) (

) suprimir uma imagem inadequada à comparação estabelecida. ) ajustar o trecho ao ritmo predominante no romance. ) eliminar um elemento que não pertence ao espaço em que ocorre a ação. ) substituir um símbolo negativo da cultura indígena retratada na obra. ) evitar a coincidência sonora que ocorre no par “substantivo + adjetivo”.

4ª Questão:

Nota =

Compare o par de frases abaixo e diga se apresentam a mesma classificação de sujeito e predicado. Justifique sua resposta, apresentando a devida análise sintática de cada frase: I - Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

1ª P.P. / Língua Portuguesa / Regiane / 2º / pág : 3

II - Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

III - Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

TEXTO PARA AS QUESTÕES 5 E 6 Apelo Dalton Trevisan

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia. Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

5ª Questão - VUNESP (SP):

Nota =

"Amanhã faz um mês que a senhora está longe de casa." Da oração em destaque, na frase transcrita, é correto dizer: a) ( b) ( c) ( d) ( e) (

) Trata-se de uma oração em que o sujeito está elíptico, e o verbo é de ligação. ) A oração tem por sujeito a palavra amanhã, e o verbo é transitivo direto. ) A oração tem por sujeito um mês, e o verbo é intransitivo. ) Trata-se de uma oração sem sujeito, e o verbo é transitivo direto. ) A oração tem um sujeito indeterminado, e o verbo é de ligação.

1ª P.P. / Língua Portuguesa / Regiane / 2º / pág : 4

6ª Questão:

Nota =

Analise as afirmações abaixo: I - A crônica Apelo apresenta as funções conativa e metalingüística II - O vocativo Senhora é marca da presença do interlocutor da mensagem III - A função predominante é a conativa IV - Ao ser abandonado pela mulher, o homem sente-se livre; com o passar dos dias, percebe que a dor pela ausência dela é maior do que o gosto da liberdade. V- Há certo machismo no texto encontrado em trechos como “Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada.”

Das afirmações acima estão corretas: a) ( b) ( c) ( d) ( e) (

) II, III, IV, IV ) I, II, IV ) I, II, IV, V ) III, IV, V ) IV e IV

7ª Questão:

Nota =

Texto I Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível. CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. (As cem melhores crônicas brasileiras).

Texto II Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É saber que todos os amigos já morreram e os que teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não por necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior que a arcada. FERNANDES, Millôr. Ser gagá. As cem melhores crônicas brasileiras. Os textos utilizam os mesmos recursos expressivos para definir as fases da vida, entre eles: a) ( b) ( c) ( d) ( e) (

) expressões coloquiais com significados semelhantes. ) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres humanos. ) recursos específicos de textos escritos em linguagem formal. ) termos denotativos que se realizam com sentido objetivo. ) metalinguagem que explica com humor o sentido de palavras.

1ª P.P. / Língua Portuguesa / Regiane / 2º / pág : 5

8ª Questão:

Nota =

Leia com atenção o trecho abaixo e anote a alternativa em que não ocorre uma paráfrase. O homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado, por não reconhecer no seu íntimo a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas. a) ( ) Freqüentemente sem rumo, segue o homem pela vida, por não reconhecer no seu íntimo o valor de todos os instantes, de todas as coisas, sejam simples ou grandiosas. b) ( ) Não reconhecendo em seu âmago a importância de todos os momentos, de todas as coisas, simples ou grandiosas, o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado. c) ( ) Como não reconhece no seu íntimo o valor de todos os momentos, de todas as coisas, sejam elas simples ou não, o homem vai pela vida freqüentemente desnorteado. d) ( ) O ser humano segue, com freqüência, vida afora, sem rumo, porquanto não reconhece, em seu interior, a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas. e) ( ) O homem caminha pela vida sempre desnorteado, por não reconhecer, em seu mundo íntimo, o valor de cada momento, de cada coisa, seja ela simples ou grandiosa.

9ª Questão:

Nota =

PRÁTICA DE REDAÇÃO

Você estudou nas aulas de Literatura, que uma das principais características da 1ª. Fase do Romantismo no Brasil é a super valorização do herói nacional, baseado na figura do cavaleiro medieval. Muito tempo se passou desde então. No entanto, parece que nossa sociedade ainda precisa da figura de um herói para satisfazer seus anseios (Tiradentes, Senna, etc.) Você concorda com essa afirmação? Leia o texto abaixo e depois siga para a proposta de redação.

Quem são os heróis de nossa gente?

O que não falta na história do Brasil são heróis: Cabral o que descobriu; Martim Afonso, o que colonizou; Anchieta, o que catequizou; Paes Leme, o que desbravou; Calabar, o que traiu; Tiradentes, o que antecipou; D. Pedro I, o que gritou; D. Pedro II, o que dançou; princesa Isabel, a que redentou; Caxias, o que espadou; Deodoro, o que proclamou; Oswaldo Cruz, o que saneou; Santos Dumont, o que vôou; Bilac, o que obrigou; Getúlio, o que se matou; Pelé, o que marcou, e Roberta Close, a que mudou... Para cada herói uma marca: os passos de nosso atraso. Nas escolas ainda se ensina que o Brasil se tornou independente pelo grito de D. Pedro I. Aliás, tentaram de tudo para fazer de D. Pedro um herói, jogaram até um famoso ator de televisão em cima dele. Não deu certo. Suas cinzas, que estavam em Portugal (ele morreu como D. Pedro IV, rei de Portugal), foram trocadas por um volume dos Lusíadas, de Camões, de uma rara edição do século XVI. Os portugueses levaram a poesia. Nós, os inteligentes, ficamos com as cinzas de um herói desacreditado. 1ª P.P. / Língua Portuguesa / Regiane / 2º / pág : 6

Nessa história de D. Pedro se "esquece", por exemplo, que ele mandou fuzilar um verdadeiro líder popular e revolucionário: Frei Caneca, que liderou a Confederação do Equador, em 1824, em Pernambuco. Também se esquecem seus compromissos estrangeiros (principalmente com a Inglaterra) e com a classe dominante local. Um certo exemplo que poderia ser visto é o do mito do herói bandeirante. Como sabemos, as entradas e bandeiras do século XVI tinham como objetivo penetrar no território brasileiro, a partir de São Paulo, para a obtenção de metais preciosos e escravos. A ação dos bandeirantes era puramente predatória, para não dizer criminosa. Porém, no século XIX, quando se consolida em São Paulo uma aristocracia, fundamentada na exploração do café, se cria também um mito. Na verdade, ideologia: a de que essa classe tinha como antepassados figuras heróicas e desbravadoras. O que era restrito a um grupo passou a permear o todo da sociedade. Porém, a dinâmica da sociedade paulista, num ritmo de transformações aceleradas, fez com que os próprios filhos dessa aristocracia questionassem seus mitos. E hoje os bandeirantes são vistos mais próximos do que na verdade foram. A crítica aos heróis, por outro lado, nem sempre tem sido tranqüila. Dois exemplos: em 1978, um cronista do jornal 'Folha de São Paulo' foi preso, enquadrado na Lei de Segurança Nacional, porque "ousou" comparar um simples soldado que morreu tentando salvar uma criança num zoológico com o patrono do Exército Nacional: Duque de Caxias. Acusação: ofensa aos "heróis da Pátria". Em 1983, um jovem escritor e historiador do Rio Grande do Sul chegou a ser ameaçado de morte por publicar um pequeno livro onde documenta que o maior "herói" rio-grandense, Bento Gonçalves, era contrabandista de cavalos e aliado das classes dominantes, dos estancieiros e dos latifundiário. (FEIJÓ, Martin Cezar. "O que é herói", São Paulo: Brasiliense, 1984, pp. 45-7.)

PROPOSTA: O texto de Martin Cezar Feijó, certamente bastante cético e irreverente, e com o qual, evidentemente, você pode, ou não concordar, trata da figura do "herói". Releia-o e, a seguir, escreva uma crônica reflexiva enfocando o seguinte tema:

A IMPORTÂNCIA DA MÍDIA PARA O SURGIMENTO DE HERÓIS EM NOSSOS DIAS. Observações: - Mínimo 18, máximo 30 linhas - Parágrafos entre 4 e 7 linhas - Escolha um título curto e adequado - Só serão corrigidas redações a caneta

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1ª P.P. / Língua Portuguesa / Regiane / 2º / pág : 7

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1ª P.P. / Língua Portuguesa / Regiane / 2º / pág : 8